:::::RIO DE JANEIRO - 29 DE ABRIL DE 2006 :::::

O Globo - Versão impressa
29/04/2006
Lula diz que pode financiar ‘salvação’ da Varig


Flávio Freire, Geralda Doca e Erica Ribeiro

SÃO PAULO, BRASÍLIA e RIO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que o governo federal poderá financiar a “salvação” da Varig, mas não detalhou o possível plano de recuperação da companhia. Lula disse, no entanto, que o governo não colocará dinheiro público para levantar financeiramente a empresa, já que, segundo ele, não se pode resolver o problema com o coração:

- Tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público. O que podemos fazer é financiar a salvação da Varig desde que a empresa cumpra seu papel. A Varig, como outras empresas do Brasil, virou uma espécie de paixão nacional, mas não podemos tratar essas coisas com o coração, e sim com racionalidade de uma empresa privada.

A decisão de salvar a Varig partiu de Lula e foi informada anteontem aos credores públicos pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. No encontro com representantes de Banco do Brasil, BNDES, BR, Infraero, Ministério da Fazenda e os ministros da Defesa,Waldir Pires, e do Trabalho, Luiz Marinho, Dilma determinou que os órgãos envolvidos falem a mesma língua e colaborem para evitar a falência. Foram orientados a aprovar a cisão na reunião de credores, marcada para terça-feira, e dar a carência de que a empresa precisa para ter fôlego.

Segundo fontes, Dilma teria ficado irritada com as explicações dos técnicos da BR sobre a recusa em dar crédito. Ela disse que, se for preciso, o governo fará acordo com órgãos como Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e Congresso.

O presidente disse ontem ter ficado satisfeito com a proposta que está nas mãos do juiz da 8 Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Roberto Ayoub, que acompanha o processo de recuperação judicial da Varig. Ayoub informou que quatro propostas serão analisadas na assembléia de credores.

Entre elas estão a da VarigLog, ex-subsidiária da Varig, que pretende comprar a companhia por US$ 400 milhões e dividi-la em uma empresa saudável e outra com o passivo. Outra proposta é a do consultor Jayme Toscano, que diz representar investidores estrangeiros interessados em injetar US$ 1,9 bilhão.

A consultoria Alvarez & Marsal, reestruturadora da Varig, também fez sua proposta. Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria, o plano foi desenhado com o governo e Ayoub. Prevê a criação da Nova Varig, em que ficariam os vôos domésticos. Na antiga Varig, que ficaria com o passivo, estariam os internacionais. O BNDES financiaria o capital de giro da nova empresa até a realização de um leilão. Gomes terá reuniões neste fim de semana com executivos do banco para discutir o financiamento de capital de giro de até US$ 100 milhões.

Ações da empresa subiram 167% em duas semanas

As propostas da VarigLog e de Toscano não são recomendadas pelo governo. O Executivo quer que a Nova Varig fique com brasileiros. Toscano não revelou a origem dos recursos e a Volo do Brasil, que comprou a VarigLog, ainda não teve o negócio aprovado por suspeitas de que o capital seja todo americano.

A idéia, contaram interlocutores, é incentivar que as aéreas nacionais participem do leilão. Para financiar esses investidores, o BNDES entraria com US$ 250 milhões. Na proposta da Agência Nacional de Aviação Civil e do Judiciário, para manter a Varig Internacional será preciso obter no leilão US$ 600 milhões.

Ontem, Ayoub recebeu ainda o projeto da associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que também prevê a divisão da empresa, além do uso dos recursos do fundo de pensão Aerus e da redução de salários.

Na reunião liderada por Dilma, também ficou decidido que os órgãos agilizarão a criação dos fundos de investimentos e participações — uma engenharia financeira para tratar do passivo que ficará com a Varig Internacional. Além da transferência das ações da Fundação Ruben Berta para um bloco de controle, serão contabilizados outros ativos da empresa, como o encontro de contas entre o que a Varig tem a receber da União com a indenização de perdas causadas pelo congelamento tarifário nos anos 80 e o que deve ao governo, e créditos relativos ao ICMS devidos pelos estados.

Outra preocupação do governo é manter a Justiça do Trabalho longe do processo, para evitar que eventuais recursos aportados por investidores sejam bloqueados para pagar direitos trabalhistas.

As ações da companhia subiram 167,24% nas últimas duas semanas, em meio a especulações sobre uma eventual ajuda do governo. Os papéis, que têm baixíssima liquidez no mercado, saltaram de R$ 0,58 para R$ 1,55. Na última semana, a valorização das ações foi de 59,79% e apenas ontem, de 33,62%.



O Estado de São Paulo
29/04/06
Plano prevê empréstimo-ponte do BNDES para a Varig
US$ 100 milhões seriam para a empresa se manter até o leilão da parte sem dívidas

Nilson Brandão Junior

O plano de cisão e leilão da parte doméstica sem dívidas da Varig prevê um financiamento de até 50% da venda pelo BNDES, que também fará um empréstimo ponte de US$ 100 milhões para, na prática, a companhia aérea agüentar o período estimado de 60 dias até do negócio.

A informação foi dada ontem no início da noite pelo executivo Marcelo Gomes, da consultoria americana Alvarez&Marsal, reestruturadora da Varig. Com este plano, há quatro propostas para a compra da Varig.

"O governo federal se propôs a ajudar. Ajudar significa o BNDES entrar com o financiamento do capital de giro da empresa até o leilão", disse Gomes. A situação de caixa da Varig é crítica e ela precisa conseguir fazer a travessia do momento atual até a venda prevista. Além disso, ele comentou que o governo pode indicar à BR e à Infraero, principais credores estatais, que ajudem a Varig, dentro das "circunstâncias de mercado".

Os valores do empréstimo-ponte funcionarão como uma antecipação dos recursos que entrarão com a venda da parte doméstica. Serão repassados diretamente para uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) a ser criada com os ativos domésticos ou para um investidor que se credencie para disputar o leilão e se apresente para receber e repassar, antecipadamente, os valores à Varig. Ele explica que o BNDES "não estará dando dinheiro nenhum" para a Varig, mas facilitando uma operação de mercado e terá como garantias os ativos da SPE (operação doméstica da Varig mais o Smiles).

