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  • IG Economia
    28/08/2012

    Azul sobe posições no vácuo deixado pela Gol
    Trip e Avianca também tiveram avanço em participação de mercado em julho
    Regiane de Oliveira - Brasil Econômico

    A estratégia da Gol de reduzir número de voos para tentar reequilibrar seu resultado financeiro já deu frutos, mas, por enquanto, os beneficiados foram Avianca, Trip e Azul. As três empresas lideraram o maior crescimento em participação no merca do em julho de 2012 quando comparada com o mesmo mês de 2011. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Gol perdeu 5,2 pontos percentuais em participação por número de passageiros por quilômetro transportados, ficando com 32,95%. No período, o número de assentos por quilômetro da companhia caiu 9,31%.

    Enquanto isso, a Avianca e a Trip passaram de 3% para 4,74% e de 3% para 4,68%, respectivamente. O Grupo Tam, que consolida os resultados de Tam e Pantanal, ficou estável, com participação de 41,87% no mercado, contra 41,01%. A Azul fechou o período com um aumento de 1 ponto percentual na participação, que fechou a 10,03% do mercado. “Vivemos um momento ímpar da aviação nacional, em que os voos estão cheios, mas as empresas não dão resultado”, afirma Enio Dexheimer, comandante aposentado da Varig e professor de indústria aeronáutica da PUC-RS. “E até o final do ano, quando a demanda é maior, apenas Azul e Trip estão se preparando para absorver a procura, mantendo as encomendas”, diz. A assessoria de imprensa da Azul informou que a companhia, que tem hoje 56 aeronaves, prevê fechar o ano com 63 equipamentos.

    De acordo com projeção da Tendências Consultoria , o fluxo de passageiros nos aeroportos no terceiro trimestre terá alta de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 2,8% na margem. “A elevação deverá ser concentrada nas linhas nacionais, uma vez que a desvalorização cambial deve ter impacto negativo sobre a demanda por viagens ao exterior”, informou a consultoria. Para o ano, a consultoria manteve a projeção de alta de 7%.

    Em julho, a Gol havia divulgado que sua oferta doméstica teve queda de 6,7% comparado ao mesmo período do ano anterior, por conta da estratégia de racionalização de voos iniciada em março de 2012, que teve como resultado a descontinuação de aproximadamente 100 voos diários. “A rentabilidade dos voos foi o principal fator para definir os cortes, em que os trechos mais longos e voos noturnos foram os mais impactados”, segundo a empresa.

    Voos internacionais

    Apesar da redução nos voos domésticos, a Gol conseguiu ter um leve crescimento de participação em voos internacionais, em que saiu de 10,49% para 12,89% do mercado. A Tam, apesar da união com a LanChile, teve queda de 0,9 ponto percentual, para 87,11% de participação no mercado.

    As empresas brasileiras não conseguiram se beneficiar do mês de férias escolares. Dados da Anac mostram que a demanda do transporte aéreo internacional para as aéreas caiu 2,33% em julho de 2012 em relação a julho de 2011. De janeiro a julho, houve crescimento da demanda em 0,59%, mas a oferta teve redução de 1,79%.

     

     

    Valor Econômico
    28/08/2012

    Demanda tem menor avanço desde 2008
    Alberto Komatsu

    A demanda por voos domésticos cresceu 7,86% em julho, na comparação anual. Apesar de ser um bom desempenho, por causa das férias escolares, foi o resultado mais fraco para julho desde 2008, quando o indicador subiu 7%. Nos mesmos meses de 2011, 2010 e 2009, o fluxo teve aumentos de 20,07%, 18,5% e 9,43%, respectivamente. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

    Esse cenário de crescimento menor da demanda, porém, não impediu que os voos domésticos atingissem, em julho, o maior nível mensal, em termos absolutos, desde o início da série histórica da Anac, em 2000. O principal índice do setor aéreo (RPK), que multiplica o número de passageiros pagantes pela quantidade de quilômetros voados, somou 8,2 bilhões.

    A desaceleração do crescimento da demanda doméstica já havia sido apurada por TAM e Gol, que revisaram para baixo projeções de demanda e oferta para o encerramento deste ano. Para elas, a aviação doméstica vai crescer, no máximo, 9% até dezembro. De janeiro a junho, a expansão foi de 7,4%.

