:::::RIO DE JANEIRO - 29 DE JULHO DE 2006 :::::
 

O Estado de São Paulo
29/07/06
Varig anuncia demissão de 5,5 mil e funcionários reagem com greve
Empresa diz que manterá 3.985 pessoas, o dobro do que havia sido previsto em seu plano de recuperação
Alberto Komatsu

RIO - A Varig comunicou ontem a demissão de 5.500 funcionários, do total de 9.485 pessoas que trabalham na empresa. Por meio de comunicado, a companhia informou que 3.985 trabalhadores serão mantidos. Esse total inclui funcionários que não podem ser cortados porque têm imunidade sindical, estão em licença-maternidade ou férias.

Os empregados da Varig reagiram com paralisações nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo. Em assembléia durante a tarde, os funcionários do check-in do Aeroporto de Guarulhos decidiram parar também no fim-de-semana. Mas eles se dividiram depois que a Varig definiu os nomes de quem seria demitido e quem continuaria na empresa. A convocação para a greve foi mantida, mas parte dos funcionários desistiu da mobilização.

CORTES

Originalmente, a VarigLog havia anunciado que iniciaria as operações da Varig com 1.680 funcionários. Ainda não está claro se o planejamento foi modificado ou se haverá nova leva de demissões, já que a diferença entre o total anunciado logo após a compra da empresa e a lista de ontem é de 2.305 empregados. A Varig admite que novos cortes poderão ser feitos.

Entre os funcionários, corriam rumores ontem de que as demissões serão concentradas no Rio, onde há o maior número de funcionários que integram a tripulação das aeronaves. De acordo com fontes, também está em pauta a possibilidade de transferência da sede da companhia do Rio para São Paulo.

VÔOS

Por meio de comunicado, a Varig informou ontem que “a reestruturação do quadro de pessoal não vai atingir as operações da Varig”, que está fazendo vôos regulares com 10 aviões para sete cidades no Brasil e outras duas no exterior.

Em e-mail enviado aos funcionários, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou que as demissões começam a ser anunciadas pelas chefias de cada departamento.

Para os que não possuem local físico de trabalho, o aviso será feito por correspondência. A companhia lembra que há um “compromisso de contratação paulatina” dos empregados, quando a companhia se recuperar.

Nos próximos 60 dias, o plano da VarigLog é ampliar a frota da Varig para 30 aeronaves, conta uma fonte da ex-subsidiária. Para isso, foi contratada a consultoria Seabury, especializada em planejamento de frotas e negociação de arrendamento de aeronaves (leasing). A estimativa de futuras contratações relatada pela VarigLog ao Sindicato Nacional dos Aeronautas é de até 110 funcionários para cada aeronave.

“Estamos cumprindo o que foi estabelecido no plano de recuperação. As demissões começaram a ser feitas desde o leilão. Não haverá lista única, com o nome dos demitidos. Isso é papo”, disse Bottini.


O Estado de São Paulo
29/07/06

Empresa encolhe para tentar escapar da crise

As demissões anunciadas pela Varig ontem iniciam um período de adaptação à sua nova realidade. Há apenas quatro anos, a Varig liderava o mercado brasileiro de aviação civil, atendendo 45 cidades no País e 25 no exterior. Atualmente, a companhia voa para apenas sete localidades no Brasil e duas no exterior, com 10 aeronaves.

Em 2002, a Varig tinha 33% do mercado doméstico e 88% do internacional. De acordo com o consultor de aviação, Paulo Sampaio, a participação da Varig, em meados de julho, despencou para 4,9%. No exterior, a fatia da Varig é de atualmente 53,7%. Em junho do ano passado, a Varig respondia por 78% do mercado internacional.

A VarigLog diz que seu plano é reconduzir a companhia à disputa entre as grandes, rivalizando com a líder TAM e com a Gol (2ª no ranking), que tem apenas cinco anos de vida. Nos próximos 60 dias, seriam usadas 30 aeronaves. Em até 180 dias, dizem os novos donos, é possível ter uma frota de 80 aviões.

A adaptação à nova realidade do mercado se dará principalmente no número de funcionários que a Varig precisará para operar cada aeronave. Antes da reestruturação, a companhia mantinha 150 empregados para cada avião. Agora, a média caiu para 110 pessoas, o que indica que, se os planos da VarigLog de ter 80 aviões se concretizarem, seriam necessários 8.800 funcionários.

O plano está delineado, mas ainda deve passar por adaptações, diante da dificuldade de a Varig conseguir aviões. Segundo uma fonte da VarigLog, a idéia não é alugar novas aeronaves, mas manter os aviões que a empresa tinha. O problema é que muitas aeronaves já haviam sido sondadas por rivais, como a Gol.

Segundo uma fonte do setor de arrendamento de aeronaves, três modelos Boeing 737-700 usados pela Varig estão em San Jose, capital da Costa Rica, sendo reconfigurados para a Gol, que foi procurada mas não se pronunciou.

A reestruturação deverá vir acompanhada de uma nova administração para a Varig. Segundo a fonte da VarigLog, estão sendo negociadas questões contratuais com a ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Silvia Bastos Marques. A executiva não confirmou o convite, mas disse recentemente ao Estado que a idéia a atrai bastante. "É um desafio maravilhoso." A.K.


O Estado de São Paulo
29/07/06

Sindicato tenta parar Aeroporto de Guarulhos
Funcionários do check-in votam pela greve, mas alguns recuam após escapar da demissão
Agnaldo Brito, Isabel Sobral

Depois de muita gritaria, troca de acusações e até pancadaria, os funcionários da Varig retornaram o atendimento aos passageiros ontem à noite no aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Eles cruzaram os braços por mais de três horas.

A paralisação começou depois de uma assembléia realizada às 18 horas, quando os funcionários decidiram fazer greve por tempo indeterminado. Mais tarde, a leitura da lista de quem foi demitido e quem ficou na empresa dividiu a categoria.

Depois de muita confusão, a decisão de greve foi mantida, mas há dúvidas se os funcionários conseguirão manter a mobilização.

A tentativa de manter a paralisação ontem à noite fracassou. O Sindicato dos Aeroviários de São Paulo tentou montar uma estratégia para garantir o cumprimento da decisão votada em assembléia, mas a intervenção da Polícia Militar garantiu o atendimento de 300 passageiros que aguardavam uma solução no saguão do aeroporto.

A decisão da assembléia determinava que os funcionários não retornariam ao trabalho sem pagamento do salários atrasados e de toda a verba recisória dos demitidos.

Com o retorno ao trabalho, os vôos para Fortaleza, Porto Alegre, Frankfurt e Nova York partiram normalmente do aeroporto de Guarulhos.

CHORO E LAMENTOS

Tristeza, sentimento de indignação e alegria se misturaram entre os funcionários da Varig que se concentraram na parte de trás do check in. Muitos se abraçaram e em prantos. Outros, ao celular, avisavam aos familiares da sorte de permanecerem empregados. Esses sentimentos distintos levaram a um incidente.

Um funcionário escolhido para ficar na empresa, decidiu ir ao check in para iniciar o atendimento dos passageiros. Um grupo de trabalhadores demitidos reagiu com violência ao tentar retirar o colega de trabalho da área de atendimento.

Um longo bate boca entre os funcionários tornou o ambiente ainda mais tenso. Após a confusão uma nova reunião foi realizada. Neste encontro, os funcionários reafirmaram a decisão de manter a paralisação, segundo o Sindicato dos Aeroviários.