Com a realização do leilão, portanto no prazo estimado de 60 dias, o dinheiro volta para o BNDES, que segundo Gomes, é o "advisor", um assistente financeiro do governo para o plano de venda fatiada. No caso de um investidor se apresentar e funcionar como um intermediário do recebimento dos recursos da antecipação, o valor antecipado equivalerá a um porcentual do preço mínimo da venda - que ainda será definido.

Ele também informou que os consórcios interessados em participar do leilão terão de incluir, necessariamente, uma empresa aérea, que seria a operadora do grupo de investidores. No desenho que está sendo traçado, o operador pode ser nacional ou internacional, dentro do limite da lei (até 20% do negócio). Isso abre o espaço para a entrada de concorrentes da Varig. A TAM informou que conhecia o plano de fatiamento pela imprensa e não podia comentar a hipótese. A Gol informou que os executivos estavam fora da empresa. Segundo o executivo da Alvarez, o banco está fazendo contato com as empresas aéreas regulares do país para informar a alternativa e checar se há interesse.

Gomes explica que a proposta - que prevê a separação da empresa numa parte doméstica sadia e a internacional com as dívidas - foi traçada em conjunto pela Alvarez, e o governo federal. Segundo Gomes a nova proposta é "de consenso", tem o apoio do governo, é boa para os credores e trabalhadores, e está dentro do escopo da Lei de Recuperação Judicial.

Neste fim de semana, técnicos do BNDES estarão dentro da Varig fazendo uma "due diligence", ou levantamento dos dados financeiros da companhia. Isso servirá para definir o valor mínimo de venda no leilão. O BNDES não comentou o assunto. Uma fonte que acompanha o caso explica que o conceito da operação está "ok" e que nos próximos dias os detalhes estarão definidos.

QUARTA PROPOSTA
Ontem à noite, o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) apresentou proposta de compra para a Varig, conforme fonte que acompanha a reestruturação. Com isso, há quatro propostas na mesa: a da Varig Log, o plano de fatiamento, da TGV e o tal que o consultor Jayme Toscano diz ter.


O Estado de São Paulo
29/04/06
"Não haverá dinheiro público"
Lula nega ajuda, mas admite crédito do BNDES
Agnaldo Brito

COLABOROU MARIANA BARBOSA

O presidente Lula reiterou ontem que o governo não colocará dinheiro público na Varig, mas admitiu que poderá haver ajuda do BNDES para financiar investidores interessados em adquirir a empresa. "Eu tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público (na empresa). O que podemos fazer é financiar a salvação da Varig, desde que a Varig cumpra o seu papel." O presidente não deu detalhes da hipotética operação de salvamento.

As declarações de Lula fizeram as ações da Varig disparar. As poucas ações preferenciais em negociação na Bovespa chegaram a subir 53%. Os papéis encerraram o dia com alta de 33,62%, cotados a R$ 1,55.

Em entrevista durante visita ao feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal, Lula disse ainda que o esforço do governo para salvar a Varig tem como principal razão o fato de a empresa ser um símbolo brasileiro. " A Varig, como outras empresas no Brasil, virou uma espécie de paixão nacional. Mas estas coisas não se tratam com o coração, estas coisas você trata com a racionalidade de uma empresa privada que tem problemas e precisa encontrar uma solução de acordo com as leis de mercado."

Para Lula, a crise da Varig não é novidade, pois a empresa enfrenta uma situação delicada há tempos. Ele também elogiou a proposta de divisão da Varig em duas empresas, uma nacional, sem dívidas, e outra com as operações internacionais, qu está sendo costurada pelo juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub. "Essa proposta me agrada."

As declarações do presidente representam uma nova atitude do governo e se somam às da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Depois de semanas insistindo em que o governo não tinha nada a fazer pela Varig, na terça Dilma passou a defender uma solução com participação oficial.

O discurso de "solução de mercado" marcou o diálogo entre o governo e a empresa nos últimos dois anos, desde o fracasso da proposta de fusão entre a Varig e a TAM. A proposta era defendida com afinco pelo então chefe da Casa Civil, José Dirceu. Com o fracasso da fusão, Banco do Brasil, Infraero e BR Distribuidora passaram a apertar o cerco de cobranças contra a empresa.

Tratativas de acelerar o encontro de contas - entre o que a Varig deve e uma indenização à qual ela tem direito, por causa de planos econômicos passados - tampouco foram adiante, apesar do empenho do ex-ministro da Defesa José Alencar.


Folha de São Paulo
29/04/06
BNDES pode antecipar verba de leilão à Varig
Instituição garantiria capital de giro da empresa ao adiantar parcela do valor da venda da operação doméstica

MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
JANAÍNA LAGE DA SUCURSAL DO RIO


O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pode garantir o capital de giro da Varig temporariamente. A possibilidade é a instituição antecipar uma parcela do valor pelo qual a operação doméstica da empresa aérea, livre de dívidas, será vendida em leilão. Essa proposta, que tem o aval do governo, será votada pelos credores da empresa na próxima terça-feira.

Ela prevê que a operação doméstica da Varig seja "descolada" da Varig antiga, que ficaria com as rotas internacionais e os passivos. Essa "nova Varig", que seria constituída como uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), seria leiloada em 60 dias a partir da aprovação dos credores.

O dinheiro do leilão e a antecipação do BNDES vão para garantir a operação e pagar dívidas dessa "velha Varig". Segundo Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez & Marsal, que está gerenciando o processo de recuperação da Varig, o BNDES anteciparia parte do dinheiro que seria arrecadado no leilão da "nova Varig" ou para essa SPE, que seria criada dez dias depois da aprovação dos credores, ou para um investidor.

A antecipação -seriam US$ 100 milhões, segundo Gomes- seria devolvida ao banco quando ocorrer o leilão. "Se o leilão for de US$ 500 milhões, e o BNDES empresta US$ 100 milhões para a SPE ou para um novo investidor agora, está antecipando 20% do preço mínimo do leilão."

O banco não pode emprestar diretamente para a Varig por causa do passivo da companhia, mas pode realizar o chamado "empréstimo-ponte", ou seja, empresta para uma empresa livre de dívidas, que, por sua vez, injeta dinheiro na companhia.

A preferência é que a antecipação seja feita para um novo investidor, já que as dificuldades técnicas para que o financiamento do banco seja feito para uma empresa recém-criada, como a SPE, são maiores. "A grande vantagem dessa proposta é que governo apóia, os credores apóiam, para os trabalhadores é positiva, e, para os arrendadores, também."