    O aumento de capacidade dos aviões no país, de 2,06% em julho, é o mais baixo em sete anos. Só ganha de julho de 2006, quando a oferta de assentos mostrou recuo de 2,7%, ante igual mês de 2005. O resultado foi impactado pela estratégia de TAM e Gol de reduzir a oferta para aumentar taxa de ocupação dos aviões.

    Pelos dados da Anac, essa estratégia começa a surtir efeito. Isso porque a taxa média de ocupação dos aviões, de 79,45% em julho, foi a maior desde o início da série histórica da Anac. A taxa de ocupação dos aviões da TAM nos voos domésticos ficou em 81,43%, um crescimento de 8,48 pontos percentuais. Na Gol, por sua vez, a taxa foi de 77,62%, um recuo de 1,87 ponto percentual em relação a julho de 2011.

    A TAM teve expansão de 10,11% na demanda por voos domésticos no mês passado. Na Gol, houve recuo de 7,07%. As maiores taxas de expansão de demanda foram verificadas pelas companhias de médio porte, fenômeno que tomou corpo desde meados do fim do ano passado.

    A Avianca teve alta de 70,22% no fluxo de passageiros em julho, ante igual período de 2011. A Trip, que está em processo de fusão com a Azul, registrou crescimento de 68,66%, na mesma base de comparação. Na Azul, a expansão foi de 20,55%.

    O cenário de desaceleração do mercado doméstico também tem impacto forte nos voos ao exterior, operados por companhias brasileiras. Esse índice teve recuo de 2,33% em julho, diante de igual mês de 2011. Foi o pior resultado desde julho de 2009, quando a redução nesse indicador foi de 10,15%.

    De janeiro a julho deste ano, a demanda internacional ficou estável, com variação positiva de 0,59%. O desempenho acumulado de 2012 só é melhor do que o registrado em 2009, quando a variação acumulada ficou negativa em 6,36%, segundo a Anac.

     

     

    Valor Econômico
    28/08/2012

    FAB cede área para aeroporto no Guarujá
    Fernanda Pires

    A cidade de Guarujá, no litoral de São Paulo, receberá um aeroporto civil de porte médio até a Copa do Mundo, em 2014. Depois de três anos de negociação, a Força Aérea Brasileira (FAB) oficializa amanhã a cessão de uma área à Prefeitura. Com a titularidade do terreno, o município abrirá licitação para construção e operação privada do aeroporto. O investimento inicial previsto é de R$ 80 milhões e a capacidade será para 500 mil passageiros/ano. Pelo cronograma, o edital da concorrência será lançado até março de 2013.

    "Esperamos que no início do segundo semestre de 2013 já tenhamos uma empresa ou grupo vencedor", afirma Dário de Medeiros Lima, assessor estratégico da Prefeitura e chamado em 2009 especificamente para auxiliar o município no desenvolvimento conceitual do projeto. Ele é do Rio, onde se especializou em tocar projetos desse tipo.

    A área cedida via arrendamento à Prefeitura de Guarujá tem 275 mil metros quadrados, quase 10% do terreno total sob jurisdição da Aeronáutica na cidade, que é de 2,780 milhões de metros quadrados. Hoje no complexo existem edificações administrativas da base aérea, instalações como hospital de base, igreja, alojamentos militares, garagem, área de abastecimento, pátio de aeronaves, torre de controle e a pista da FAB.

    O novo aeroporto usará a pista da FAB, que tem 1.390 metros extensão e 45 metros de largura. "É mais do que o aeroporto de Santos Dumont, no Rio, por exemplo. Atenderá perfeitamente a questão metropolitana da Baixada Santista", diz Lima.

    O aeroporto terá capacidade para até quatro aeronaves estacionadas simultaneamente, sendo uma fazendo operação de saída ou entrada. A área terá estacionamento, pátio de aeronave, via de acesso e um terminal que ocupará 5 mil metros quadrados de terreno.

    Segundo Lima, o empreendimento estará operacional para a Copa do Mundo, pois poderá ser construído de forma modular. Além disso, as obras são mais de pavimentação do que de edificação, consideradas, portanto, de baixo impacto. "É claro que a Copa do Mundo é uma forma de a empresa vencedora amortizar o investimento e ter um retorno mais rápido", disse. Guarujá e Santos são cidades subsedes do evento, o que deverá incrementar o fluxo de visitantes à região.

