:::::RIO DE JANEIRO - 28 DE JULHO DE 2006 :::::
 

Valor Econômico
28/07/2006
Varig pode anunciar hoje a demissão de dez mil funcionários
Janaina Vilella

A Varig deve anunciar hoje a demissão de cerca de dez mil funcionários, no Brasil e no exterior. Embora a companhia aérea não se pronuncie oficialmente, o Valor apurou que só deverão ser reaproveitados na nova companhia cerca de 1.700 pessoas. Outros 50 empregados devem permanecer na Varig "velha", que vai operar apenas uma rota, e herdará um passivo de cerca de R$ 7 bilhões.

Segundo uma fonte envolvida no processo, a expectativa é de que a VarigLog, nova controladora da Varig, recontrate outros cinco mil funcionários até o fim do ano, com o arrendamento de 30 novas aeronaves. Hoje, a companhia opera com nove aviões.

Os gastos com rescisões trabalhistas previstas no plano de recuperação judicial da Varig são estimados em US$ 90 milhões.

Uma fonte que acompanha o processo ressaltou, no entanto, que dificilmente os trabalhadores receberão algum dinheiro agora, uma vez que até mesmo o montante equivalente aos gastos com demissões foi renegociado no plano de recuperação judicial da empresa, aprovado pelos próprios trabalhadores, em assembléia de credores.

De acordo com o sindicalistas ouvidos pelo Valor, o plano de recontratações é visto como conservador pelo novos donos da Varig, uma vez que, se a empresa conseguir mais aviões nas negociações com as empresas de leasing, a frota e o contingente de empregados aumentaria.

Funcionários aeroviários da empresa deram um prazo até hoje para que a Varig pague pelo menos parte dos três meses de salários atrasados e divulgue o plano de demissões. Caso contrário, ameaçam parar as atividades em terra, incluindo o atendimento ao público nos balcões dos aeroportos.

Na quarta-feira, empregados da empresa em Guarulhos, Porto Alegre e Curitiba paralisaram as atividades por três horas.

De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, caso a Varig não deposite hoje pelo menos parte do que deve aos funcionários, a paralisação das atividades da companhia deve se espalhar por outros aeroportos do país.

"Esperamos uma posição da Varig (em relação às demissões). Pelo plano de recuperação judicial aprovado, precisamos de uma proposta de acordo coletivo para submeter aos trabalhadores. A reunião de segunda-feira com a Varig foi improdutiva. Queremos que a empresa nos pague o que deve, inclusive os salários atrasados", disse Klafke.

Embora já tenha assumido o comando da empresa, a diretoria da nova Varig ainda não anunciou quem sai e quem fica e pede que os funcionários continuem trabalhando, mesmo sem garantias de que receberão por isso. Klafke, lembrou, no entanto, que muitos deles não estão trabalhando mais diante da redução no número de vôos da companhia.

A dívida da Varig com os trabalhadores no plano de recuperação corresponde a R$ 170 milhões. Já as dívidas adquiridas após a data da entrada em recuperação são estimadas em R$ 103 milhões.

Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, em nota, que o número de reclamações contra a Varig está diminuindo e que a situação está se normalizando, embora ainda haja passageiros no exterior com dificuldade para voltar ao país.


O Estado de São Paulo
28/07/06
Varig vai demitir todos os seus 10 mil funcionários
A "Nova Varig" vai recontratar menos de um quinto do pessoal, cerca de 1.700 empregados
Alberto Komatsu

A Varig deve anunciar hoje a demissão de todos os 10 mil funcionários, segundo fontes ligadas à empresa. De imediato, em torno de 1.700 pessoas serão recontratadas na nova empresa, controlada pela VarigLog. Apenas 50 empregados serão reaproveitados na Varig antiga, que permanece em recuperação judicial. O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões.

Impacientes com a indefinição, funcionários da Varig nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba fixaram prazo até às 17 horas de hoje para que a companhia esclareça a situação e pague os salários, atrasados há quatro meses.

Caso contrário, os trabalhadores podem declarar greve por tempo indeterminado. “O problema é que está demorando muito para definir a contratação dos funcionários da nova Varig”, afirma o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

Na quarta-feira, os funcionários da Varig nos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Porto Alegre e Curitiba realizaram reuniões e paralisações “espontâneas”, segundo Klafke. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, houve um movimento mais “organizado”, incluindo a assembléia que definiu o prazo para a Varig pagar os salários.

O plano de pagamento da dívida dos trabalhadores, baseado na utilização de títulos de dívida (debêntures), ainda causa preocupação.

Isso porque não só funcionários, mas também outros credores, questionam se a Varig antiga terá caixa suficiente para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões que herdará. São R$ 210 milhões só em dívidas para os empregados contraídas antes do plano de recuperação da empresa.

VÔOS

No 2º dia da nova malha de vôos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que “a situação começa a se normalizar no País”. Segundo a agência, diminuíram as reclamações. No mercado internacional, os passageiros que compraram passagens antes dos cancelamentos, informa a agência, ainda enfrentam dificuldades para voltar por causa da alta temporada.

A Anac divulgou, ainda, que tem atendido essas pessoas e “garantido sua volta ao País no menor prazo possível”. Como alternativas para os estrangeiros, a agência diz que foram realizados um vôo para Santiago, na manhã de ontem, e outro para Caracas também estava previsto a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

NORDESTE

Uma nova etapa da Varig antiga acontecerá no próximo dia 16. Segundo uma fonte ligada à empresa, neste dia deverá ser realizada uma assembléia de credores para definir a escolha do novo presidente, que deverá ser conhecida apenas como Nordeste, já que não poderá usar a bandeira Varig, de uso exclusivo da VarigLog. A Deloitte, administradora judicial da Varig antiga, não confirmou a data, mas disse que o assunto será debatido.

Na assembléia, também será deliberada a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que na prática servirá para abrigar o dinheiro esperado de ações judiciais, como as que cobram indenização pelo congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, cerca de R$ 4,5 bilhões, para amortizar dívidas. Um agente fiduciário deverá ser escolhido para administrar as emissões de debêntures que reduzirão os débitos com credores.