Os dirigentes sindicais articulavam uma estratégia para assegurar a continuidade da paralisação na noite de ontem.

A chegada da Polícia Militar inviabilizou o plano, ocupando o check in para garantir que os passageiros fossem atendidos pelos funcionáiros que decidiram trabalhar.

ANAC

O diretor-geral da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse ontem ao Estado que os fiscais da agência nos aeroportos vão monitorar o atendimento dos usuários da Varig para avaliar o grau de prejuízo que a paralisação dos funcionários causaria.

Ele estava em contato com o presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini: "Conversamos por telefone e ele (Bottini) nos tranqüilizou quanto aos problemas que a paralisação poderá criar", disse Zuanazzi.


O Estado de São Paulo
29/07/06

Comissárias de bordo vão posar nuas para a 'Playboy'
Funcionárias da Varig seguem o exemplo de trabalhadoras da Enron, dos Estados Unidos
Ana Paula Lacerda

Começou como um boato, com alguns cochichos, mas depois a própria revista confirmou a notícia: um grupo de comissárias de bordo da Varig vai posar nu para as páginas da Playboy brasileira. A revista não divulgou o nome das funcionárias nem o cachê oferecido, mas as aeromoças devem aparecer já na edição de setembro.

A reação foi de surpresa entre os funcionários da empresa. "Não imaginava que colegas nossas fariam isso, mas a essa altura do campeonato eu dou apoio à decisão delas", diz a comissária Patrícia Godói. "Espero que seja um ensaio bonito com garotas que representem bem a Varig."

Ela não acredita que o grupo sofra retaliações na própria Varig ou no mercado. "Aqui estamos há 4 meses sem receber e praticamente já demitidos. Lá fora, é possível que elas fiquem famosas."

O ex-comandante César Sfoggia também apoiou a iniciativa. "Os pilotos conseguem se recolocar no mercado com mais facilidade, porque são muito valorizados pela experiência. Mas a situação para as comissárias será muito mais difícil", opinou. "Acredito que posar para a revista foi uma forma de protesto que elas acharam para chamar a atenção do público para a situação da empresa."

REPRISE

Não é a primeira vez que a Playboy expõe em suas páginas fotos de funcionárias de empresas em crise. Em 2002, a revista americana fez um concurso para escolher as mais bonitas funcionárias da Enron, empresa do setor de energia, para uma edição especial chamada Women of Enron (Mulheres da Enron). A empresa havia recém-demitido 2 mil funcionários e se tornou o mais notório caso de falência da história econômica dos Estados Unidos. Seus diretores foram condenados este ano por 26 crimes federais.

Na ocasião, antes de a revista ser publicada, o diretor de fotografia da revista, Gary Cole, disse sobre a crise da empresa: "Quando uma porta se fecha, uma outra se abre".


Folha de São Paulo
29/07/06
Varig demite 5.500 e pode sofrer greve

No curto prazo, demitidos só devem receber FGTS e seguro-desemprego; funcionários apelam ao ministro Marinho
3.985 seguem na empresa; número é inflado por empregados que não podem ser demitidos e por indefinição legal

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

A Varig anunciou ontem a demissão de 5.500 empregados. A companhia informou que serão mantidos 3.985 funcionários de um total de 9.485 alocados no país. As demissões fazem parte do processo de reestruturação da Varig, que teve operações compradas pela VarigLog no dia 19.

O número de empregados que ficam na empresa está inflado para suas operações. Inclui pessoas que não podem ser demitidas no momento, como funcionários em férias, em licença e grávidas. Outros motivos para o alto número de funcionários mantidos são que a nova empresa ainda não tem contrato de concessão aprovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a indefinição sobre quem deverá pagar pelas rescisões, incluindo indenizações e salários atrasados.

Os sindicatos não farão a homologação das demissões sem a garantia de pagamento das rescisões, segundo Leonardo Souza, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas. O Ministério Público do Trabalho convocou reunião na terça para debater o assunto.

Segundo a VarigLog, a nova empresa começará com 1.700 empregados. Estimativas iniciais indicam que a "velha Varig", a fatia que segue em recuperação e que deverá atuar com o nome Nordeste, teria 50 empregados e uma única rota (São Paulo/Porto Seguro).

Estima-se que os demitidos só receberão no curto prazo FGTS e seguro-desemprego. Em comunicado enviado aos funcionários, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirma que as rescisões serão pagas na forma estabelecida no plano de recuperação judicial: "Os desligamentos começam a ser comunicados pessoalmente a vocês por suas chefias, e, nos casos de funcionários que não têm local físico de trabalho, por correspondência enviada à residência de cada um", disse.

Para a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, muitos funcionários só se deram conta da situação ontem.

"Só agora a ficha caiu. Há muita gente desesperada procurando o sindicato."

Os credores da empresa, inclusive funcionários, aprovaram alterações no plano em assembléia no último dia 17. De acordo com a proposta, os funcionários terão garantidos até R$ 90 milhões de créditos que a Varig tem a receber de Estados por cobrança indevida de ICMS, mas os processos ainda estão na Justiça.

Segundo proposta de acordo coletivo enviada pela Varig aos sindicatos, os custos de rescisão são estimados em R$ 253,1 milhões. Além disso, a empresa deve mais R$ 106,2 milhões em salários atrasados. Uma parte dos funcionários diz que não recebe há quatro meses.

A VarigLog não assume as dívidas trabalhistas. O TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) disse que pretende entrar na Justiça para caracterizar sucessão de dívida e garantir o pagamento dos empregados. A VarigLog se comprometeu, como obrigação acessória, a emitir debêntures (títulos de dívida) no valor de R$ 50 milhões, conversíveis em até 5% de participação na nova Varig. Se os funcionários optarem por receber à vista, há deságio e o preço cai para cerca de R$ 41 milhões. Além disso, eles participam do rateio da venda de imóveis. Com base no plano, os trabalhadores levariam mais de cem anos para receber tudo.

Nos últimos dias, a administração da Varig tentou convencer a VarigLog a reconhecer uma dívida de R$ 46 milhões pelo uso da barriga dos aviões e dos porões. O dinheiro seria repassado diretamente aos empregados, que receberiam cerca de R$ 3.000, mas a VarigLog não concordou.

Os novos donos da Varig se comprometeram a dar prioridade nas novas contratações a ex-funcionários da companhia. "A adequação do quadro de funcionários baseados no Brasil que iniciamos hoje [ontem] não deve ser encarada, pura e simplesmente, como o fechamento de postos de trabalho. Precisa ser vista como medida necessária e transitória para a manutenção e recuperação da Varig", disse Bottini.

Segundo Uébio José da Silva, presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, as informações divulgadas ao longo do dia pela empresa são uma forma de "empurrar com a barriga" a negociação com os funcionários, pois sem uma posição clara da empresa os sindicatos não teriam argumentos para organizar uma greve. Segundo ele, "para não prejudicar juridicamente os funcionários", as paralisações são apenas localizadas. No entanto, foi decidido na tarde de ontem, em Congonhas, o início da mobilização para uma greve geral na próxima terça-feira.

Ontem à noite, em Guarulhos, o vôo da empresa para Frankfurt teve embarque acompanhado por policiais militares, após os funcionários ensaiarem início de paralisação.

