Site da ACVAR
29/06/2007
Volo pode ter intermediado compra
da Varig para a Gol
Rafael Wallace
CPI da Varig ouviu, nesta quinta-feira
(28/6), o depoimento dos sócios da Volo,
empresa que arrematou a Varig, em leilão em julho
de 2006
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Assembléia Legislativa do Estado do Rio
(Alerjl) que investiga o processo de venda da Varig, deputado
Paulo Ramos, acredita que Marcos Haftel, Marco Antônio
Audi e Luiz Eduardo Gallo, sócios da Volo do Brasil,
atuaram como intermediários da Gol Linhas Aéreas.
A Volo arrematou a Varig S/A em leilão, em julho
de 2006, por R$ 94 milhões, e a revendeu à
Gol em março deste ano, por R$ 320 milhões,
no que se tornou o maior negócio da aviação
comercial brasileira.
Ramos externou sua opinião durante o depoimento
dos empresários, nesta quinta-feira (28/06). “Existe
uma figura empresarial chamada laranja. Nesse caso, está
claro que não houve esforço nenhum para
a recuperação da empresa. O objetivo foi
entregar a Varig de bandeja para a Gol”, afirmou
o parlamentar.
O deputado também pediu a quebra dos sigilos bancário
e fiscal dos sócios. O depoimento dos três,
adiado em quatro oportunidades anteriores, foi amparado
por liminar que garantia o direito de não responderem
a perguntas que pudessem ser usadas contra eles, no relatório
final.
“Eles se recusaram a responder perguntas normais.
Isso me fez passar do estado de suspeição
para o de convencimento”, disse Paulo Ramos.
A portas fechadas e
com medo de apanhar
Além de chegar à Alerj escoltados por onze
seguranças particulares, os sócios da Volo
alegaram receio de sofrer agressões físicas
e se recusaram a depor diante dos ex-funcionários
da Varig S/A.
O impasse foi solucionado, somente, após o consenso
de que o depoimento seria assistido pela imprensa e por
três representantes de trabalhadores da Varig S/A
– Roberto Santos, Edson Cardin e Reynaldo Filho.
Ainda assim, os depoentes pouco acrescentaram. Marco
Audi leu carta em que externou o descontentamento dos
sócios com os rumos da CPI.
“Eu e meus sócios tivemos uma atitude empreendedora
para salvar a empresa. Todo o processo foi feito de forma
transparente. Estou decepcionado com o caminho dessa comissão”,
disse Audi.
Segundo ele, “a negociação foi feita
de empresa para empresa, sem intermediários. Nós
compramos o nome e as linhas, sem arcar com os direitos
trabalhistas dos funcionários”.
Já Paulo Ramos defendeu o caráter investigativo
da Comissão. “Essa CPI percorreu um longo
caminho. A Varig é um patrimônio nacional.
Essas investigações irão atingir
a Presidência da República”, afirmou.
O deputado Paulo Ramos ressaltou, contudo, que o interesse
da Gol pela Varig era antigo, mas esbarrou nas restrições
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Eles resolveram dar um jeitinho e arrumaram um
intermediário”, disse Ramos, que irá
enviar o relatório final à CPI do “Apagão
Aéreo”, na Câmara Federal.
Constantino Jr. deve
depor nesta sexta-feira
Nesta sexta-feira (29/6), às 11h, a CPI ouvirá
o presidente da Gol Linhas Aéreas, Constantino
Júnior. Com esse depoimento, a Comissão
pretende finalizar os trabalhos e partir para a elaboração
do relatório, em agosto.
Valor Econômico
29/06/2007
Operadora turística CVC adquire
controle da Webjet por R$ 45 milhões
Roberta Campassi e Heloisa Magalhães
A CVC, maior operadora de pacotes turísticos do
país, deu um passo concreto para ter vôos
próprios ao comprar a companhia aérea Webjet
esta semana, por cerca de R$ 45 milhões. A operadora
quer, assim, reduzir sua dependência por vôos
de companhias aéreas regulares. Atualmente, sua
principal fornecedora é a TAM.