O Estado de São Paulo
28/07/06

Até as pequenas voam cheias
Assim como a TAM e a Gol, OceanAir cresce rápido
Mariana Barbosa

Se nos últimos doze meses apenas a Gol e a TAM se beneficiaram da crise da Varig, agora chegou a vez das pequenas como OceanAir, Webjet e BRA. As três conseguiram aumentar consideravelmente a ocupação de seus aviões nos vôos regulares, enquanto Gol e TAM, que aguardam a chegada de novos aviões, já estão voando no limite da capacidade.

Depois de uma entrada tímida no mercado de aviação nacional, a OceanAir está aumentando substantivamente sua oferta. A empresa já está com nove aviões Fokker 100 em operação. O décimo será incorporado quando terminar o treinamento da tripulação. Até o fim do ano, a empresa prevê chegar a uma frota de 16 F-100.

Com esse aumento de oferta, a empresa concorre com a BRA e a Varig pelo terceiro lugar no mercado doméstico em julho. "Na média, a oferta individual deve ficar em torno de 35 mil a 37 mil assentos/quilômetro por semana", afirma o consultor Paulo Bittencourt Sampaio.

Diante das constantes mudanças na malha da Varig e da OceanAir, Sampaio acredita que é muito difícil prever a participação de mercado das menores. "Mas todas - BRA, OceanAir e até mesmo a Webjet, que tem um avião - vão crescer."

Sem a previsão de aumentos de frota, BRA e Webjet crescem apenas com o aumento da ocupação e da utilização dos aviões. Já a OceanAir deve exibir o maior crescimento. "Vamos ter bem mais de 2% de participação", prevê o presidente da OceanAir, Carlos Ebner. Em junho, a empresa registrou 0,9%.

Com os novos aviões, a empresa pretende oferecer mais opções de horários nas rotas já existentes, além de ampliar o número de destinos de 25 para 30. A empresa também negocia o aluguel de 2 Boeings 757 e 1 767 para iniciar operações internacionais. "Já temos a concessão para Lima e devemos receber autorização para voar para Los Angeles", diz Ebner. A empresa também pleiteia Caracas e Bogotá, rotas que dependem da desistência da Varig e que estão sendo pleiteadas também pelas concorrentes.

Apesar de a OceanAir ter praticamente quintuplicado sua oferta de assentos desde dezembro, isso representa pouco diante do tamanho da Gol e da TAM - que detêm 35% e 47% do mercado respectivamente. A oferta extra que as duas colocarão no mercado no segundo semestre equivale a pelo menos três vezes a oferta atual da OceanAir. Só a Gol receberá onze novos Boeings 737-800 (de 187 lugares), enquanto a capacidade dos F-100 é de 100 lugares.


O Estado de São Paulo - Opinião
28/07/06

As altas taxas da aviação
Luciano de Almeida Ghelardi*

O custo da aviação comercial no mundo está cada vez mais alto. Hoje, as companhias gastam em combustível até 50% de seus negócios. E a tendência é de que este volume continue crescendo à medida que a malha aérea mundial também cresça.

Desde os ataques terroristas de 2001 os países produtores de petróleo vêm aumentando o preço do barril no mercado internacional. E, se os EUA têm muito petróleo, eles são também a nação que mais consome combustível, precisando, por isso mesmo, manter importantes estoques estratégicos para garantir sua segurança em épocas de crise.

A afirmativa é da Air Transport Association (ATA), uma espécie de porta-voz das empresas aéreas dos EUA, que agora já não usa meias palavras e pede medidas enérgicas das autoridades de Washington. E nos EUA não é como no Brasil, onde os combustíveis de aviação são remarcados por meio de simples "avisos", sem nenhuma justificativa lógica para que isso ocorra e sem que a opinião pública reaja.

O Brasil, que hoje figura entre os cinco países com maiores taxas aeroportuárias no mundo, enfrenta ainda a burocracia dos gestores do setor.

Com a criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o governo federal instituiu Taxa de Fiscalização da Aviação Civil (TFAC), que veio somente encarecer ainda mais os custos da aviação brasileira, além de aumentar fortemente o risco de novas crises no setor, tendo em vista o elevado impacto desta nova tributação no resultado das empresas aéreas.

A taxa é uma espécie de tributo previsto na Constituição federal e que, de acordo com o artigo 145, pode ser cobrado em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

Portanto é fundamental que ao instituir uma taxa o poder público, obrigatoriamente, observe que o serviço prestado deve ser específico e divisível de forma que se possa aferir com precisão o valor cobrado do contribuinte, pois tal valor deve corresponder à exata medida do custo que o poder público teve ao oferecer o serviço público ao contribuinte.

Um exemplo claro é o caso de revalidação da habilitação para pilotos por meio de simulador no exterior, que antes desta lei era cobrado pelo Departamento de Aviação Civil (DAC) R$ 55 e agora passou para R$ 5.700, isso somente para a agência reguladora, a Anac, autorizar a realização do simulador e emitir a carteira de habilitação revalidada para o piloto.

Outro exemplo indigesto é o caso da emissão do certificado de homologação de aeronaves com peso máximo de decolagem maior de 30 mil kg e helicópteros com peso máximo de decolagem entre 3.500 kg e 4.500 kg, cujo valor da TFAC é de R$ 4.466.989,09. Ora, o emolumento pode chegar a ser mais alto que o valor do próprio bem.

A TFAC instituída pela Anac carrega uma diferença de 10.000%, a maior entre os valores cobrados pelo antigo DAC e a sua atual tabela, um custo adicional e inesperado para as empresas aéreas, custo este que ao final encarece ainda mais o preço do transporte para o usuário, razão pela qual devem as empresas - para que tenham revisado o valor das taxas então vigentes e na falta do bom senso - buscar o abrigo do Judiciário.

Num momento em que a indústria aérea se viu obrigada a reinventar seus negócios, buscando ganho de eficiência e redução de custos, com a finalidade de massificar o produto e concretizá-lo como um verdadeiro serviço público de massa, desmistificando-o como um meio de transporte de luxo e elitizado, os órgãos reguladores não podem remar na contra-mão da indústria, permitindo o aumento de tarifas aeroportuárias, aumento de tarifas de auxílio de navegação aérea e agora a implementação da TFAC, que não só afetará em muito os resultados das empresas aéreas já no ano de 2006, como eleva a aviação brasileira ao patamar das cinco mais caras do mundo.

