O
Dia
30/3/2007
Mais empregos e aviões
Gol promete duas mil contratações
para dobrar frota da Varig.
Ex-funcionário terá prioridade
Rio - O presidente da Gol, Constantino
Oliveira Júnior, garantiu ontem que vai dobrar o
efetivo da Varig, hoje de aproximadamente 2 mil funcionários.
A prioridade, segundo ele, será para profissionais
demitidos pela companhia, que dispensou 5.500 empregados
em todo o País, no ano passado, sendo 4.544 no Rio
de Janeiro. “Daremos preferência aos ex-colaboradores
da Varig”, afirmou.
A empresa passará por uma mudança
radical. O estilo Gol, conhecido por preços mais
baixos e economia nas refeições a bordo, também
será adotado na nova companhia. Mas, segundo Constatino
Júnior, as duas empresas vão continuar independentes
e concorrentes em destinos sul-americanos. Com isso, o Smiles,
programa de milhagens da Varig, por exemplo, será
mantido, mas não poderá ser usado nos vôos
da Gol.
De acordo com Constantino Júnior,
o plano é oferecer passagens mais baratas, tanto
para vôos domésticos quanto para internacionais.
Os bilhetes da Varig continuarão mais caros que os
da Gol, mas o valor passará por uma redução.
A nova fase da Varig, segundo o empresário , poderá
ser definida como uma empresa “low cost (baixo custo)
internacional”.
SEM BARRA DE CEREAL
“Claro que não vamos servir
barra de cereal, era brincadeira”, disse Constantino
Júnior. “Mas teremos um serviço de bordo
mais prático”, confirmou. Bem diferente do
champanhe e caviar, produtos que chegaram a ser oferecidos
em outros tempos da Varig. “Vamos atender a pessoas
que buscam transporte objetivo, eficiente, com conforto
e praticidade”, destacou o executivo.
No mercado doméstico, será
aplicada a mesma fórmula de baixo preço dos
bilhetes para tentar atrair novos passageiros, de alta classe,
que valorizam serviços diferenciados. Mas Constantino
Júnior não informou como isso seria feito
sem que uma empresa atrapalhasse a outra. A compra da Varig
foi fechada por US$ 320 milhões. O negócio
ainda precisa ser aprovado por autoridades que regulam o
setor.
SEM VOLTA
“Minha condição financeira
hoje é melhor do que se eu fosse comissária.
Não aceitaria voltar”. A afirmação
é da ex-funcionária da Varig</MC> Juliana
Neves, de 28 anos, que agora trabalha como fisioterapeuta
da clínica de estética Ivan Abadesso, na Barra
da Tijuca.
Ela ficou conhecida depois de posar na
‘Playboy’, de setembro do ano passado, ao lado
das também ex-comissárias da Varig Sabrina
Knop e Patrícia Kreusburg. Hoje, modelo e hostess
de um restaurante, Sabrina faz coro com a ex-colega e descarta
a possibilidade de retornar: “Estou buscando outros
ares e torcendo pela Varig, mas a distância”,
reitera Sabrina. As duas fazem parte do grupo de 5.500 funcionários
demitidos pela companhia. Juliana não esconde a mágoa.
“Saí de lá sem receber nenhum direito
trabalhista”.
Prontos para a oportunidade
Profissionais desempregados do setor aéreo
estão prontos para a oportunidade que o presidente
da Gol, Constantino Júnior, prometeu lhes dar. Presidente
do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Simone Balbino
garante: “Temos cadastro atualizado de todos os profissionais,
inclusive os demitidos da Varig, com informações
profissionais, como idade, função e histórico,
à disposição da Gol”, revelou.
Ela disse ainda já ter se antecipado.
“Enviei e-mail ao Sr. Constantino pedindo uma reunião
para, no máximo, segunda-feira”, contou. Além
de fornecer relação da mão-de-obra
disponível, a categoria promete cobrar da Gol pendências
trabalhistas deixadas pela Varig.
Sobre contratações, os aeroviários
estão receosos. “Em seis meses, a Gol foi a
que menos contratou ex-funcionários da Varig. Não
acreditamos em nenhuma promessa”, lembrou Simone.
Site da AMVVAR
30/03/2007
AERUS: Ser Samurai, ou ser Pedinte?
Nelson Cirtoli - Assistido Aerus
Samurai significa: “ a serviço”
de um senhor, ou seja, um servidor. Sua reputação
e fama são devido ao seu espírito de justiça,
coragem, compaixão, cortesia, retidão, honra
e lealdade.
Um samurai sabe que suas ações
e omissões atingem a todos aqueles que mantêm
relações.
Entre a filosofia samurai e a do pedinte,
que explora a compaixão de si mesmo, fico com a filosofia
samurai.
