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  • O Dia
    29/05/2012

    Funcionário de companhia aérea é preso furtando celulares

    Policiais da Delegacia do Aeroporto Internacional (DAIRJ), prenderam na tarde desta terça-feira, Edson Conceição Junior, de 27 anos, funcionário da TAM. De acordo com os agentes, ele foi preso pelo crime de receptação quando trabalhava no descarregamento de um avião da empresa. Com ele, foram encontrados diversos aparelhos celulares furtados do interior das bagagens de um voo que vinha de Garulhos, em São Paulo.

    Segundo o delegado Ricardo Codeceira, essa prisão é resultado de investigações que a delegacia vem realizando com o apoio da Infraero e das companhias aéreas.

     

     

    Valor Econômico
    29/05/2012

    Azul e Trip preveem receita de R$ 4 bilhões
    Alberto Komatsu

    A Azul e a Trip confirmaram ontem o início do processo de fusão entre as duas companhias, criando a terceira maior operação aérea do país, depois de TAM e Gol. Com projeção de faturamento combinado de R$ 4 bilhões em 2012, executivos das duas empresas anunciaram a criação da holding Azul Trip S.A.

    Os acionistas da Azul terão 67% dessa holding e os controladores da Trip deterão os 33% restantes, conforme o Valor publicou ontem. Não haverá desembolso de dinheiro entre as partes envolvidas ou injeção de recursos novos na companhia. O Itaú BBA assessorou a Azul e o Credit Suisse, a Trip, para a composição acionária da nova empresa.

    "Trata-se de uma fusão societária. O que estamos discutindo é o surgimento de uma holding onde estamos aportando as cotas e ações", disse o presidente da Trip, José Mário Caprioli. "Está sendo criada a terceira força da aviação brasileira", acrescentou o presidente do conselho de administração da Trip, Renan Chieppe.

    O fundador e presidente do conselho de administração da Azul, David Neeleman, diz que as duas empresas permanecerão com operações independentes até as aprovações necessárias. Ainda ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foram comunicados da negociação.

    A tendência, porém, é a de sobreviver apenas uma marca, mas qual ainda não foi definida. Foi criado um comitê com integrantes das duas empresas, presidido por Caprioli, para definir quais as melhores práticas, como o melhor padrão de serviço de bordo, por exemplo, para a nova empresa que terá a operação unificada.

    "Quem se preocupa com participação de mercado é que está perdendo muito dinheiro. Nós estamos aqui para ganhar dinheiro", afirmou Neeleman, ao ser perguntado qual a projeção de participação conjunta de mercado das duas empresas, até o fim deste ano. Segundo ele, não há planos de fazer uma oferta pública inicial de ações, embora essa possibilidade não esteja descartada no futuro.

    A operação combinada da Azul e da Trip mostra que elas responderam por 14,23% da demanda doméstica em abril, sendo 9,94% para a Azul e 4,29% para a Trip.

    Caprioli diz que as duas famílias controladoras da Trip, Caprioli e Chieppe, serão os maiores acionistas individuais da nova holding. As duas família têm 50%, cada, de participação da Trip. Recentemente, elas recompraram a participação de 26% que a regional americana Skywest detinha na Trip. O valor não foi revelado.

    Neeleman deverá ter entre 8% e 10% da Azul Trip S.A. O Bozano deverá ser outro acionista de peso na nova holding, já que ele tem em torno de 20% da Azul.

    A Azul Trip S.A. terá um conselho de administração com dez cadeiras. Neeleman será o presidente dessa instância e indicará mais três membros. A Trip ficará com três vagas e serão escolhidos outros três conselheiros independentes.

    Do total de cidades em que as duas companhias operam, em cerca de 15% há sobreposição de voos. Segundo os executivos das duas empresas, haverá um amplo estudo de otimização de malha aérea. Demissões foram descartadas pelo presidente-executivo da Azul, Pedro Janot.

    As duas companhias deverão receber dez aeronaves até o fim deste ano, sendo oito para a Azul e quatro para a Trip. No total, serão 122 aeronaves.

    A Trip negociava a venda de 31% do seu capital para a TAM Linhas Aéreas, mas desde janeiro a maior empresa aérea do país perdeu a exclusividade da negociação, segundo Caprioli. As duas companhias mantém um acordo de compartilhamento de voos.

    A fusão entre a Azul e a Trip ocorre em meio à desaceleração do crescimento da demanda por voos domésticos. TAM e Gol estão reduzindo a oferta, em um ano em que o mercado não deverá crescer mais do que 10%, diante dos 15,72% de 2011, dos 23,47% de 2010 e dos 17,65% de 2012.

    "É uma empresa bem interessante do ponto de vista de malha aérea, especialmente em Belo Horizonte. Ela também nasce com uma posição importante em aeroportos secundários", disse o especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini.