Interesse

Segundo ele, o BNDES está procurando todas as companhias regulares de aviação para saber do interesse no leilão da "nova Varig". De acordo com Gomes, o BNDES financiaria até 50% do valor negociado em leilão. "Além disso, 40% do valor negociado em leilão pode ser adquirido com moeda da dívida concursal, ou seja, a dívida que existe no plano de recuperação judicial."

A garantia do BNDES seriam as ações da "nova Varig" e as milhagens do programa Smiles.
As empresas que podem se habilitar ao leilão são as aéreas regulares nacionais e internacionais e qualquer instituição com participação em companhias aéreas. A consultoria continua negociando prazos de pagamento com a Infraero e a BR Distribuidora.
Na assembléia de credores, que ocorre na próxima terça-feira, outras propostas a serem votadas serão a da Varig Log e a do consultor Jayme Toscano.

Os credores da Varig receberam o novo plano para o futuro da companhia com otimismo. Entre os trabalhadores, o sinal de que o governo está disposto a contribuir para a recuperação da empresa foi o ponto mais significativo. Para as empresas de leasing, a proposta de separar a Varig em duas companhias, mas manter as rotas internacionais, consideradas a parte mais atraente da empresa, com a Varig velha, foi a melhor alternativa.

Folha de São Paulo
29/04/06
Varig Log se compromete a dar ajuda financeira

DA REPORTAGEM LOCAL

Varig e Varig Log assinaram um documento no dia 13 deste mês em que a ex-subsidiária de cargas, que fez uma proposta para comprar a empresa, se compromete a ajudar financeiramente a companhia. O texto, que detalha as condições para que o negócio seja fechado (como multa, caso a Varig feche negócio com outro comprador), só tem validade se aprovado pelos credores da Varig.

"A Varig Log compromete-se, a partir desta data, a colaborar com a Varig para que esta possua a liquidez necessária ao pagamento de suas obrigações correntes, mediante a outorga das devidas garantias", diz o último parágrafo do documento, intitulado "Termos e Condições para a Negociação da Aquisição de Unidade Isolada da Varig pela Varig Log".

O texto não tem validade legal se não for aprovado na assembléia de credores, mas é representativo da ajuda que a Varig Log vem dando à Varig. Mesmo antes da data de assinatura do documento, a ex-subsidiária já vinha contribuindo financeiramente com a Varig, como mostra o fluxo de caixa da Varig informado à Justiça carioca pela Deloitte Touche Tohmatsu, administradora judicial da companhia aérea.

Em fevereiro, dos US$ 33,3 milhões que a Varig antecipou de montantes que tinha a receber no futuro, a maior parte, US$ 30 milhões, é referentes a antecipação de aluguel dos porões dos aviões para a Varig Log. O restante, US$ 3,3 milhões, são recebíveis de cartão de crédito. Essas antecipações estão ajudando a Varig a manter suas operações.

A ajuda que a Varig Log dá à Varig é explicada, em grande parte, pela importância que a primeira tem para a segunda. Mais de 50% do transporte de cargas realizado pela ex-subsidiária é feito pela Varig; a outra metade, em aviões de sua frota. A avaliação é a de que uma eventual paralisação da Varig seria muito difícil para a VarigLog, mas não fatal para as suas operações.

Multa

O texto assinado pela diretoria das duas empresas ainda faz referência a uma multa de R$ 73,5 milhões a ser paga pela Varig à VarigLog caso a primeira feche contrato com outro comprador até dezembro deste ano. Seria uma forma, de acordo com fontes envolvidas no processo de negociação entre as duas empresas, de a ex-subsidiária garantir que conseguirá seus aportes de volta em caso de o negócio naufragar.

O mesmo documento prevê exclusividade para a proposta da Varig Log por 35 dias, a contar da data de assinatura do negócio, para que a ex-subsidiária realize uma auditoria na companhia. Dessa forma, pede acesso a todos os livros e registros da Varig.

Apesar de essa proposta de compra da Varig ser uma das principais saídas avaliadas no momento para a companhia aérea, a venda da própria Varig Log para a Volo do Brasil ainda depende da aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) acusa a Volo de ser "laranja" do fundo dos EUA Matlin Patterson.

O fato de a venda da Varig Log para a Volo ainda não ter sido aprovada pela Anac será um dos problemas a serem resolvidos na assembléia de credores na terça-feira, já que o negócio será colocado na mesa para ser aprovado ou não pelos credores. (MP)

Folha de São Paulo
29/04/06
Gol pode absorver funcionários e aviões da Varig
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A Gol tem condições de absorver tanto parte da mão-de-obra quanto os aviões da Varig, segundo Richard Lark, vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores da empresa.

Para Lark, a participação da Gol em eventuais rotas da Varig só se daria de forma indireta, sem atuação no controle da companhia em eventual venda.

"Numa situação que envolve a Varig como empresa assumindo passivos é difícil imaginar que estaríamos interessados", disse.

Lark afirmou ainda que a Gol tem interesse em arrendar quatro aviões 737-800 que hoje são alugados pela Varig.

"Claro que a gente pode alugar as aeronaves. Elas têm que passar pelo nosso crivo de qualidade."

Ao comentar a proposta de cisão da Varig entre uma empresa com as rotas internacionais e os passivos operacionais e outra empresa com as rotas nacionais, Lark afirmou que o "governo está preocupado com o sistema nacional de transportes e não quer gerar problemas para passageiros e recursos humanos".
(CLARICE SPITZ)


O Globo - Versão impressa
29/04/2006
Palmas para ele
- Alcemo Gois

O juiz Luís Roberto Ayoub voltou de Brasília para o Rio, quinta, de Varig, como saiu aqui. Mas Sérgio Cavalieri, presidente do TJ-RJ, veio de TAM.

Aliás, quando entrou no avião, Ayoub, que se empenha pela salvação da Varig, foi aplaudido pelas comissárias.