Os sindicatos enviaram um pedido de ajuda ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho. O texto enviado por e-mail tem o título "O Rosto da Tragédia" e destaca que há quatro anos a Varig não deposita FGTS. Além disso, o texto ressalta o efeito dominó que as demissões causariam em outras empresas ligadas à Varig, como a Sata, que presta serviços em terra.


Folha de São Paulo
29/07/06
"De cabeça erguida", variguianos são vaiados em paralisação em Guarulhos

ERNANE GUIMARÃES NETO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Funcionários da Varig no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, saíram de mãos dadas ontem às 18h de uma reunião com sindicalistas e diretores da empresa, quando foram notificados de que menos de um quarto do pessoal seria absorvido pela nova Varig.

Enquanto os representantes do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo e do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos anunciavam como protesto a paralisação do atendimento e dos vôos previstos para as horas seguintes, o grupo de funcionários enfileirava-se diante dos passageiros que esperavam desde o início da tarde sem atendimento. Houve manifestações de solidariedade para com os variguianos, mas as vaias foram mais numerosas.

A agente de atendimento Danielle Cássia Pinto, que liderou os colegas na lacrimosa procissão, falava em "manter a cabeça erguida": "Os funcionários decidiram espontaneamente que não adiantaria ficar lá atrás [a área reservada] sem mostrar nossa cara e nossa reivindicação aos passageiros", disse Danielle, há 14 meses na empresa. "Foi meu sonho entrar aqui", falou, para derramar lágrimas.

Negociação emperrada

Segundo Romildo Barroso, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Transporte Aéreo, o que ficou definido na reunião foi que, dos 370 funcionários operacionais de Guarulhos, 100 ficariam. Dos 50 supervisores, quatro seriam mantidos, e dos seis gerentes, somente uma permaneceria.

Os funcionários esperavam uma definição da Varig sobre quando serão pagos os salários atrasados, que em alguns casos somam quatro meses, e haviam prometido uma paralisação caso não houvesse resposta satisfatória até as 17h de ontem.

O sindicalista Rogério Aparecido dos Santos disse que a paralisação seria levada a cabo "enquanto não depositarem os salários atrasados" dos demitidos. No entanto, quando mais tarde foram anunciados nomes de funcionários que permaneceriam na Varig, chegou a haver tumulto entre os que queriam voltar ao trabalho e os que queriam manter a paralisação.

Em meio ao bate-boca, o italiano Giancarlo Gassino, que por dificuldade com a língua dizia não entender o que se passava, pedia aos repórteres informações sobre como retornar a Milão, enquanto pessoas com crachás do Departamento de Aviação Civil observavam. Depois da discussão entre os trabalhadores -que incluiu presença policial para controlar os ânimos-, a Varig retomou os serviços em Guarulhos.

Normalidade

No aeroporto de Congonhas, o atendimento foi realizado normalmente durante a tarde, apesar da realização de uma reunião em que foi previsto o início de uma greve geral na próxima terça-feira.

Zezualdo Freitas, funcionário que foi à reunião convocada pelos sindicalistas, disse: "O que chama a atenção é a falta de definição da empresa" quanto ao destino dos trabalhadores. Variguianos que estavam nos guichês da ponte aérea concordaram com a opinião. "Se derem os nomes hoje, ninguém vem trabalhar no fim de semana", disse um deles, os quais não quiseram se identificar.


Folha de São Paulo
29/07/06
VarigLog pode ser acionada por demissão

Nova dona da Varig, Varig "antiga" e sindicatos foram convocados para discutir na terça rescisões e salários atrasados
Na avaliação do Ministério Público, se a Varig antiga não pagar rescisões e atrasados, a VarigLog tem responsabilidade de fazê-lo

DA REPORTAGEM LOCAL DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público do Trabalho (MPT) convocou a VarigLog, a Varig "antiga" e os sindicatos de trabalhadores para uma reunião na próxima terça-feira para discutir a situação dos trabalhadores da empresa.

Se a Varig antiga não puder honrar as rescisões e os salários e a VarigLog não assumir esses débitos, o MPT pode entrar com uma ação coletiva para que os novos donos realizem o pagamento. Os salários estão atrasados há quatro meses, totalizando R$ 106 milhões devidos pela companhia aérea.

Segundo Rodrigo Carelli, coordenador de combate às fraudes nas relações do trabalho do MPT, a avaliação é que a VarigLog tem responsabilidade pelo pagamento de rescisões e salários atrasados. "A lei trabalhista impõe a sucessão, ou seja, a nova empresa deve assumir todos os débitos, e estes devem ser pagos em dinheiro."

Pelo edital do leilão de venda da companhia, todas as dívidas, incluindo as trabalhistas, ficaram alocadas na Varig antiga.

A única obrigação assumida pela VarigLog é a emissão de R$ 50 milhões em debêntures da nova empresa que poderão ser adquiridas pelos funcionários por meio dos seus créditos.
Se optarem por pagamento à vista, haverá deságio, o que reduziria a emissão total a R$ 41 milhões. Mas, na avaliação do MPT, os novos donos têm responsabilidade sobre as dívidas.

"Alguém tem que pagar. Se a Varig antiga não fizer o pagamento aos trabalhadores, a VarigLog, que é a nova dona, precisa fazê-lo", afirma Carelli.

De acordo com uma proposta de acordo coletivo enviada pela Varig aos sindicatos nesta semana, o custo total para demitir todos os funcionários da companhia aérea seria de cerca de R$ 253 milhões.

"Recebemos algumas denúncias sobre o não-pagamento de verbas rescisórias. Abrimos uma investigação, e a nossa posição é firme no sentido de que os novos donos da Varig vão ter que responder por todos os direitos trabalhistas, que incluem salários atrasados e rescisões", afirmou Carelli.

Segundo ele, o MPT estuda qual a melhor forma de ingressar com a ação caso haja necessidade. "Estamos estudando como e quando vamos realizar esses pedidos", disse Carelli.

Pelo plano de recuperação, apenas R$ 90 milhões foram reservados ao pagamento de rescisões pela Varig antiga, e esse montante viria de créditos que a Varig tem a receber de ICMS dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

O problema é que, além de o montante não ser suficiente para o pagamento total das rescisões, essas ações correm na Justiça, ou seja, não é possível saber em quanto tempo os trabalhadores receberiam.

Os funcionários poderão solicitar a liberação de FGTS e seguro-desemprego. A companhia aérea promete entregar em até 45 dias após os cortes as rescisões contratuais e os extratos de FGTS para homologação pelos sindicatos.
(MAELI PRADO E JANAINA LAGE)


Folha de São Paulo
29/07/06
Infarto mata comandante da companhia

DA SUCURSAL DO RIO

O piloto da Varig Rodrigo da Matta, 44, filho do antropólogo Roberto da Matta, morreu ontem, de infarto. Ele estava em casa, em Niterói (RJ), quando começou a sentir dores no peito. Da Matta foi enterrado à tarde.

Na semana passada, ele havia se submetido a exames de rotina de pilotos e nenhum problema foi acusado nos resultados, segundo a associação dos funcionários da empresa.
Pai do piloto, Roberto da Matta disse não poder afirmar que a morte do filho seja "conseqüência direta" da situação da Varig, mas ressaltou que ele vivia uma "estresse geral" em razão da crise.