A CVC fechou a aquisição de 100% das ações
da Webjet na segunda-feira. Até então, a
companhia aérea era controlada pelos empresários
Jacob Barata Filho e Wagner Abrahão, cada um com
32,5% e 46,3% das ações, respectivamente,
e por um fundo capitaneado por Mauro Molchansky, que detinha
o restante do capital.
Ontem, a operadora de viagens negou tanto a compra da
Webjet quanto o interesse por adquirir a empresa. Ela
confirmou apenas ter fechado um acordo, nesta semana,
para fretar os aviões da companhia aérea
no período em que eles estão ociosos. No
entanto, fontes do mercado, incluindo pessoas ligadas
à Webjet, confirmaram a aquisição.
A informação sobre a venda foi divulgada
ontem pelo jornal "O Globo".
O movimento da CVC não se justifica pelos ativos
da Webjet, e sim pela avaliação da operadora
de que seria mais fácil comprar uma empresa que
já existe do que erguer uma companhia aérea
do zero. Hoje, a Webjet tem perto de 0,5% do mercado doméstico
e opera com dois aviões alugados, do modelo 737-300,
da Boeing. A empresa voa em rotas de importância
secundária, que ligam as capitais Salvador, Curitiba,
Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.
Os sócios da Webjet, que foi criada em 2005,
vinham buscando um parceiro que pudesse financiar a operação
da companhia e a incorporação de mais aeronaves.
O plano era alcançar uma frota de seis aviões
até o fim do ano. As conversas com a operadora
turística teriam começado há dois
meses.
A CVC busca ter uma operação de vôos
própria e assim diminuir sua exposição
à capacidade e à eficiência das companhias
aéreas regulares. A operadora compra um número
significativo de assentos em vôos por ano. Em 2006,
boa parte dos seus 1,5 milhão de clientes viajou
de avião. O mercado aéreo como um todo atendeu
45 milhões de pessoas, o que significa dizer que
a CVC respondeu por cerca de 3% do volume de passageiros.
Diversas operadoras de viagens no mundo todo possuem companhias
aéreas.
A CVC já teve planos de criar sua companhia aérea
do zero - o nome provisório era Samba - e chegou
a obter autorização para pôr o projeto
em prática em 2005. Há alguns meses, porém,
ela vinha afirmando que o projeto estava parado porque
as companhias aéreas regulares tinham assentos
para fretamento em número suficiente.
Mas a oferta não é o único aspecto
que pode preocupar a CVC. A operadora também quer
diminuir sua exposição às eventuais
crises das empresas aéreas. No passado, ela já
assistiu à falência da Vasp e da Transbrasil.
Em 2006, a Varig abandonou a maior parte de suas operações.
Segundo fontes, a CVC teria reavivado o desejo de ter
vôos próprios justamente depois da crise
operacional que acometeu sua maior fornecedora, a TAM,
às vésperas do Natal passado, quando mais
de 100 mil passageiros foram prejudicados.
Folha de São Paulo
29/06/2007
CVC anuncia acordo com a Webjet
DA REPORTAGEM LOCAL
A CVC informou ontem que fechou um acordo para fretamento
de vôos com a companhia aérea carioca Webjet.
A informação que circulava ontem no setor
aéreo, entretanto, é que a operadora de
turismo comprou a empresa ao assumir suas dívidas.
A CVC, após negar a informação no
início da tarde de ontem, voltou atrás e
limitou-se a afirmar, por meio de sua assessoria de imprensa,
que não comentaria especulações.
Segundo a Folha apurou, a intenção da operadora,
que possui um grande contrato de fretamento de aviões
com a TAM, seria manter a Webjet como uma espécie
de garantia de que conseguirá atender a toda sua
demanda de vôos no futuro. Ou seja, não entraria
no mercado para concorrer com as principais companhias.
A Webjet tem 0,6% dos vôos domésticos. Em
2005, a CVC obteve autorização do governo
para criar uma companhia aérea, a Samba, mas o
projeto não foi implementado.
Folha de São Paulo
29/06/2007
Após 3 meses, Congonhas
volta a operar com 2 pistas
Os 51 vôos transferidos
para Guarulhos durante as reformas voltam a São
Paulo
Expectativa é pela entrega da alça de acesso
à pista principal, que ontem ainda não estava
pronta; sem ela, atrasos devem se agravar
KLEBER TOMAZ DA REPORTAGEM LOCAL
Com a liberação hoje às 12h da pista
principal, que passou por reforma, o aeroporto de Congonhas
(zona sul de São Paulo) voltará a operar
com suas duas pistas -principal e auxiliar- após
mais de três meses de obras de recuperação.