Em vista disso, espero jamais pedir algo
a uma pessoa escalada para ser o meu verdugo, cuja função
não é a de avaliar se o fato dele me decapitar
é justo, ou não.
É o caso do Agente Público,
Interventor e Liquidante do Aerus, que ocupa uma função,
que ao que parece, não lhe cabe averiguar se o que
está fazendo é justo, ou não. A ele
cabe intervir e liquidar, mesmo que a Lei seja clara, quando
diz que uma intervenção de um fundo de pensão,
não pode ser feita concomitantemente com sua liquidação.
E que, uma intervenção e uma liquidação,
mesmo que feitas cronologicamente dentro da Lei, não
podem atingir apenas um segmento de um fundo, mas sim o
todo.
Também não seria um pedinte
desse Agente Público, instituído ilegalmente,
por que usou de todo o seu poder para dispensar a Varig
de fazer qualquer aporte de sua dívida para com o
Aerus, facilitando sua entrega a “laranjas”
internacionais, até que a o resultado da Ação
do Congelamento Tarifário fosse pago pela União.
A partir de então, esse Agente Público
passou a assistir a tudo passivamente, como se a responsabilidade
por seus atos não existisse.
Também não seria um pedinte
a esse Agente Público, por que ele representa o congelamento
tarifário, que que arruinou a Varig e o Aerus. Que
cancelou os 3% sobre as tarifas aéreas, 21 anos antes
do acordado com os trabalhadores e que, além de executar
estas e outras atrocidades foi omisso, portanto conivente,
enquanto Agente Fiscalizador de muitas outras ações
ruinosas contra os trabalhadores.
Que eu tenha a nobreza de jamais me comportar
como um pedinte diante de meu algoz. Que tenhamos a dignidade
de samurais em equipe, com as virtudes necessárias
para fazer substituir o Agente Público por um Interventor
isento, que desempenhe a sua função de defender
os Participantes e Assistidos. Que levante a liquidação
e comunique o Judiciário, sobre a troca das promissórias
que a Varig tinha contratado com o Aerus, para abater a
sua dívida, pelo resultado da Ação
do Congelamento Tarifário efetuado pela própria
União.
Que não sejamos mais um montepio,
ou uma capeme, com o nosso patrimônio, que existe
de fato, sendo drenado para outros bolsos.
Folha de São Paulo
30/03/2007
Negócio mostra que lei deu
certo, diz juiz da recuperação judicial
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO
Responsável pelo processo de recuperação
judicial da Varig, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª
Vara Empresarial do Rio, afirma que o aumento do limite
de participação de empresas estrangeiras em
aviação poderia estimular a concorrência.
Para ele, a aquisição foi um sinal de que
a lei de recuperação de empresas "deu
certo".
Ayoub diz ainda que a ação que a "velha
Varig" move contra a União por causa de defasagem
tarifária pode resolver o problema do fundo de pensão
Aerus. Leia entrevista à Folha.
FOLHA - Como o sr. avalia a aquisição
da Varig pela Gol?
LUIZ ROBERTO AYOUB - Vejo de forma positiva porque a Gol
é empresa consolidada. Aumenta a possibilidade de
recuperação mais rápida da empresa
remanescente [a fatia da Varig que carrega dívidas
e permanece em recuperação judicial]. Todos
têm falado nos efeitos de concentração
do mercado, mas sou mais otimista. Em paralelo, destaco
que há necessidade de flexibilizar a questão
da participação de capital estrangeiro. Acredito
que significará um estímulo à concorrência.
Não concordo com as críticas que dizem que
isso é o capitalismo à brasileira. Isso apenas
o tempo dirá.
FOLHA - Mas, com só duas empresas
dominando o mercado doméstico, ainda teremos promoções?
AYOUB - Daí a visão estratégica de
aumentar a participação de capital estrangeiro,
sem que isso represente maltratar a soberania nacional.
Mas não podemos esquecer que a Varig tem 4% de fatia
do mercado e isso não vai resultar em diferença
substancial. A Gol pretende manter as duas empresas independentes,
o que estimula de alguma forma a concorrência.
FOLHA - A "velha Varig" volta
a voar neste ano?
AYOUB - Ela apresenta o plano à Justiça hoje.
Precisa de um determinado número de aviões
para operar com uma margem mínima de lucro. Precisa
de capital de giro porque operará no vermelho por
alguns meses, assim como qualquer empresa que está
nascendo.
FOLHA - Como fica o fundo de pensão
dos funcionários, o Aerus?
AYOUB - Há em curso uma ação no Superior
Tribunal de Justiça importante para o destino da
Varig remanescente e para o Aerus. Houve um tempo em que
a ação de defasagem tarifária poderia
salvar a Varig, mas não foi possível naquele
momento. Agora essa mesma ação pode resolver
o problema do Aerus. É uma situação
grave, de caos social, milhares de pensionistas que da noite
para o dia têm um decréscimo na renda.