Folha de São Paulo
29/07/06
Pilotos e comissários devem ter mais chances de recolocação

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o crescimento da demanda de passageiros neste ano e com companhias como TAM, Gol e OceanAir trazendo mais aviões, parte dos funcionários demitidos pela Varig deverá ser absorvida pela concorrência.

Os aeronautas, ou seja, os pilotos e comissários, devem ter mais chances do que o pessoal de terra. Os trabalhadores da área administrativa são os que têm as menores chances, já que a concorrência tem a estrutura mais enxuta e modernizada. "A Gol, por exemplo, é toda computadorizada. Quando ela cresce, o crescimento proporcional dos trabalhadores administrativos é menor", diz o consultor Paulo Bittencourt Sampaio.

No caso dos aeronautas, ele analisa que as comissárias mais velhas devem ter dificuldade maior de ingressarem em outras companhias. "Além de terem salários mais altos, existe aquela crueldade da beleza exigida por essa profissão."

Sampaio lembra que o problema social trazido pelas demissões será potencializado devido ao fato de haver famílias de trabalhadores na Varig. "O comandante é casado com uma comissária. Há muitos casos de gerações de funcionários, como pais e filhos, que trabalhavam na empresa", exemplifica.


Zero Hora
29/07/06
No pior dia da crise, Varig demite 5,5 mil funcionários
Trabalhadores iniciam greve em protesto por salários atrasados


No pior dia em seus 79 anos de história, a Varig anunciou ontem a demissão de 5,5 mil funcionários. De acordo com um comunicado distribuído pela empresa, do total de 9.485 empregados no Brasil, apenas 3.985 serão mantidos. Com a decisão, funcionários em aeroportos começaram greves.

A Varig admite que novos cortes podem ocorrer porque originalmente a Varig Log, nova gestora da empresa aérea, havia anunciado que iniciaria as operações com 1.680 funcionários. Assim, ainda há uma diferença 2.305 a mais no número divulgado pela Varig.

Em mensagem assinada pelo presidente da companhia, Marcelo Bottini, e distribuída por e-mail para os funcionários ele afirma que está sendo feita uma "adequação do quadro funcional da empresa às reais necessidades das operações do momento." Acrescentou que parte dos desligados deve ser contratada pelos novos gestores.

A companhia garante discutir com os sindicatos o pagamento dos direitos trabalhistas. Segundo a Varig, as verbas rescisórias são estimadas em R$ 253,1 milhões e incluem aviso prévio, férias vencidas e proporcionais, 13º salário, entre outros benefícios. Ainda de acordo com a empresa, o saldo de salários atrasados, incluindo julho, é estimado em R$ 106,2 milhões.

A empresa explicou ainda que a viabilização desses pagamentos está na dependência do recebimento de créditos de ICMS de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Os governos estaduais, no entanto, não têm previsão para o desembolso.

O texto distribuído pela companhia aérea assegura que a reestruturação do quadro de pessoal não vai prejudicar as operações. Nos últimos dias, no entanto, a Varig cancelou a maior parte dos vôos. Atualmente, mantém rotas para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Manaus, Frankfurt e Buenos Aires. A frota está reduzida a 10 jatos, menos de 10% do que já foi.

Funcionários iniciam greve no aeroporto de Guarulhos

Insatisfeitos com quase quatro meses de salários atrasados e o começo das demissões, funcionários do aeroporto de Guarulhos (SP) cruzaram os braços na tarde de ontem, deixando sem atendimento passageiros que estavam no embarque. Para o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, só haverá retorno às atividades depois do pagamento dos salários.

Os demitidos pretendem recorrer à Justiça do Trabalho para assegurar direitos, informou o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Élnio Borges.

Saiba mais
Dos 9.485 funcionários da Varig no Brasil, 5,5 mil serão dispensados, permanecendo 3.985. Conforme a empresa, as verbas rescisórias são estimadas em R$ 253,1 milhões.


Zero Hora
29/07/06
Incertezas para quem fica ou sai


O supervisor de check in Fernando Waechter, 51 anos, está a 16 meses da aposentadoria, depois de 28 anos dedicados à Varig. De chinelos, o agente de vendas Emerson Ricardo, 35, combinava na sexta à noite um churrasco de despedida com colegas no saguão do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Como dirigente sindical, o almoxarife Odilon Schmidt, 47, foi até a sede do Sindicato dos Aeroviários, dois dias após ser dispensado da ex-subsidiária Varig Engenharia e Manutenção (VEM) e devolvido à Varig. Em auxílio-doença há 19 meses, o técnico em manutenção Flávio Maia, 40, vê à frente um futuro incerto.

As histórias desses trabalhadores têm em comum uma notícia triste. Eles integram o universo de 9.485 servidores da Varig, que após a venda para a ex-subsidiária Varig Log há nove dias, serão reduzidos a 3.985. O anúncio de 5,5 mil demitidos ocorreu ontem à tarde, por meio de nota divulgada pela companhia. A nominata com os desligados, porém, não foi divulgada na totalidade.

Praticamente às vésperas da aposentadoria, Waechter, apesar de abatido, procurava mostrar resignação.

- Se eu for demitido, já era - diz, desviando o olhar.

Casado e pai de um filho, o supervisor atribuiu aos bons tempos da Varig o aumento da família. Pelo celular, sua mulher era informada sobre as últimas notícias e orava por um final feliz.

Há quatro anos na companhia, Ricardo mora com a irmã, com quem deveria dividir as despesas. Sem salário há quatro meses, depende dela para se manter.

- Estou de folga, vou me encontrar com colegas e fazer um churrasco, marcando a nossa despedida. Algum de nós, certamente, não fará mais parte da empresa - lamenta.

Em situação também incerta estão Schmidt e Maia. Schmidt foi um dos sete funcionários emprestados à VEM e que no dia 26 foram devolvidos à Varig.

- Não sabemos de nada, nos mandaram aguardar em casa - relata Schmidt.

Para Maia, que está em licença médica desde janeiro de 2005 por uma tendinite crônica no punho direito, o amanhã é nebuloso. Ele fazia parte da Varig que foi vendida à VEM. O temor do técnico em manutenção se deve também à continuidade do tratamento médico, cujas consultas e a medicação são fornecidas pela empresa.

- Esta semana outros colegas não conseguiram remédios, disseram que não há dinheiro. Não sei como será quando eu receber alta, não sei nem a qual empresa pertenço - diz.

Em meio às incertezas de quem fica ou quem sai, um sentimento ecoa uníssono: nada será como antes, a antiga Varig não existe mais.


O Globo
29/07/06
Varig vai demitir 5.500 funcionários, que já começaram a ser desligados
Mirelle de França, Elisa Campos* e Danielle Abreu


RIO e SÃO PAULO. A Varig vai demitir 5.500 funcionários, de um total de 9.485 que trabalham para a companhia aérea no país. Os 3.985 restantes serão mantidos nos quadros da empresa. Antes do leilão da Varig — feito no dia 20 — a VarigLog, que comprou os ativos, falava em aproveitar somente cerca de 1.700 na Nova Varig, e a Varig antiga, em ficar com 50. No comunicado divulgado ontem, no entanto, a diretoria da Varig se comprometeu a recontratar gradualmente os que serão desligados, à medida que a empresa recuperar a frota e ampliar as rotas nacionais e internacionais.