Zero Hora - Empresas
29/04/06
Lula admite financiar salvação
Pela primeira vez, presidente fala sobre a crise da Varig e proposta com recursos do BNDES para dar fôlego e facilitar venda da companhia é oficializada por consultoria que reestrutura a empresa

Desta vez foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumentou o fôlego da Varig. Depois de vários sinais provenientes do Planalto nos últimos dias, ontem, pela primeira vez, o presidente falou sobre a crise da empresa e admitiu que o governo poderá financiar um eventual comprador da aérea.

- Tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público. O que nós podemos fazer é financiar a salvação da Varig desde que a empresa cumpra o seu papel. A Varig como outras empresas do Brasil viraram uma espécie de paixão nacional, mas nós não podemos tratar essas coisas com o coração, mas sim com racionalidade de uma empresa privada - disse Lula ontem, em São Paulo.

Apesar de não dizer qual papel a Varig deve cumprir, suas declarações foram a senha para que as ações da empresa disparassem ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

A decisão de salvar a Varig partiu do presidente Lula e foi comunicada na quinta-feira à noite aos credores públicos pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. No encontro, que durou mais de três horas, com representantes do Banco do Brasil, BNDES, BR Distribuidora, Infraero e Ministério da Fazenda e os ministros da Defesa, Waldir Pires, e do Trabalho, Luiz Marinho, Dilma determinou que todos os órgãos envolvidos falem a mesma língua e colaborem para evitar a falência da companhia. Eles foram orientados a aprovar a cisão da empresa na próxima terça-feira e a dar o prazo de carência de que a companhia precisa para ganhar fôlego e colocar em prática o plano de recuperação.

As propostas apresentadas até agora pela VarigLog - que pretende comprar a companhia por US$ 400 milhões - e pelo consultor Jaime Toscano - de adquirir os ativos da empresa por US$ 1,9 bilhão - não são recomendadas pelo governo. Mas é simpático ao plano que prevê a separação da empresa numa parte doméstica sadia e a internacional com as dívidas, oficializado ontem pela Alvarez & Marsal, que reestrutura a Varig junto à 8ª Vara Empresarial do Rio. O projeto prevê um financiamento de até 50% da venda pelo BNDES, que também fará um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões para, na prática, a companhia agüentar o período de 60 dias até o negócio. Com este plano, há quatro propostas para a compra da companhia aérea.

- O governo federal se propôs a ajudar. Ajudar significa o BNDES entrar com o financiamento do capital de giro da empresa até o leilão - informou ontem à noite o gerente-executivo da Alvarez&Marsal, Marcelo Gomes, acrescentando que o governo pode indicar à BR e à Infraero, principais credores estatais, a ajudar a Varig.

Os valores do empréstimo-ponte funcionarão como uma antecipação dos recursos que entrarão com a venda da parte doméstica. Com a realização do leilão, o dinheiro voltará para o BNDES. A idéia é incentivar que as aéreas nacionais participem do leilão de venda.



28/04/2006 - 22h44m
Aumento em preço do combustível de aviação não altera dívida da Varig com BR Distribuidora

Agência Brasil

RIO - A Petrobras esclareceu, nesta sexta-feira, que o reajuste de 5,5% no preço do combustível de aviação não afetará a dívida de R$ 57 milhões que a Varig tem com a subsidiária da estatal, a BR Distribuidora.

O aumento entra em vigor na próxima segunda-feira. De acordo com a assessoria, o combustível que a companhia aérea consome é pago diariamente à BR.


29/04/06 - 20:00h
Invertia - Terra - Aviação

Aérea chilena nega interesse pela Varig
Fonte: Reuters

Uma das maiores companias aéreas da América Latina, a chilena LAN Airlines, negou na sexta-feira que tenha mantido conversações para adquirir a Varig e garantiu que seu foco é a expansão nos mercados onde opera atualmente.

Segundo o presidente da companhia, Jorge Awad, a LAN não tem planos imediatos para ingressar no mercado do Brasil, onde a Varig está funcionando sob regime de proteção cotra falência e o governo brasileiro havia dito que poderia financiar seu resgate.

"Não há qualquer conversação, nem nenhuma decisão sobre o caso da Varig... o desenvolvimento da LAN será feito com base em novas empresas nos lugares onde já entramos na região, como é o caso de Peru, Equador e Argentina", declarou Awad.

"Nos mercados em que estamos, entretanto, temos muito o que crescer. Essas são as nossas prioridades", acrescentou o executivo.

A LAN Peru, unidade peruana da companhia, é a maior companhia aérea do país, enquanto a LAN Argentina começou a operar no ano passado com a meta de obter entre 20% e 30% do mercado doméstico do país no final de 2006.

A empresa planeja duplicar o número de cidades que atende atualmente na Argentina e pretende cobrir a rota Buenos Aires-Miami este ano.

19:52 28/04/06
Agência Estado
Novo plano para Varig prevê empréstimo do BNDES

O plano B da Varig prevê que, depois de aprovada a cisão da empresa na assembléia do dia 2 - numa parte doméstica sadia, e a outra internacional com as dívidas - em até 10 dias será criada uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) com a operação doméstica da companhia aérea.

Dentro de 60 dias, a parte doméstica da Varig será vendida em leilão. As informações foram dadas pelo executivo da Alvarez&Marsal, Marcelo Gomes, em teleconferência realizada no início desta noite. A empresa trabalha na reestruturação da empresa.

"É uma proposta de consenso", disse ele, citando que o governo apóia e é do interesse dos credores, "boa para os trabalhadores" e está dentro da Lei de Recuperação Judicial.

Gomes explica que o projeto do Plano B prevê que o BNDES fará um empréstimo-ponte no valor de US$ 100 milhões à SPE que será criada com os ativos domésticos da empresa ou ao interessado em comprá-la. O dinheiro servirá para cobrir as necessidades de caixa da companhia aérea até a conclusão da venda, numa forma de antecipação do leilão da Varig doméstica. Por isso, no entendimento dele, o dinheiro volta ao BNDES quando da disputa.

A Alvarez e a própria Varig têm afirmado nas últimas semanas que não querem dinheiro público nem "almoço grátis" do governo. Gomes também explicou que o BNDES entra como advisor, um assistente do governo na operação financeira. O banco poderá financiar até 50% do valor da compra da parte doméstica da Varig. Procurado, o banco disse que não comentará o projeto.

