::::: RIO DE JANEIRO - 29 DE MARÇO DE 2008 :::::

 

IstoË Dinheiro
29/03/2008
David contra o duopólio
A estratégia do empresário David Neeleman para, com uma nova companhia aérea de baixo custo, sacudir o setor dominado por TAM e Gol
AMAURI SEGALLA


"Vim para encarar todos, inclusive TAM e Gol “ DAVID NEELEMAN

UM DOS PROJETOS EMPRESARIAIS mais arrojados do Brasil nos últimos anos está nascendo, quase escondido, em uma confortável casa que fica numa rua sem saída do bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo. Ali, David Neeleman, 48 anos, é ao mesmo tempo hóspede e anfitrião. O brasileiro que revolucionou a aviação americana há sete anos, ao fundar a companhia aérea americana Jet Blue – a pioneira no modelo de baixo custo nos Estados Unidos –, passeia no gramado da residência enquanto conversa com sua pequena turma de colaboradores.

São apenas cinco: um piloto brasileiro que virou empresário do ramo hoteleiro, três funcionários da Jet Blue e o consultor de aviação Gianfranco Beting, o dono da casa e conhecido no meio aeronáutico por sua paixão quase doentia por aviões. Neeleman pára defronte a uma trave de futebol. “Quero fazer muitos gols no Brasil”, divaga. É tarde de quarta-feira 26. Na manhã seguinte, ele anunciaria oficialmente a criação de uma nova companhia aérea no Brasil e o plano de repetir no País em que nasceu o fenômeno que provocou na terra de seus pais.

Neeleman repassa com Beting, designado para o cargo de diretor de marketing da futura empresa, as informações que serão transmitidas no dia seguinte. “Se esse cara manjar tanto de avião quanto parece, estou bem servido”, brinca o criador da Jet Blue, referindo-se ao próprio Beting. Mais piadas surgem quando o jornalista Joelmir Beting, pai de Gianfranco, aparece e entra na conversa. “Você, que entende de economia, me diz uma coisa: e esse dólar barato?”, pergunta Neeleman. “Já perdi milhões deles nos últimos dias.

Pela primeira vez, uma empresa brasileira
vai operar só com jatos da Embraer, de Curado (abaixo)

” Apesar da atmosfera descontraída, Neeleman não está para brincadeira. Ele chega disposto a brigar em um mercado dominado por um duopólio. “Vim para encarar toda a concorrência, inclusive TAM e Gol”, afirmou, em entrevista exclusiva à DINHEIRO (leia trechos no quadro). Sua futura companhia aérea ainda não tem nome definido e deverá começar a funcionar somente em janeiro de 2009, mas sua ambição já tem números expressivos. Para início de conversa, encomendou 36 aeronaves Embraer 195, com capacidade para 118 passageiros, e tem opção de compra para outras 40. Considerando todas as aeronaves envolvidas no projeto, o valor da aquisição pode chegar a US$ 3 bilhões. O modelo de negócios será inspirado, evidentemente, no da própria Jet Blue – custos baixíssimos que permitem à companhia cobrar valores menores pela tarifa aérea. Com essa estratégia, a Jet Blue fez barulho nos Estados Unidos. Em sete anos de existência, ela se tornou a oitava maior companhia aérea americana. Parece pouco, mas é muito. Nos Estados Unidos, o mercado atrai algo como 800 milhões de passageiros por ano, o que dá a dimensão do tamanho da concorrência que uma nova companhia tem de enfrentar. No Brasil, eles não chegam a 50 milhões.

As primeiras notícias do sobrevôo de Neeleman ao Brasil foram suficientes para agitar o mercado. Dos hangares da Gol (que controla também a Varig) e da TAM partiram declarações de que a nova concorrente não preocupa -- afinal, ela atuará com aviões menores e deverá priorizar cidades que não contam com uma boa cobertura das líderes do mercado. Coincidentemente, porém, ambas lançaram, na mesma semana, promoções ousadas em suas tarifas. “A entrada de uma companhia com histórico de sucesso nos Estados Unidos obviamente provocará um impacto em todo o setor, e de alguma forma atingirá os que estão no topo”, diz o empresário Ozires Silva, com a autoridade de quem presidiu a Varig e foi um dos idealizadores da própria Embraer.