No início da tarde de ontem, os funcionários receberam um comunicado interno assinado pelo presidente da Varig, Marcelo Bottini, na qual o executivo justificava o corte como medida necessária para a recuperação da companhia. “A adequação do quadro de funcionários baseados no Brasil que iniciamos hoje (ontem) não deve ser encarada, pura e simplesmente, como o fechamento de postos de trabalho. Pelo contrário, precisa ser vista como medida necessária e transitória para a manutenção e recuperação da Varig”, diz um trecho do documento.

Segundo informações da empresa, os funcionários estão sendo avisados do desligamento por seus superiores — no caso daqueles que não têm pontos fixos de trabalho, por correspondência. A companhia aérea, no entanto, não explicou como vai pagar as multas rescisórias. A Varig disse que serão discutidas com os sindicatos alterações nos acordos coletivos, para que as rescisões contratuais se enquadrem nos critérios estabelecidos pelo Plano de Recuperação Judicial.

— Em um primeiro momento, preferimos negociar com a empresa. Mas temos convicção de que vamos cobrar cada centavo — disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

Clima no aeroporto de Congonhas foi de desolação

A presidente do Sindicato dos Aeroviários do Rio, Selma Balbino, enviou ofício ao Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, pedindo que seja estendida à categoria de aeroviários e aeronautas a ampliação do número de parcelas do seguro-desemprego, de três para cinco, como foi feito com os setores moveleiro e calçadista. Ela quer que o governo intervenha para garantir que as empresas do setor que estão demitindo não deixem de pagar a rescisão trabalhista.

Selma se disse surpresa com a quantidade de funcionários mantidos pela Varig:

— Até ontem, tínhamos a informação de que só seriam mantidos 1.660 postos de trabalho na Nova Varig. No Rio, acredito que não ficarão mais de 300 aeroviários (trabalhadores em terra).

Na terça-feira, haverá uma reunião com representantes da Varig antiga (que ficou com a dívida de quase R$ 8 bilhões e permanece em recuperação judicial), da VarigLog e de sindicatos no Ministério Público do Trabalho, para discutir como as empresas pagarão as rescisões e os salários atrasados.

O clima era de desolação entre os funcionários da Varig no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, após o anúncio das demissões. Muitos não conseguiram conter o choro. Os empregados eram chamados um a um para receber as cartas de demissão, entre eles a atendente de check-in Vanda Lúcia Dantas, de 42 anos. Há três anos na Varig, ela estava há quatro meses sem receber o salário e ainda não tem perspectiva de novo emprego:

— Estou com um monte de contas atrasadas. Foi um horrível desrespeito e nem sei se estavam depositando o FGTS.

A Varig divulgou ainda que a reestruturação não vai atingir as operações nem o plano de milhagem. “O Programa Smiles também não sofrerá alterações e os passageiros vão poder continuar a fazer uso e creditar suas milhas.”

Ainda não se sabe de onde virão os recursos para pagar os funcionários. Só para quitar os salários atrasados a companhia precisaria de R$ 106 milhões. Esse valor deve mais do que dobrar se considerados os custos com as demissões. Uma proposta enviada pela empresa aos sindicatos dizia que seriam necessários R$ 253 milhões para demitir todos os funcionários no Brasil.


O Globo
29/07/06
Braços cruzados após anúncio

Aguinaldo Novo

SÃO PAULO. Os funcionários da Varig que trabalham no check-in do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), o maior do país, cruzaram os braços depois que a empresa começou a anunciar sua lista de demissões. A paralisação, que teve início pouco depois das 17h, continuava durante a noite, o que acabou provocando a irritação de uma centena de passageiros que tinham vôo marcado para ontem. Funcionários de outras áreas, como manutenção e tripulação, não haviam aderido à greve. No fim de semana, a idéia é organizar protestos.

A expectativa de representantes do Sindicato dos Aeroviários em Guarulhos era que o serviço fosse retomado tão logo chegasse a relação de funcionários que permaneceriam na empresa. De 420, cerca de 130 seriam mantidos na Nova Varig. De 54 supervisores, a empresa manteria quatro. Da equipe de gerentes, formada por seis funcionários, apenas um não seria cortado.

Os funcionários reclamavam o pagamento imediato, para todos os trabalhadores, de quatro salários em atraso, do décimo terceiro e de oito parcelas do FGTS. Eles também pediam a regularização do fundo de pensão Aerus, que está sob intervenção. Também houve protesto no aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Cerca de 600 funcionários fizeram uma manifestação entre 14h e 15h30, retornando depois para o trabalho. Eles farão uma nova assembléia na terça-feira.

— Que a empresa vai demitir, vai. A Varig está falida, quebrou. Mas tem dinheiro em caixa e pode melhorar sua proposta (para os demitidos) — afirmou o diretor do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo Claudinei Rodrigues.


 

O Globo
28/07/2006 - 21h48m
Varig diz que vai demitir 5.500 funcionários
Globo Online, Extra e O Globo


RIO e BRASÍLIA - A Varig informou nesta sexta-feira, à tarde, que demitirá 5,5 mil funcionários dentro de seu processo de reestruturação. Em nota, a companhia informa que manterá 3.985 funcionários do total de 9.485 que trabalham no Brasil. O plano de recuperação da empresa previa anteriormente a manutenção de 1,5 mil a 2 mil trabalhadores.

A companhia aérea informa que os funcionários estão sendo avisados do desligamento por seus superiores e, em casos excepcionais, por carta. A Varig diz manter o compromisso de contratação desses mesmos funcionários com a retomada do crescimento da frota e a conseqüente ampliação de sua malha.

No aeroporto de Cumbica, em São Paulo, funcionários entraram em greve por tempo indeterminado para protestar contra as demissões e pelos direitos dos funcionários desligados. Com isso, alguns vôos foram cancelados, como aqueles com destino a Frankfurt, Nova York, Porto Alebre e Fortaleza.

Os funcionários da Varig receberam na manhã desta sexta-feiracomunicado do presidente Marcelo Bottini anunciando o início do processo de demissões .

"Hoje damos início a uma das mais importantes fases do projeto de reestruturação da nossa Varig, promovendo a adequação do quadro funcional da empresa às reais necessidades das operações do momento", afirmou Bottini no comunciado enviado por e-mail aos funcionários.

Segundo a nota, "os desligamentos começam a ser comunicados pessoalmente a vocês por suas chefias e, nos casos de funcionários que não têm local físico de trabalho, por correspondência enviada à residência de cada um".

A empresa também diz que a reestruturação do quadro de funcionários não vai atingir as operações da Varig nem de seu plano de milhagem Smiles.

"O Programa Smiles também não sofrerá alterações e os passageiros vão poder continuar a fazer uso e creditar suas milhas."

A companhia informa que atualmente voa para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Manaus (rotas no Brasil), Frankfurt e Buenos Aires (no exterior) com um total de 10 aeronaves. Além desses, a empresa opera a ponte aérea Rio de Janeiro/São Paulo diariamente. A companhia mantém vôos extras para a Europa e América do Sul e um diário para Miami e Nova York em dias alternados.

A Nova Varig diz que decidiu focar nos serviços de atendimento ao cliente, operação e manutenção.

A companhia diz ainda estar "discutindo com os sindicatos representativos de seus funcionários as alterações necessárias nos acordos coletivos de trabalho, para que as rescisões contratuais se enquadrem no estabelecido pelo plano de recuperação judicial aprovado por todos os seus credores. Vem sendo dada prioridade à documentação relativa à liberação do FGTS e do seguro desemprego."

