IstoË
Dinheiro
29/03/2008
David contra o duopólio
A estratégia do empresário
David Neeleman para, com uma nova companhia aérea
de baixo custo, sacudir o setor dominado por TAM e Gol
AMAURI SEGALLA
"Vim para encarar
todos, inclusive TAM e Gol “ DAVID NEELEMAN
UM
DOS PROJETOS EMPRESARIAIS mais arrojados do Brasil nos últimos
anos está nascendo, quase escondido, em uma confortável
casa que fica numa rua sem saída do bairro do Morumbi,
na zona sul de São Paulo. Ali, David Neeleman, 48
anos, é ao mesmo tempo hóspede e anfitrião.
O brasileiro que revolucionou a aviação americana
há sete anos, ao fundar a companhia aérea
americana Jet Blue – a pioneira no modelo de baixo
custo nos Estados Unidos –, passeia no gramado da
residência enquanto conversa com sua pequena turma
de colaboradores.
São
apenas cinco: um piloto brasileiro que virou empresário
do ramo hoteleiro, três funcionários da Jet
Blue e o consultor de aviação Gianfranco Beting,
o dono da casa e conhecido no meio aeronáutico por
sua paixão quase doentia por aviões. Neeleman
pára defronte a uma trave de futebol. “Quero
fazer muitos gols no Brasil”, divaga. É tarde
de quarta-feira 26. Na manhã seguinte, ele anunciaria
oficialmente a criação de uma nova companhia
aérea no Brasil e o plano de repetir no País
em que nasceu o fenômeno que provocou na terra de
seus pais.
Neeleman
repassa com Beting, designado para o cargo de diretor de
marketing da futura empresa, as informações
que serão transmitidas no dia seguinte. “Se
esse cara manjar tanto de avião quanto parece, estou
bem servido”, brinca o criador da Jet Blue, referindo-se
ao próprio Beting. Mais piadas surgem quando o jornalista
Joelmir Beting, pai de Gianfranco, aparece e entra na conversa.
“Você, que entende de economia, me diz uma coisa:
e esse dólar barato?”, pergunta Neeleman. “Já
perdi milhões deles nos últimos dias.
Pela
primeira vez, uma empresa brasileira
vai operar só com jatos da Embraer, de Curado
(abaixo) |
”
Apesar da atmosfera descontraída, Neeleman não
está para brincadeira. Ele chega disposto a brigar
em um mercado dominado por um duopólio. “Vim
para encarar toda a concorrência, inclusive TAM e
Gol”, afirmou, em entrevista exclusiva à DINHEIRO
(leia trechos no quadro). Sua futura companhia aérea
ainda não tem nome definido e deverá começar
a funcionar somente em janeiro de 2009, mas sua ambição
já tem números expressivos. Para início
de conversa, encomendou 36 aeronaves Embraer 195, com capacidade
para 118 passageiros, e tem opção de compra
para outras 40. Considerando todas as aeronaves envolvidas
no projeto, o valor da aquisição pode chegar
a US$ 3 bilhões. O modelo de negócios será
inspirado, evidentemente, no da própria Jet Blue
– custos baixíssimos que permitem à
companhia cobrar valores menores pela tarifa aérea.
Com essa estratégia, a Jet Blue fez barulho nos Estados
Unidos. Em sete anos de existência, ela se tornou
a oitava maior companhia aérea americana. Parece
pouco, mas é muito. Nos Estados Unidos, o mercado
atrai algo como 800 milhões de passageiros por ano,
o que dá a dimensão do tamanho da concorrência
que uma nova companhia tem de enfrentar. No Brasil, eles
não chegam a 50 milhões.
As
primeiras notícias do sobrevôo de Neeleman
ao Brasil foram suficientes para agitar o mercado. Dos hangares
da Gol (que controla também a Varig) e da TAM partiram
declarações de que a nova concorrente não
preocupa -- afinal, ela atuará com aviões
menores e deverá priorizar cidades que não
contam com uma boa cobertura das líderes do mercado.