A estratégia da nova companhia começa pela configuração das aeronaves que foram encomendadas. O menor avião da Gol em operação no Brasil é o Boeing 737-300, para 141 passageiros. Na TAM, é o A319, para 144 pessoas. Os Embraer 195 adquiridos por Neeleman foram originalmente concebidos para 122 lugares, mas serão adaptados para voar com 118. “Isso garantirá mais conforto, um aspecto que, segundo pesquisas que fizemos, preocupa muito os brasileiros que voam com regularidade”, diz Neeleman, que promete até telas individuais de TV nos assentos, com transmissões ao vivo durante os vôos. Sua meta é voar para 25 destinos. O nome das cidades é mantido sob sigilo, mas sabe-se que a prioridade são centros urbanos com força econômica e não necessariamente grandes capitais. “Isso não significa que esqueceremos São Paulo ou Rio de Janeiro”, diz o empresário. Numa conversa recente que teve com Solange Vieira, presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Neeleman ouviu algo que o motivou. “A Solange disse claramente que maior concorrência em Congonhas é muito bem-vinda”, diz Neeleman. Ou seja, ninguém confirma, mas a versão brasileira da Jet Blue terá, sim, vôos partindo de São Paulo.

Neeleman também quer criar algo pouco comum no setor aéreo brasileiro: rotas distantes, entre grandes capitais, sem escalas. Ele já tem um plano de malhas traçado, mas não o revela. Segundo uma fonte que está envolvida diretamente no projeto e que não quer ter seu nome revelado, uma das rotas possíveis sem conexão poderá ser Salvador-Belo Horizonte. Outra aposta de Neeleman diz respeito ao preço. “Ele está impressionadíssimo com a falta de flexibilidade nas tarifas”, diz essa fonte. No Brasil, a distância entre o maior e o menor preços é muito pequena. Neeleman pretende fazer diferente. Deverá cobrar a chamada tarifa fixa apenas nos horários de pico. Nos outros horários, em que a movimentação não é intensa, dará descontos generosos. No meio da tarde, quando executivos ainda não encerraram seus compromissos profissionais e os vôos costumam estar mais vazios, o passageiro poderá pagar até 50% menos.

O ingresso do empresário no mercado é um grande negócio também para a Embraer. “Para nós, representa uma parceria histórica”, diz Frederico Curado, presidente da fabricante de aviões. Será a primeira vez, desde que a Embraer foi criada, que uma companhia aérea brasileira adquire os jatos comerciais fabricados no País. Isso acontece por uma razão muito simples: falta de programas de financiamento. “Como o BNDES é o único órgão que oferece financiamento de longo prazo no Brasil, fica quase impossível conseguir dinheiro por aqui”, diz Ozires Silva. “As exigências do BNDES são praticamente inatingíveis e o custo do dinheiro é mais alto no Brasil que lá fora.” Por conta disso, as fabricantes Boeing e Airbus, que trazem junto com seus aviões grandes pacotes financeiros, praticamente mantêm Gol e TAM sob suas amarras.

Neeleman driblou o problema comprando os jatos praticamente à vista. Para botar a empresa de pé desembolsará US$ 150 milhões, com recursos próprios (no ano passado, vendeu parte de suas ações da Jet Blue por US$ 30 milhões) e de investidores, do Brasil e do Exterior, mantidos sob sigilo. O empresário não confirma, mas pelo menos um grande banco americano pode estar no grupo de futuros sócios da companhia. Uma pista? O JP Morgan Chase foi o grande parceiro de Neeleman na Jet Blue. “Estamos negociando também com o BNDES condições melhores de financiamento, mas por enquanto os recursos vêm de outras fontes”, resume.

“BAIXO CUSTO COM QUALIDADE”

Em entrevista exclusiva, David Neeleman detalha os planos de sua nova empresa

Por que o sr. decidiu investir em uma companhia aérea no Brasil?
Desde que criei a Jet Blue, sempre pensei nisso. Obviamente, tenho uma ligação afetiva com o País e não apenas por ter nascido em São Paulo. Meu trabalho como missionário mórmon no Nordeste foi muito marcante. Além disso, a estabilidade econômica e o crescimento do País vêm chamando a atenção de muitos no Exterior.

A empresa nasce pouco após o caos aéreo. O momento é oportuno?
Hoje, acho que os maiores problemas são Congonhas, que tem uma pista curta, e Guarulhos, que precisa de mais terminais. Nos outros aeroportos do País, há condições excelentes para operação.