Os 51 vôos transferidos de Congonhas a Cumbica,
em Guarulhos (Grande SP), durante as reformas nas pistas,
voltarão ao aeroporto da capital, segundo a Infraero,
estatal que administra os aeroportos.
Desse modo, a Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) calcula que Congonhas retomará os 48 vôos
por hora, como ocorria antes das reformas. Durante as
obras, eram 33. O horário de funcionamento também
mudará a partir de amanhã, passando a ser
das 6h às 23h.
A obra de R$ 19,9 milhões ainda corre o risco de
ser entregue inacabada. Até a noite de ontem, a
colocação do novo piso de concreto na alça
de acesso à cabeceira da pista principal não
estava pronta. Sem essa alça, cada avião
vai demorar, em média, 30 segundos a mais para
decolar do aeroporto, o que geraria um efeito cascata
de atrasos, segundo a Aeronáutica -justamente no
dia em que tem início as férias escolares.
Isso porque a aeronave seria obrigada a entrar na pista
principal por uma alça anterior e fazer uma manobra
de 180 graus perto da cabeceira para ficar no sentido
da decolagem.
O superintendente da região sudeste da Infraero,
Edgard Brandão Filho, disse que as máquinas
e os operários estavam "fazendo de tudo"
para entregar a alça pronta até o meio-dia
de hoje. "Está praticamente tudo pronto, faltam
detalhes."
Congonhas passou por duas reformas. A primeira, para recuperação
da pista auxiliar, foi realizada de 27 de fevereiro a
8 de maio. Seis dias depois começaram as obras
de reforma na pista principal.
Fontes da Infraero disseram que, caso a alça não
fique pronta hoje, serão necessários mais
alguns dias para a sua conclusão -sem precisar
quantos- e que a liberação pode se estender
dependendo do clima.
O Estado de São Paulo
29/06/2007
Na CPI da Câmara, deputado petista nega irregularidades
na Infraero
Eugênia Lopes, BRASÍLIA
Num depoimento de quatro horas à CPI do Apagão
Aéreo da Câmara, o deputado Carlos Wilson
(PT-PE) negou irregularidades em obras da Infraero, estatal
que administrou nos três primeiros anos do governo
Lula. Saiu da comissão de inquérito na condição
de colaborador e comprometendo-se a enviar sugestões
para a melhoria da infra-estrutura aeroportuária,
que estarão no relatório final da CPI.
Carlos Wilson argumentou que o relatório do Tribunal
de Contas da União (TCU) que aponta irregularidades
nas obras da Infraero é preliminar. “O TCU
não concluiu nenhum processo relacionado à
minha gestão', observou o petista. 'Estranho que
antes de qualquer julgamento se fale em superfaturamento.”
O ex-presidente da Infraero negou ainda que funcionários
da estatal tenham sido afastados por irregularidades durante
sua gestão, depois de investigação
da Controladoria Geral da União (CGU). 'A CGU não
recomendou o afastamento de ninguém. Foi uma decisão
do Conselho de Administração da Infraero”,
disse Carlos Wilson.
DEFEITO EM SOFTWARE
Também em depoimento à CPI do Apagão
Aéreo da Câmara, o funcionário do
Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA)
Vinícius Lanzoni Gomes afirmou que o software Sincromax,
usado pelos controladores para visualizar os aviões
tem falhas. Ele acusou o diretor do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon
Cardoso, de ter mentido quando disse que o sistema cobre
todo o território brasileiro. “O Sincromax
não tem condições de cobrir todo
o espaço aéreo brasileiro. Só funciona
em rede local.”
O Estado de São Paulo
29/06/2007
TAM faz encomenda de 26 aviões
da Airbus
Téo Takar
A TAM firmou hoje um memorando de entendimento com a
Airbus para compra de 22 A350 XWB (Xtra Wide Body - aviões
de grande porte), modelos 800 e 900, com mais 10 opções,
a serem entregues entre 2013 e 2018. A empresa anuncia
que será a primeira companhia aérea da América
Latina a incorporar o modelo A350 à sua frota para
destinos de longo curso.