Sugerimos que a diretoria da Anac possa rapidamente tomar conhecimento dos equívocos praticados na edição da lei de criação do ente regulador, especialmente no que diz respeito aos valores das taxas de fiscalização da aviação civil, de forma a readequar os valores das taxas, submetendo rapidamente ao Congresso Nacional a edição de nova lei capaz de provocar a alteração daqueles valores.
*Luciano Ghelardi é especialista em Direito Tributário e Aeronáutico


Folha de São Paulo
28/07/06
Varig suspendeu vôos por falta de avião, diz VarigLog

Segundo a nova dona da empresa, a companhia aérea voa hoje com 13 aviões
Até o final da semana que vem, Varig deve definir nova diretoria e operar com entre 15 e 20 aviões, diz dirigente da VarigLog

MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje a Varig voa com 13 aviões e até o final da próxima semana deverá operar entre 15 e 20 aeronaves, segundo o presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antonio Audi. De acordo com ele, a companhia aérea está em fase final de negociação com empresas de leasing.

"No dia seguinte ao leilão, a Varig tinha apenas três aviões para voar. Hoje, voa com 13. A expectativa é alcançar números maiores na semana que vem", disse. Anteontem, a Varig voava com nove aviões.

Audi alegou que a companhia aérea suspendeu todos os vôos no final da semana passada, com exceção da ponte aérea Rio/São Paulo, porque não tinha aviões à disposição. "Na sexta-feira, a empresa amanheceu com uns dois aviões. O resto estava tudo parado por ordem judicial. Os aviões não ficaram parados no chão por nossa decisão", afirma.

O anúncio de que os vôos seriam suspensos temporariamente a partir da sexta passada, dia seguinte ao leilão onde a Varig foi comprada pela VarigLog, provocou uma série de críticas e problemas aos passageiros e fez com que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinasse que a empresa retomasse os vôos.

"Hoje, operamos a ponte aérea, Porto Alegre, Recife, Salvador, Manaus e Frankfurt, entre outros. Madri deve entrar agora, entre amanhã [hoje] e depois. O próximo destino internacional deve ser Londres."

Nova diretoria

Também até o final da semana que vem, a empresa pretende definir a nova diretoria da Varig. Audi confirmou que Maria Silvia Bastos Marques, ex-presidente da CSN, foi convidada a assumir o cargo. Ressaltou, entretanto, que nada está definido e que a companhia aérea conversou também com outros executivos.

"Vamos decidir ainda a diretoria. O passo dois será o anúncio dos aviões e, depois, definiremos quando essas aeronaves vão entrar em operação, qual a malha que será cumprida, para depois entrar com uma boa campanha publicitária."

Para Audi, a Varig "conseguiu muito" nesta semana. "Hoje, a empresa consegue mandar os passageiros que não conseguem embarcar para hotéis, todos pagos. Mas passageiros presos nos aeroportos por falta de vôos da Varig dizem que isso não está ocorrendo .


Folha de São Paulo
28/07/06
Na Europa, embarque dos passageiros de vôos cancelados vira "loteria"

DANIELA FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

O embarque de passageiros da Varig para o Brasil nesta alta temporada de verão em toda a Europa se tornou, como diz um responsável da TAM no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, uma "loteria esportiva".

"Tudo depende do dia. No final de semana, é mais complicado. Na quarta-feira, conseguimos embarcar 16 pessoas, mas isso foi excepcional. Normalmente, a média é de dois a três por noite", diz Eduardo Moreira, supervisor da TAM no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

O problema é que os passageiros são bem mais numerosos do que isso. Entre os que tiveram sorte na quarta de obter lugar na TAM, estava um grupo de pessoas que tentava embarcar havia vários dias. Alguns chegaram a dormir três noites no aeroporto.
"Como o número de passageiros que não conseguem viajar vem subindo, avisamos a direção da Varig que, se a situação continuasse nesse ritmo, haveria confusão", diz Moreira.

Na noite de ontem, nenhum passageiro da Varig seria embarcado no primeiro vôo da TAM com destino ao Brasil, disse o responsável pela lista de espera. Ela já continha, antes da abertura, o nome de sete passageiros que não haviam conseguido viajar na véspera.
No vôo das 23h locais, ainda não era possível definir se haveria lugares. Mas quatro pessoas teriam prioridade: uma família que deixou o Líbano por conta própria e conseguiu viajar de Damasco (Síria) para Paris.

A TAM informa que os brasileiros vindos do Líbano são considerados prioritários em relação aos clientes da Varig.

Ao constatar que seu nome estava em nono na lista de espera, sem contar a família vinda do Líbano, o engenheiro Ribamar Campos, que tentava voltar ao Brasil pela primeira vez, começou a procurar hotéis próximos ao aeroporto.

"Estou ainda na minha primeira tentativa. É bem possível que tenha de voltar outras vezes."

Despesas

O gerente do escritório da Varig na Champs-Elysées, José Luís Cunha, informa que a Varig está arcando com as despesas de hospedagem e alimentação de boa parte desses passageiros.

Mas as funcionárias da empresa no aeroporto são explícitas quando algum cliente pergunta sobre isso. "A Varig não tem dinheiro e não estamos pagando nada", diz uma delas, recomendando às pessoas, no entanto, para guardar as faturas e tentar o reembolso no Brasil.


Folha de São Paulo
28/07/06
Demissões devem começar hoje; funcionários ameaçam paralisação

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

Sem salários, os funcionários da Varig que trabalham nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba definiram prazo até as 17h para que a empresa informe sobre o pagamento de salários e o processo de demissões. Caso a Varig não preste os esclarecimentos, eles pretendem parar as atividades por tempo indeterminado.

"Os trabalhadores reivindicam pagamento de salários atrasados e definição em relação a quem fica na nova empresa e quem sai", afirmou Celso Klakfe, presidente da Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil). O movimento inclui os funcionários que trabalham no check-in dos aeroportos. Só em Guarulhos, a Varig tem cerca de 200 empregados, segundo Klafke.

O início das demissões está previsto para hoje. Todos os funcionários deverão ser demitidos e cerca de 1.700 serão contratados pela nova Varig. Com a chegada de mais aeronaves já fechada pela VarigLog, poderão ser contratados mais 5.000 pessoas até o fim do ano.