Coincidentemente, porém, ambas lançaram, na
mesma semana, promoções ousadas em suas tarifas.
“A entrada de uma companhia com histórico de
sucesso nos Estados Unidos obviamente provocará um
impacto em todo o setor, e de alguma forma atingirá
os que estão no topo”, diz o empresário
Ozires Silva, com a autoridade de quem presidiu a Varig
e foi um dos idealizadores da própria Embraer.
A
estratégia da nova companhia começa pela configuração
das aeronaves que foram encomendadas. O menor avião
da Gol em operação no Brasil é o Boeing
737-300, para 141 passageiros. Na TAM, é o A319,
para 144 pessoas. Os Embraer 195 adquiridos por Neeleman
foram originalmente concebidos para 122 lugares, mas serão
adaptados para voar com 118. “Isso garantirá
mais conforto, um aspecto que, segundo pesquisas que fizemos,
preocupa muito os brasileiros que voam com regularidade”,
diz Neeleman, que promete até telas individuais de
TV nos assentos, com transmissões ao vivo durante
os vôos. Sua meta é voar para 25 destinos.
O nome das cidades é mantido sob sigilo, mas sabe-se
que a prioridade são centros urbanos com força
econômica e não necessariamente grandes capitais.
“Isso não significa que esqueceremos São
Paulo ou Rio de Janeiro”, diz o empresário.
Numa conversa recente que teve com Solange Vieira, presidente
da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), Neeleman ouviu algo que o motivou. “A Solange
disse claramente que maior concorrência em Congonhas
é muito bem-vinda”, diz Neeleman. Ou seja,
ninguém confirma, mas a versão brasileira
da Jet Blue terá, sim, vôos partindo de São
Paulo.
Neeleman
também quer criar algo pouco comum no setor aéreo
brasileiro: rotas distantes, entre grandes capitais, sem
escalas. Ele já tem um plano de malhas traçado,
mas não o revela. Segundo uma fonte que está
envolvida diretamente no projeto e que não quer ter
seu nome revelado, uma das rotas possíveis sem conexão
poderá ser Salvador-Belo Horizonte. Outra aposta
de Neeleman diz respeito ao preço. “Ele está
impressionadíssimo com a falta de flexibilidade nas
tarifas”, diz essa fonte. No Brasil, a distância
entre o maior e o menor preços é muito pequena.
Neeleman pretende fazer diferente. Deverá cobrar
a chamada tarifa fixa apenas nos horários de pico.
Nos outros horários, em que a movimentação
não é intensa, dará descontos generosos.
No meio da tarde, quando executivos ainda não encerraram
seus compromissos profissionais e os vôos costumam
estar mais vazios, o passageiro poderá pagar até
50% menos.
|
O
ingresso do empresário no mercado é
um grande negócio também para a Embraer.
“Para nós, representa uma parceria
histórica”, diz Frederico Curado, presidente
da fabricante de aviões. Será a primeira
vez, desde que a Embraer foi criada, que uma companhia
aérea brasileira adquire os jatos comerciais
fabricados no País. Isso acontece por uma
razão muito simples: falta de programas de
financiamento. “Como o BNDES é o único
órgão que oferece financiamento de
longo prazo no Brasil, fica quase impossível
conseguir dinheiro por aqui”, diz Ozires Silva.
“As exigências do BNDES são praticamente
inatingíveis e o custo do dinheiro é
mais alto no Brasil que lá fora.” Por
conta disso, as fabricantes Boeing e Airbus, que
trazem junto com seus aviões grandes pacotes
financeiros, praticamente mantêm Gol e TAM
sob suas amarras. |
Neeleman
driblou o problema comprando os jatos praticamente à
vista. Para botar a empresa de pé desembolsará
US$ 150 milhões, com recursos próprios (no
ano passado, vendeu parte de suas ações da
Jet Blue por US$ 30 milhões) e de investidores, do
Brasil e do Exterior, mantidos sob sigilo. O empresário
não confirma, mas pelo menos um grande banco americano
pode estar no grupo de futuros sócios da companhia.