Ainda não se sabe de onde viriam os recursos para pagar os funcionários. Só para quitar os quatro meses de salários atrasados a companhia precisaria de R$ 106 milhões. Esse valor deve mais do que dobrar se considerados os custos com as demissões. Uma proposta enviada pela empresa aos sindicatos do setor dizia que seriam necessários R$ 253 milhões para mandar embora todos os empregados da empresa no Brasil.

O Sindicato Nacional dos Aeroviários pediu ao Ministério Público do Rio de Janeiro o bloqueio dos US$ 75 milhões depositados na conta da Varig, após a companhia propor liberação do FGTS e do seguro-desemprego e acertar o restante depois.

A VarigLog adquiriu a companhia em leilão no dia 20 de julho.

Na antiga Varig, que deverá passar a se chamar Nordeste e vai operar apenas uma linha, Congonhas-Porto Seguro, a estimativa é de aproveitamento de 50 funcionários.


 

O Globo
28/07/2006 - 21h06m
Funcionários da Varig em Cumbica entram em greve
Jornal Nacional e GloboNews


SÃO PAULO - Em protesto contra as demissões anunciadas nesta sexta-feira, os funcionários da Varig do Aeroporto de Cumbica, em São Paulo, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Eles querem que todos os empregados da empresa, inclusive os 5.500 demitidos, recebam os três meses de salários atrasados e o 13º salário. Os funcionários informaram que não vão trabalhar no embarque dos passageiros que têm vôo previsto para Frankurt nesta sexta-feira, às 22 horas.

O vôo para Frankfurt foi supenso, assim como aqueles que estavam previsto para sair para Nova York, Porto Alebre e Fortaleza. A Varig informou que está discutindo mudanças nos acordos coletivos dos sindicatos para fazer as rescisões dos contratos de trabalho. O Ministério Público do Trabalho convocou a Varig para saber como a empresa vai pagar as rescisões e os salários atrasados.


Agência Brasil
Sexta, 28 de Julho de 2006, 19h52
 
Empregados da Varig vão à Justiça contra demissões
Fonte: Investnews


Os funcionários demitidos da Varig vão recorrer à Justiça do Trabalho para ter assegurado todos os seus direitos, informou nesta sexta-feira o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Élnio Borges. Na próxima quinta-feira, os trabalhadores realizam assembléia para definir os próximos passos. Borges lembrou que na última quarta-feira já foi indicado o caminho junto à Justiça do Trabalho. "Nós temos uma esperança forte de que a Justiça do Trabalho vem compor o conceito de ética, moral, legalidade e justiça que foi destruído até o momento", disse.

Élnio Borges considerou um absurdo a atitude da direção da Varig de demitir tantos funcionários de uma única vez (5,5 mil). "Na nossa visão, é um ato inclusive de crueldade, porque os trabalhadores da Varig se esforçaram durante anos para manter a empresa voando com todas as suas dificuldades, e nos últimos meses sem salários, enfrentando a legítima ira, em alguns momentos, de clientes que estavam sendo mal atendidos", afirmou.

"E agora que a empresa é praticamente doada para um novo controlador riquíssimo, sustentado por um enorme fundo de investimentos estrangeiro, em vez de fazer o pagamento de salários atrasados resolve reduzir o quadro dessa forma", criticou.

O sindicalista recordou que a proposta dos próprios empregados da Varig previa demissões, mas "de uma maneira honesta, tratando as pessoas como elas merecem". Segundo Borges, o anúncio feito pela direção da Varig se refere a uma demissão totalmente ilegal. "Na verdade, é a espoliação dos direitos trabalhistas", disse.

Ele garantiu que os trabalhadores não vão aceitar isso com passividade. Borges informou que a Varig está dando aos demitidos uma carta que serviria para o levantamento de parte depositada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço(FGTS) e uma guia para recebimento do seguro-desemprego, "e não paga absolutamente nada dos direitos trabalhistas.


Valor Online
28/07/06 - 16:40h
Empregados da Varig vão entrar na Justiça para garantir pagamento das demissões

RIO - Os funcionários demitidos da Varig vão entrar na Justiça do Trabalho para garantir o pagamento das rescisões trabalhistas, segundo informou o diretor Élnio Borges, do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

"Nossos advogados já estão empenhados, essa foi a determinação. A Varig precisa pagar os salários atrasados e as indenizações das demissões. Mas a Varig disse que a prioridade será o pagamento do FGTS e do seguro desemprego. Não haverá demissão dessa maneira", disse o sindicalista. Os funcionários estão entrando com ações coletivas e individuais na Justiça do Trabalho.

Hoje, a Varig antiga - a parte da empresa que não foi vendida e que herdou uma dívida de R$ 7 bilhões - anunciou a demissão de 5.500 funcionários. A empresa, sob recuperação judicial, não informou como vai pagar as indenizações e os salários atrasados desde abril.

A nova Varig, parte operacional que foi vendida à VarigLog, vai absorver inicialmente 1.700 empregados da Varig antiga dentro de um contingente de 3.985 empregados que permanece na empresa. A contratação de fato desses 1.700 pela nova Varig só pode ocorrer quando o negócio receber a aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Dessa forma, até a aprovação, eles trabalharão na nova Varig, mas serão empregados da Varig antiga.
(Ana Paula Grabois/Valor Online)


Estadão
28 de julho de 2006 - 19:04
Funcionários da Varig vão parar neste final de semana
As paralisações vão ocorrer nos dois aeroportos paulistas - Guarulhos e Congonhas

Renata Stuani

SÃO PAULO - O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários do Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, anunciou que os funcionários da Varig vão parar neste final de semana. As paralisações vão ocorrer nos dois aeroportos paulistas - Guarulhos e Congonhas. Ele afirmou que, nesta sexta-feira, já ocorre um protesto em Guarulhos.

A Varig anunciou hoje que vai demitir 5.500 funcionários. Ou seja, serão mantidos 3.985 funcionários de um total de 9.485 empregados. O presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini, revelou que a direção da empresa já comunicou oficialmente aos funcionários sobre os cortes que serão promovidos por conta do plano de recuperação da companhia aérea. Segundo ele, as demissões já começaram e serão anunciadas ao longo das próximas semanas pelas chefias de cada departamento. O executivo descartou a possibilidade de sair uma lista única com todos os funcionários que serão aproveitados pela nova Varig.

Em comunicado divulgado hoje, a direção da empresa explica que os funcionários que não têm local fixo, como comissários e pilotos, serão informados por correspondência enviada às suas casas. A empresa se compromete a realizar uma "contratação paulatina" dos empregados cortados, conforme o ritmo gradual de retomada do crescimento da frota e ampliação da malha de rotas nacionais e internacionais.

O documento também destaca que "as rescisões serão pagas na forma estabelecida pelo Plano de Recuperação Judicial aprovado por todos os credores". Será dado prioridade, portanto, à liberação do FGTS e a obtenção do Seguro Desemprego.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que não vai comentar as demissões de funcionários anunciadas hoje pela direção da Varig em função do plano de recuperação da empresa. Segundo a Assessoria da Agência, "esse é um assunto relativo à estrutura da empresa e não é de competência do órgão regulador".