Segundo uma fonte da Varig, o conceito da operação está "ok" entre a empresa e o banco, faltam o detalhamento de valores e procedimentos finais. Depois da assembléia de credores, a proposta estará pronta. Gomes também comentou que a Anac e a Infraero têm de aprovar a operação, mas ressaltou que ela é legal e está contemplada dentro do artigo 60 da Lei de Recuperação Judicial. A possibilidade de venda isolada da Varig doméstica vai ser votada junto com a proposta da VarigLog na assembléia, na qual também será apresentada a proposta do consultor Jayme Toscano. Gomes lembrou que, na proposta de cisão, a Varig doméstica nasce sem passivos, os quais ficarão dentro da Varig Internacional - que permanecerá no Plano de Recuperação Judicial.


Diário de Portugal
Brasil/Aviação - 28/04/06- 19:50
Lula da Silva diz que o Governo não injectará dinheiro público na Varig

DE com Lusa

O presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje que o Governo não irá socorrer a Varig com dinheiro público, informou a agência governamental Brasil.

"Eu tenho dito publicamente que o Governo não vai colocar dinheiro público, ou seja, o que nós poderemos fazer é financiar a salvação da Varig, desde que a Varig cumpra com o seu papel", afirmou, após um evento promovido pela Caixa Económica Federal, em São Paulo.

De acordo com a agência oficial do Governo, Lula da Silva defendeu uma solução para a companhia aérea dentro das leis vigentes no mercado.

"A Varig, como outras empresas do Brasil, virou uma espécie de paixão nacional, mas essas coisas você não trata com coração e sim com racionalidade", assinalou.

"Nós agora vamos trabalhar para ver se encontramos uma solução", acrescentou.

Na quinta-feira, o ministro da Defesa, Waldir Pires, admitiu a possibilidade de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico (BNDES) para ajudar a companhia aérea, "desde que seja possível ter uma solução absolutamente dentro da lei".

O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objectivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país.

Na semana passada, o novo presidente do BNDES, Demian Fiocca, já havia afirmado que a instituição poderia vir a financiar um eventual investidor interessado na compra da Varig.

O ministro Waldir Pires reuniu-se na quinta-feira com o presidente Lula da Silva e com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir a crise da companhia aérea, e reuniu-se também com o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, encarregado do processo de recuperação judicial da Varig.

Após o encontro, Ayoub disse apenas que "a solução está a ser construída" e que na próxima terça-feira a situação da companhia aérea será apresentada aos credores.

A Varig tem mais de 10 mil funcionários e acumula actualmente dívidas de quase 3.000 milhões de euros.




28/04/2006 - 19h48m

O Globo
Lula: 'O que nós podemos fazer é financiar a salvação da Varig'

Reuters
O Globo
Globo Online


RIO e SÃO PAULO - A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo poderá financiar um eventual comprador para salvar a Varig foi decisiva para a expressiva valorização registrada pelas ações da companhia, nesta sexta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Apesar da pouca liquidez no mercado, já que 87% das ações estão nas mãos da Fundação Ruben Berta, os papéis da companhia subiram 33,6%, cotados a R$ 1,55. O número de negócios foi de 1.248.

Pela primeira vez, Lula falou abertamente sobre a crise na Varig. Numa coletiva improvisada durante o Feirão da Casa Própria, o presidente foi perguntado sobre que orientação política o governo daria para essa questão, já que a companhia aérea não vem conseguindo sequer pagar as taxas aeroportuárias:

- Isso não é uma novidade. Há muito tempo que a Varig está em uma situação muito complicada. Tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público. O que nós podemos fazer é financiar a salvação da Varig desde que a empresa cumpra o seu papel. A Varig, como outras empresas do Brasil, viraram uma espécie de paixão nacional, mas nós não podemos tratar essas coisas com o coração, mas sim com racionalidade de uma empresa privada.

Chama a atenção do mercado a mudança do tom do governo em relação à empresa. Se há bem pouco tempo, representantes do governo diziam que nada poderia ser feito pela Varig, agora o próprio presidente sinaliza boa vontade, ainda que ponderando a necessidade de uma solução de mercado.

- Em ano eleitoral, a gente não pode esquecer as pressões de mercado - comentou um analista.

A Varig luta contra uma crise financeira há mais de 10 anos, agravada nos últimos meses. Sem caixa para manter a sua frota de mais de 70 aviões, a companhia encolheu, voando atualmente com 47 aeronaves, o que vem reduzindo a sua receita.

Na próxima terça-feira, uma assembléia de credores deve votar a proposta de cisão da empresa.


28 de abril de 2006 - 19:39
Estadão
Novo plano da Varig prevê criação de empresa com ajuda do BNDES
Caso cisão seja aprovada, empresa criada receberá ajuda do BNDES

Nilson Brandão Juni

RIO DE JANEIRO - Na próxima terça-feira, na assembléia dos credores da Varig, será apresentada a proposta do executivo Marcelo Gomes, da Alvarez&Marsal, que trabalha na reestruturação da companhia. Trata-se de um plano B para a Varig, que prevê a cisão da empresa em duas partes - uma parte doméstica sadia e outra internacional com as dívidas. Caso a divisão seja aprovada na assembléia do dia 02, em até 10 dias será criada uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) com a operação doméstica da companhia aérea.

A partir daí, dentro de 60 dias, a parte doméstica da Varig será vendida em leilão. As informações foram dadas pelo executivo da Alvarez&Marsal, em teleconferência no final da tarde desta sexta-feira. "É uma proposta de consenso. É boa para os trabalhadores e está dentro da Lei de Recuperação Judicial", disse ele, citando que o governo apóia.

Ajuda do BNDES

Gomes explica que o projeto do Plano B prevê que o BNDES fará um empréstimo-ponte no valor de US$ 100 milhões à SPE que será criada com os ativos domésticos da Varig ou ao interessado em comprar a empresa. O dinheiro servirá para cobrir as necessidades de caixa da Varig até a conclusão da venda, numa forma de antecipação do leilão da Varig doméstica. Por isso, ele explica que dinheiro volta ao BNDES, depois que o leilão for realizado.

A Alvarez e a própria Varig vêm explicando nas últimas semanas que não querem dinheiro público nem "almoço grátis" do governo. Gomes também explicou que o BNDES entra como advisor, um assistente do governo na operação financeira. O banco poderá financiar até 50% do valor da compra da parte doméstica da Varig. Procurado, o banco limitou-se a informar que não comentará o projeto.