A Varig tentou negociar com a VarigLog o pagamento de parte das rescisões com o argumento de pagamento pelo uso da barriga dos aviões da empresa, mas as negociações não avançaram.

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, enviou uma mensagem aos funcionários em que pede que eles aguardem o posicionamento da empresa. "Peço a todos que aguardem as orientações geradas pela Varig e não se deixem contaminar por informações divulgadas."

A proposta de acordo coletivo enviada aos sindicatos considera que o saldo de salários atrasados soma R$ 106,2 milhões e um total de R$ 253,1 milhões para aviso prévio, férias vencidas, décimo terceiro salário, como verbas trabalhistas aviso prévio, décimo terceiro salário, férias vencidas e proporcionais, saldo de horas extras e multa fundiária.

Os recursos para o pagamento de rescisões virão de créditos que a Varig tem a receber de ICMS do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os funcionários poderão solicitar a liberação de FGTS e seguro-desemprego. A aérea promete entregar em até 45 dias após os cortes as rescisões contratuais e os extratos de FGTS para homologação pelos sindicatos.

 

Folha de São Paulo
28/07/06
Anac muda versão e diz que multou aéreas por preço baixo

IURI DANTAS DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Duas semanas depois de divulgar a autuação de companhias no aeroporto internacional de Guarulhos por venda de bilhetes por preços abusivos, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mudou a versão ontem: as empresas foram autuadas, sim, mas por venda de passagens abaixo do valor definido em acordos internacionais assinados pelo Brasil.

Em entrevista à Folha, o diretor-presidente da agência, Milton Zuanazzi, afirmou que as normas prevêem apenas um "piso", e não o máximo.

"Com as estrangeiras, não temos teto, só temos piso. O teto é livre. É incrível, mas é assim. O que ela não pode é cobrar abaixo do preço mínimo estabelecido na relação bilateral."

Outra correção diz respeito ao total de empresas. No dia 14 de julho, a assessoria de imprensa do órgão informou que foram 11 empresas autuadas.

"Na semana passada, multamos 14 empresas que tinham cobrado abaixo do piso, porque isso pode ser prática de dumping", disse Zuanazzi.

O mesmo problema ocorreu com a Varig em Lisboa. Em 2005, a aérea fez promoção com bilhetes abaixo do preço acordado com Portugal. Quando 22 brasileiros apareceram no aeroporto e não havia vôo de volta, a TAP negou-se a endossar os bilhetes porque o preço não cobria os custos.


Folha de São Paulo
28/07/06
OceanAir quer chegar a 16 aviões no ano

DA REPORTAGEM LOCAL

No vácuo da Varig, a OceanAir anunciou ontem que antecipará de 2007 para este ano a chegada de seis novos aviões, além dos dez Fokker-100 já anunciados. Estes últimos estarão todos em operação a partir da próxima segunda-feira, quando a companhia aérea inicia novos vôos domésticos -dois para Curitiba (PR) e quatro para Porto Alegre (RS).

Segundo o presidente da companhia, Carlos Ebner, a OceanAir, que, para ampliar sua atuação nacional, remanejou alguns vôos regionais que realizava, quer alcançar 6% de participação de mercado até o final deste ano (o percentual atualmente é de cerca de 1%). Atualmente, os vôos regionais têm um peso de cerca de 35% na oferta total da empresa aérea.

Neste mês, ainda de acordo com o executivo, a companhia espera superar 2% de "market share" devido à demanda aquecida e à suspensão de vôos pela Varig.

Na parte internacional, segundo Ebner, a companhia conseguiu autorização para voar para Lima (Peru) e Los Angeles (EUA) e deve tentar também Caracas (Venezuela) e Bogotá (Colômbia). Para conseguir voar para esses destinos, a companhia negocia atualmente com empresas de leasing para trazer dois Boeings-757 e um 767.


Zero Hora
28/07/06
Funcionários da Varig podem parar hoje
Está previsto anúncio de milhares de demissões na empresa

Funcionários de atendimento terrestre da Varig podem parar de trabalhar a partir da tarde de hoje.

Os trabalhadores, que completam em julho quatro meses sem receber salários, já fizeram rápidas paralisações nos aeroportos de Guarulhos, Congonhas, Porto Alegre e Curitiba na quarta-feira. Eles prometeram uma trégua de 48 horas para que a Nova Varig dê uma posição sobre os salários atrasados e, principalmente, tome uma decisão sobre as demissões, já confirmadas pela empresa.

- Houve paralisações quase que espontâneas. Caso haja decisão pela paralisação, virá de forma mais forte e organizada - disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

A Varig deve anunciar hoje a lista com a demissão de todos os 10 mil funcionários. De imediato, em torno de 1,7 mil pessoas serão recontratadas na nova empresa, que agora é controlada pela Varig Log. Só 50 empregados serão reaproveitados na Varig antiga, que permanece em recuperação judicial, com pesado endividamento. O custo das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões.

- Está demorando para definir a contratação dos funcionários da nova Varig - criticou Klafke.

O plano de pagamento da dívida dos trabalhadores, baseado na utilização de títulos de dívida (debêntures), preocupa. Isso porque não só funcionários, mas outros credores, desconfiam se a Varig antiga terá fluxo de caixa para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões que herdará. Só de dívidas contraídas antes da recuperação judicial são R$ 210 milhões para os empregados.

Aproveitando o espaço deixado pela Varig, a OceanAir anuncia a ampliação de rotas no mercado doméstico. A frota de 10 aviões será acrescida de mais seis Fokker-100 até dezembro. A empresa decidiu antecipar a chegada dos jatos, prevista para meados de 2007, para atender ao aumento da procura.


O Globo
28/07/06
Funcionários da Varig ameaçam parar hoje

Sabrina ValleDo Globo Online

RIO e BRASÍLIA. Centenas de funcionários de atendimento terrestre da Varig — 200 a 300 somente em Guarulhos (SP) — podem parar de trabalhar na tarde de hoje. Os trabalhadores, que estão há quatro meses sem receber salários, já fizeram paralisações quarta-feira em Guarulhos, Congonhas, Porto Alegre e Curitiba. Eles prometeram uma trégua de 48 horas para que a Nova Varig dê uma posição sobre o pagamento e sobre o número de demissões.