FOLHA - Os compradores da "nova Varig"
fizeram promessas que não se cumpriram, como contratar
pessoal ou comprar 50 aviões. Como o senhor avalia
essa administração?
AYOUB - A participação dessas pessoas que
hoje se despedem foi de extrema importância para que
a Varig tenha conseguido se salvar, mas não havia
avião no mercado. Se não tivessem tido tantas
dificuldades, não teriam alienado a Varig agora.
Quem comprou [a Gol] fez isso porque acredita na empresa.
A lei deu certo. Quero ver agora a criação
de empregos, uma promessa pela qual torci desde o início
e acreditava que pudesse se fazer cumprir.
Jornal do Brasil
30/03/2007
Parte podre da empresa vai
causar disputa judicial
Ana Paula Machado
Depois de adquirir a parte boa da Varig,
a Gol terá ainda que resolver a questão tributária
e trabalhista. Entre especialistas não há
consenso quanto à sucessão trabalhista, porque
a nova Lei de Falências e Recuperação
de Empresas, na qual a Varig está enquadrada, ainda
é nova e não há jurisprudência
sobre o tema. Em uma coisa todos concordam: haverá
uma grande disputa judicial.
Para o advogado Miguel Bechara Junior,
dono do Bechara Jr. Advocacia, a "manobra jurídica"
para separar a parte boa da ruim da empresa não será
aceita pelo Judiciário.
- Da forma como o nosso direito é
estruturado, esse tipo de situação não
é possível - afirma.
Ele conta que esse tipo de operação
é bastante conhecida pelos advogados e que a Justiça
tem dado decisões desfavoráveis às
empresas.
- Tenho casos de clientes que fizeram
esse tipo de manobra e o Judiciário concluiu que
houve sucessão - garante o advogado.
Entre os casos, ele cita o de um cliente
que fez a cisão da empresa (dividiu a firma entre
parte boa e ruim) e vendeu a parte boa.
- O INSS foi brutalmente em cima do cliente
e o Ministério Público chegou a mover uma
ação criminal - comenta Bechara. - Nesse caso
houve, inclusive, a desconsideração da personalidade
jurídica.
Ou seja, a cobrança das dívidas
da empresa atinge os bens pessoais dos sócios. O
advogado Fernando Nees, do escritório Martinelli
Advocacia Empresarial, endossa a previsão de Bechara.
- Em relação aos débitos
tributários, a nova Lei de Falências é
clara e prevê que não haverá sucessão
tributária - afirma. - No entanto, a lei não
é tão discricionária na área
trabalhista - diz o advogado.
Jornal do Brasil
30/03/2007
O vôo alto de quem começou
na estrada
Ariverson Feltrin e Wagner Oliveira
São Paulo, O empresário
que começou no ramo de transportes nos tempos do
carro de boi projeta uma Varig revitalizada com 150 aviões
- um tamanho que, nem no auge, a antiga Varig alcançou.
Constantino de Oliveira, 76, o seu Nenê, disse que
sempre teve planos ambiciosos ao longo da vida, que começou
na mineira Patrocínio, no Alto Paranaíba.
Ele prevê para a companhia recém-adquirida
por uma de suas empresas, a Gol, o mesmo sucesso que trilhou
desde os primeiros tempos de trabalho no interior de Minas
Gerais.
- Estamos com muita garra - diz, com linguajar
que traduz a opção por um estilo simples de
vida.
Tudo começou quando, ainda menino,
na companhia do pai ajudava a família. Transportava
tudo:
- De galinha a guarda-chuva. Uma viagem
de Minas a São Paulo durava 20 dias. Eram tempos
das jardineiras - um ônibus focinhudo movido a gasolina,
um dos primeiros veículos que comprou na longa trajetória
de sucesso.
- Sem estradas pavimentadas, era fé
em Deus e pé na tábua.
Do interior mineiro, trazia toucinho, feijão
'roxão', entre outros alimentos. O carro voltava
carregado de diversos produtos industrializados, entre eles
guarda-chuvas.
Esse comércio dava muito crédito
ao pai do seu Nenê, Joaquim, comerciante respeitado
até no litoral paulista, onde se chegava num dia
inteiro de viagem entre São Paulo e Santos. No bairro
paulistano da Móoca, compravam combustível
na Esso. Seu Nenê lembra que o pai era dinâmico
e aos 85 anos ainda lia e dava conselhos ao filho.
Foi assim que aos poucos Nenê foi
formando sua fortuna. Em 1959, ao comprar um avião
teco- teco, já vislumbrava um negócio na aviação
civil.
- Se eu já tinha esta visão
na época, é porque não era bobo.
