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  • Valor Econômico
    03/10/2012

    Gol acumula encomendas para 150 aviões da Boeing
    Cynthia Malta, Marina Falcão e Daniela Meibak

    A companhia aérea Gol, que neste ano já anunciou redução de voos, de pessoal, de frota e um prejuízo de R$ 715 milhões no segundo trimestre, projeta um futuro mais otimista. Com a Boeing, a Gol acumula um pacote de encomendas firmes de 150 aviões, no valor aproximado de R$ 29 bilhões.

    Na segunda-feira, a Gol anunciou, depois do fechamento do pregão da bolsa, um pedido novo de US$ 6 bilhões (ou R$ 12,2 bilhões) com a Boeing. Esta vai fornecer 60 aviões do modelo 737 Max, entre 2018 e 2026. Esse pedido soma-se a outros 90 aviões que a Gol já tem contratados com a fabricante americana, no valor de R$ 16,8 bilhões. A entrega desses 90 vem sendo feita e termina em 2017, informou a Gol ontem.

    Grande parte desses aviões (os 90 e os novos 60) destina-se à renovação da frota. A companhia não projeta expansão de sua capacidade, até 2014 (ver quadro ao lado). A Gol cortou 130 voos neste ano e soma atualmente 810.

    A forma de pagamento dos 60 aviões será definida em 2015, informou a Gol ontem. A frota está distribuída, segundo o balanço do segundo trimestre, entre leasing operacional (69%), que inclui prestação de serviço, e leasing financeiro (31%). Os compromissos assumidos com a Boeing referentes aos 90 aviões somam R$ 16,8 bilhões - até 2016, a Gol deverá ter pago, como adiantamento, R$ 1,9 bilhão, dividido em parcelas anuais.

    No fim de junho, a dívida bruta da Gol era de R$ 5,2 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões de leasing financeiro. Leasings operacionais a pagar somavam R$ 2, 5 bilhões.

    Ontem, as ações Gol PN fecharam em queda de 10,94% na Bovespa - na segunda-feira o papel havia subido 10,63%. Na bolsa de Nova York, o ADR da Gol caiu 10,49% ontem. Os investidores se decepcionaram. Havia expectativa de que a Gol divulgasse algum tipo de fusão, aquisição, venda do programa de milhagem Smiles ou sua abertura de capital. O anúncio dos 60 aviões foi feito após o fechamento do pregão.

    A decisão da Gol foi considerada prematura pela XP Investimentos: "A aquisição de aeronaves adicionais, além de pesar na alavancagem da companhia, iria contra a estratégia de retração da oferta em detrimento de rentabilidade."

    Renata Faber, do Itaú BBA, disse em relatório que o anúncio não gera impacto sobre a avaliação da Gol e reiterou sua projeção de "market perform" (desempenho na média do mercado) para o papel da Gol. O Bank of America (BofA) informou que "o anúncio deve ser visto como o processo de renovação da frota e não deve surpreender investidores nem mudar suas suposições para o longo prazo".

     

     

    Valor Econômico
    03/10/2012

    United descarta expansão de capacidade na AL
    Alberto Komatsu

    A América Latina continua no mapa de prioridades da United Continental, mas a maior companhia aérea do mundo não tem planos de aumentar significativamente a sua operação na região. A informação é do presidente-executivo e CEO da United, Jeff Smisek, que participou ontem de um evento para a mídia internacional em Chicago.

    "Nós mantemos o nosso foco na América Latina, mas temos sido bem disciplinados em termos de crescimento de oferta", afirmou Smisek, que preferiu não divulgar previsões de crescimento de demanda, sejam elas regionais ou individualmente por países.

    Durante o evento, a United anunciou o início de novos voos entre Chicago e Monterrey (México), com previsão de início em dezembro de 2012. A companhia também divulgou planos de frequências entre Chicago e Nassau (Bahamas) e entre Washington e San Salvador (El Salvador). No Brasil, a United opera 35 voos por semana para os Estados Unidos.

    "No negócio da aviação, o tamanho da sua rede de voos é muito importante. Estamos criando a maior rede do mundo, unindo duas malhas aéreas. Estamos criando sinergias para redução de custos e aumento de fluxo de caixa, com aeronaves mais eficientes no consumo de combustível", afirmou Smisek, sobre o processo de integração da United e da Continental, anunciada em meados de maio de 2010, com previsão de conclusão até o fim de 2013.

    A United já garantiu US$ 1,7 bilhão para iniciar parte do seu plano de renovação de frota, com aviões que consomem até 20% menos combustível, em relação a modelos similares em operação hoje.

    Segundo o vice-presidente sênior de finanças da companhia, Gerry Laderman, esses recursos foram obtidos com cerca de 100 investidores, com o apoio de empresas de seguros e bancos como Morgan Stanley e Credit Suisse.

    O financiamento será usado para a compra de sete aviões da americana Boeing, modelo 787, mais 32 modelos 737-900.

    "Não houve dificuldade em obter esse financiamento. O mercado está muito animado com essas novas aeronaves, mais econômicas e eficientes", afirmou Laderman.

    Dos sete aviões 787 já financiados, um foi entregue recentemente e os seis restantes deverão integrar a frota da United até o fim deste ano. No total, o pedido da United envolve 50 modelos 787, que deverão ser entregues até meados de 2017, estimou Laderman.