Segundo uma fonte da Varig, o conceito da operação está "ok" entre a empresa e o banco, falta o detalhamento de valores e procedimentos finais. Depois da assembléia de credores, a proposta estará pronta.

Operação precisa ser aprovada

Gomes também comentou que a Anac e a Infraero têm de aprovar a operação, mas ressaltou que ela é legal e está contemplada dentro do artigo 60 da Lei de Recuperação Judicial. A possibilidade venda isolada da Varig doméstica vai ser votada junto da proposta da VarigLog na assembléia, em que também será apresentada a proposta do consultor Jayme Toscano. Gomes lembrou que na proposta de cisão, a Varig doméstica nasce sem passivos, que ficam dentro da Varig Internacional, que continuará no Plano de Recuperação Judicial.


Valor Online
28/04/2006 18:47
Com declaração de Lula, ações da Varig sobem 33,6%

Murillo Camarotto

SÃO PAULO - As intermináveis notícias sobre a situação da Varig vêm mesmo estimulando alguns investidores a apostar em ganhos de curto prazo com o sobe-e-desce das ações da companhia, que oscilam fortemente a cada fato novo. Hoje, por exemplo, os papéis da Varig registraram valorização de 33,6% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), após o presidente Lula admitir um possível socorro financeiro à companhia aérea.

Além da forte alta, o papel da Varig foi, de longe, o mais negociado do dia entre as empresas do setor, com 1.248 operações.

Em direção contrária, as ações da TAM recuaram 0,18%, com 704 negociações. Já os papéis da Gol, que hoje inaugurou mais uma rota no mercado doméstico (Manaus - Santarém), subiram 1,43% no pregão de hoje. O número de negociações, no entanto, foi o mais baixo entre as três maiores aéreas do país: 431.

Apesar de indicar ajuda, Lula ressaltou que a solução tem que estar em conformidade com as leis do mercado, reafirmando que o governo não injetará dinheiro público direto na companhia.


Jornal do Brasil - 18:26 h
Aviação
Senador diz que Varig voltará à normalidade em 15 dias
Fonte: JB Online

Em entrevista a uma rádio gaúcha, o senador Paulo Paim informou hoje que a estimativa é de que a Varig volte à normalidade de operações em um prazo de no máximo 15 dias.

Segundo o senador petista, o prognóstico é baseado em informações precisas, reunidas pelas quatro comissões que avaliam a crise da companhia aérea. Paim disse ainda que todos os setores envolvidos não deixarão que o caso vire instrumento de processo eleitoral.

Paim declarou ainda que não há proposta de empréstimo com dinheiro público. Paulo Paim cumpre agenda amanhã, na capital gaúcha, na Delegacia Regional do Trabalho, com aposentados e pensionistas.


28/04/2006 - 18h15m
O Globo

Infraero dá prazo de uma semana para que Varig volte a pagar taxa

Agência Brasil

Rio - A Infraero encaminhou à Varig três interpelações extra-judiciais, relativas às empresas do grupo - Varig, Varig Nordeste e Rio Sul. Os documentos dão cinco dias de prazo para que a companhia aérea volte a pagar a taxa pela utilização diária da infra-estutura aeroportuária.

De acordo com o presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, o prazo extra-judicial expira na próxima sexta-feira e caso a Varig não passe a pagar regularmente os valores cobrados, a única forma de continuar operando será mediante o pagamento antecipado e diário da tarifa de utilização aos aeroportos. No caso da Varig, o valor da taxa gira em torno de R$ 900 mil por dia.

O tenente-brigadeiro acredita que a Varig tem condições de fazer os pagamentos a Infraero, principalmente se buscar uma otimização em seus vôos e na forma de operar.

- Eu não vejo num horizonte de curto prazo a possibilidade de a Varig deixar de voar. Mesmo que eu tenha que aplicar uma medida dura de cobrança diária, eu garanto que eles têm condições de pagar - avaliou o presidente da Infraero.

Para Pereira, ajustes na programação de vôos da companhia seriam suficientes para manter a empresa em operação neste momento:

- Cancela alguns vôos, otimiza, e vai continuar voando - afirmou.

A Varig já deve à Infraero R$135 milhões acumulados pelo não pagamento da taxa desde setembro do ano passado, quando uma liminar da Justiça do Rio de Janeiro permitiu que a Varig deixasse de pagar o encargo durante oito meses.

José Carlos Pereira afirmou que a empresa está aberta a negociar a dívida existente, mas não pode permitir que os valores devidos continuem aumentando. Ele chegou a admitir a ampliação do prazo de pagamento da dívida para contribuir com a recuperação da Varig.

- Num trabalho desse todo mundo tem que ceder em alguma coisa, dentro da lei - afirmou.

O presidente da Infraero salientou que uma extensão de prazos tem que ser negociada em nível de governo.

- A Infraero é uma empresa estatal. Nós vamos seguir a orientação governamental, dentro dos limites da lei. O presidente já falou isso e a ministra Dilma já deixou bem claro - faremos tudo o que for necessário, todas as engenharias econômicas, mantida a estrita exigência da lei.

O tenente-birgadeiro garantiu que qualquer negociação não será feita pela Infraero e sim em conjunto com os outros credores e representações envolvidas no plano de recuperação da Varig.

Luis Carlos Pereira, ressaltou que houve uma correção de rumos na postura do governo em relação ao caso Varig.

- O governo está absolutamente convencido de que é preciso apoiar com mais vigor a recuperação da companhia.

Segundo ele, a partir de quinta-feira "os esforços que o governo está fazendo para encontrar uma solução para a crise da Varig caminharam muito".

Pereira afirmou que está otimista e que uma boa solução será encontrada "para a proteção dos empregos, dos trabalhadores e da bandeira da Varig, principalmente no exterior".

O presidente da Infraero destacou, no entanto, que não basta vontade política, é preciso encontrar meios de resolver a questão.

- O problema é como agir rigorosamente dentro da lei e encontrar saídas - explicou.


InvestNews
Cresce disposição do governo em ajudar a Varig
28/04 - 16:53
Paulo de Araujo

SÃO PAULO, 28 de abril de 2006 - Em linha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Defesa, Waldir Pires, repetiu hoje que o governo busca uma forma de preservar a Varig. O ministro, no entanto, não detalhou como seria a ajuda, dizendo apenas que é preciso ´cuidado para que não se faça alguma coisa conflitante com a disposição legal´.