— Houve paralisações quase espontâneas. Na tarde desta sexta-feira os funcionários se reúnem novamente. Caso haja decisão pela paralisação, ela virá de forma mais forte e organizada — disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

A VarigLog, que comprou as operações da Varig num leilão no dia 20, pede que os funcionários continuem trabalhando, mesmo sem garantias de que receberão por isso. A Fentac estima que 1.800 funcionários possam ser mantidos. Mas o número depende da quantidade de aeronaves que continuarão em funcionamento.

Até poucos meses atrás, a Varig tinha cerca de dez mil funcionários, mas o número vem caindo com a saída espontânea de trabalhadores. Para quitar os meses de salários atrasados, a empresa precisaria de R$ 106,2 milhões. O custo para a demissão de todos os funcionários seria de R$ 253 milhões, incluindo décimo terceiro salário proporcional, férias vencidas e proporcionais e multas, já que as dispensas seriam sem justa causa. A empresa enviou aos sindicatos do setor uma proposta do modelo de demissões, mas não informou como e quando os pagamentos seriam feitos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que, no segundo dia de vigência da malha emergencial, o cumprimento dos vôos permaneceu “estável”. Os passageiros com vôos cancelados vêm sendo colocados em vôos extras da Varig ou em aviões das concorrentes. Segundo a Anac, ontem houve redução no número de reclamações nos aeroportos.
COLABOROU Martha Beck


O Dia
28/7/2006 - 00:13h
Varig deve anunciar hoje 10 mil demissões
VarigLog vai recontratar 1.700. Só 50 continuarão na antiga empresa


Rio - A Varig deve anunciar hoje a demissão de quase 10 mil funcionários — todo o quadro da empresa. De imediato, em torno de 1.700 serão recontratados na nova empresa, agora controlada pela VarigLog. Cinqüenta empregados serão reaproveitados na chamada Varig antiga, que permanece em recuperação judicial. O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões, incluindo os quatro meses de salários atrasados.

Preocupados com a indefinição quanto ao futuro, os funcionários da área de check-in da companhia aérea fixaram prazo até o fim da tarde de hoje para que a empresa pague pelo menos parte dos salários. Do contrário, ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado.

“Pedimos os quatro salários atrasados, mas, se recebermos um, já seria um alívio”, disse o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Evandro Cavalcanti. A TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) promete entrar com ação na Justiça pedindo que a VarigLog assuma as dívidas trabalhistas, que, além dos salários atrasados há meses, inclui o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O plano para pagar os valores devidos aos funcionários, baseado na utilização de títulos de dívida (debêntures), ainda causa preocupação. Isso porque não só empregados, mas também outros credores, desconfiam de que a Varig antiga não terá fluxo de caixa suficiente para abater passivo total de R$ 7,9 bilhões que herdará.

Ontem, de acordo com nota da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Varig voltou a cumprir, pelo segundo dia consecutivo, a nova malha de vôos, definida na terça-feira. “A situação começa a normalizar-se nos aeroportos onde a empresa atua. Diminuíram as reclamações nas Seções de Aviação Civil”, destaca o texto.


JORNAL INSTANTÂNEO POR CORRESPONDÊNCIA
Os fatos vistos e revistos por Pedro Porfírio
27/07/06 - 22:53h
NOTA FÚNEBRE - COMANDANTE DA VARIG MORRE DE INFARTO AOS 44 ANOS

Já havia enviado minha coluna quando, às dez horas da noite, recebi a notícia triste:pressionado por toda essa crise, o comandante Rodrigo da Matta,  de 44 anos, morreu de infarto em sua casa, em Niterói.  Soube também que há casos não conhecidos de vários aposentados da VARIG  que morreram nas mesmas circunstâncias nos últimos meses.

Pela minha própria experiência de vida posso dizer: NÃO É FÁCIL SUPORTAR ESSA TORTURA CONTINUADA A QUE ESTÃO SUBMETENDO OS FUNCIONÁRIOS DA VARIG.

Fica aqui a minha solidariedade á sua família e a seus companheiros.

Maiores informações com a Associação dos Pilotos da Varig


Estadão
27 de julho de 2006 - 19:43h
Varig deve divulgar lista de demitidos na sexta
O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões
Alberto Komatsu


RIO - A Varig deve anunciar na sexta-feira a lista com a demissão de todos os cerca de 10.000 funcionários. De imediato, em torno de 1.700 pessoas serão recontratadas na nova empresa, que agora é controlada pela VarigLog. Apenas 50 empregados serão reaproveitados na chamada Varig antiga, que permanece em recuperação judicial, com pesado endividamento. O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões.

Impacientes com a indefinição sobre o seu futuro, funcionários da Varig nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba fixaram prazo até às 17 horas de sexta-feira para que a companhia esclareça sua situação e pague os salários, que caminham para o quarto mês de atraso. Caso contrário, uma assembléia poderá indicar greve por tempo indeterminado. "O que está acontecendo é que está demorando muito para definir a contratação dos funcionários da nova Varig", afirma o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

Na quarta-feira, o sindicalista relata que funcionários da Varig em Congonhas, Porto Alegre e Curitiba realizaram reuniões e paralisações "espontâneas". No Aeroporto Internacional de Guarulhos, houve um movimento mais "organizado", incluindo a assembléia que definiu o prazo para a Varig pagar os salários. Hoje, quando Klafke monitorava o movimento dos empregados nos três Estados, o sindicalista relata que não foram realizadas novas paradas.

O plano de pagamento da dívida dos trabalhadores, baseado na utilização de títulos de dívida (debêntures), ainda causa preocupação. Isso porque não só funcionários, mas também outros credores, desconfiam se a Varig antiga terá fluxo de caixa suficiente para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões que herdará. Só de dívidas contraídas antes da recuperação judicial, são R$ 210 milhões para os empregados.

Próximas etapas

Uma nova etapa da Varig antiga deverá acontecer no próximo dia 16. Segundo a fonte da Varig, neste dia deverá ser realizada uma assembléia de credores para definir a escolha do novo presidente da companhia, que deverá ser conhecida apenas como Nordeste, já que não poderá usar a bandeira Varig, de uso exclusivo da VarigLog. A Deloitte, administradora judicial da Varig antiga, não confirmou a data, mas informou que o assunto está sendo discutido.

