Informe
AMVVAR
29/08/2007
Kalil busca solução
para beneficiários do Aerus
Fabio Ramos Berti - Assessor de Comunicação
O
deputado Kalil Sehbe (PDT), coordenador da Subcomissão
da Assembléia Legislativa em defesa dos beneficiários
do Plano Aerus, estará em Brasília hoje
(29), às 14h30, para audiência com o ministro
da Previdência Social, Luiz Marinho. A finalidade
é tentar um acordo com o governo federal visando
a solucionar a questão dos aposentados e ex-funcionários
da Varig que aderiram ao fundo de previdência e
deixaram de receber seus complementos salariais. A média
de idade dos inativos é de 65 anos e a redução
na renda chega a 85% segundo associações
de trabalhadores da Varig.
"Nossa
meta do grupo é garantir o pagamento imediato de
uma parcela de R$ 3 bilhões da indenização
devida pelo governo federal à Varig. O valor é
referente a uma ação judicial de R$ 6,2
bilhões decorrente do congelamento do preço
das passagens aéreas no Plano Cruzado, em 1986",
informa Kalil.
Segundo
o assessor previdenciário da Associação
dos Mecânicos de Vôo da Varig (Amvvar), Nelson
Cirtoli, um acordo neste momento seria interessante para
ambas as partes, uma vez que a União já
perdeu a ação em todas as instâncias.
Conforme documento entregue pelo assessor ao parlamentar,
"o pleito se sustenta em precedente idêntico
– que deu ganho de causa à Transbrasil"
e a demanda da Varig já foi julgada procedente
em primeira e segunda instâncias e confirmada pelo
Supremo Tribunal Federal.
Kalil
Sehbe lembra que o grupo já conta com o apoio do
ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, na tentativa
de viabilizar o acordo. Os deputados Raul Carrion (PCdoB)
e Adão Villaverde (PT), integrantes da subcomissão,
também participarão da audiência.
Histórico do caso
O Aerus é um fundo de pensão criado em 1982
com três fontes mensais de custeio: trabalhadores,
empregadoras e União, esta última por meio
do recolhimento de 3% sobre o valor da venda das passagens
aéreas nacionais domésticas. Em 1991, 22
anos antes do previsto, esta terceira fonte foi suspensa.
O fundo possui mais de 7,5 mil beneficiários (1,5
mil no Rio Grande do Sul) somente pela Varig, que não
estão recebendo os valores de aposentadoria. Os
participantes ativos que ainda não haviam se aposentado
também têm direito a ressarcimento. O pagamento
de uma parcela da indenização do governo
federal à Varig poderia resolver a maior parte
das pendências.
O ESTADO DE SÃO PAULO
29/08/2007
Varig retoma vôos para a Europa
Alberto Komatsu
A Varig iniciou ontem a venda de passagens para a rota
São Paulo-Paris-Roma, cidades européias
que deixou de atender por causa de sua crise financeira.
Será um vôo diário a partir do dia
20 de setembro, operado com um Boeing 767-300, com capacidade
para 225 passageiros (30 na executiva e 195 na econômica).
Até o final do ano, a empresa, agora controlada
pela Gol, planeja voltar a voar para mais cinco destinos
no exterior.
As tarifas para Paris ou Roma começam em US$ 827,
ida e volta. O diretor-comercial da Varig, Lincoln Amano,
diz que até o final de outubro a empresa pretende
voltar a oferecer um vôo diário para Madri,
Cidade do México e Montevidéu. Em novembro,
deverá ser a vez de Londres e Santiago. A Varig
tem atualmente três 767-300 para vôos internacionais.
Até o final deste ano, o plano é trazer
mais cinco aviões desse modelo. Atualmente, a Varig
opera um vôo diário para Caracas e Bogotá
e duas freqüências diárias para Frankfurt.
Folha de São Paulo
29/08/2007
Ministro afirma que ordem no governo
é despartidarizar cargos na diretoria da Anac
LEILA SUWWAN
ANDREZA MATAIS
Após anunciar que a ordem no governo é
promover a "completa despartidarização
da Agência Nacional de Aviação Civil
e da Infraero", Nelson Jobim (Defesa) disse que está
com dificuldades para achar novos diretores, pois os cargos
são considerados "abacaxis".
Sem citar casos específicos, ele criticou as novas
tentativas de indicações políticas
aos postos abertos, por considerar que os apadrinhados
não podem ser demitidos e não têm
obrigações com suas chefias.
Nenhum deputado aprofundou, na CPI, sobre o reconhecimento
implícito de "partidarização"
dos dois órgãos. A Infraero é considerada
uma empresa "loteada" entre aliados de Lula.