´Digamos que se fortalecesse um pouco a Varig, com uma idéia de consórcio ou de juntar a Varig com outras empresas´, disse Pires hoje durante evento em homenagem ao Exército na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Hoje pela manhã, o presidente Lula também disse que o governo pretende encontrar uma solução para a companhia aérea, mas rechaçou a idéia de alocar recursos públicos na empresa.

O ministro da Defesa negou que esteja havendo uma mudança no discurso do governo, antes menos enfático em relação a uma ajuda à Varig. ´Podia ser um momento de estresse´. Ele culpou a abertura do mercado de aviação pela crise da Varig. ´No Brasil, houve uma multiplicação estúpida, inconseqüente e irresponsável.

Muitas empresas passaram a fazer vôos para o exterior, e os outros países, que abriam seus aeroportos para receber aquelas empresas, exigiam do Brasil a contrapartida de descerem nos nossos aeroportos. Isso levou a uma competitividade que foi levando a Varig a essa crise´.


28/04/2006 - 15h16m
O Globo
Presidente da Varig apóia cisão como solução possível no momento
Reuters

RIO - O presidente da Varig, Marcelo Bottini, está confiante de que a solução de venda de parte da empresa para garantir a continuidade das operações é um bom caminho, e ressaltou que isso já estava previsto na lei na recuperação judicial.

- Isso já vem sendo tratado há algum tempo, está no artigo 60 da nova lei de recuperação judicial a venda de ativos - disse Bottini nesta sexta-feira.

- Já passou do tempo da boa solução, agora precisamos de uma solução, e essa parece interessante - completou, ao ser perguntado se essa seria a melhor saída para a companhia.

O governo brasileiro estuda uma solução para evitar um caos no sistema de aviação e a demissão dos 10 mil funcionários diretos da Varig. A idéia é dividir a Varig em duas empresas, oAonde a responsável pelos vôos domésticos seria leiloada, com possível financiamento do governo federal, e a unidade de vôos internacionais ficaria com os atuais controladores, para pagar a dívida de mais de R$ 7 bilhões da companhia.

Apesar de encolhida pela crise no mercado doméstico - onde foi líder até meados de 2003 e hoje tem menos de 20% - a tradicional empresa mantém mais de 60% dos vôos brasileiros para fora do país, garantindo uma injeção de divisas da ordem de US$ 1,5 bilhão na balança de serviços com a venda de passagens.

Segundo Bottini, a solução deverá ser definida na próxima reunião com os credores, na terça-feira. Se aprovada, todo o processo levaria cerca de 60 dias, estimou.

Ele explicou que, com isso, a proposta da VarigLog, de comprar as operações da Varig por US$ 400 milhões, perde o sentido.

- A proposta da VarigLog vai por outro caminho, quer a Varig toda - avaliou. A VarigLog, formada por empresários brasileiros e o fundo norte-americano Matlin Patterson, poderá, no entanto, participar do leilão, como qualquer investidor.

Nesta sexta-feira, o Departamento Jurídico da Varig estuda com a Infraero a melhor maneira de pactuar a dívida de R$ 113 milhões, e evitar a cobrança diária de R$ 900 mil pela estatal referente a taxas aeroportuárias, o que estrangularia ainda mais o caixa da combalida empresa.

Segundo Bottini, as operações da Varig estão normais e não há perspectivas de problemas no curto prazo, mesmo depois que a Justiça concedeu à Infraero o direito de cobrar as taxas ou impedir a Varig de voar.


Valor Online
28/04/2006 13:14
Lula nega colocar dinheiro, mas sinaliza ajuda à recuperação da Varig; ações disparam

SÃO PAULO - O governo pode " financiar a salvação da Varig, desde que a Varig cumpra o seu papel " , afirmou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em breve entrevista em São Paulo, ele não detalhou como poderia ser esse financiamento, mas tornou a frisar que " o governo não vai colocar dinheiro público " na empresa aérea em dificuldades. Segundo Lula, a solução para a crise da companhia, que detém a maior parte dos vôos internacionais e emprega cerca de 10 mil pessoas, sairá das regras de mercado.

" Nós agora vamos trabalhar para ver se encontramos uma solução porque a Varig, como outras empresas no Brasil, virou uma espécie de paixão nacional " , disse o presidente. " Mas essas coisas você não trata com o coração, essas coisas você trata com a racionalidade de uma empresa privada que tem problemas e que precisa encontrar a solução para os problemas de acordo com as leis de mercado. "

Os ministros da Defesa, Waldir Pires, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiram recentemente que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia vir a financiar um eventual comprador da Varig, desde que esse processo seguisse os trâmites previstos em lei.

Com a sinalização por parte do presidente da República de que o governo poderá dar algum auxílio à recuperação da empresa, as ações da Varig disparam na Bolsa de Valores de São Paulo. Há pouco, as preferenciais subiam 32,75%, a R$ 1,54.


28 de abril de 2006 - 12:54
Estadão
Lula sinaliza ajuda à Varig e ações disparam
"Podemos financiar a salvação, desde que a Varig cumpra seu papel", disse

SÃO PAULO - As ações da Varig disparam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), depois das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por volta das 11h30, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto da companhia) atingiram a máxima de R$ 1,80, depois de terem encerrado a quinta-feira em R$ 1,16. Às 13h, o papel é cotado a R$ 1,52, em alta de 31,03% em relação ao fechamento de ontem.

Lula, que participou hoje do lançamento do Feirão da Casa Própria, realizado pela Caixa Econômica Federal, em São Paulo, disse que o governo não vai colocar dinheiro público na empresa. Contudo, elogiou a proposta apresentada ontem pelo juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, que conduz na Justiça o processo de recuperação da companhia. E disse ainda: "podemos financiar a salvação, desde que a Varig cumpra seu papel".

Ontem, Ayoub afirmou que o desenho de uma proposta de salvamento da Varig pode ser fechada até a próxima terça-feira. Uma das idéias em discussão, e que permitiria a participação do BNDES, é a divisão da Varig em duas empresas: uma que operaria as rotas domésticas e outra controlando as linhas aéreas internacionais.