Situação da Varig

A Varig, com 79 anos de existência, está em recuperação judicial desde 17 de junho de 2005 e foi vendida em leilão para a VarigLog, sua ex-subsidiária de logística. Nos últimos dias, a empresa cancelou a maior parte das linhas. Ela opera neste momento com 10 aviões, voando para as seguintes cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Manaus (rotas no Brasil), Frankfurt e Buenos Aires (no exterior). Ela opera também a Ponte Aérea Rio-São Paulo (Santos Dumont-Congonhas) diariamente, rota que será o principal foco dos novos administradores neste momento.

A companhia mantém vôos extras para a Europa e América do Sul e uma linha para Miami e Nova Iorque (EUA) em dias alternados. O Programa Smiles não sofrerá alterações, embora os passageiros tenham tido dificuldade para utilizar as milhas por causa dos problemas nos serviços.

A antiga Varig, que se chamará Nordeste e herdará todas as dívidas, vai operar apenas com um avião. A expectativa é de que ela fique com apenas 50 funcionários. Já a nova companhia, criada com a venda para a VarigLog, deve absorver cerca de 2 mil empregados.

Veja a íntegra do comunicado distribuído aos funcionários

"MENSAGEM DO PRESIDENTE"

Hoje, 28 de julho de 2006, damos início a uma das mais importantes fases do projeto de reestruturação da nossa Varig, promovendo a adequação do quadro funcional da empresa às reais necessidades das operações do momento.

Alcançamos, todos juntos, muitas conquistas durante este período turbulento. Aprovamos, junto aos credores, o Plano de Recuperação Judicial e fizemos aquilo que quase ninguém acreditava ser possível: promovemos o leilão de ativos da Varig necessários à criação de uma nova empresa que levará, daqui para frente, a nossa marca de volta aos céus de todo o mundo. No entanto, todos sabíamos que no primeiro momento a nova empresa teria que promover profundas mudanças estruturais. E que, para isso, seria fundamental um período de adaptações necessárias à retomada de seu caminho para o crescimento, num futuro que, com certeza, será muito breve.

A adequação do quadro de funcionários baseados no Brasil que iniciamos hoje não deve ser encarado, pura e simplesmente, como o fechamento de postos de trabalho. Pelo contrário, precisa ser visto como medida necessária e transitória para a manutenção e recuperação da Varig. Todos que trabalhamos no mercado de aviação sabemos que, a cada nova aeronave incorporada à frota da companhia, a cada rota nacional ou internacional adicionada à malha da empresa, mais trabalhadores devem ser contratados.

Temos informações que, brevemente, outros aviões serão trazidos e o compromisso com os que dirigem a nova companhia é o de admitir - para os postos que forem criados - os funcionários agora desligados. Tenho convicção que cada um de nós cumpriu, e até mesmo excedeu, o papel que lhe coube até agora. É o que sempre soubemos fazer aqui na Varig: surpreender, superar expectativas, avançar e, mesmo diante das condições mais adversas, fazer com que a empresa fosse sempre a pioneira. Daqueles que serão absorvidos sei que posso esperar dedicação, lealdade, perseverança.

E, principalmente, o trabalho com a inigualável marca dos funcionários da Varig. É assim que cada um de vocês poderá contribuir para que a companhia volte a crescer e, a curto/médio prazo, crie rapidamente novas oportunidades para que outros colegas voltem ao nosso convívio logo que possível. Os desligamentos começam a ser comunicados pessoalmente a vocês por suas chefias e, nos casos de funcionários que não têm local físico de trabalho, por correspondência enviada à residência de cada um.

Posteriormente, os funcionários que agora deixam o nosso convívio diário serão comunicados por correspondência dos procedimentos para a rescisão contratual, Lembramos que, após a alteração dos acordos coletivos de trabalho - já em processamento junto aos Sindicatos - estas rescisões serão pagas na forma estabelecida pelo Plano de Recuperação Judicial aprovado por todos os credores. Será dada prioridade à documentação necessária à liberação do FGTS e do Seguro Desemprego.

Marcelo Bottini Presidente"


Invertia
Sexta, 28 de Julho de 2006, 18h41
 
Funcionários da Varig em Guarulhos iniciam greve por salários atrasados

Os funcionários da Varig que operam no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, decidiram iniciar nesta-sexta feira greve por tempo indeterminado. Dos 400 empregados que trabalham no aeroporto pela companhia, pouco mais de 100 serão mantidos - cerca de 300 foram demitidos. Todos os vôos da companhia em Guarulhos foram cancelados.

Segundo o diretor Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Jorge Dardis, a greve é devido ao atraso de quatro meses nos pagamentos, mais 13º salário, férias e dissídio.

Sebastião Custódio Júnior, 33 anos, agente de atendimento do setor de embarque de passageiros, foi um dos dispensados. Trabalhando há três anos na empresa, tem um filho de seis anos para criar. Formado em tradução e intérprete, ele agora está sem perspectivas. "O gerente do meu departamento leu a lista dos que iriam ficar e meu nome não estava lá. Pessoas muito antigas na Varig tiveram de sair. Ficou um clima triste, de despedida", afirma.

A Varig foi comunicada da paralisação em Guarulhos e propôs aos funcionários o pagamento de três meses de salários atrasados até terça-feira, só que apenas para os 100 empregados que não foram demitidos. Os trabalhadores não aceitaram a proposta e exigem pagamento para todos os funcionários, mantendo a greve.

Já os trabalhadores da Varig em Porto Alegre decidiram não fazer paralisação, segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Oswaldo Rodrigues. A decisão ocorreu porque a lista com os nomes dos demitidos ainda não chegou até eles, mas a previsão é de que isso ocorra amanhã.

Os funcionários de Porto Alegre prevêem se reunir na segunda-feira para estabelecer os próximos passos e se adotarão a greve. No momento, o único protesto dos empregados na cidade é se recusar a usar uniformes. A previsão é de que dos cerca de 150 funcionários, metade sejam demitidos.

No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, alguns funcionários fizeram paralisação das 13h30 às 15h desta sexta-feira. Entre os empregados que aderiram à medida estão aeroviários, funcionários administrativos e mecânicos da aérea.

A manifestação ocorreu devido a um comunicado interno enviado pela diretoria da empresa que avisava que a companhia faria uma adequação no número de empregados.

A paralisação foi promovida por cerca de 600 funcionários, para pedir que a aérea informe logo quais empregados serão contratados pela Varig Log, a nova dona da Varig.


Agência Brasil
Sexta-feira, 28 de Julho de 2006, 17h30
Varig anuncia demissão de 5.500 funcionários em todo país


RIO DE JANEIRO - A Varig anunciou hoje a demissão de 5.500 funcionários, dos 9.485 empregados. Em nota divulgada à imprensa, a empresa diz que “a medida se insere no projeto de reestruturação da companhia aérea e visa promover a readequação do quadro funcional da empresa às reais necessidades de operações do momento”.

A Varig informa que serão mantidos 3.985 postos de trabalho, conforme prevê o plano de recuperação judicial aprovado em assembléia por todos os credores.

A empresa destaca a existência de um compromisso para contratação gradual dos funcionários, “de acordo com o ritmo de crescimento da frota e ampliação das rotas domésticas e internacionais da Varig”.

A companhia informa que os funcionários estão sendo comunicados do desligamento por seus superiores ou por correspondência, quando não possuem pontos fixos de trabalho.Diz ainda que está debatendo com os sindicatos de classe as mudanças necessárias nos acordos coletivos de trabalho, para enquadrar as demissões no plano de recuperação judicial.