Uma pista? O JP Morgan Chase foi o grande parceiro de Neeleman
na Jet Blue. “Estamos negociando também com
o BNDES condições melhores de financiamento,
mas por enquanto os recursos vêm de outras fontes”,
resume.
“BAIXO
CUSTO COM QUALIDADE”
Em entrevista exclusiva, David Neeleman detalha os planos
de sua nova empresa
Por
que o sr. decidiu investir em uma companhia aérea
no Brasil?
Desde que criei a Jet Blue, sempre pensei nisso. Obviamente,
tenho uma ligação afetiva com o País
e não apenas por ter nascido em São Paulo.
Meu trabalho como missionário mórmon no Nordeste
foi muito marcante. Além disso, a estabilidade econômica
e o crescimento do País vêm chamando a atenção
de muitos no Exterior.
A
empresa nasce pouco após o caos aéreo. O momento
é oportuno?
Hoje, acho que os maiores problemas são Congonhas,
que tem uma pista curta, e Guarulhos, que precisa de mais
terminais. Nos outros aeroportos do País, há
condições excelentes para operação.
A
nova companhia aérea brasileira será um clone
da Jet Blue?
Será inspirada nela. Ou seja, uma companhia de baixo
custo mas de alta qualidade. A nova companhia vai oferecer
apenas barras de cereais para os passageiros? Imagine, nós
ofereceremos muito mais. Mas, vamos falar sério,
ninguém quer ir para um avião para ter uma
ótima refeição... Prefiro investir
esse dinheiro na segurança das aeronaves.
O
sr. veio para brigar com Gol e TAM?
Vim para fazer sucesso e obviamente encarar toda a concorrência,
inclusive TAM e Gol. O Brasil é um país muito
grande, que ainda proporciona tremendas oportunidades .
Hoje, por causa do tamanho de seus aviões, Gol e
TAM não têm condições de oferecer
serviço em algumas cidades. É aí que
entramos.
É
verdade que o sr. gostaria que a empresa se chamasse Samba?
É um excelente nome. Mas existem outros muito bons.
Eu tenho dois ou três na cabeça, que acho que
seriam perfeitos. Mas tenho certeza que virão nomes
melhores na internet. No site, as pessoas poderão
sugerir opções e votar nas melhores. O responsável
pelo nome que adotaremos ganhará passagens vitalícias.
Quanto
o sr. investirá na nova companhia?
Inicialmente, gastaremos US$ 150 milhões. É
mais do que investi para criar a Jet Blue, que custou num
primeiro momento US$ 135 milhões. Todo o dinheiro
vem de recursos próprios dos nossos investidores.
Até agora, não emprestamos um dólar
sequer, não pagamos juros para ninguém.
Quem
são os investidores?
Não fui autorizado a revelar seus nomes.
O
sr. vai cuidar diretamente da gestão?
Desenvolverei todo o trabalho e acompanharei o negócio
de perto. Mas vou contratar um presidente brasileiro para
o projeto. Estou à procura de profissionais no mercado.
Você conhece algum?
O
senhor vai morar definitivamente no Brasil?
Não posso, cinco dos meus nove filhos ainda moram
comigo nos Estados Unidos. Mas devo passar pelos menos três
dias por semana no País. Tanto aqui quanto lá
fora,me sinto em casa.
Embora
seja paulistano de nascimento, Neeleman construiu sua trajetória
nos Estados Unidos. Filho de um jornalista americano que
era correspondente de uma agência de notícias
em São Paulo, ele trocou a capital paulista por Nova
York aos sete anos. Voltou ao Brasil aos 19 anos, para trabalhar
como missionário mórmon no Nordeste. A nova
companhia aérea brasileira será sua terceira
empreitada no ramo. Antes da Jet Blue, foi dono de uma pequena
companhia charter nos Estados Unidos. Ambas fizeram enorme
sucesso. Resta saber se repetirá o êxito no
Brasil. “Pode escrever aí: vou fazer muitos
gols na terra onde nasci.”