    A ideia de um aeroporto civil em Guarujá é antiga, mas as discussões se intensificaram na última década. Há três anos o Executivo de Guarujá elegeu o aeroporto como um dos projetos estruturantes da Baixada Santista.

    No meio do caminho a Petrobras acenou com a necessidade de ter um espaço na base aérea da FAB para fazer as operações logísticas das plataformas de exploração de óleo e gás na bacia de Santos. E apontou como ideal a região originalmente pleiteada pela Prefeitura. A solução foi identificar um novo local no complexo da Aeronáutica para fazer o aeroporto.

    Como o terreno alternativo está degradado, a Petrobras entrou com a contrapartida de bancar o licenciamento ambiental para a Prefeitura, explica Lima. Também a petrolífera compartilhará a pista de pouso e decolagem da FAB - hoje usada para fins militares e para atender autoridades, sendo liberada eventualmente para uso civil.

    Já foi dada entrada na Cetesb, o órgão ambiental do Estado de São Paulo responsável pelo licenciamento ambiental. "A vocação da região, principalmente de Guarujá, sempre foi turística. Com o pré-sal, abre-se para o turismo de negócios também. Não se pensa em colocar aqui cargueiros", afirma Lima.

     

     

    Valor Econômico
    28/08/2012

    Voar é estratégico para o desenvolvimento
    Eduardo Sanovicz

    Falar de transporte aéreo no Brasil hoje significa dizer que o avião se transformou em um grande meio de transporte de massa e, por consequência, um grande empregador direto e indireto, com aproximadamente 984 mil trabalhadores, e fundamental para o crescimento econômico. O setor contribui com cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo recente estudo da International Air Transport Association (Iata), feito em parceria com a Oxford Economics. Voar, portanto, é integrar o país e estratégico para o seu desenvolvimento.

    No ano passado, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 86 milhões de passageiros usaram o modal aéreo como meio de transporte, 70% mais consumidores do que cinco anos antes e mais do que o dobro em uma década. Seu crescimento foi tão expressivo que, desde 2010, mais brasileiros embarcam a partir de aeroportos do que de estações rodoviárias - cerca de 67 milhões em viagens interestaduais em 2010, número em queda nos últimos anos, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

    Números da Iata mostram que o Brasil, hoje, já tem o quarto maior mercado aéreo doméstico, menor apenas que Estados Unidos, China e Japão, cenário que era previsto apenas para 2014. Tal crescimento se dá por inúmeras razões e, vale frisar, é amplamente inclusivo. Além do aumento da renda do brasileiro, outros fatores vêm permitindo que mais pessoas passem a se deslocar de avião: preços menores, acesso direto a canais de venda, viagem mais rápida, melhores condições de pagamento, maior oferta de voos, e programas de milhagem, entre outros.

    Face não menos importante do transporte aéreo é seu papel na distribuição de produtos de alto valor agregado e tecnológico e baixo peso. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a corrente de comércio brasileira em 2011 chegou a US$ 482,2 bilhões, sendo que 10,5% desse valor foi transportado por via aérea.

    Ao mesmo tempo, são muitos os desafios que as companhias aéreas - e o setor, de um modo geral - enfrentam para sustentar e ampliar esse quadro, seja no transporte de pessoas ou de cargas. A revisão do cálculo do preço do querosene em nosso país, para reduzir os custos do setor, é tema hoje fundamental, visto que ele chega a impactar em até 40% no valor da passagem. Cálculos do Iata mostram que no Brasil o preço dos combustíveis são, em média, 12% maiores que na América Latina e 17% superiores quando comparados à média global.

    Outras questões, urgentes de discussão, são a desoneração fiscal das empresas aéreas por meio da redução dos encargos sobre folha de pessoal; a política de tarifação aeroportuária e aeronáutica; a revisão da política alfandegária no que se refere à importação e exportação de equipamentos e serviços-reparos aeronáuticos (custos e procedimentos).

    Por fim, mesmo com o aumento extraordinário no número de passageiros nos últimos anos, apenas 130 cidades recebem voos regulares, segundo dados da Anac. Entretanto, 79% da população brasileira mora hoje a menos de 100 quilômetros de distância de um dos 129 aeroportos com oferta de voos comerciais. Conta com nosso apoio a iniciativa do governo federal de ampliar o número de aeroportos e também de cidades atendidas pela aviação civil regular.