Mas antes de lidar com aviões, Nenê
conheceu bem o meio ao trabalhar com ônibus . Foi
lá que diz ter aprendido a valorizar o passageiro.
- O passageiro sempre está acima
de tudo. Se tem algo que nos fez prosperar foi o respeito
por quem paga a passagem e merece um serviço qualificado.
A Expresso União surgiu nos anos
40, em Patrocínio. De lá para cá, os
negócios cresceram até chegar à Gol,
em 2001. Com investimento inicial de US$ 20 milhões,
a empresa é avaliada atualmente em US$ 6 bilhões,
uma valorização de 30.000%, num dos maiores
cases de sucesso de toda a Amércia Latina. Antes
da compra da Varig, analistas de mercado já projetavam
um valor de US$ 9 bilhões para a Gol, que encomendou
100 novos aviões à Boeing - atualmente sua
frota opera com 66 aviões.
Com o filho no comando, Constantino Jr,
a Gol Linhas Aéreas foi criada com a filosofia do
baixo custo, uma idéia fixa que jamais abandonou.
Questionado sobre a barrinha de cereais distribuída
em vôos domésticos da Gol, seu Nenê não
perde a oportunidade:
- É boa. Emagrece.
Antes de decidir o destino dos filhos no
mundo dos negócios, deu formação qualificada,
com estudos no exterior, e explorou a vocação
de cada um dos quatro herdeiros homens: Henrique (35), Constantino
(38), Joaquim (41) e Ricardo (43). - Procurei encaixar cada
um deles em suas aptidões e sempre deixar a família
unida.
As três filhas mulheres, seu Nenê
preferiu deixar de fora do mundo dos negócios.
Os quatro irmãos estrearam em 2005
na lista de ricos da revista "Forbes" com uma
fortuna pessoal de US$ 1,1 bilhão, cada um.
Valor Econômico
30/03/2007
Cade vai analisar conseqüências
da operação no setor
Juliano Basile
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) do Ministério da Justiça deverá
analisar duas grandes questões na compra da Varig
pela Gol.
Primeiro, o fato de a Gol - uma das líderes
do mercado de aviação no Brasil - ter adquirido
uma empresa em fase de recuperação judicial.
Nesse sentido, a aquisição tem chances de
ser considerada positiva, pois os conselheiros podem concluir
que a Gol terá condições de injetar
capital na Varig, melhorando a situação da
companhia e, em conseqüência, a oferta de serviços
aos consumidores.
Mas, numa segunda análise, o órgão
antitruste deverá verificar se não seria melhor
que outra companhia - e não uma das líderes
do setor - tivesse feito a compra da Varig. Nesse ponto,
o Cade pode considerar que a seria mais benéfico
para os consumidores que a Varig fosse adquirida por outra
companhia com interesse em entrar no mercado brasileiro,
ou por uma empresa que já atua no país, mas
que tem a intenção de expandir a sua atuação
no mercado nacional.
Essa segunda análise poderia pesar
contra o negócio, caso o órgão antitruste
entenda que a aquisição da Varig seria uma
oportunidade para outra empresa ampliar a competição
no setor aéreo brasileiro, e não para que
uma das líderes desse mercado cresça ainda
mais.
O ex-assessor do Cade e consultor da Câmara
dos Deputados Cezar Mattos explicou ao Valor que, na primeira
análise, o órgão antitrutes deverá
aplicar a Teoria da Firma Falida. Trata-se de uma tese segundo
a qual é melhor que uma companhia em dificuldades
financeiras seja adquirida por outra com condições
de investir em sua recuperação. Se a companhia
em falência não for adquirida, ela deixará
de prestar serviços e, com isso, o mercado perderá
um competidor. Logo, é mais positivo para o mercado
que essa empresa seja adquirida por outra, garantindo assim
a continuidade de suas operações e, por conseguinte,
da prestação de serviços ao consumidor.
A Gol informou que manterá a marca
própria da Varig, o que deverá ser bem visto
pelo Cade. Se o órgão aplicar essa teoria
no julgamento do negócio, são grandes as chances
de aprovação.
"Os conselheiros terão de
fazer duas perguntas-chave", explicou Mattos. "Primeiro,
se os ativos da Varig sairiam do mercado, com a devolução
das aeronaves e a redução nas operações.
E, em seguida, se não haveria a probabilidade de
outra empresa com participação menor adquirir
a Varig."
Por coincidência, praticamente na
mesma hora em que a Gol anunciava a compra da Varig, na
tarde de quarta-feira, o Cade julgava e aprovava a compra
da Varig, da Nordeste e da Rio Sul pelo grupo Volo. O grupo
Volo vinha administrando a Varig desde 20 de julho de 2006,
quando adquiriu a companhia por R$ 52,324 milhões,
num leilão.