O
Estado de São Paulo
29/03/2008
Anac quer abrir espaço para
novas empresas no Aeroporto de Congonhas
Isabel Sobral
A
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
quer mudar a forma de distribuição dos slots
(horários e espaços para pousos e decolagens)
para facilitar a operação de novas companhias
aéreas no Aeroporto de Congonhas. Com todos os slots
já ocupados e sem alternativas para ampliação,
Congonhas é um dos principais centros de conexões
e escalas de vôos e alvo da cobiça de qualquer
nova companhia aérea.
O
diretor de Infra-estrutura da Anac, Alexandre Gomes de Barros,
disse que a agência discute uma fórmula que
derrube a “barreira à entrada” de novas
empresas, mas não deu detalhes. Hoje, a Anac sorteia
os slots que eventualmente deixem de ser utilizados pelas
empresas - o que dificilmente acontece.A idéia central
é criar uma regra de redistribuição
periódica dos slots, acabando com a 'perpetuação'
das concessões e, com isso, abrindo oportunidade
para que outras empresas áreas operem no aeroporto
mais saturado do País.
O
Estado de São Paulo
29/03/2008
Conselho da Embraer aprova o desenvolvimento
de dois novos jatos
Os novos modelos executivos terão
capacidade para transportar de 7 a 12 passageiros, além
de dois tripulantes
Mariana Barbosa
A
Embraer recebeu ontem o sinal verde de seu conselho de administração
para lançar oficialmente dois novos modelos de jatos
executivos. Os aviões ainda não têm
nome, mas pertencerão às categorias médio
(midsize) e médio leve (midlight), com capacidade
para transportar de 7 a 12 passageiros e dois tripulantes,
respectivamente.
Pelo
tamanho e alcance, os jatos se situam entre os modelos Phenom
100 e 300, das categorias superleve (very light) e leve
(light), e o Legacy 600, primeiro jato executivo da fabricante,
da categoria supermédio.
A
Embraer possui ainda o Lineage 1000, modelo baseado na plataforma
do jato regional E-190, que pertence à categoria
ultra grande (ultra large). Com os dois novos modelos, ficará
faltando apenas um modelo (ultra long range) para a família
de jatos executivos da Embraer ficar completa.
O
investimento para o desenvolvimento dos dois novos jatos
totaliza US$ 750 milhões. Para tanto, a Embraer contará
com o suporte de parceiros industriais e instituições
financeiras, além do caixa da própria empresa.
O
conceito dos dois novos jatos já havia sido apresentado
ao mercado, inclusive com modelos em escala natural. A empresa
buscou, com essa estratégia de marketing, adequar
o produto às expectativas do mercado.
O
modelo médio, que está sendo chamado de Embraer
MSJ, está previsto para entrar em serviço
no segundo semestre de 2012. O médio leve, o Embraer
MLJ, no segundo semestre de 2013.
Em
comunicado divulgado ontem, a empresa informa que as duas
categorias devem responder por 21% do total de entregas
de jatos executivos nos próximos 10 anos, estimadas
em 13.150 unidades.
O
mercado de jatos executivos ganhou um grande impulso no
ano passado, com o crescimento da demanda de novos mercados,
como Rússia, Oriente Médio e Ásia.
Foram entregues 1.100 novos jatos em 2007, crescimento de
25% ante 2006.
Para
a Embraer, a divisão de jatos executivos é
a que mais cresce e a expectativa é de que, até
2010, 25% da receita venha da aviação executiva.
A carteira de pedidos firmes de jatos executivos da Embraer
totaliza aproximadamente US$ 4,5 bilhões, enquanto
a carteira total de pedidos firmes da companhia soma US$
19 bilhões.