     

     

    Folha de São Paulo
    29/05/2012

    Mudança no Cade acelera o negócio entre Azul e Trip
    Operação cria terceira maior companhia aérea do país, com 15% do mercado e faturamento de R$ 4,2 bilhões
    MARIANA BARBOSA

    A perspectiva de mudança nas regras do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acelerou as negociações da Azul com a Trip, que ontem anunciaram um acordo de fusão. "Toda mudança de regra gera incertezas. Por isso, resolvemos acelerar", disse o presidente da Trip, José Mario Caprioli.

    A expectativa é que o negócio seja analisado pelo Cade e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao longo dos próximos nove meses. Somente depois da aprovação dos órgãos reguladores é que as empresas vão iniciar o processo de integração.

    Oficialmente, as empresas não falam no fim da marca Trip, mas reconhecem que o racional é usar só um nome.

    Até lá, serão duas empresas de uma mesma holding. Os atuais donos da Azul -o norte-americano nascido no Brasil David Neeleman e oito fundos, entre eles Gávea, TPG e Bozano- ficam com 67% da empresa. Os grupos Caprioli e Águia Branca, donos da Trip, com o restante.

    Para concretizar a operação de troca de ações, os donos da Trip recompraram, há uma semana, os 26% que estavam nas mãos da americana Skywest. O valor usado para definir as participações não foi divulgado.

    O negócio cria a terceira maior empresa do país, com porte para enfrentar as líderes TAM e Gol. O faturamento conjunto de Azul e Trip deve chegar a R$ 4,2 bilhões neste ano. Em 2011, a TAM faturou R$ 13 bilhões, e a Gol, R$ 7,4 bilhões.

    Com frota de 112 aviões e 837 voos diários, o grupo Azul Trip responde por 29% das partidas realizadas no país.

    Ele atende 96 cidades, de um total de 108 que recebem voos regulares. Concorrem em 15 -entre elas Bauru, Marília e Londrina.

    Neeleman rebate críticas de que o fim da concorrência nessas 15 cidades possa levar a um aumento de passagens ou à redução de serviços: "Nos casos em que nossos voos saem muito próximos, devemos alterar horários para ampliar as frequências".

    O empresário disse ainda não esperar problemas no Cade à medida que não há barreira para a entrada de concorrentes nesses mercados. "O único aeroporto em que a concorrência não entra é São Paulo [Congonhas]."

    Neeleman afirmou considerar que o peso do grupo Azul-Trip poderá ajudar a levar o governo a repensar a política de distribuição de slots (vagas para pousos e decolagens) em Congonhas, dominado por TAM e Gol.

    Nos últimos meses, a aviação regional vem crescendo em ritmo acelerado. Em abril, segundo a Anac, enquanto a participação conjunta de TAM e Gol caiu 7,8% (de 81% para 74,7%), a fatia das empresas menores cresceu 33%.

    A Trip diz que não pretende romper o acordo de compartilhamento com a TAM. A expectativa é que isso aconteça após a efetiva fusão das operações com a Azul.

     

     

    Folha de São Paulo
    29/05/2012

    Fusão vai abrir uma janela de oportunidades para o setor
    RESPÍCIO ANTÔNIO DO ESPIRITO SANTO JUNIOR

    A fusão anunciada entre a Azul e a Trip tende a movimentar bastante o transporte aéreo no Brasil. Além de criar a terceira maior empresa aérea brasileira e a maior regional da América Latina, vai abrir uma janela de oportunidades a novos conceitos, práticas, estratégias e negócios do setor.

    Azul e Trip, juntas, poderão atrair grande volume de investimentos, uma vez que terão o segmento com mais potencial de crescimento no curto e médio prazos -o segmento regional- nas mãos.

    Nesse cenário, a fusão atrairá a atenção das mais diversas empresas estrangeiras, uma vez que a capilaridade de alimentação e distribuição de passageiros da nova empresa será única.

    Para a Azul-Trip, parcerias e contratos individuais com as estrangeiras tenderão a ser mais vantajosos do que o ingresso nas grandes alianças internacionais.

    TAM (Latam) e Gol (Gol/Varig/Webjet) também tendem a se beneficiar, pois deverão repensar estratégias e renovar conceitos e práticas. Nesse sentido, ajudadas por uma grande movimentação externa, terão uma excelente oportunidade para se modernizar.

    Por outro lado, haverá uma inevitável redução da concorrência nas ligações regionais -afinal, Azul e Trip deixarão de operar como concorrentes. Redução na concorrência quase sempre não é algo positivo para os passageiros.

    Para quebrar esta nova realidade em várias das localidades hoje servidas pela Azul-Trip, em especial as operadas pelos aviões turboélices ATR, TAM e Gol deveriam adquirir aeronaves similares, o que não parece muito provável a curto prazo.

    Outras questões têm relação com uma futura sinergia, com a dispensa de parte do contingente administrativo e a integração das culturas organizacionais das duas empresas, assim como dos planos de carreira, em especial da lista de pilotos seniores.

    A fusão deve ser positiva para o setor como um todo, mas haverá contratempos inevitáveis -alguns de trato delicado e difícil.

     

     


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