Nessa assembléia, também será deliberada a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que na prática servirá para abrigar o dinheiro esperado de ações judiciais, como as que cobram indenização pelo congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, cerca de R$ 4,5 bilhões, para amortizar dívidas. Um agente fiduciário também deverá ser escolhido para administrar as emissões de debêntures que reduzirão os débitos com credores.

Vôos

No segundo dia da nova malha de vôos da Varig, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que "a situação começa a se normalizar no País". Segundo a agência, diminuíram as reclamações nos aeroportos que contam com atendimento da Varig. A Anac também comunicou que os passageiros que tentam retornar para Belém deveriam embarcar ainda ontem.

No mercado internacional, os passageiros que compraram passagens antes dos cancelamentos, informa a agência, ainda enfrentam dificuldades para voltar por causa da alta temporada. A Anac divulgou, ainda, que tem atendido essas pessoas e "garantido sua volta ao País no menor prazo possível". Como alternativas para os estrangeiros, a agência acrescenta que foram realizados um vôo para Santiago, na manhã de ontem, e outro para Caracas também estava previsto a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos.


InvestNews
Quinta-feira 27 de Julho, 2006 19:07h
Anac diz que Varig está melhorando, mas empregados ameaçam parar


RIO DE JANEIRO (Reuters) - Apesar de o relatório desta quinta-feira da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicar o início da normalização nas operações da Varig, o serviço da empresa poderá ser prejudicado nos próximos dias pela paralisação dos seus empregados.

O presidente da Associação dos Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco, disse à Reuters que, depois de quatro meses sem receber e incertezas de todos os lados, "já existe uma greve branca, porque ninguém consegue trabalhar com quatro meses de salário atrasado e total desinformação do que pode acontecer".

Apesar disso, nenhum movimento vem sendo preparado, segundo Marocco. Mas, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), se a Varig não pagar salários ou definir a situação dos empregados até sexta-feira, empregados dos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, principalmente no setor de check-in, devem cruzar os braços.

Comprada no último dia 20 pelo grupo Volo do Brasil, controladora da sua ex-subsidiária VarigLog, a Varig ainda não definiu quais serão as rotas que irá operar e nem mesmo o seu futuro quadro de funcionários.

Na VarigLog, o argumento é que a empresa nada tem a ver com os salários não pagos pela administração anterior e não será responsável pelas demissões, "só por contratações", disse Marco Antonio Audi, um dos sócios da Volo em entrevista recente.

Na antiga Varig, que ficou com as dívidas e com os funcionários, a informação é de que ainda não existe um plano de demissões e não há perspectiva de quando será divulgado.

"É inadmissível pensarem em demitir sem pagar os salários atrasados. A VarigLog fechou as portas para a gente e a antiga administração não fala nada, é muita falta de respeito", desabafou Marocco.

Ele faz parte da massa de 10 mil funcionários da empresa que aguardam uma definição dos novos controladores sobre o número de empregados que serão absorvidos, que, a princípio, seriam 2 mil. Os novos donos da Varig não confirmam esse número e dizem que, primeiro, querem saber quantos aviões ficarão na frota para depois admitir pessoal.

De acordo com a Anac, os vôos nacionais nesta quinta-feira praticamente não apresentaram problemas, mas, na área internacional, ainda ocorrem dificuldades devido à alta temporada, porém estão sendo resolvidos com vôos da própria Varig.

"Nesta sexta-feira foram registrados apenas atrasos na ponte aérea Rio-São Paulo no mercado interno", informou uma assessora da Anac. De acordo com ela, a tendência é de se normalizar.

A assessora informou ainda que as despesas com alimentação e hospedagem estão sendo arcadas pela nova dona da Varig.

Nas rotas internacionais, a Anac teve de intervir para embarcar 40 passageiros que estavam em Paris esperando para voltar ao Rio de Janeiro e outras três que estavam em Milão. Segundo a assessoria da Varig, a empresa operou nesta quinta-feira para Frankfurt, Milão e Santiago (Chile), e fez um vôo pontual para Londres e um extra no México com um avião proveniente de Miami.

"Conforme anunciamos antes, durante esse período de transição faremos alguns vôos extras. A malha definitiva depende das negociações com as empresas de leasing para saber quantos aviões teremos", explicou um assessor da Varig, sem saber prever quando a malha será normalizada.

Pela legislação, a Varig tem 30 dias a partir da homologação de venda para a Volo para definir em quais rotas continuará operando, o que deve ocorrer em meados de agosto.

Nesta quinta-feira, as ações da companhia fecharam em queda de 22,6 por cento, cotadas a 1,16 real, enquanto o Ibovespa valorizou 0,8 por cento.
(Por Denise Luna)


O Globo
27/07/2006 - 17h31m

Funcionários da Varig ameaçam parar nesta sexta-feira
Sabrina Valle


RIO - Centenas de funcionários de atendimento terrestre da Varig podem parar de trabalhar a partir da tarde desta sexta-feira. Os trabalhadores, que completam em julho quatro meses sem receber, já fizeram paralisações quarta-feira em Guarulhos, Congonhas, Porto Alegre e Curitiba. E prometeram uma trégua de 48 horas para que a Nova Varig dê uma posição sobre os salários atrasados e, principalmente, tome uma decisão sobre as demissões, já confirmadas pela empresa. Nesta sexta-feira, eles se reúnem e voltam a discutir a situação.

- Houve paralisações quase que espontâneas. Na tarde desta sexta-feira os funcionários se reúnem novamente para discutir a questão. Caso haja decisão pela paralisação, ela virá de forma mais forte e organizada - disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

Embora já tenha assumido o comando da empresa, a nova diretoria ainda não anunciou quem sai e quem fica e pede que os funcionários continuem trabalhando, mesmo sem garantias de que receberão por isso.

A Fentac estima que 1.800 funcionários possam ser mantidos. No entanto, o número depende da quantidade de aeronaves que continuarão em funcionamento e a empresa também não divulgou essa informação. Até poucos meses, a Varig tinha cerca de dez mil funcionários, mas esse número vem caindo com a saída espontânea de trabalhadores.