De acordo com o comunicado, está sendo dada prioridade ao pagamento do FGTS e seguro-desemprego. A companhia aérea informa na nota que a reestruturação de pessoal não irá afetar as operações da Varig.

A empresa voa atualmente com um total de dez aviões para sete destinos do Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Recife) e para dois no exterior (Frankfurt e Buenos Aires).

Além disso, opera a ponte aérea Rio de Janeiro/São Paulo diariamente e mantém vôos em dias alternados para Miami e Nova Iorque, com vôos extras para a Europa e América do Sul. A assessoria da Varig informou que o programa de milhagem Smiles não sofrerá alteração.

A VarigLog, controladora da Varig Operacional, informou por meio de sua assessoria de imprensa que a readequação dos recursos humanos da Varig diz respeito à empresa remanescente, denominada Varig Velha, e não à unidade operacional, ou Nova Varig, que foi adquirida pela empresa no leilão judicial realizado no último dia 20.

A assessoria da VarigLog informou que não recebeu até o momento nenhum informe da Varig sobre os desligamentos.


Folha Online
28/07/2006 - 17h27
Varig anuncia a demissão de 5.500 funcionários em todo o país
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio

A Varig anunciou hoje a demissão de 5.500 funcionários. A companhia aérea informou que do total de 9.485 funcionários alocados no Brasil, apenas 3.985 serão mantidos.

A VarigLog, nova dona da companhia, informa que vai absorver 1.700 empregados diretos quando receber a autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para voar.

No entanto, isto não significa que os 2.285 funcionários restantes ficarão na 'Varig antiga', que herda as dívidas, permanece em recuperação judicial e fica com a concessão da Nordeste para a linha São P
aulo-Porto Seguro. Segundo fontes ligadas à empresa, mais de mil desses trabalhadores não estão entre os demitidos no momento porque estão afastados em razão de licença-maternidade ou licença para tratar de problemas de saúde, entre outros.

Segundo comunicado da Varig, começa hoje a "adequação do quadro funcional da empresa às reais necessidades de operações do momento." A empresa informa que os funcionários estão sendo avisados do desligamento por seus superiores e, em casos excepcionais, por correspondência.

A Varig diz estar discutindo com os sindicatos de seus funcionários as alterações necessárias nos acordos coletivos de trabalho, para que as rescisões contratuais se enquadrem no estabelecido pelo Plano de Recuperação Judicial. Tem sido dada prioridade à documentação relativa à liberação do FGTS e do Seguro Desemprego.

De acordo com a empresa, a reestruturação do quadro de pessoal não vai atingir as operações da Varig, que atualmente voa para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Manaus (rotas no Brasil), Frankfurt e Buenos Aires (no exterior) com um total de dez aeronaves.

Além desses, a empresa opera a ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo diariamente e vôos extras. O Programa Smiles também não sofrerá alterações, segundo a companhia, e os passageiros vão poder continuar a fazer uso e creditar suas milhas.

Rescisão

Segundo documento encaminhado pela companhia aos trabalhadores, as verbas rescisórias são estimadas em R$ 253,1 milhões e incluem aviso prévio, férias vencidas e proporcionais, 13º salário, entre outras coisas.

O saldo de salários atrasados, que também se referem ao mês de julho, é estimado em R$ 106,2 milhões.

A companhia se comprometeu a entregar as rescisões contratuais e extratos do FGTS em um prazo de até 45 dias após a data de desligamento.

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, havia informado na última reunião com sindicalistas que a viabilização desses pagamentos se dará por meio de créditos que a empresa tem a receber de ICMS dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Check-in

Insatisfeitos com quase quatro meses de salários atrasados, funcionários dos aeroportos de São Paulo (Guarulhos e Congonhas), Porto Alegre e Curitiba exigem o pagamento imediato além de esclarecimentos quanto às demissões sob ameaça de cruzar os braços.

O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos realiza assembléia que pode decidir pela paralisação por tempo indeterminado.

Os funcionários do check-in, do departamento administrativo e mecânicos da Varig no aeroporto de Congonhas fizeram uma paralisação entre 13h30 e 15h desta sexta-feira após tomarem conhecimento do comunicado interno no qual a companhia aérea avisava das demissões.


Folha Online
28/07/2006 - 15h49
Funcionários da Varig em Congonhas fazem paralisação
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio


Os funcionários do check-in, do departamento administrativo e mecânicos da Varig no aeroporto de Congonhas fizeram uma paralisação entre 13h30 e 15h desta sexta-feira após tomarem conhecimento do comunicado interno no qual a companhia aérea avisava que vai haver uma adequação do número de empregados às necessidades da nova empresa.

"Nosso objetivo não é prejudicar os vôos", afirmou Uébio José da Silva, presidente do sindicato dos aeroviários do Estado de São Paulo. Segundo ele, cerca de 600 pessoas participaram da manifestação, que tinha como objetivo pedir informações precisas sobre os funcionários que serão contratados pela nova dona da Varig e como serão feitos os pagamentos aos demitidos.

Às 17h, os aeroviários de Congonhas realizam uma assembléia para tratar do assunto e, na próxima semana, o sindicato também vai organizar uma reunião.

Insatisfeitos com quase quatro meses de salários atrasados, funcionários dos aeroportos de São Paulo (Guarulhos e Congonhas), Porto Alegre e Curitiba exigem o pagamento imediato além de esclarecimentos quanto às demissões sob ameaça de cruzar os braços.

O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos deu um ultimato para que a Varig preste as informações e faça os pagamentos até as 17h desta sexta-feira. Caso contrário, realizam assembléia que pode decidir pela paralisação por tempo indeterminado.

Segundo o diretor do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Jorge Dardis, os trabalhadores temem que a empresa não tenha dinheiro para pagar as rescisões. "Se a Varig não está pagando os benefícios e salários como vai pagar as demissões?", questiona.

Anteontem, os trabalhadores fizeram paralisações, mas retomaram o trabalho no fim da tarde.

A paralisação em Guarulhos causou atrasos de dois vôos internacionais, mas não chegou a provocar cancelamentos, segundo o sindicato.

Corte

A Varig pode apresentar ainda hoje as demissões de todos os seus 10 mil funcionários. Os funcionários da companhia aérea foram avisados nesta sexta-feira, por comunicado interno, de que vai haver uma adequação do número de empregados às necessidades da nova empresa.

A VarigLog, que em leilão adquiriu a companhia, informou que pretende absorver apenas 1.680 trabalhadores nos primeiros 60 dias de operações da nova empresa. Os critérios para a recontratação não foram anunciados.

Segundo a companhia, o aumento no número de admissões depende da frota que vai operar. Hoje a companhia mantém nove aviões voando, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). De acordo com cálculos de sindicalistas, cada aeronave representa trabalho para cerca de 200 funcionários.

A "Varig antiga", que permanece em recuperação judicial, com as dívidas da empresa e que deterá a concessão da Nordeste, deverá ter apenas 50 funcionários.

Segundo a Varig, as verbas rescisórias são estimadas em R$ 253,1 milhões e incluem aviso prévio, férias vencidas e proporcionais, 13º salário, entre outras coisas. O saldo de salários atrasados, que também se refere ao mês de julho, é estimado em R$ 106,2 milhões.

A companhia se comprometeu a entregar as rescisões contratuais e extratos do FGTS em um prazo de até 45 dias após a data de desligamento. Segundo a Varig, a viabilização desses pagamentos se dará por meio de créditos que a empresa tem a receber de ICMS dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.