Além dos A350, a TAM confirmou o exercício
de mais quatro opções de compra do A330.
Dois jatos serão entregues em 2010, e os outros
dois, em 2011. Pelo preço de tabela, a encomenda
total da TAM à Airbus soma cerca de US$ 5,4 bilhões.
Com o recebimento destes quatro jatos, a TAM ampliará
seu plano de frota, encerrando 2010 com 138 aeronaves
em operação e, em 2011, com 143. Os modelos
A350-800 e 900 iniciarão vôos comerciais
em 2013, já contemplando todas as novas tecnologias
desenvolvidas para o A380, segundo a empresa.
O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, afirmou em
nota que o novo contrato com a Airbus confirma o planejamento
estratégico da empresa para crescer no mercado
internacional de longo curso. 'Nós estamos agradecidos
por esse forte endosso para o programa do A350 XWB', disse
Rafael Alonso, vice-presidente sênior da fabricante
para a América Latina, Caribe e Espanha.
Em 2005, a TAM já havia feito outros contratos
bilionário com a Airbus. Em junho, encomendou vinte
aparelhos da família A320 (A319 e A321) e outras
vinte opções, além de oito aparelhos
A350 e sete opções, uma operação
no valor global de US$ 2,4 bilhões. Em dezembro,
a compra foi de 10 A350, por US$ 1,6 bilhão.
O A350-XWB pode transportar até 350 passageiros,
mais que sua versão anterior. O A350 original podia
transportar até 300 passageiros e foi idealizado
para concorrer com o Boeing 787, o avião mais moderno
da Boeing, que entra em operação em 2008.
Monitor Mercantil
28/06/2007 - 22:19
CPI da Varig: Paulo Ramos afirma
que Volo foi usada pela Gol
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) que investiga o processo de venda da Varig, deputado
Paulo Ramos (PDT), afirmou estar convencido de que os
sócios da Volo do Brasil, Marcos Haftel, Marco
Antônio Audi e Luiz Eduardo Gallo, atuaram como
intermediários da Gol Linhas Aéreas na compra
da empresa. A afirmação foi feita nesta
quinta-feira, durante o depoimento dos sócios da
Volo, empresa que arrematou a Varig em leilão em
julho de 2006 e depois a revendeu para a Gol.
"Existe uma figura empresarial chamada laranja. Neste
caso, está claro que não houve esforço
nenhum para a recuperação da empresa. O
objetivo foi entregar a Varig de bandeja para a Gol",
explicou o parlamentar, que já solicitou o pedido
de quebra dos sigilos bancário e fiscal dos sócios
da empresa. Haftel, Gallo e Audi compareceram à
reunião amparados por uma liminar, que lhes garantia
o direito de não responder às perguntas
feitas pelo presidente da comissão que pudessem
ser usadas contra eles no relatório final.
"Houve um esforço protecionista. Eles se
recusaram a responder perguntas normais. Isso me fez passar
do estado de suspeição para o convencimento",
disse Paulo Ramos.
Valores
Sobre os valores de compra e venda da Varig, Marco Antônio
Audi explicou como foi feito o processo de venda e de
que forma eles fizeram o pagamento. "Nós arrematamos
a Varig no leilão por R$ 94 milhões e vendemos
por R$ 320 milhões. A negociação
foi feita, de empresa para empresa, sem intermediários.
Nós compramos o nome e as linhas, sem arcar com
os direitos trabalhistas dos funcionários",
explicou Audi, que foi o único que não se
negou a responder as perguntas sobre o processo de compra
e venda.
A compra da Varig pela Gol foi anunciada em março
deste ano, e se tornou o maior negócio da aviação
civil brasileira. "A Gol já flertava com a
Varig há muito tempo, mas foi brecada pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), então,
eles resolveram dar um jeitinho e arrumaram um intermediário",
salientou o presidente da comissão, que irá
enviar o relatório final para a CPI do Apagão
Aéreo, da Câmara Federal. "Esperamos
que a CPI do Apagão Aéreo continue nossa
jornada", finalizou Paulo Ramos.