Para quitar os quatro meses de salários atrasados, a empresa precisaria de R$ 106,2 milhões. O custo total para a demissão dos funcionários seria de R$ 253 milhões, incluindo aí 13º salário proporcional, férias vencidas e proporcionais e multas, já que todos seriam demitidos sem justa causa.

A Nova Varig enviou aos sindicatos do setor uma proposta do modelo de demissões. No entanto, o texto não informa como ou quando os pagamentos seriam feitos, o que é uma das principais reivindicações dos trabalhadores.


Investnews
27/07 - 17:10h
Crise da Varig abre espaço para aéreas do NE

RECIFE, 27 de julho de 2006 - A Total Linhas Aéreas iniciou vôos diários entre Recife e a Ilha de Fernando de Noronha, autorizada pela Agência Nacional de Aviação Nacional (Anac). O ingresso da empresa na rota coincide com a suspensão dos vôos anunciada pela Varig que fazia uma ligação diária com o arquipélago distante 500km do Recife. A homologação da Anac vale por somente 30 dias. Os novos vôos terão embarque às 11h15 e 14h30 do Recife. Em Noronha, a decolagem é às 13h45 e 17h sempre de segunda a sexta-feira.

A Anac também autorizou a Trip, que faz vôos regulares entre a ilha e as cidades de Recife, Natal e Fortaleza, a disponibilizar vôos extras durante os finais de semana. A solução tem por objetivo reduzir o impacto resultante do cancelamento dos vôos da Varig para o arquipélago. Na próxima segunda-feira, o administrador de Fernando de Noronha, Edrise Aires, e o secretário de Turismo de Pernambuco, Laedson Bezerra, irão a Brasília com o objetivo de propor mais soluções para o transporte aéreo da capital pernambucana com destino ao arquipélago. "A Anac tomou uma medida emergencial, mas precisamos de outras decisões definitivas para os turistas que freqüentam a ilha. Devo ir à Brasília na próxima semana conversar com o presidente da Anac", disse o secretário.

Na opinião de Aires, a chegada dos novos vôos da Total demonstra o interesse do governo e da Anac em resolver a questão da malha aérea no arquipélago. "Em princípio, a ação tomada compensa a ausência da Varig e normaliza os vôos, garantindo a tranqüilidade do turista que está na ilha ou quer ir para lá. Porém, precisamos buscar soluções definitivas. Aliás, a Anac poderá inclusive realizar uma licitação em breve para escolher qual companhia aérea ficará responsável pela linha. A TAM e a GOL anteriormente demonstraram interesse em se candidatar a operar o trecho", informa.

Segundo o administrador da ilha, foram autorizados dois vôos para suprir a demanda deixada pela Varig. "São dois vôos, mas em um avião com capacidade menor de passageiros". A Total Linhas Aéreas vai operar o trecho com um de seus aviões franco-italianos de última geração. Trata-se de um ATR 42-500 com capacidade para 47 passageiros. O trecho Recife-Noronha está orçado em R$ 343, valor abaixo do praticado pela companhia concorrente que é de R$ 494. Embora pouco conhecida no Nordeste, a Total Linhas Aéreas opera desde 1988. A empresa dispõe de uma frota de 14 aeronaves e opera vôos regionais e internacionais com atuação também em trechos ligando o Brasil a outros destinos na América do Sul e Caribe.
(Ângelo Castelo Branco - InvestNews)


Folha Online
27/07/2006 - 16h21
OceanAir aproveita espaço deixado por Varig e amplia rotas
KAREN CAMACHO da Folha Online

A OceanAir anunciou nesta quinta-feira a ampliação de rotas no mercado doméstico e planos para vôos internacionais. A empresa ainda aguarda definições sobre os vôos da Varig e pretende triplicar sua participação no mercado até o final do ano.

O presidente da companhia, Carlos Ebner, disse que a empresa está crescendo muito e que aproveita os cancelamentos da Varig para remanejar vôos regionais para rotas nacionais. Na próxima segunda-feira a empresa inicia seis novos vôos domésticos, quatro para Porto Alegre (RS) e dois para Curitiba (PR). A ampliação foi possível porque a empresa remanejou vôos regionais, como Sorocaba (SP).

A empresa opera, atualmente, em 25 destinos no Brasil, com 10 aviões. A frota deve aumentar para 16 jatos até o final do ano. A companhia começou a operar linhas regionais entre São Paulo e Rio de Janeiro em 2002, mesmo ano em que teve do DAC (Departamento de Aviação Civil) autorização para operar vôos regulares.

Internacional

Com a chega de seis novos aviões Boeing 757 e Boeing 767 neste ano, a OceanAir pretende começar a operar vôos internacionais, partindo de São Paulo. Um deles já está confirmado, para Lima, no Peru.

O outro é para Los Angeles (EUA), aproveitando redução de vôos por parte da Varig. Outros dois foram solicitados e aguardam autorização por parte da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), para Caracas, na Venezuela, e Bogotá, na Colômbia.

A empresa registrou faturamento de US$ 3 bilhões em 2005 e investimento de US$ 100 milhões nos últimos meses.

Market Share

A OceanAir quer triplicar sua participação no mercado até o final do ano. Segundo o presidente da companhia, a empresa deve fechar o mês de julho com 2% de market share.

Até dezembro, a estimativa de Ebner é que a empresa tenha 6% de participação do mercado e atenda a 40 cidades no Brasil. A OceanAir, que registrou transporte de 51 mil passageiros em junho, quer transportar entre 150 mil e 200 mil mensalmente até o final do ano.

A empresa também elaborou um programa de fidelidade, mas não o disponibilizou porque não tem volume de viagens suficientes. Ebner disse que o programa vai ser oferecido, mas não deu data para o início.

Mercado regional

Apesar de planejar mais rotas nacionais e até internacionais, Ebner disse que os vôos regionais não serão abandonados, assim como os aviões Fokker 50, que podem ser utilizados em aeroportos menores.

Segundo o presidente da companhia, os vôos regionais representam 30% em volume de passageiros para a empresa o segmento deve ser consolidado.