A nova companhia aérea brasileira será um clone da Jet Blue?
Será inspirada nela. Ou seja, uma companhia de baixo custo mas de alta qualidade. A nova companhia vai oferecer apenas barras de cereais para os passageiros? Imagine, nós ofereceremos muito mais. Mas, vamos falar sério, ninguém quer ir para um avião para ter uma ótima refeição... Prefiro investir esse dinheiro na segurança das aeronaves.

O sr. veio para brigar com Gol e TAM?
Vim para fazer sucesso e obviamente encarar toda a concorrência, inclusive TAM e Gol. O Brasil é um país muito grande, que ainda proporciona tremendas oportunidades . Hoje, por causa do tamanho de seus aviões, Gol e TAM não têm condições de oferecer serviço em algumas cidades. É aí que entramos.

É verdade que o sr. gostaria que a empresa se chamasse Samba?
É um excelente nome. Mas existem outros muito bons. Eu tenho dois ou três na cabeça, que acho que seriam perfeitos. Mas tenho certeza que virão nomes melhores na internet. No site, as pessoas poderão sugerir opções e votar nas melhores. O responsável pelo nome que adotaremos ganhará passagens vitalícias.

Quanto o sr. investirá na nova companhia?
Inicialmente, gastaremos US$ 150 milhões. É mais do que investi para criar a Jet Blue, que custou num primeiro momento US$ 135 milhões. Todo o dinheiro vem de recursos próprios dos nossos investidores. Até agora, não emprestamos um dólar sequer, não pagamos juros para ninguém.

Quem são os investidores?
Não fui autorizado a revelar seus nomes.

O sr. vai cuidar diretamente da gestão?
Desenvolverei todo o trabalho e acompanharei o negócio de perto. Mas vou contratar um presidente brasileiro para o projeto. Estou à procura de profissionais no mercado. Você conhece algum?

O senhor vai morar definitivamente no Brasil?
Não posso, cinco dos meus nove filhos ainda moram comigo nos Estados Unidos. Mas devo passar pelos menos três dias por semana no País. Tanto aqui quanto lá fora,me sinto em casa.

Embora seja paulistano de nascimento, Neeleman construiu sua trajetória nos Estados Unidos. Filho de um jornalista americano que era correspondente de uma agência de notícias em São Paulo, ele trocou a capital paulista por Nova York aos sete anos. Voltou ao Brasil aos 19 anos, para trabalhar como missionário mórmon no Nordeste. A nova companhia aérea brasileira será sua terceira empreitada no ramo. Antes da Jet Blue, foi dono de uma pequena companhia charter nos Estados Unidos. Ambas fizeram enorme sucesso. Resta saber se repetirá o êxito no Brasil. “Pode escrever aí: vou fazer muitos gols na terra onde nasci.”

 

 

O Estado de São Paulo
29/03/2008
Anac quer abrir espaço para novas empresas no Aeroporto de Congonhas
Isabel Sobral

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quer mudar a forma de distribuição dos slots (horários e espaços para pousos e decolagens) para facilitar a operação de novas companhias aéreas no Aeroporto de Congonhas. Com todos os slots já ocupados e sem alternativas para ampliação, Congonhas é um dos principais centros de conexões e escalas de vôos e alvo da cobiça de qualquer nova companhia aérea.

O diretor de Infra-estrutura da Anac, Alexandre Gomes de Barros, disse que a agência discute uma fórmula que derrube a “barreira à entrada” de novas empresas, mas não deu detalhes. Hoje, a Anac sorteia os slots que eventualmente deixem de ser utilizados pelas empresas - o que dificilmente acontece.A idéia central é criar uma regra de redistribuição periódica dos slots, acabando com a 'perpetuação' das concessões e, com isso, abrindo oportunidade para que outras empresas áreas operem no aeroporto mais saturado do País.

 

 

O Estado de São Paulo
29/03/2008
Conselho da Embraer aprova o desenvolvimento de dois novos jatos
Os novos modelos executivos terão capacidade para transportar de 7 a 12 passageiros, além de dois tripulantes
Mariana Barbosa

A Embraer recebeu ontem o sinal verde de seu conselho de administração para lançar oficialmente dois novos modelos de jatos executivos. Os aviões ainda não têm nome, mas pertencerão às categorias médio (midsize) e médio leve (midlight), com capacidade para transportar de 7 a 12 passageiros e dois tripulantes, respectivamente.