Com
os novos jatos, a empresa espera repetir o sucesso do Legacy
600, que hoje detém 15% de mercado em sua categoria.
Existem 131 aeronaves desse modelo, que é baseado
na plataforma do jato regional ERJ145, voando em 23 países.
Já
os conceitos dos modelos Phenom 100 e 300 foram apresentados
ao mercado em 2005. O Phenom 100 já está em
fase de certificação e as primeiras unidades
começam a ser entregues em meados deste ano. Já
o 300 está previsto para iniciar a produção,
na fábrica de Gavião Peixoto, no segundo semestre
de 2009.
“O
avião ainda não foi certificado a já
temos mais de 700 unidades vendidas”, comemorou o
presidente da Embraer, Frederico Curado, durante a divulgação
dos resultados de 2007, na semana passada. A forte demanda
pelo Phenom está começando a criar um problema
de prazo de entrega. As entregas para novas encomendas dos
Phenom só poderão ser realizadas a partir
de 2012 e 2013.
Também
em fase de certificação, o maior jato executivo
da Embraer, o Lineage 1000, está previsto para entrar
em operação no segundo semestre.
O
Estado de São Paulo
29/03/2008
Sindicatos rejeitam proposta pela
Alitalia
Os nove sindicatos de funcionários da Alitalia rejeitaram
a versão revisada da proposta feita pela Air France-KLM
para a compra da companhia aérea italiana, segundo
a agência de notícias Ansa. A nova proposta,
anunciada ontem pela Air France-KLM, mantém a estimativa
de demitir cerca de 2,1 mil funcionários, mas oferece
a ampliação de benefícios para mais
empregados. A Air France-KLM também se propôs
a assumir metade dos 3,7 mil funcionários da empresa
de serviços de manutenção e de solo
AZ Servizi.
O
Estado de São Paulo
29/03/2008
Anac vê problemas em 175 aeroportos
Ajustes terão de ser feitos
em até 180 dias; não há riscos para
vôos
Isabel Sobral
A
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
identificou 175 aeroportos brasileiros de pequeno e médio
portes com irregularidades que podem comprometer a segurança
de operações e a prevenção contra
crimes. Ontem, o diretor da Anac Alexandre de Barros disse
que as administrações dos aeroportos já
foram notificadas - 75% deles são geridos por governos
municipais ou estaduais.
“Grande
parte desses aeroportos se encontra em locais onde o transporte
aéreo é fundamental para a sociedade”,
disse Barros. Por causa disso, a agência vai propor
ao Congresso Nacional a composição de um grupo
de trabalho, na próxima semana, para buscar soluções.
O
governo federal tem um programa de auxílio aos aeroportos,
cujo orçamento anual gira em torno de R$ 100 milhões.
As prioridades quanto ao uso da verba são definidas
pelos governadores. “Desconfiamos que só esse
montante de recursos do programa pode não ser suficiente
para todas as obras que precisam ser feitas”, adiantou
Barros.
Segundo
o diretor, os recursos serão destinados para eliminação
de irregularidades que vão de simples - como cercas
de proteção de pistas danificadas - a complexas
- como falta de sinalização e equipamentos
contra incêndio e pistas de pouso sem manutenção.
Foram dados prazos de 60 a 180 dias para que as pendências
sejam resolvidas, sob pena de restrição das
operações.
Barros
disse que os problemas não representam “riscos
iminentes” para as operações, mas alertou
que precisam ser resolvidos porque podem piorar no futuro.
Sem revelar os aeroportos com irregularidades, o diretor
disse que a maior incidência de problemas em terminais
com vôos regulares ocorre na Região Norte.
Em relação a aeroportos com operações
da aviação geral, as falhas concentram-se
no Sul.
Folha
de São Paulo
29/03/2008
Embraer faz lançamento para
setor de aviação executiva
DA FOLHA ONLINE
A
Embraer anunciou, ontem, que vai lançar dois modelos
de jatos para o mercado de aviação executiva.