A nacional, saneada das dívidas, seria leiloada a investidores privados. Já a outra, além das rotas internacionais, arcaria com as dívidas, mas também ficaria com os créditos de cerca de R$ 4,5 bilhões que a Varig cobra na justiça da União por causa de prejuízos sofridos com planos econômicos do passado, além de créditos de ICMS, estimados em R$ 1,2 bilhão, de 15 Estados - créditos que também são frutos de ações judiciais.

Há detalhes desse modelo ainda sem explicação e a idéia não é exatamente nova. Quando o ministro da Defesa ainda era José Viegas, em 2004, integrantes do governo federal chegaram a vazar uma minuta de medida provisória que previa intervenção federal na Varig e sua cisão em duas companhias. À época, no entanto, a intenção era entregar a empresa saneada às concorrentes Gol e TAM, mantendo a outra gerida pelo governo.

Interesses do governo

A movimentação da alta cúpula do governo em relação à situação da Varig ficou mais intensa nos últimos dias. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, depois de passar semanas negando a possibilidade de um empréstimo do BNDES para salvar a Varig, admitiu na quarta-feira que a instituição poderá financiar a operação, desde que um novo investidor dê garantias.

O ministro Waldir Pires voltou a afirmar hoje que a falência da Varig não interessa a ninguém, mas também evitou entrar nos detalhes da discussão. "Estamos construindo uma solução, e esperamos que, com certa rapidez, seja possível tranqüilizar a sociedade brasileira", disse o ministro. "O que desejamos é que o Brasil continue tendo uma bandeira voando pelos céus do mundo e servindo a população internamente", declarou Pires.


28/04/2006 - 12h45
Folha On Line
Ações da Varig disparam após Lula sinalizar uma ajuda para empresa

As ações da Varig voltaram a disparar hoje na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmar que o governo federal pode dar alguma ajuda à companhia para evitar sua falência.

Às 12h42, o papel preferencial da empresa avançava 34,48%, negociado a R$ 1,56. Até este horário, a Bolsa registrava 958 negócios com o papel, no valor total de R$ 4,8 milhões.

O presidente Lula voltou a dizer hoje que o governo federal não vai colocar recursos públicos na Varig, mas admitiu alguma outra forma de ajuda para evitar a falência da companhia aérea.

"Tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público [na Varig]. O que nós podemos fazer é financiar a salvação da Varig desde que ela cumpra com o seu papel", afirmou o presidente, sem dar detalhes de como poderia ser esse financiamento, durante visita ao feirão de imóveis da Caixa Econômica Federal, em São Paulo.

O presidente afirmou ainda estar de acordo com a posição do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia aérea. "A mim me agrada muito a proposta do juiz", disse.

Ayoub disse que não vê ainda razão para decretar a falência da Varig. "Nós estamos construindo uma solução. Essa falência a ninguém interessa. Se a empresa não é nociva, se não se mostra nociva, não há razão que se justifique falência", afirmou ele ontem, após reunião com o ministro Waldir Pires (Defesa) e Milton Zuanazzi, presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).



28/04/2006 - 12h15
Folha On Line
Lula diz que governo pode ajudar a Varig a evitar falência

KAREN CAMACHO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer hoje que o governo federal não vai colocar recursos públicos na Varig, mas admitiu alguma outra forma de ajuda para evitar a falência da companhia aérea.

"Tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público [na Varig]. O que nós podemos fazer é financiar a salvação da Varig desde que ela cumpra com o seu papel", afirmou o presidente, sem dar detalhes de como poderia ser esse financiamento, durante visita ao feirão de imóveis da Caixa Econômica Federal, em São Paulo.

Lula falou ainda que a crise da Varig não é novidade, pois a empresa enfrenta situação delicada há tempos.

"A Varig, como outras empresas no Brasil, virou uma espécie de paixão nacional. Mas essas coisas não se tratam com o coração, mas com a racionalidade de uma empresa privada que tem problemas e precisa encontrar uma solução de acordo com as leis de mercado", disse.

O presidente afirmou ainda estar de acordo com a posição do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia aérea. "A mim me agrada muito a proposta do juiz", disse.

Ayoub disse que não vê ainda razão para decretar a falência da Varig. "Nós estamos construindo uma solução. Essa falência a ninguém interessa. Se a empresa não é nociva, se não se mostra nociva, não há razão que se justifique falência", afirmou ele ontem, após reunião com o ministro Waldir Pires (Defesa) e Milton Zuanazzi, presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).


28/4/2006 12:07h
O Dia
Presidente diz que governo pode financiar salvação da Varig

Teresa Cristina Fayal

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo “não vai colocar dinheiro público na Varig”, mas prometeu financiar a salvação da companhia aérea: “Desde que a Varig cumpra o seu papel”. O mercado reagiu bem, e as ações da empresa dispararam na Bolsa de São Paulo, com alta de 33,6%.

Ao participar da abertura do Feirão de Imóveis da Caixa Econômica Federal, na capital paulista, Lula afirmou que o governo está trabalhando em busca de uma solução para a Varig, que tem de respeitar “as leis de mercado”. Ele fez elogios à proposta apresentada quinta-feira pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, que conduz na Justiça o processo de recuperação da companhia.

Uma das idéias discutidas, que permitiria a entrada do BNDES, é a divisão da empresa em duas: uma seria saneada e ficaria com as rotas domésticas, sendo leiloada a investidores privados; a outra manteria as linhas internacionais e arcaria com as dívidas atuais, mas receberia créditos calculados em R$ 4,5 bilhões que a Varig cobra da União na Justiça por perdas com planos econômicos, além de R$ 1,2 bilhão relativos a ICMS.

A Infraero encaminhou à companhia três interpelações extrajudiciais, que dão cinco dias de prazo para que a empresa volte a pagar as tarifas aeroportuárias — a dívida acumulada desde setembro está em R$ 135 milhões. De acordo com o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, o prazo termina na próxima sexta-feira. Se a Varig não retomar os pagamentos, só poderá continuar voando se fizer a quitação antecipada e diária das taxas — R$ 900 mil, por dia.

Para complicar ainda mais a situação da companhia, a dívida com a BR Distribuidora ficará maior a partir da semana que vem. O motivo é o novo reajuste de 5,5% no preço do querosene de aviação, anunciado pela Petrobras, que deve entrar em vigor segunda-feira.