Pelo tamanho e alcance, os jatos se situam entre os modelos Phenom 100 e 300, das categorias superleve (very light) e leve (light), e o Legacy 600, primeiro jato executivo da fabricante, da categoria supermédio.

A Embraer possui ainda o Lineage 1000, modelo baseado na plataforma do jato regional E-190, que pertence à categoria ultra grande (ultra large). Com os dois novos modelos, ficará faltando apenas um modelo (ultra long range) para a família de jatos executivos da Embraer ficar completa.

O investimento para o desenvolvimento dos dois novos jatos totaliza US$ 750 milhões. Para tanto, a Embraer contará com o suporte de parceiros industriais e instituições financeiras, além do caixa da própria empresa.

O conceito dos dois novos jatos já havia sido apresentado ao mercado, inclusive com modelos em escala natural. A empresa buscou, com essa estratégia de marketing, adequar o produto às expectativas do mercado.

O modelo médio, que está sendo chamado de Embraer MSJ, está previsto para entrar em serviço no segundo semestre de 2012. O médio leve, o Embraer MLJ, no segundo semestre de 2013.

Em comunicado divulgado ontem, a empresa informa que as duas categorias devem responder por 21% do total de entregas de jatos executivos nos próximos 10 anos, estimadas em 13.150 unidades.

O mercado de jatos executivos ganhou um grande impulso no ano passado, com o crescimento da demanda de novos mercados, como Rússia, Oriente Médio e Ásia. Foram entregues 1.100 novos jatos em 2007, crescimento de 25% ante 2006.

Para a Embraer, a divisão de jatos executivos é a que mais cresce e a expectativa é de que, até 2010, 25% da receita venha da aviação executiva. A carteira de pedidos firmes de jatos executivos da Embraer totaliza aproximadamente US$ 4,5 bilhões, enquanto a carteira total de pedidos firmes da companhia soma US$ 19 bilhões.

Com os novos jatos, a empresa espera repetir o sucesso do Legacy 600, que hoje detém 15% de mercado em sua categoria. Existem 131 aeronaves desse modelo, que é baseado na plataforma do jato regional ERJ145, voando em 23 países.

Já os conceitos dos modelos Phenom 100 e 300 foram apresentados ao mercado em 2005. O Phenom 100 já está em fase de certificação e as primeiras unidades começam a ser entregues em meados deste ano. Já o 300 está previsto para iniciar a produção, na fábrica de Gavião Peixoto, no segundo semestre de 2009.

“O avião ainda não foi certificado a já temos mais de 700 unidades vendidas”, comemorou o presidente da Embraer, Frederico Curado, durante a divulgação dos resultados de 2007, na semana passada. A forte demanda pelo Phenom está começando a criar um problema de prazo de entrega. As entregas para novas encomendas dos Phenom só poderão ser realizadas a partir de 2012 e 2013.

Também em fase de certificação, o maior jato executivo da Embraer, o Lineage 1000, está previsto para entrar em operação no segundo semestre.

 

 

O Estado de São Paulo
29/03/2008
Sindicatos rejeitam proposta pela Alitalia

Os nove sindicatos de funcionários da Alitalia rejeitaram a versão revisada da proposta feita pela Air France-KLM para a compra da companhia aérea italiana, segundo a agência de notícias Ansa. A nova proposta, anunciada ontem pela Air France-KLM, mantém a estimativa de demitir cerca de 2,1 mil funcionários, mas oferece a ampliação de benefícios para mais empregados. A Air France-KLM também se propôs a assumir metade dos 3,7 mil funcionários da empresa de serviços de manutenção e de solo AZ Servizi.

 

 

O Estado de São Paulo
29/03/2008
Anac vê problemas em 175 aeroportos
Ajustes terão de ser feitos em até 180 dias; não há riscos para vôos
Isabel Sobral

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) identificou 175 aeroportos brasileiros de pequeno e médio portes com irregularidades que podem comprometer a segurança de operações e a prevenção contra crimes. Ontem, o diretor da Anac Alexandre de Barros disse que as administrações dos aeroportos já foram notificadas - 75% deles são geridos por governos municipais ou estaduais.

“Grande parte desses aeroportos se encontra em locais onde o transporte aéreo é fundamental para a sociedade”, disse Barros. Por causa disso, a agência vai propor ao Congresso Nacional a composição de um grupo de trabalho, na próxima semana, para buscar soluções.