O Embraer MLJ, da categoria midlight, e o Embraer MSJ, da
categoria midsize, terão capacidade para levar de
7 a 12 passageiros, mais dois tripulantes, e estarão
entre os modelos o Phenom 300 e Legacy 600 da empresa.
Para desenvolver os novos aviões, serão investidos
US$ 750 milhões. A Embraer quer que o jato MSJ entre
em serviço no segundo semestre de 2012 e o MLJ comece
a voar um ano depois.
Segundo a empresa, as categorias midlight e midsize vão
corresponder a 21% do total de entregas de jatos executivos.
A Embraer pretende entregar 13.150 unidades nos próximos
dez anos.
Folha
de São Paulo
29/03/2008
Agência estuda medidas que podem
ajudar nova empresa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Medidas
em estudo pela Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) para estimular a concorrência podem beneficiar
a entrada no mercado da nova empresa criada pela JetBlue
-e ajudar a romper o duopólio TAM e Gol, que dominam
quase 90% dos vôos domésticos do país.
Segundo o diretor da Anac, Alexandre de Barros, devem ser
colocadas em consulta pública nos próximos
meses uma proposta para liberar slots em Congonhas (hoje
essas "vagas" para pouso e decolagem estão
saturadas) e outra para exigir maior regularidade nos vôos
(e revogar concessões "de gaveta", que
seriam mantidas por empresas para limitar a concorrência
em rotas rentáveis).
"Estamos estudando uma fórmula para alocar slots
em Congonhas para não impedir a concorrência.
Seria um modelo com renovação periódica",
disse Barros. A fórmula também visaria permitir
a entrada de novas empresas naquele aeroporto.
A segunda medida trata do endurecimento nas exigências
de regularidade na operação. Hoje é
exigida a realização de 75% dos vôos
programados a cada três meses. Em dezembro a Anac
cogitava limitar os cancelamentos a um teto de 10% dos vôos
programados no mês. Ontem, Barros disse que a Anac
trabalha com o patamar de 80% a 85% de regularidade.
A Anac também confirmou que o prazo para a emissão
do Cheta (Certificado de Habilitação de Empresa
de Transporte Aéreo) da nova empresa da JetBlue deve
tardar cerca de seis meses. A malha aérea pretendida
não é exigida pela Anac, mas a agência
afirmou que rotas só serão exclusivas se não
houver interesse de outras empresas do setor. A JetBlue
anunciou que pretende explorar novas rotas no país.
Ainda não há definição sobre
medidas propostas anteriormente pela Anac, como o aumento
na tarifação para desafogar as operações
em Guarulhos (SP), ou a implantação de um
sistema de "milhas" para passageiros vítimas
de atrasos.
Folha
de São Paulo
29/03/2008
Anac lista 175 aeroportos com falhas,
mas não divulga locais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)
anunciou ontem, sem identificar os locais, que 175 aeroportos
no país apresentam falhas de segurança e podem
ser interditados ou restringidos nos próximos meses
se não houver correções e ajustes.
A agência avalia que não há "risco
iminente" de acidentes e diz ser necessário
uma articulação política para alocar
recursos ou até flexibilizar regras, para não
deixar regiões remotas sem transporte aéreo.
Os locais não foram identificados, mas o grupo se
restringe a aeroportos de pequeno porte -66 recebem vôos
da aviação comercial e o restante atende a
aviação geral (jatos e aviões particulares).
A maioria, 132 aeroportos, são administrados por
Estados ou municípios. Outros nove aeroportos são
geridos pela Infraero, que não comentou o levantamento.
"Com
certeza os problemas ocorreram porque a administração
não fez a manutenção devida",
disse Alexandre de Barros, diretor da Anac. Ele lembrou
que o contingenciamento de verbas e a crise aérea
afetaram vários convênios com o governo federal,
mas considera que o sistema de investimento hoje utiliza
critérios que não priorizam a segurança.