Os conselheiros consideraram que a compra
pela Volo não prejudicou a concorrência, uma
vez que a empresa encontrava-se em fase de recuperação
judicial. Eles chegaram a considerar o possível acréscimo
de 20% do capital social da Varig por uma companhia estrangeira,
o que poderia ferir o Código Brasileiro de Aeronáutica.
No entanto, a Secretaria de Acompanhamento Econômico
(Seae) do Ministério da Fazenda informou ao Cade
que a participação estrangeira na Varig era
inferior ao limite imposto pela legislação
nacional. Com isso, o negócio Volo-Varig foi aprovado
por unanimidade. Agora, resta o caso Gol-Varig.
O Estado de São Paulo
30/03/2007
Gol quer um ano para retomar
vôo para exterior
Ações da Gol subiram
9,32% ontem, com o anúncio da compra da Varig
Mariana Barbosa
A recomposição da malha da
Varig, anunciada ontem pela Gol, nova controladora da companhia,
não se dará de imediato. Segundo o presidente
da Gol, Constantino de Oliveira Junior, a Varig pretende
retomar os vôos internacionais para Europa e Estados
Unidos 'ao longo dos próximos 12 meses'.
Pelas regras acertadas com a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) quando a
Nova Varig foi adquirida em leilão judicial em julho
passado, a empresa tem até 14 de junho para retomar
as concessões de vôos internacionais, sob pena
de perdê-las. 'Vamos pleitear a extensão do
prazo, pois acreditamos que é do interesse da sociedade
a retomada desses vôos', afirmou Junior. A aquisição
da Varig por US$ 320 milhões repercutiu positivamente
no mercado financeiro. Ontem, as ações da
Gol lideraram as altas na Bovespa e encerraram o dia com
uma valorização de 9,32%.
Em entrevista concedida ontem para explicar
detalhes da operação, Junior admitiu que a
compra da Varig - que se deu por meio da emissão
de 6,1 milhões de ações preferenciais
e do pagamento de US$ 98 milhões (menos de 10% do
caixa da Gol) -, terá impacto no balanço do
segundo trimestre da Gol. 'A expectativa é de que
a incorporação seja feita o mais rápido
possível para neutralizar esse impacto.'
A empresa pretende dobrar a atual frota
da Varig, para 34 aviões. Serão 20 Boeings
737 e 14 Boeings 767. Junior descartou a possibilidade de
transferir para a Varig as encomendas de 737 da Gol, previstas
para serem entregues esse ano. 'As empresas serão
geridas de forma independente, com estratégias e
posicionamentos distintos', disse. Ele garantiu que os slots
da Varig em Congonhas tampouco serão transferidos
para a Gol. 'É possível que haja uma melhor
distribuição temporária de balcões
de check-in, mas a idéia é aumentar o fluxo
de passageiros para a Varig.'
Junior definiu o novo posicionamento da
Varig no mercado internacional como de 'baixo custo e longo
alcance'. A empresa manterá o programa de milhagem
e terá serviço de bordo sem luxo, mas menos
espartano que o da Gol. 'Não vamos servir barrinhas
de cereal de um quilo', brincou.
Segundo o empresário, os custos
operacionais da Varig serão reduzidos ao máximo,
mas 'dificilmente serão similares aos da Gol'. 'Vamos
adotar um modelo de gestão com custos operacionais
eficientes e repassar os ganhos para as tarifas', afirmou.
À tarde, em visita ao juiz responsável
pela recuperação judicial da Varig, Luiz Roberto
Ayoub, o presidente da Gol afirmou que a duplicação
da frota deverá gerar 2 mil novos postos de trabalho,
com preferência para ex-empregados. Na audiência
com o juiz, Junior estava acompanhado dos executivos Guilherme
Laager, presidente da Varig, Marco Antonio Audi, sócio
da Volo do Brasil, dono da VarigLog, e do advogado Roberto
Teixeira.
'Estou muito animado. Tenho esperança
muito grande na recuperação da empresa remanescente
(em recuperação judicial), no crescimento
rápido da nova empresa, na geração
de divisas de volta para o Brasil, com a bandeira da Varig',
comentou Ayoub no início da noite.
PEDIDO
DE LULA
Segundo o dono da Gol, a decisão
de adquirir a Varig não se deu por razões
políticas, mas apenas de mercado. 'A compra adiciona
valor à Gol', disse Junior, esclarecendo que o presidente
Lula 'não pediu nem exerceu influência sobre
a decisão'.
Ele não quis revelar a atual situação
financeira da Varig. No mercado, comenta-se que a empresa
estaria perdendo R$ 20 milhões por mês. 'O
balanço da empresa é saudável em termos
de passivos e ativos. Mas não sei qual é o
resultado no balancete mensal', disse. Ele descartou a possibilidade
de ter pago caro pelo negócio. 'O antigo controlador
fez investimentos na companhia maiores do que o preço
pedido', disse ele.