O governo federal tem um programa de auxílio aos aeroportos, cujo orçamento anual gira em torno de R$ 100 milhões. As prioridades quanto ao uso da verba são definidas pelos governadores. “Desconfiamos que só esse montante de recursos do programa pode não ser suficiente para todas as obras que precisam ser feitas”, adiantou Barros.

Segundo o diretor, os recursos serão destinados para eliminação de irregularidades que vão de simples - como cercas de proteção de pistas danificadas - a complexas - como falta de sinalização e equipamentos contra incêndio e pistas de pouso sem manutenção. Foram dados prazos de 60 a 180 dias para que as pendências sejam resolvidas, sob pena de restrição das operações.

Barros disse que os problemas não representam “riscos iminentes” para as operações, mas alertou que precisam ser resolvidos porque podem piorar no futuro. Sem revelar os aeroportos com irregularidades, o diretor disse que a maior incidência de problemas em terminais com vôos regulares ocorre na Região Norte. Em relação a aeroportos com operações da aviação geral, as falhas concentram-se no Sul.

 

 

Folha de São Paulo
29/03/2008
Embraer faz lançamento para setor de aviação executiva
DA FOLHA ONLINE

A Embraer anunciou, ontem, que vai lançar dois modelos de jatos para o mercado de aviação executiva. O Embraer MLJ, da categoria midlight, e o Embraer MSJ, da categoria midsize, terão capacidade para levar de 7 a 12 passageiros, mais dois tripulantes, e estarão entre os modelos o Phenom 300 e Legacy 600 da empresa.

Para desenvolver os novos aviões, serão investidos US$ 750 milhões. A Embraer quer que o jato MSJ entre em serviço no segundo semestre de 2012 e o MLJ comece a voar um ano depois.

Segundo a empresa, as categorias midlight e midsize vão corresponder a 21% do total de entregas de jatos executivos. A Embraer pretende entregar 13.150 unidades nos próximos dez anos.

 

 

Folha de São Paulo
29/03/2008
Agência estuda medidas que podem ajudar nova empresa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Medidas em estudo pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para estimular a concorrência podem beneficiar a entrada no mercado da nova empresa criada pela JetBlue -e ajudar a romper o duopólio TAM e Gol, que dominam quase 90% dos vôos domésticos do país.

Segundo o diretor da Anac, Alexandre de Barros, devem ser colocadas em consulta pública nos próximos meses uma proposta para liberar slots em Congonhas (hoje essas "vagas" para pouso e decolagem estão saturadas) e outra para exigir maior regularidade nos vôos (e revogar concessões "de gaveta", que seriam mantidas por empresas para limitar a concorrência em rotas rentáveis).

"Estamos estudando uma fórmula para alocar slots em Congonhas para não impedir a concorrência. Seria um modelo com renovação periódica", disse Barros. A fórmula também visaria permitir a entrada de novas empresas naquele aeroporto.

A segunda medida trata do endurecimento nas exigências de regularidade na operação. Hoje é exigida a realização de 75% dos vôos programados a cada três meses. Em dezembro a Anac cogitava limitar os cancelamentos a um teto de 10% dos vôos programados no mês. Ontem, Barros disse que a Anac trabalha com o patamar de 80% a 85% de regularidade.

A Anac também confirmou que o prazo para a emissão do Cheta (Certificado de Habilitação de Empresa de Transporte Aéreo) da nova empresa da JetBlue deve tardar cerca de seis meses. A malha aérea pretendida não é exigida pela Anac, mas a agência afirmou que rotas só serão exclusivas se não houver interesse de outras empresas do setor. A JetBlue anunciou que pretende explorar novas rotas no país.

Ainda não há definição sobre medidas propostas anteriormente pela Anac, como o aumento na tarifação para desafogar as operações em Guarulhos (SP), ou a implantação de um sistema de "milhas" para passageiros vítimas de atrasos.

 

 

Folha de São Paulo
29/03/2008
Anac lista 175 aeroportos com falhas, mas não divulga locais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou ontem, sem identificar os locais, que 175 aeroportos no país apresentam falhas de segurança e podem ser interditados ou restringidos nos próximos meses se não houver correções e ajustes. A agência avalia que não há "risco iminente" de acidentes e diz ser necessário uma articulação política para alocar recursos ou até flexibilizar regras, para não deixar regiões remotas sem transporte aéreo.