    Das 32 aeronaves 737-900, o executivo estima que 19 deverão ser entregues ainda em 2012. No total, são 50 aviões 737-900, com prazo de entrega até 2016.

    Os 32 modelos 737-900 já financiados integram um pedido total da United, para aeronaves da família 737, de 150 unidades. Deste total, são 100 modelos 737 Max, ainda em fase de desenvolvimento, mais 50 aviões 737-900, numa encomenda total avaliada em US$ 14,7 bilhões, a preços de lista.

    A frota atual da United Continental tem 699 aeronaves, o equivalente a mais de seis vezes a frota operacional doméstica da TAM, a maior empresa aérea brasileira, com 114 aviões. Juntas, United e Continental operam em torno de 6 mil voos por dia (a TAM opera 800).

     

     

    Folha de São Paulo
    03/10/2012

    Agência admite mudar regra de acessibilidade em avião
    Em audiência pública, representantes da Anac reconheceram falhas em normas apresentadas há 2 meses
    JAIRO MARQUES

    A Anac (Agência Nacional de Avião Civil) admite que há falhas nas novas normas de acessibilidade -que devem ser adotadas pelas empresas aéreas, aeroportos e passageiros- e já cogita a possibilidade de mudá-las. Ontem, numa audiência pública para debater as regras apresentadas há dois meses, a agência se comprometeu a contemplar sugestões dos presentes -cerca de 50 pessoas- e outras 400 propostas que foram feitas por e-mail.

    Entre os questionamentos feitos ontem estiveram a alocação de assentos reservados, responsabilidades pelos atendimentos, normas de treinamento e limitação do número de passageiros com deficiência nos aviões.

    As normas vão nortear o atendimento a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, pessoas com mais de 60 anos, pais de bebês recém-nascidos, grávidas e crianças sem acompanhantes.

    Essas pessoas foram 2,6% do total de viajantes em aviões no Brasil, entre 2009 e 2011, segundo a Anac.

    "Muita coisa ainda não está clara nas medidas. Já aprimoramos, mas vamos mudar mais", afirmou Fábio Rabbani, superintendente de infraestrutura aeroportuária da Agência Nacional.

    "O que identificamos que está falho, vai ser mudado", completa Rabbani.

    NORMAS

    A norma estabelece que as poltronas reservadas às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida sejam no corredor, tenham braço removível e sejam distribuídas ao longo do avião.

    O regulamento quer estabelecer também que o atendimento seja feito pelos operadores dos aeroportos e pelas empresas.

    O público sugeriu que empresas com experiência em lidar com pessoas com deficiência fossem contratadas.

    "Com que base vocês montaram a resolução? É preciso ouvir as pessoas com deficiência. Não há como um cadeirante acessar uma poltrona sem ajuda [como está descrito na norma] e o treinamento para os atendentes tem de ser presencial", disse o consultor Humberto Alexandre, que é cadeirante.

    O representante da Gol no evento, Alberto Fajerma, reclamou da limitação de vagas para deficientes em 50% do número de comissários. "É preciso levar em conta os acompanhantes dessas pessoas. Eles podem ajudar mais que um comissário", afirmou.

    O comissário de voo Paulo Ricardo Costa, da Ocean Air/Avianca, disse que a maioria dos aviões brasileiros não possui poltronas do corredor com braços removíveis.

    Até amanhã, a Anac recebe pelo email audiencia.facilitacao@anac.gov.br sugestões de modificações nas regras de acessibilidade. Não há prazo para as novas regras entrarem em vigor.

     

     

    Folha de São Paulo
    03/10/2012

    Cineasta diz ter se sentido inseguro em desembarque

    O cineasta Silvio Tendler, 61, que está "tecnicamente tetraplégico" desde dezembro, com movimentos reduzidos e usando cadeira de rodas, engrossou o coro das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que reclamam dos atendimentos em aeroportos.

    Após um problema na medula, Tendler, que é professor na PUC do Rio, tem precisado de atendimento especial para viajar.

    Ele conta que, no início de setembro, foi desrespeitado por um comandante da Webjet ao reclamar sobre a ausência de condições seguras para desembargar no Santos Dumont.

    "Não havia finger [ponte de embarque] nem ambulifit [carro adaptado com elevador]. Queriam que eu descesse em uma cadeirinha incômoda e sem segurança", diz.

    "O comandante chegou a dizer que eu deveria ter sido proibido de embarcar, pois alguém que não pode fugir de um avião pegando fogo não poderia viajar."

    TRANSTORNO

    Por meio de nota, a Webjet disse lamentar os transtornos e afirmou que "disponibilizou cadeira eletromecânica para o desembarque, e a tripulação, cumprindo normas de segurança, esteve presente a bordo até o desembarque do último cliente".

    "Virei um saco de batatas, dependente de três enfermeiros e enfrentando a realidade trágica dos cadeirantes do Brasil", relatou Tendler.

    Ele não protocolou queixa na Anac."Divulgo isso como uma revolta ao tratamento aos cadeirantes nos aeroportos", disse.

    "Devo fazer um filme, bem alto astral, mas que retrate a vida dos milhares de cadeirantes no país, que agora é a minha vida."

     

     


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