O fundo Matlin Patterson, por meio da Volo
e da Varig Log, pagou US$ 24 milhões pela Varig em
julho do ano passado, com a obrigação de aportar,
no curto prazo, US$ 75 milhões. Não se sabe
ao certo quanto foi investido no total, mas estima-se que
o Matlin teria lucrado o dobro do que investiu.
Junior demonstrou confiança de que
a empresa não herdará as dívidas da
velha Varig. 'As decisões judiciais desde o leilão
judicial indicam que não há sucessão',
disse, negando que tenha recebido garantias do governo sobre
isso.
O Estado de São Paulo
30/03/2007
STF dá liminar em favor da
CPI do Apagão Aéreo
Mas decisão não
ordena instalação imediata da comissão
e dá tempo a governistas para lutar contra investigação
Mariângela Gallucci, BRASÍLIA
Dois dias depois de sofrer um revés
na Justiça Eleitoral, que abriu caminho para que
seja considerada contra a lei a migração de
deputados para partidos aliados ao governo, a base de apoio
ao presidente Lula amargou nova derrota: o ministro Celso
de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu razão
ontem ao pedido da oposição para criar a CPI
do Apagão Aéreo - arquivada na semana passada
na Câmara.
A derrota dos governistas, no entanto,
foi apenas parcial. A decisão de Mello é liminar
e não determina a instalação imediata
da CPI. Segundo o ministro, a comissão só
poderá ser instalada se isso for determinado pelo
conjunto de ministros do STF. Como o julgamento em plenário
só está previsto para o final de abril ou
início de maio, o governo ganhou um mês de
prazo para esfriar os ânimos em torno do apagão
aéreo.
Em seu despacho, Celso de Mello afirmou
que a sociedade tem o direito de saber a verdade sobre o
caos aéreo. Sua decisão aceitou os principais
argumentos apresentados pela oposição. Ele
considerou, por exemplo, que a CPI tem fato determinado
- argumento usado pelos governistas contra a instalação
da CPI na Câmara.
A decisão de Celso de Mello é
liminar, ou seja, provisória, mas poderia ter determinado
efeitos imediatos. O ministro explicou que esse caso tem
especificidades, por isso não pôde determinar
a instalação imediata da CPI. “É
que não existem, em nosso sistema político-jurídico,
nem a instituição provisória, nem o
funcionamento precário de Comissão Parlamentar
de Inquérito, cuja instalação, por
isso mesmo, dependerá da eventual concessão,
pelo Supremo Tribunal Federal, deste mandado de segurança”,
afirmou. Ou seja, a CPI, se instalada, correria o risco
de ser anulada por uma eventual votação do
plenário do STF.
Pela decisão de Celso de Mello,
volta a valer o ato da Presidência da Câmara
que havia reconhecido a criação da CPI. No
entanto, a publicação desse ato deverá
aguardar o julgamento do caso pelo plenário do STF.
Ou seja, o processo de instalação da CPI do
Apagão Aéreo ficará paralisado até
que o plenário do Supremo julgue o assunto. A determinação
do STF para que a CPI seja instalada deverá ocorrer
no final de abril ou começo de maio, quando o plenário
do Supremo julgará o mérito da ação
movida por parlamentares de oposição com o
objetivo de garantir a instalação da CPI.
A expectativa é de que o plenário
confirmará o despacho de Celso de Mello, determinando
a criação da CPI.
ARGUMENTOS
Celso de Mello disse que a sua decisão
é simbólica e sinaliza para a sociedade que
a iniciativa do plenário da Câmara de impedir
a instalação da CPI pode não estar
de acordo com a Constituição. Há uma
jurisprudência recente do tribunal que reconhece o
direito das minorias parlamentares para investigarem. O
caso mais recente foi julgado em 2005, quando o plenário
do STF determinou a instalação da CPI dos
Bingos.
Segundo o ministro, além do direito
das minorias, “não pode ser subtraído
o conhecimento da verdade e o pleno esclarecimento dos fatos
que tanto prejudicam os superiores interesses da coletividade”.
Para Celso de Mello, há fatos determinados
a serem investigados pela CPI. “Na realidade, o requerimento
da minoria parlamentar contém referência a
fato determinado (a morte trágica de 154 pessoas),
cuja menção, por si só, já bastaria
para viabilizar a instauração da Comissão
Parlamentar de Inquérito”, afirmou, referindo-se
ao choque entre um jato privado e um avião da Gol.