Serviço de bordo
A empresa aproveitou para demostrar as alterações no serviço de bordo. Os cardápios mudam de acordo com a estação do ano e o horário do vôo. Segundo Ebner, para as viagens mais longas, a OceanAir vai oferecer quatro opções de café da manhã e quatro opções de refeições quentes, acompanhados de frutas ou chocolates.


Estadão
27 de julho de 2006 - 16:10
Situação começa a se normalizar nos aeroportos, diz Anac

A melhora veio no segundo dia da nova malha de vôos da Varig
Alberto Komatsu

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta quinta-feira que, no segundo dia da nova malha de vôos da Varig, "a situação começa a normalizar-se no País". Segundo a agência, diminuíram as reclamações nas Seções de Aviação Civil (SACs) dos aeroportos que contam com atendimento da Varig.

A Anac também informou que os passageiros que tentam retornar para Belém deverão embarcar ainda nesta quarta. No mercado internacional, os passageiros que compraram passagens antes dos cancelamentos, informa a agência, ainda enfrentam dificuldades para voltar por causa da alta temporada.

A Anac comunicou, ainda, que tem atendido esses passageiros e "garantido sua volta ao País no menor prazo possível". Como alternativas para os estrangeiros, a agência acrescenta que foram realizados um vôo para Santiago, pela manhã, e outro para Caracas também está previsto a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos.


O Globo
27/07/2006 - 16h06m
Anac diz que reclamações contra a Varig estão diminuindo
Globo Online


RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nota nesta quinta-feira dizendo que o número de reclamações contra a Varig está reduzindo e que a situação está se normalizando, embora ainda haja passageiros no exterior com dificuldade para voltar ao Brasil. A agência também negou estar "gestionando com a Justiça do Rio de Janeiro o pagamento atrasado de funcionários".

"No segundo dia da apresentação da malha aérea da Varig, a situação começa a normalizar-se no país. Reduziram as reclamações nas Seções de Aviação Civil (SACs) dos aeroportos com o atendimento pela Varig dos passageiros que precisam voltar para casa. Os passageiros que tentam retornar para Belém deverão embarcar ainda hoje.

No âmbito internacional, passageiros que compraram bilhetes da Varig antes da crise ainda encontram dificuldade para voltar ao país tendo em vista que é época de alta temporada tanto no exterior quanto no Brasil. Neste caso, a Anac tem atendido os passageiros e garantido sua volta ao país no menor prazo possível. Entre as soluções encontradas, está o vôo para Santiago do Chile que decolou hoje (quinta-feira) pela manhã. Também está previsto um vôo de reforço Caracas-São Paulo (GRU) trazendo passageiros para o país.

A Agência Nacional de Aviação Civil NÃO confirma informações que apareceram em alguns jornais de que estaria gestionando com a Justiça do Rio de Janeiro o pagamento atrasado de funcionários da Varig. Embora a ANAC considere justas as reivindicações dos trabalhadores, este não é o papel da agência reguladora."


 

Folha Online
27/07/2006 - 12h06
Por falta de salário, trabalhadores de check-in da Varig podem parar
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio

Após a retomada de quase todos os vôos programados ontem, o atendimento aos passageiros da Varig pode sofrer com a paralisação de atividade de trabalhadores da área de check-in da companhia.

Insatisfeitos com quase quatro meses de salários atrasados, esses funcionários dos aeroportos de São Paulo (Guarulhos e Congonhas), Porto Alegre e Curitiba exigem o pagamento imediato além de esclarecimentos quanto às demissões que serão feitas sob ameaça de cruzar os braços.

Ontem, esses trabalhadores fizeram paralisações, mas retomaram o trabalho no fim da tarde.

A paralisação em Guarulhos causou atrasos de dois vôos internacionais, mas não chegou a provocar cancelamentos, segundo o sindicato.

O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos deu um ultimato para que a Varig preste as informações e faça os pagamentos até as 17h desta sexta-feira. Caso contrário, eles realizam assembléia que pode decidir pela paralisação por tempo indeterminado.

Segundo o diretor do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Jorge Dardis, os trabalhadores temem que a empresa não tenha dinheiro para pagar as rescisões de mais de 8.000 funcionários. 'Se a Varig não está pagando os benefícios e salários como vai pagar as demissões', questiona.

Para Cerlso Klafke, presidente da Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil), as paralisações são consideradas uma reação natural. "Eles estão sem salários. Nós estamos cobrando uma definição da Varig, não dá prá viver nessa incerteza", disse.

A reunião da última segunda-feira entre trabalhadores e o presidente da empresa, Marcelo Bottini, terminou sem acordo.

Bottini disse aos representantes dos trabalhadores que o custo das demissões chega a cerca de R$ 170 milhões. Fazem parte desse montante, segundo ele, os salários atrasados de abril, maio e junho.


O Globo
26/07/2006 - 21h33m
Crise da Varig chega a triplicar tarifa de vôos internacionais
Jornal Nacional

RIO - A crise da Varig espalhou uma onda de prejuízos não só para os passageiros da companhia, mas para todo mundo que tinha planejado viagens aéreas, porque na hora de pagar pelas passagens, os preços ficaram maiores.

O cancelamento de vôos da empresa e a falta de aviões de carreira em número suficientes jogou por terra os sonhos de milhares de passageiros. Como a maior operadora brasileira de vôos internacionais praticamente permaneceu no chão, o que decolou foram os preços das passagens.

Só nesta quarta-feira, a Varig deveria ter despachado 64 vôos para o exterior. Cancelou 47. A concorrência, sobrecarregada, só oferece vagas com tarifas mais caras. Uma viagem para Lisboa, por exemplo, só por quase R$ 7 mil, quase o triplo do preço normal.

O agente de viagens Gilber Cruz e mais nove amigos tinham reservas para cinco dias de tango, boa mesa e clima europeu em Buenos Aires.

- Eram US$ 550 com a Varig e no momento em que o vôo foi cancelado, nós buscamos um novo fornecedor, essa tarifa subiu para US$ 1 mil - conta Cruz.

Com o aumento do preço, a saída foi pelo Nordeste. Em vez da vida noturna portenha, o sol das praias cearenses.

- Foi meio decepcionante, mas a gente tem que aceitar. Vamos deixar para outra oportunidade, quando melhorar isso aí - diz o corretor Luiz Sombra que também integra o grupo.