    O crescimento no volume de passageiros também passa pelo barateamento dos bilhetes aéreos que ocorreu nos últimos dez anos, quando os preços caíram pela metade. Ainda assim, nosso país está na terceira posição, entre outros 139, no que diz respeito a impostos de ingressos e taxas aeroportuárias, segundo as estatísticas do Fórum Econômico Mundial 2011 e o Relatório de Competitividade do Turismo.

    Uma das consequências é que o brasileiro faz cerca de 0,31 viagem aérea por ano, número abaixo de outros países com características semelhantes, como o México. Para que alcancemos patamares superiores, é preciso obter condições para que o sistema aéreo como um todo seja mais competitivo, além de ampliado e modernizado.

    Nosso grande compromisso é com quem viaja de avião. Entendemos que ganhos em escala garantem, na ponta, passagens e serviços mais baratos, beneficiando sobremaneira o consumidor.

    Tais medidas, se discutidas e implementadas, terão reflexo imediato no desenvolvimento do setor aéreo e da atividade econômica de maneira geral, contribuindo de forma direta para a geração de novos empregos e renda. Irão possibilitar, também, que se mantenha o ritmo de inclusão dos novos consumidores no modal aéreo, o que é fundamental para um país continental como o Brasil, onde esse tipo de transporte pode encurtar distâncias.

    Além de passageiros e cargas, é graças à aviação que muitas vidas são salvas. De acordo com o Ministério da Saúde, só neste ano já foram transportados gratuitamente pelas empresas aéreas brasileiras mais de 2.880 órgãos, fato pouco divulgado, mas de extrema importância para milhares de brasileiros.

    É neste cenário que nasce a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), formada pelas cinco maiores companhias brasileiras: Avianca, Azul, Gol, TAM e Trip. Com a experiência de cinco empresas que empregam mais de 57 mil pessoas, dispõem de mais de 450 aeronaves e fazem cerca de 2.700 voos diários, a associação buscará contribuir para modernizar o setor aéreo brasileiro, em permanente diálogo com o poder público, a iniciativa privada, entidades de classe e o público consumidor.

    Somadas, Avianca, Azul, Gol, TAM e Trip representam a quase totalidade da oferta de voos no Brasil. Juntas, elas se transformam agora em ator importante na discussão de medidas que de fato tornem o Brasil um player relevante no mercado aéreo mundial.

    Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, foi presidente da Embratur, responsável pela implantação do Plano Aquarela e pela criação da Marca Brasil.

     

     

    Folha de São Paulo
    28/08/2012

    Dilma aperta funil para sócios da Infraero em Galeão e Confins
    Governo estuda exigir porte sete vezes maior que o do leilão de Guarulhos, Viracopos e Brasília - Candidatos devem ter experiência em aeroportos com no mínimo 35 milhões de passageiros por ano
    VALDO CRUZ - DIMMI AMORA

    A equipe de Dilma trabalha num modelo que deve multiplicar por oito, em relação ao primeiro leilão, a exigência de porte de um futuro sócio da Infraero na administração dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG). Há dois projetos em estudo. Um fixa experiência comprovada na operação de aeroportos com movimento de pelo menos 35 milhões de passageiros por ano. O outro, de ao menos 45 milhões.

    Dilma se inclina por alterar o modelo adotado na privatização dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas) e Brasília. Nele, a Infraero, estatal que administra os aeroportos do país, ficou minoritária (49%).

    Agora, ela encomendou um modelo em que a Infraero seria majoritária numa subsidiária (Infrapar), que administraria Galeão e Confins e ficaria com as participações da estatal nos três aeroportos privatizados.

    O governo escolheria -via licitação- um sócio para a Infraero na Infrapar, com experiência na administração de grandes aeroportos.

    Para convencê-lo a entrar no negócio como minoritário, a Infraero daria a ele total liberdade para administrar e operar Galeão e Confins.

    A mudança de modelo é criticada tanto pelos grandes operadores mundiais como por empresários brasileiros, que preferem assumir o controle majoritário.

    Os operadores já avisaram que aceitam participar, desde que sejam convencidos de que a nova proposta será rentável e segura juridicamente.

    Para isso, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) viaja para a Europa nesta semana, acompanhada do ministro Wagner Bittencourt (Aviação Civil) e do presidente da Infraero, Gustavo do Vale.