“Nada mais ultrajante, para o sentimento
de decência nacional, do que os eventos que compõem
a sucessão de graves incidentes que culminaram no
terrível acidente aéreo de 29/09/2006, envolvendo
154 vítimas, e que representou o mais dramático
episódio de toda essa cadeia de lamentáveis
ocorrências que afetaram - e continuam afetando -
o sistema de tráfego aéreo em nosso País,
gerando transtornos, provocando intranqüilidade, reduzindo
a confiabilidade na segurança do transporte aéreo,
comprometendo a integridade do próprio sistema de
controle de tráfego aéreo administrado pela
União Federal e lesando, profundamente, os direitos
básicos, decorrentes de relações de
consumo, titularizados pelo usuário desses mesmos
serviços”, acrescentou o ministro.
Em seu despacho, Mello disse que os cidadãos
têm direito à informação. E citou
frase do cientista político Norberto Bobbio, para
quem não há, nas democracias, espaço
possível reservado ao mistério.
A liminar elimina quase todos os obstáculos
para instalação da Comissão Parlamentar
de Inquérito. O despacho de Celso de Mello determina
o imediato desarquivamento do requerimento de criação
da CPI - arquivado na semana passada com o voto de 308 deputados
a favor de um outro requerimento, questionando a instalação
da comissão. Mas ficou pendente a publicação
do ato de criação da CPI, que só deve
ocorrer após decisão do plenário do
STF.
Estadão
29 de março de 2007 - 13:16h
Gol quer mais prazo para vôos
internacionais da Varig
Ao ser questionado sobre como
seria o serviço nesses vôos, o presidente
da Gol brincou: "vamos encomendar uma barrinha de cereal
de um quilo"
Beth Moreira
SÃO PAULO - O presidente da Gol, Constantino Oliveira
Júnior, disse nesta quinta-feira, 29, que pretende
negociar com empresas de leasing para o arrendamento de
aeronaves para a Varig, de modo a reiniciar as operações
no mercado internacional. "Queremos renovar a frota
da Varig com leasing operacional." Contudo, ele já
adiantou que irá pleitear à Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) a prorrogação
do prazo para que a nova Varig reinicie os vôos internacionais,
que se encerra em 14 de junho. A estimativa do executivo
é que a empresa consiga retomar todas as operações
internacionais em um prazo de 12 meses.
Ele explicou que a Anac pode prorrogar
o prazo caso entenda que essa medida é em favor do
mercado. Entre as rotas que a Varig não está
operando estão Nova York, Miami, Milão, Londres,
Paris e Santiago do Chile. Se a Anac não conceder
a prorrogação de prazo, a empresa perderá
o direito a essas concessões.
O executivo afirmou ainda que a Gol continuará
com sua política de baixas tarifas, com objetivo
de atender a passageiros mais sensíveis a preço,
enquanto a Varig vai operar com vôos diretos no mercado
nacional e com serviço diferenciado. Ao ser questionado
sobre como seria o serviço dos vôos internacionais,
Constantino Jr. brincou: "vamos encomendar uma barrinha
de cereal de um quilo". Ele deixou claro que o serviço
da Varig será superior ao praticado pela Gol. Por
conta dos serviços diferenciados, a Varig não
poderá ter as mesmas tarifas baixas da Gol, ressaltou.
O presidente da Gol disse também
que a empresa está estudando participar de uma das
alianças internacionais de companhias aéreas.
"Considerar alianças nos vôos internacionais
é quase imprescindível. Mas ainda não
temos definição de um modelo."
Constantino Jr. lembrou ainda que a compra
da Varig será submetida ao Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade). Na sua avaliação,
a transação não afetará a competição
no mercado interno. "Gol e Varig atuarão em
nichos diferentes. A Varig terá um serviço
diferenciado. Cada companhia terá independência
para buscar a satisfação dos seus clientes."
Dívidas
antigas
Oliveira Júnior esclareceu também que a operação
de compra da nova Varig não engloba as dívidas
da antiga Varig, que está em processo de recuperação
judicial. Ele explicou que o leilão judicial já
previa que a nova empresa não carregaria os passivos,
fato que contou também com a aprovação
dos credores da antiga Varig. Constantino Jr. reiterou que
a Gol irá cumprir todos os compromissos assumidos
pela nova Varig, como a emissão de R$ 100 milhões
em debêntures.
O executivo disse que o impacto da aquisição
sobre o balanço da Gol só poderá ser
avaliado depois que a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) aprovar o negócio, o que deve ocorrer
no segundo trimestre. "Vamos trazer a Varig rapidamente
aos patamares de eficiência da Gol, neutralizando
efeitos negativos, de maneira que ela possa contribuir com
a melhora dos nossos resultados."
Gol
emitirá novas ações para pagar Varig
Oliveira Junior esclareceu que a companhia emitirá
novas ações para efetuar o pagamento de 6,1
milhões de papéis preferenciais, estabelecido
no acordo de compra da Varig. Segundo ele, a diluição
para os atuais acionistas será de cerca de 3%.