Na Anac, ao menos um diretor, Leur Lomanto, é considerado
indicado do PMDB, mesmo partido de Jobim.
As considerações foram feitas depois de
anunciar a renúncia do diretor de Segurança
Operacional da Anac, Jorge Velozo. "É chegado
o momento de permitir que outras personagens atuem nesse
cenário, com novas idéias, embora os mesmos
ideais", disse Velozo, em sua carta de demissão.
Antes dele, Denise Abreu - investigada por suspeita de
fraude processual, improbidade administrativa e falsidade
ideológica- já renunciara. Jobim não
confirmou se Josef Barat também deixou o cargo.
Ao ser questionado pelo deputado Marco Maia (PT-RS), sobre
a "fritura" simultânea da diretoria, respondeu:
"Se quiserem pedir demissão, que peçam,
eu resolvo o problema. Não aceito ameaça".
Sobre a falta de nomes para compor a diretoria, Jobim
comentou que "pessoas não gostam de ir onde
há problemas".
Também pediu apoio para derrubar veto de Lula à
lei da Anac, de forma a permitir a demissão de
diretores nos casos de desobediência às políticas
públicas.
A Folha apurou que Jobim foi aconselhado a dar chance
aos diretores que permanecem, em especial ao presidente,
Milton Zuanazzi. Petista, ele tem o apoio dos ministros
Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais)
e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Folha de São Paulo
29/08/2007
Controlador se cala sobre queda
do avião da Gol, na Justiça
HUDSON CORRÊA DA AGÊNCIA FOLHA
O principal controlador de vôo denunciado como
responsável pelo acidente com o Boeing da Gol,
em setembro de 2006, ficou calado em audiência na
Justiça Federal ontem em Sinop (MT). A atitude
do sargento Jomarcelo Fernandes dos Santos levou o juiz
Murilo Mendes a perguntar à sua advogada se ela
teria ligação com a Aeronáutica,
ou seja, se estava coagindo os controladores.
Até o fechamento desta edição, três
dos quatro controladores que trabalhavam em Brasília
no dia do acidente, tinham sido interrogados. Eles chegaram
a Sinop com a advogada Ana Cristina Souza.
O controlador Lucivando Tibúrcio de Alencar, 28,
disse que deixou de monitorar o jatinho Legacy, que colidiu
com o Boeing matando 154 pessoas, para evitar a colisão
entre um avião que decolou de Brasília para
o Galeão, no Rio, e outro que vinha de Belo Horizonte
(MG) a Goiânia (GO).
O primeiro a depor ontem foi o sargento Felipe Santos
dos Reis, 22. Nervoso, ele teve dificuldades para entender
as perguntas da advogada.
Santos foi chamado em seguida. Ele é acusado de
expor a aeronave a perigo, crime com previsão de
dois a cinco anos de prisão. No seu caso, a denúncia
é de crime doloso (com intenção),
enquanto os demais respondem pela modalidade culposa (sem
intenção).
No dia do acidente, Santos deixou de comunicar aos pilotos
do Legacy, segundo o MPF, que eles deveriam descer de
37 mil pés para 36 mil, o que evitaria a colisão
com o Boeing.
Ao ser questionado pelo juiz, Santos disse que ficaria
calado. O procurador da República Thiago Lemos
Andrade perguntou ao controlador se os advogados eram
da Aeronáutica. "Eu me reservo ao direito
de ficar calado", respondeu Santos.
O ESTADO DE SÃO PAULO
29/08/2007
Correios querem empresa aérea
Ministério das Comunicações
planeja abrir companhia para transporte de encomendas
Gerusa Marques
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT) estuda a criação de uma companhia
aérea para transporte de encomendas. O ministro
das Comunicações, Hélio Costa, disse
ontem que vai levar a proposta, provavelmente nesta semana,
ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo
o presidente dos Correios, Carlos Henrique Almeida Custódio,
se a sugestão for aprovada, o modelo de operação
da nova empresa será concluído até
o fim do ano. A idéia é buscar um parceiro
na iniciativa privada, mas o governo seria o controlador
da nova companhia.
'O que a gente pretende é que esse modelo seja
de controle da empresa (dos Correios), mas de gestão
privada', afirmou. A ECT faria uma chamada pública
para a escolha de um sócio estratégico.
'Vamos abrir para todas as empresas do ramo com expertise
em logística e transporte aeronáutico',
afirmou.
