::::: RIO DE JANEIRO - 28 DE SETEMBRO DE 2007 :::::

 

O Estado de São Paulo
28/09/2007
Três grupos fazem oferta pela Vasp
Entre os interessados estão a OceanAir e duas empresas de manutenção, uma delas chinesa
Marianna Aragão e Beth Moreira

Sem voar há dois anos e meio, a Vasp está sendo cobiçada por investidores nacionais e estrangeiros interessados em retomar suas atividades - ou pelo menos parte delas. Em assembléia realizada ontem na sede da empresa, em São Paulo, os credores iniciaram o processo de venda da Vasp, definindo um prazo de 20 dias para o recebimento de ofertas.

A Vasp está em recuperação judicial e, segundo perícia encomendada pela empresa, tem dívidas de R$ 5 bilhões e ativos de R$ 6,5 bilhões. Desse total, porém, apenas R$ 1,8 bilhão são ativos tangíveis, isto é, bens como imóveis, aviões, turbinas, máquinas e veículos. O resto seria decorrente de ações judiciais, algumas com decisões favoráveis, outras ainda não.

Antes mesmo da assembléia de ontem, a empresa de manutenção aeronáutica Digex, de São Paulo, já havia formalizado, na noite de terça-feira, uma oferta no 1º Ofício de Falências e Recuperações de São Paulo. A informação foi confirmada pelo juiz Alexandre Alvez Lazzarini, responsável pelo processo de recuperação judicial da Vasp.

Segundo uma fonte do mercado, a oferta da Digex seria financiada pelo investidor chinês Lap Chan - responsável pela compra da Varig junto com a VarigLog, no ano passado. Procurada, a Digex disse que não ia se manifestar sobre o assunto. Lap Chan não foi encontrado para falar sobre a oferta.

Outros dois investidores, a brasileira OceanAir e a empresa de manutenção de aeronaves chinesa Haite Group, manifestaram interesse pela compra de algumas das áreas da Vasp. Isso porque a divisão da empresa em unidades - manutenção, transporte de cargas, serviços aeroportuários e treinamento de profissionais, além do transporte de passageiros - deve ser votada na próxima assembléia de credores, marcada para 30 de outubro.

Nessa data, os credores também deverão analisar e votar as propostas de compra. Por meio de sua assessoria de imprensa, a OceanAir confirmou o interesse na aquisição, mas disse não ter formalizado oferta.

Outros três fundos de investimentos nacionais estariam preparando propostas de compra. 'São os únicos interessados em adquirir toda a estrutura da empresa', disse a fonte.

Hoje, a Vasp funciona com 330 funcionários, que prestam serviço de manutenção a outras companhias. 'A Vasp tem chances de voltar a operar no segundo semestre de 2008', afirmou o presidente da diretoria interventora da companhia, Raul Medeiros. Ele avalia que a companhia tem ativos suficientes para saldar suas dívidas.

Na assembléia de ontem, também estava prevista a realização de leilões para venda de cotas dos cinco fundos de investimentos (constituídos com ativos da Vasp) aos credores. Uma liminar concedida ao Banco do Brasil, porém, conseguiu suspender os leilões. A nova data não foi definida. A Vasp tem mais de 3 mil credores trabalhistas, que brigam por R$ 900 milhões em ações na Justiça.

 

 

O Estado de São Paulo
28/09/2007
CPI vai lacrar sigilos de Denise Abreu

A CPI do Apagão Aéreo do Senado vai lacrar todas as informações dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos em posse da comissão, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão resulta de mandado de segurança impetrado pela ex-diretora da Anac Denise Abreu. Ela argumentou que a CPI abriu seus sigilos desde 2003, três anos antes de assumir a diretoria da Anac.

 

 

Valor Econômico
28/09/2007
Três grupos têm interesse nos ativos da Vasp
Roberta Campassi

A companhia aérea OceanAir, a empresa de manutenção de aeronaves Digex e o grupo chinês Haide manifestaram publicamente propostas por ativos da Vasp, empresa aérea que parou de voar em fevereiro de 2005 e entrou em recuperação judicial em outubro do mesmo ano. Ontem, durante assembléia realizada em São Paulo, os credores da companhia estenderam o prazo para que as ofertas sejam apresentadas à Justiça.

A Digex ofereceu R$ 24 milhões pela unidade de manutenção da Vasp - único negócio que continua funcionando e presta serviço para terceiros - e se comprometeu a dar preferência aos atuais funcionários da empresa em processos de seleção. Segundo fonte próxima da Digex, a companhia tem ligação com o chinês Lap Chan, sócio do fundo americano MatlinPatterson, acionista da VarigLog e ex-acionista da "Nova Varig". O grupo Haide também estaria interessado na área de manutenção.