Essas ações serão
transferidas à Variglog, atual proprietária
da nova Varig, que não poderá vender os papéis
no mercado antes de 30 de meses. O executivo não
detalhou como será feita a nova emissão, nem
se os atuais acionistas da Gol terão direito de preferência
no aumento de capital.
Site da ALERJ
29/03/2007
PARA DEPUTADO, GOL QUER APENAS VALORIZAR
NOVA VARIG PARA REVENDÊ-LA
O presidente da CPI da Varig, deputado
Paulo Ramos (PDT), afirmou, durante o depoimento dos ex-presidentes
do Fundo de Pensão Aerus, Odilon Junqueira e Ricardo
Lodi, nesta quinta-feira (29/03) que a venda da Nova Varig
para a Gol por R$ 660 milhões na última quarta-feira
(28/03), é apenas uma estratégia para valorizar
a empresa. "O presidente da Gol disse que manterá
o nome Varig e não é por acaso. Afinal, este
nome vale muito. Na minha opinião, ele esperará
a empresa se valorizar e a venderá depois",
acredita Ramos.
Perguntado sobre sua opinião em relação
à venda, o ex-presidente do Fundo de Pensão
Aerus, Odilon Junqueira, afirmou que, com a pouca informação
que tinha, acreditava que a junção das duas
empresas fortalecerá o transporte aéreo brasileiro.
Ele disse, ainda, que pediu à Justiça, em
dezembro, o afastamento da Delloitte, administradora judicial
da Varig. "Eles não estavam cumprindo com o
que havia sido combinado no processo de recuperação
judicial", afirmou.
Para o presidente da CPI, o depoimento do ex-presidente
do Aerus Ricardo Lodi corroborou tudo que tem sido dito
pela comissão. "Ficou claro que existia saída
para a Varig, e que não se fez tudo o que podia para
salvar a empresa", declarou Ramos. Lodi já havia
sido convocado antes, mas não pôde comparecer
por problemas de agenda. Em seu primeiro depoimento à
comissão, ele contou que foi eleito presidente do
Fundo de Pensão Aerus e sucederia Odilon Junqueira,
mas não chegou a tomar posse. "Alguns dias depois
da minha eleição a Secretaria de Previdência
Complementar (SPC) realizou uma auditoria no fundo de pensão
Aerus para investigar se a saída de Junqueira foi
legal.
Minha escolha foi contestada por conta
de uma assinatura. Para solucionar estas supostas irregularidades,
requeri a adesão ao Aerus, mas ela foi indeferida
pela ex-diretora de Seguridade e Administração
do Fundo de Pensão, Andréa Vanzillotta. Logo
depois, ocorreu a interveção judicial",
afirmou Lodi. Segundo o ex-presidente, que teve os seus
bens indisponibilizados, a liquidação do Aerus
foi precoce. "Se o Governo federal tivesse sanado as
dívidas da Varig com o Aerus nem o fundo e nem os
aposentados estariam na situação que estão
hoje", ressaltou Lodi.
No próximo dia 12, às 10h30, a CPI ouvirá
o gestor da recuperação judicial, Miguel Dau,
e o diretor de operações da VRG (Nova Varig),
John Longna, na sala 311 do Palácio Tiradentes.
Site do Senado
28/03/2007 - 20h19
Agripino diz que CPI do Apagão
Aéreo será instalada no Senado, se Supremo
negar sua abertura na Câmara
O senador José Agripino (RN), líder
do PFL - partido que, a partir desta quarta-feira (28),
passou a se chamar Democratas -, afirmou que, caso o Supremo
Tribunal Federal (STF) negue provimento ao recurso ajuizado
pelos deputados da oposição para garantir
a instalação da CPI do Apagão Aéreo
na Câmara, seu partido irá se mobilizar para
apresentar, no Senado, um novo requerimento de instalação
"que não admita contestação".
- Colheremos as assinaturas em uma manhã.
O fato determinado está em todos os aeroportos do
país. Se não fizermos essa CPI, a população
jogará nas nossas costas uma responsabilidade que
é do presidente da República - disse.
Segundo Agripino, a CPI deverá investigar,
por exemplo, por que apenas R$ 6,9 milhões, dos R$
549,8 milhões alocados para a rubrica "proteção
ao vôo e segurança do tráfego aéreo"
em 2007 - ou seja, apenas 1% -, foram efetivamente destinados
ao seu fim até o dia 27 de março, segundo
dados do Sistema Integrado de Acompanhamento Financeiro
(Siafi).
O parlamentar se disse preocupado com o
"faz de conta do governo" e acusou o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva de estar sistematicamente
transferindo responsabilidades desde a eclosão da
crise do setor aéreo. Ele criticou, por exemplo,
o fato de o presidente estar pedindo um "diagnóstico"
do problema agora, quando já havia solicitado a mesma
providência em dezembro, sem obter resultado algum.
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