    Ele vão se encontrar com representantes de companhias espanholas (que controlam aeroportos também na Inglaterra), francesas e alemãs. Dilma ficou de tomar uma decisão depois que receber relatório das conversas com esses grupos.

    O limite de 35 milhões de passageiros considerado pelo governo é alto.

    Só 33 aeroportos no mundo tiveram esse movimento no ano passado, a maior parte deles sem perfil de operar em outros países.

    Se o limite aumentar para 45 milhões, apenas 19 aeroportos se classificariam.

     

     

    Folha de São Paulo
    28/08/2012

    Conselheiro, Gerdau aprova Guarulhos

    Um dos principais conselheiros da presidente Dilma Rousseff, o empresário Jorge Gerdau analisou e gostou do plano de administração e ampliação elaborado pelo concessionário vencedor da privatização do aeroporto de Guarulhos (SP).

    A pedido da própria Dilma, preocupada com o futuro dos aeroportos privatizados, Gerdau se reuniu com o consórcio vencedor -Invepar/ACSA- para analisar o plano que terá de ser aprovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

    De acordo com o que a Folha apurou, Gerdau disse a interlocutores que o projeto "ficou muito melhor do que o governo pediu e esperava" e que repassaria as informações à presidente. Gerdau comanda a Câmara de Gestão do governo.

    O consórcio anunciou a construção de um novo terminal para 12 milhões de passageiros/ano, estacionamento com 10 mil novas vagas e aumento de 36 posições no pátio de aeronaves, além de outras melhorias.

    Desde o resultado dos leilões de privatização de Guarulhos, Campinas e Brasília, a presidente passou a questionar e criticar sua equipe pelo fato de operadores de menor porte terem saído vencedores da disputa.

    A maior cobrança recaiu sobre a Secretaria de Aviação Civil, comandada pelo ministro Wagner Bittencourt, responsável pelo modelo de concessão, que agora pode ser abandonado pelo governo.

    Dilma considerou que sua equipe errou ao exigir que os participantes do leilão passado tivessem experiência em aeroporto com apenas 5 milhões de passageiros/ano.

    Desde então, a equipe de Bittencourt passou a se reunir com os vencedores para que eles reforçassem seus consórcios com empresas mais experientes.

    O grupo de Campinas também contratou os administradores do aeroporto de Munique para a gestão.

     

     

    Folha de São Paulo
    28/08/2012

    Qualquer que seja o modelo para os aeroportos, calendário aflige o governo
    NATUZA NERY

    Já não importa o modelo, Infrapar ou concessão. Até a grama da Esplanada sabe como será difícil preparar Confins e Galeão para a Copa-14. Isso porque, na avaliação interna do governo, leva-se quase o mesmo tempo para leiloar os dois terminais e para montar uma subsidiária com sócio internacional.

    Essas são as duas soluções que estão sobre a mesa da presidente.

    Eis a projeção: Dilma apresentou as concessões de Guarulhos, Brasília e Campinas (Viracopos) em maio de 2011.

    Os contratos foram assinados em junho de 2012, tempo considerado surpreendente para padrões públicos.

    Como há, pela frente, ao menos mais quatro meses de "transição operacional", os vencedores só devem assumir integralmente o negócio a partir de janeiro, um ano e sete meses após o anúncio.

    Se cumpridos os mesmos prazos, significa dizer que a solução para Galeão e Confins, com divulgação prevista para setembro, pode vir somente no fim de 2012.

    Um empresário talvez leve menos de seis meses para melhorar a gestão de um grande restaurante ou para administrar com eficiência um condomínio residencial.

    Mas dá para fazer algo semelhante em dois dos maiores aeroportos do país antes do Mundial?

    Aos que respondem "sim" fica a dica: tem gente na equipe presidencial morrendo de medo do calendário.

    Vem desse grupo o alerta: se é possível haver problemas com o relógio das concessões, o prognóstico pode ser muito pior com a Infrapar.

    No primeiro caso, goste-se ou não do resultado dos leilões passados, já se sabe a receita e o gosto do bolo.

    No segundo, nem sequer há uma receita. Trata-se de um desenho inédito, complexo e ultradependente de um parceiro internacional que tope, ao mesmo tempo, investir muito mais do que a Infraero e ter menos ações do que a estatal.
     

     

     


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