A OceanAir, por sua vez, manifestou interesse publicamente durante a assembléia de credores. A empresa de German Efromovich está disposta a comprar, por um valor não divulgado, as quatro unidades de negócio que foram criadas no plano de recuperação judicial da Vasp (manutenção, transporte de cargas, treinamentos e educação e serviços aeroportuários) e dar participação nos lucros aos credores trabalhistas.

Por enquanto, apenas a Digex encaminhou a proposta ao juiz Alexandre Lazzarini, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, responsável pelo processo da Vasp. A OceanAir deve enviar sua oferta nos próximos vinte dias, período estabelecido ontem pelos credores para que a Justiça receba as ofertas dos interessados. Anteriormente, o prazo para as apresentações terminava daqui a nove dias. As propostas vão competir num sistema de leilão, que poderá ocorrer já na próxima assembléia de credores agendada para 29 de outubro.

A manutenção dos interesses desses investidores, porém, depende do que será feito com as áreas que a Vasp aluga da Infraero. Considerados essenciais para as operações da companhia, os terrenos poderão ser retomados hoje pela estatal. A Vasp, porém, espera que o desembargador Pereira Calças, da 15ª Vara Cível, prorrogue o prazo até que as unidades sejam vendidas.

Além da venda das quatro unidades, os credores ainda precisam definir como ficarão suas participações nos cinco Fundos de Investimento em Participações (FIPs) que foram criados no plano de recuperação judicial. O leilão das cotas dos fundos deveria ter ocorrido ontem, mas foi suspenso por um mandado de segurança concedido ao Banco do Brasil, um dos credores.

Os fundos de participação congregam os ativos da companhia aérea, que incluem desde equipamentos terrestres e imóveis até créditos fiscais e ações na Justiça. Os credores vão trocar suas dívidas por quotas nesses fundos. O valor total dos ativos é de R$ 6,5 bilhões enquanto os passivos somam R$ 5,5 bilhões.

 

 

Coluna Claudio Humberto
28/09/2007
Ela (ainda) é poderosa

Denise Abreu, charuteira que era diretora da Anac, viajou ontem cedo de Brasília para Congonhas. A bagagem de mão tinha volume e peso além do permitido para os mortais. Adivinha a empresa aérea que dá a ela este tipo de licença para transgredir? TAM, claro. Ela viajou cedo no vôo JJ 3703.

Mega-sena

Numa época em que nem chuva anda caindo do céu, tem o valor de uma mega-sena empresarial a decisão do Superior Tribunal de Justiça de confirmar os R$ 3 bilhões de indenização para a falida Varig.

 

 

Revista Consultor Jurídico
28 de setembro de 2007
Lance único
Digex faz proposta de R$ 24 milhões por parte da Vasp


A Digex, empresa de manutenção de aviões, formalizou uma proposta de R$ 24 milhões pela compra de parte da Vasp. O lance foi divulgado na Assembléia de Credores, que aconteceu nesta quinta-feira (27/9), para tratar do processo de recuperação judicial da empresa aérea. A Digex quer adquirir a unidade produtiva isolada de manutenção da empresa.

Duas outras empresas, a Oceanair e o Haide Group, também manifestaram interesse, mas não chegaram a formalizar proposta. A assembléia, realizada no prédio da Vasp ao lado do aeroporto de Congonhas, estipulou um prazo 20 dias para que elas apresentem o lance.

Estão à venda ainda as unidades de ensino aeronáutico e suporte de serviços de transporte aéreo. Nova reunião foi marcada para o dia 30 de outubro.

Além de comprar a unidade, a Digex compromete-se a contratar os trabalhadores necessários dentro de cronograma a ser definido. A prioridade é para ex-funcionários da Vasp.

Enquanto os credores examinam as possibilidades, aguarda-se na Justiça uma posição a respeito do desejo da Infraero de retomar os espaços pertencentes à companhia aérea. Se a estatal levar adiante o plano, a Vasp praticamente irá à falência.

Na assembléia, também seriam apresentados cinco fundos com os ativos da Vasp e ações de sociedade com propósito de pagar os credores. Estava previsto um leilão para aquisição de cotas dos fundos. No entanto, o leilão foi suspenso por uma liminar solicitada pelo Banco do Brasil.

Fundada em 1933, a Vasp, que já foi uma das maiores companhias aéreas do Brasil, suspendeu suas operações no início de 2005, quando o juiz da 14ª Vara da Justiça do Trabalho de São Paulo decidiu intervir na empresa.

Atualmente, a empresa está sob o comando de uma diretoria interventora, composta pelo presidente Raul Medeiros e pelos diretores João Losasso e Roberto de Castro. Estudo encomendado pela Vasp calcula o patrimônio da empresa em torno de R$ 6,5 bilhões, com um passivo de R$ 5 bilhões. A Vasp conta atualmente com 330 funcionários, a maioria prestando serviços de manutenção a outras empresas.