Os locais não foram identificados, mas o grupo se restringe a aeroportos de pequeno porte -66 recebem vôos da aviação comercial e o restante atende a aviação geral (jatos e aviões particulares). A maioria, 132 aeroportos, são administrados por Estados ou municípios. Outros nove aeroportos são geridos pela Infraero, que não comentou o levantamento.

"Com certeza os problemas ocorreram porque a administração não fez a manutenção devida", disse Alexandre de Barros, diretor da Anac. Ele lembrou que o contingenciamento de verbas e a crise aérea afetaram vários convênios com o governo federal, mas considera que o sistema de investimento hoje utiliza critérios que não priorizam a segurança.

Aeródromos

"Muitos desses aeródromos não estavam incluídos na lista de prioridades dos Estados", afirmou Barros, em referência ao Profaa (Programa Federal de Auxílio a Aeroportos), cuja verba era de R$ 100 milhões no ano passado.

Questionado se a divisão desses recursos é feita por critérios políticos, ele disse: "Gostaria de poder dizer que os critérios não são políticos, mas não cabe à agência comentar isso".
As falhas detectadas se dividem entre problemas de segurança operacional (ligadas à operação de aeronaves, como as condições da pista) e de segurança contra ilícitos (ligadas à prevenção de crimes, como o uso de detectores de metal).

A agência pretende formar um grupo de trabalho com parlamentares para viabilizar recursos para as melhorias necessárias ou para agilizar a flexibilização da legislação que lista as exigências. Isto porque a Anac considera que algumas falhas representam menor risco para as comunidades do que o fechamento do aeroporto.

Segundo Barros, 90 pistas ou aeroportos sofreram interdições no último ano -citou os exemplos de Cáceres (MT) e Piracicaba (SP), que já fizeram os devidos ajustes.

As falhas de segurança contra ilícitos são sigilosas. Já o levantamento de falhas de segurança operacional será divulgado ao público nas próximas semanas. Existem mais de 3.000 aeródromos (pistas sem terminal de passageiros) e aeroportos no país -apenas 67 são administrados pela Infraero. Estados, municípios e empresas aéreas já foram notificados.

 

 

Mercado e Eventos
29/03/2008
Flex terá base no Rio e charter internacional
Luiz Marcos Fernandes


Na solenidade de lançamento oficial das operações da Flex Linhas Aéreas (antiga Viação Aérea Riograndense), no dia de hoje (29/03), no Aeroporto Santos Dumont, o presidente da companhia Miguel Dau, confirmou que a empresa terá sua sede administrativa no Rio de Janeiro e o Departamento Jurídico em Salvador. "Teremos fretamentos inicialmente a partir do Rio de Janeiro onde fixaremos a nossa base. A idéia é comerçar com fretamentos e a partir de junho, com vôos regulares, operando duas ou três aeronaves Boeing 737-300", disse.

Segundo ele já existem planos também para a compra de um Boeing 767 a fim de operar com charteres em rotas internacionais. Miguel Dau confirmou ainda que está deixando o cargo nos próximos dias e seu destino deve ser mesmo a nova companhia aérea de David Neeleman, lançada oficialmente em São Paulo neste semana. Ele será substituído por Aurélio Penellas, atual gerente de Recursos Humanos, que em princípio permanece no cargo até julho. "Estou em negociações e só falarei do meu futuro na próxima semana", disse.

Entre os convidados deste primeiro vôo estarão o ministro da Previdência, Luiz Marinho, a presidente da Embratur, Jeanine Pires, o juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, o brigadeiro Alexsander Pereira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre outras autoridades.

A chegada do único aviaão da frota a Salvador está prevista para as 12 horas. Os 130 passageiros terão uma típica recepção com baianas e fitinhas do Bonfim e camisetas Viver Bahia e depois seguem para almoço no Gran Stella Maris Resort. A volta para o Rio está prevista para às 16h.

O secretário de Estado de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, durante encontro com os convidados vai propor a ampliação dos vôos.

 

O Globo
29/03/2008
Ancelmo Gois

 

 

Coluna Claudio Humberto
29/03/2008
Alvíssaras

David Neeleman formata a nova empresa aérea brasileira aparentemente sem recorrer a lobby rastaquera junto à Agência Nacional de Aviação Civil, e sem paparicar Solange Paiva, sua presidente. Até quando?