Segundo Custódio, a empresa nasceria já
com um faturamento de R$ 500 milhões, que é
o custo que os Correios têm anualmente com o transporte
de 1,2 milhão de encomendas por dia, feito por
companhias aéreas comerciais. Ele não quis
revelar qual seria o investimento necessário para
a criação da subsidiária.
Custódio disse ainda que está negociando
com a Embraer a fabricação de um avião
cargueiro, que teria a vantagem de ser menor que os aviões
comerciais e, portanto, poderia pousar em aeroportos pequenos.
O cargueiro, batizado como C390, seria construído
a partir da plataforma de outro avião, o C190,
destinado a transporte de passageiros.
Hélio Costa disse que os Correios chegaram a pensar
na possibilidade de a Embraer ser o sócio estratégico
da nova empresa. A possibilidade, no entanto, foi descartada.
'O negócio da Embraer não é logística,
é fazer aviões', disse.
De acordo com o ministro, o novo avião poderá
custar menos que um Boeing 737, usado atualmente para
fazer esse tipo de transporte no Brasil, e teria um custo
de operação 20% mais barato. Segundo o ministro,
para acompanhar o crescimento do mercado de transporte
de encomendas, seria necessário dobrar a frota
de aeronaves. Hoje, cerca de dez aviões fazem esse
transporte.
A Embraer informou, por meio da sua assessoria de imprensa,
que não se pronunciaria sobre a declaração
do presidente dos Correios.
A proposta de criação da subsidiária
surgiu com a CPI dos Correios, em 2005, e com as determinações
de órgãos de controle do governo, como o
Tribunal de Contas da União (TCU), para que a gestão
da ECT fosse mais profissionalizada.
O presidente dos Correios disse que a demanda por transporte
de encomendas aumentou com as compras pela internet. Segundo
ele, no ano passado, esse mercado cresceu 74%. 'Os Correios
querem ser líderes de mercado nesse segmento também',
afirmou. De acordo com Custódio, os Correios contam
com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) na empreitada.
Hélio Costa disse ainda que procurou, sem sucesso,
várias empresas comerciais brasileiras, como VarigLog,
Gol e TAM, para fazer uma parceria e enfrentar o crescimento
de empresas estrangeiras no mercado de transporte de encomendas.
'Entendo que elas estavam tão satisfeitas transportando
passageiros que não se interessaram', afirmou.
O ESTADO DE SÃO PAULO
29/08/2007
Juíza reafirma crítica
a Denise
Procuradora quer perícia
independente em Congonhas
Ana Paula Scinocca
A desembargadora Cecília Maria Piedra Marcondes,
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
confirmou ontem, à CPI do Apagão Aéreo
do Senado, que a instrução normativa apresentada
pela Anac influenciou sua decisão de liberar a
pista principal do Aeroporto de Congonhas. A norma, que
a agência afirma não ter validade legal,
tinha como objetivo derrubar a interdição
da pista de Congonhas, determinada em fevereiro pela Justiça
Federal.
Segundo a juíza, a então diretora da Anac
Denise Abreu e outros três representantes da agência
estiveram em seu gabinete assegurando que a norma, além
de válida, era mais rígida do que as existentes
em outros países. 'O mote da defesa era de que
as normas estavam em vigência e eram normas mais
rígidas que as internacionais', afirmou Cecília.
'A senhora pode ficar sossegada', teria acrescentado Denise,
segundo relato da desembargadora.
A juíza avaliou que a Anac cometeu 'um absurdo
jurídico', se considerou que apenas parte da norma
tinha validade. Na semana passada, em depoimento à
mesma CPI, o procurador da Anac, Roberto Gomes de Araújo,
afirmou que a norma fora dividida ao meio e que apenas
um pedaço dela (a que se referia ao tamanho da
pista e não ao trecho que tratava dos reversos)
tinha validade. Antes dele, Denise Abreu declarou que
a norma se tratava de um estudo interno e que fora publicada
no site da Anac por erro.
Em depoimento, a procuradora da República em São
Paulo, Fernanda Teixeira Souza Taubemblatt, advertiu para
a inexistência de laudos que atestem a segurança
na pista do Aeroporto de Congonhas, apesar da reforma.
'Chegamos a pedir o fechamento da pista em Congonhas até
a conclusão da investigação sobre
o acidente (com o vôo 3054, da TAM). Mas a liminar
foi negada.'
Segundo a procuradora, o fato de Congonhas ter suas operações
interrompidas em momentos de chuva reforça a tese
de que o aeroporto pode não ser seguro. Fernanda
afirmou que Ministério Público quer uma
perícia de um órgão técnico
competente que ateste a segurança de Congonhas.