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  • Valor Econômico
    26/03/2012

    Plano de licenças da Gol é prorrogado
    Alberto Komatsu

    A Gol prorrogou para o dia 29 de março um programa de licença não remunerada para pilotos e comissários, inicialmente aberto entre os dias 6 e 16 de março, mas que não teve a adesão desejada.

    Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a Gol quer a adesão de 220 tripulantes. A empresa não confirmou esse número e informou que a adesão foi parcial. As licenças, de um ano, começam em 1º de abril.

    "A Gol tem um plano de negócios disciplinado. Para garantir a manutenção de um quadro de colaboradores condizente com suas necessidades operacionais em um período de baixa demanda, abriu inscrições, hoje [6ª feira], para que tripulantes manifestem, até o dia 29, a eventual intenção de serem desligados da empresa", informou a empresa.

    A procuradora Dinamar Cely Hoffman, do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Distrito Federal, está vai se pronunciar nesta semana sobre o programa. O procurador Fábio Leal Cardoso fez uma denúncia à Coordenadoria de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos (Codin), do MPT. Cardoso diz que o plano da Gol resulta numa "alteração ilícita" do contrato de trabalho. Isso porque ele é prejudicial ao trabalhador, pois não prevê estabilidade no retorno a quem aderir, entre outras cláusulas.

    Segundo Cardoso, esse tipo de programa só deve ser adotado em benefício do funcionário, como em casos de curso no exterior ou doença na família, e não em benefício do empregador.

     

     

    Valor Econômico
    26/03/2012

    Anac deve confirmar consórcio vitorioso em Viracopos
    Daniel Rittner

    A diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deverá confirmar, nos próximos dias, a rejeição ao recurso administrativo apresentado pela Odebrecht e a vitória do consórcio Aeroportos Brasil no leilão de Viracopos. O parecer técnico da comissão de licitação da Anac foi concluído no fim da semana passada e avalia que os argumentos apresentados pela Odebrecht não devem alterar o resultado. A diretoria colegiada da Anac se reunirá, provavelmente em caráter extraordinário, na sexta-feira para dar uma palavra final sobre o assunto. Embora haja divisões internas na agência, o grupo formado por Triunfo, UTC e a operadora francesa Egis deverá ficar com o caminho livre para assinar o contrato de concessão, o que está previsto para 21 de maio.

    Representantes do consórcio fizeram um périplo pelos gabinetes de Brasília, nas últimas semanas, para tentar dirimir dúvidas e afastar a desconfiança inicial do governo sobre a capacidade das três empresas em investir na ampliação de Viracopos e gerir um aeroporto que alcançará volume superior a 80 milhões de passageiros por ano - mais de três vezes a movimentação dos atuais terminais de Guarulhos.

    Altos executivos do grupo estiveram com cinco ministros: Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República), Miriam Belchior (Planejamento), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Wagner Bittencourt (Aviação Civil). Houve até mesmo um breve contato com a presidente Dilma Rousseff, durante visita dela às obras da ferrovia Norte-Sul, no qual ela se aproximou de um representante da Triunfo, que tem 45% do consórcio - a UTC tem outros 45% e a Egis, 10%. "Olha, vocês vão ter uma grande responsabilidade, hein?", advertiu a presidente.

    Sabendo que desagradaram ao Palácio do Planalto as declarações do presidente da Triunfo, Carlo Botarelli, o grupo trocou seu principal interlocutor com o governo. Quem tomou a frente, com aval de todos os sócios, foi João Santana, ex-ministro do governo Collor e hoje presidente da Constran (empreiteira controlada pela UTC). Ele deverá assumir, por dois anos, a presidência do conselho de administração da futura concessionária. O consórcio já busca, no mercado, um executivo para chefiar o dia a dia das operações. Mas há dificuldade em encontrar alguém com experiência na administração aeroportuária, já que só a Infraero tem histórico relevante no setor.

    Mesmo tendo oferecido ágio de 159% sobre o lance inicial, com uma proposta de R$ 3,82 bilhões, o consórcio projeta que a empresa formada para administrar o aeroporto atingirá lucro cerca de seis anos depois de assumir a gestão de Viracopos. No período inicial, as receitas aeronáuticas e comerciais geradas com a concessão ainda não deverão ser suficientes para deixar as contas no azul, após as despesas de operação e manutenção e os investimentos exigidos - além da outorga anual de R$ 127 milhões.

    O investimento comprometido ao longo dos 30 anos de duração do contrato deverá estar plenamente compensado - o chamado "pay back" - em torno do 14º ano de concessão. Depois disso, o que entrar no caixa seria lucro. Por isso, não há dúvida nenhuma no consórcio de que a taxa de retorno ficará acima dos 6,46% estimados pelo governo.

    Por obrigação contratual, a nova concessionária de Viracopos deverá construir um terminal com capacidade para 5 milhões de passageiros por ano até 2014. No entanto, o consórcio Aeroportos Brasil já encomendou o projeto para erguer um terminal com 120 mil metros quadrados, com capacidade entre 10 e 12 milhões de passageiros. A tendência, mais para frente, é demolir a estrutura atual.

    Hoje, entre 60% e 70% da receita tarifária de Viracopos provém da movimentação de cargas. O objetivo é equilibrar essa receita com a de passageiros em um prazo de aproximadamente cinco anos, fazendo as duas aumentarem. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), por exemplo, já procuraram o grupo para manifestar o interesse em abrir um terminal de cargas.

    Para o grupo que deverá ser oficializado como futuro concessionário de Viracopos, a vocação do aeroporto é receber voos de longo curso, como rotas para os Estados Unidos e a Europa. A empresa aérea Avianca, em contato recente com o consórcio, antecipou o desejo de implantar em Viracopos voos diretos aos Estados Unidos (provavelmente para Miami) usando aviões Boeing 787, chamados de Dreamliner.

    Para atrair voos internacionais - e mesmo domésticos - de Guarulhos, estuda-se uma política comercial agressiva, com compromissos às companhias aéreas de rápido embarque e desembarque, além de agrados como o fornecimento gratuito de energia elétrica às aeronaves. Quando elas estão paradas, em solo, precisam de eletricidade para manter as luzes acesas e o sistema de ar-condicionado em funcionamento para receber passageiros.

    Em 2011, segundo a Infraero, o aeroporto de Viracopos teve lucro de R$ 105 milhões - resultado de receitas totais de R$ 313,7 milhões e despesas de R$ 207,9 milhões. Foi o terceiro mais rentável de 66 aeroportos da rede.

     

     

    O Estado de São Paulo
    26/03/2012

    Anac mantém decisão do leilão para Viracopos
    Odebrecht e ES questionaram, em recurso, o resultado do leilão do aeroporto de Campinas
    Rosana de Cassia

    A Comissão Especial de Licitação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) manteve a habilitação do consórcio vencedor no leilão do Aeroporto de Viracopos (Campinas, SP). Aviso publicado no Diário Oficial da União afirma que, depois de analisados os recursos interpostos pelo consórcio Novas Rotas, liderado pela Odebrecht, e pela sociedade empresária ES Engenharia Ltda, a comissão deliberou manter a decisão que habilitou o Consórcio Aeroportos Brasil. O consórcio é liderado pela sociedade empresária TPI - Triunfo Participações e Investimentos S/A.

     

     


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