Aeródromos
"Muitos
desses aeródromos não estavam incluídos
na lista de prioridades dos Estados", afirmou Barros,
em referência ao Profaa (Programa Federal de Auxílio
a Aeroportos), cuja verba era de R$ 100 milhões no
ano passado.
Questionado se a divisão desses recursos é
feita por critérios políticos, ele disse:
"Gostaria de poder dizer que os critérios não
são políticos, mas não cabe à
agência comentar isso".
As falhas detectadas se dividem entre problemas de segurança
operacional (ligadas à operação de
aeronaves, como as condições da pista) e de
segurança contra ilícitos (ligadas à
prevenção de crimes, como o uso de detectores
de metal).
A agência pretende formar um grupo de trabalho com
parlamentares para viabilizar recursos para as melhorias
necessárias ou para agilizar a flexibilização
da legislação que lista as exigências.
Isto porque a Anac considera que algumas falhas representam
menor risco para as comunidades do que o fechamento do aeroporto.
Segundo Barros, 90 pistas ou aeroportos sofreram interdições
no último ano -citou os exemplos de Cáceres
(MT) e Piracicaba (SP), que já fizeram os devidos
ajustes.
As falhas de segurança contra ilícitos são
sigilosas. Já o levantamento de falhas de segurança
operacional será divulgado ao público nas
próximas semanas. Existem mais de 3.000 aeródromos
(pistas sem terminal de passageiros) e aeroportos no país
-apenas 67 são administrados pela Infraero. Estados,
municípios e empresas aéreas já foram
notificados.
Mercado
e Eventos
29/03/2008
Flex terá base no Rio e charter
internacional
Luiz Marcos Fernandes
Na solenidade de lançamento oficial das operações
da Flex Linhas Aéreas (antiga Viação
Aérea Riograndense), no dia de hoje (29/03), no Aeroporto
Santos Dumont, o presidente da companhia Miguel Dau, confirmou
que a empresa terá sua sede administrativa no Rio
de Janeiro e o Departamento Jurídico em Salvador.
"Teremos fretamentos inicialmente a partir do Rio de
Janeiro onde fixaremos a nossa base. A idéia é
comerçar com fretamentos e a partir de junho, com
vôos regulares, operando duas ou três aeronaves
Boeing 737-300", disse.
Segundo
ele já existem planos também para a compra
de um Boeing 767 a fim de operar com charteres em rotas
internacionais. Miguel Dau confirmou ainda que está
deixando o cargo nos próximos dias e seu destino
deve ser mesmo a nova companhia aérea de David Neeleman,
lançada oficialmente em São Paulo neste semana.
Ele será substituído por Aurélio Penellas,
atual gerente de Recursos Humanos, que em princípio
permanece no cargo até julho. "Estou em negociações
e só falarei do meu futuro na próxima semana",
disse.
Entre
os convidados deste primeiro vôo estarão o
ministro da Previdência, Luiz Marinho, a presidente
da Embratur, Jeanine Pires, o juiz da 8ª Vara Empresarial
do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Roberto
Ayoub, responsável pelo processo de recuperação
judicial da Varig, o brigadeiro Alexsander Pereira, diretor
da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), entre outras autoridades.
A
chegada do único aviaão da frota a Salvador
está prevista para as 12 horas. Os 130 passageiros
terão uma típica recepção com
baianas e fitinhas do Bonfim e camisetas Viver Bahia e depois
seguem para almoço no Gran Stella Maris Resort. A
volta para o Rio está prevista para às 16h.
O
secretário de Estado de Turismo da Bahia, Domingos
Leonelli, durante encontro com os convidados vai propor
a ampliação dos vôos.
O
Globo
29/03/2008
Ancelmo Gois
Coluna
Claudio Humberto
29/03/2008
Alvíssaras
David Neeleman formata a nova empresa aérea brasileira
aparentemente sem recorrer a lobby rastaquera junto à
Agência Nacional de Aviação Civil, e
sem paparicar Solange Paiva, sua presidente. Até
quando?
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