::::: RIO DE JANEIRO - 28 DE FEVEREIRO DE 2008 :::::

 

Folha de São Paulo
28/02/2008
É impossível avaliar caixa da VarigLog, diz relatório
Sócio afirma que empresa necessita de US$ 40 milhões
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

Relatório preliminar de avaliação da VarigLog apresentado à Justiça afirma que é impossível avaliar o caixa da empresa. O documento, elaborado pela L&A Consultores Associados, diz que não há como medir ativos, passivos e patrimônio líquido ou ter a noção exata de receitas, custos e despesas.

Até o início de novembro do ano passado, a VarigLog usava um software denominado SAP para o registro de dados contábeis. Esse software era da Varig e foi repassado à Gol. No início de novembro, a Gol bloqueou o acesso da empresa ao sistema.

Com isso, a empresa passou a adotar um outro controle, denominado ERP, que, segundo o relatório, precisaria de adequações para atender às necessidades da empresa. A idéia inicial era que ele só fosse implementado, com as devidas modificações, três meses depois. Como a VarigLog ficou inadimplente, a proprietária do ERP retirou a equipe que fazia as mudanças.

Isso gerou uma série de problemas. O sistema só reconhece valores em real ou dólar. Ele entende que as transações em moedas como euro, bolívares venezuelanos e coroa sueca, entre outras, sejam dólares e multiplica o valor nominal de cada uma pela taxa do dólar. Dessa forma, todas as transações em outras moedas estão registradas incorretamente.

"Os saldos contábeis são apresentados agrupados e com falhas (...) não servindo de base para uma análise econômica confiável", conclui o relatório.

Outro ponto destacado no relatório é que havia uma série de movimentações financeiras que não passavam pelo controle formal da empresa e eram aprovados pelo Conselho de Administração. A lista inclui desde o pagamento de advogados até leasing de carros, assinatura de jornal, consultorias de marketing e cartão de crédito. Somente no primeiro bimestre, a soma desses valores chega a R$ 4,827 milhões.

Em assembléia na última quinta-feira, o administrador judicial da empresa José Carlos Rocha Lima destituiu o Conselho de Administração e o presidente, João Bernes de Sousa.

Segundo Marco Antonio Audi, um dos membros do Conselho de Administração, o problema da empresa começou com a disputa entre os sócios brasileiros (Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo) e o fundo americano Matlin Patterson. "O dinheiro da empresa ficou congelado: US$ 200 milhões e começamos a ter problemas", disse.

Ele diz que despesas acima de um certo limite precisavam ser aprovadas pelo conselho. "O fundo queria que saíssemos da administração e nós aceitamos. Queremos salvar a empresa, agora falta eles liberarem o dinheiro da companhia." Segundo Audi, a empresa precisa de US$ 40 milhões para equacionar as contas.

 

 

Folha de São Paulo
28/02/2008
Helicóptero foi direto ao mar logo após a decolagem
Foram confirmadas as mortes de três pessoas devido a pouso forçado da aeronave a serviço da Petrobras em Macaé
Até a noite de ontem dois dos três corpos haviam sido identificados; causas do acidente são investigadas pela FAB e pela Polícia Civil

SERGIO TORRES - ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)

Sobreviventes do acidente de helicóptero que matou ao menos três pessoas na bacia de Campos (litoral norte do RJ) contaram no hospital em que estão, em Macaé (188 km do Rio), que o pouso foi tão repentino que não tiveram tempo de entender o que acontecia.

Um minuto após a decolagem da plataforma P-18, helicóptero e passageiros estavam no mar, em meio a ondas de até 2 m, nevoeiro e correnteza forte. Como nas decolagens de plataformas, o helicóptero desceria em direção ao mar e subiria em seguida. Isso não ocorreu. O Super Puma, com 20 pessoas a bordo, caiu na água. Aeronáutica e a Polícia Civil investigam causas.

Três corpos haviam sido resgatados até ontem à noite -os de Durval Barros da Silva, funcionário da empresa De Nadai Serviços de Alimentação, contratada pela Petrobras, e de Marcelo Manhães dos Santos, 28, técnico de segurança, foram reconhecidos. O terceiro corpo permanecia não identificado. Pode ser do piloto Paulo Roberto Veloso Calmon, de Adinoelson Simas Gomes, empregado da Petrobras, ou de Guaraci Novaes Soares, também funcionário da De Nadai. Os três são considerados desaparecidos. As outras 15 pessoas foram resgatadas anteontem.

"Afinal, o que aconteceu?", perguntou o comissário de hotelaria José Carlos Barbosa Nascimento -que estava a bordo- aos colegas que o visitaram ontem no hospital.

Nascimento, que também trabalha na De Nadai, disse a amigos não saber o que fez o piloto tentar o pouso. Sobreviventes contaram que, logo que o helicóptero pousou no mar revolto, botaram os coletes e atiraram-se na água. Foram resgatados por barcos que saíram de plataformas próximas. O aparelho caiu a 280 metros da P-18 e a 109 km da costa.

Ao menos três ocupantes não conseguiram saltar. Dois deles morreram no helicóptero. Os corpos foram localizados ontem, por robô submarino, na aeronave submersa, a 820 m.

O terceiro ocupante preso no helicóptero foi o co-piloto Sérgio Ricardo Muller, 48. Com o impacto na água, ele machucou as costas e o tórax. A equipe de resgate o retirou pouco antes da submersão. Seu caso é considerado grave, pois ele também se queimou com o combustível que vazou do aparelho.

O diretor de Produção e Exploração da Petrobras, Guilherme Estrella descartou que o mau tempo tenha provocado o acidente. Mas, anteontem, uma hora após o desastre, o tráfego aéreo foi interrompido devido a temporal e nebulosidade.

 

 

Folha de São Paulo
28/02/2008
Aeronave já teve problema, dizem funcionários
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)

No último dia 31 de janeiro, o mesmo helicóptero acidentado anteontem no litoral norte do Estado do Rio apresentou problemas no trajeto entre o aeroporto de Macaé (a 188 km do Rio) e plataformas de petróleo na bacia de Campos, segundo relataram funcionários da BHS, dona do helicóptero.

Segundo eles, o flutuador da aeronave, usado para pousos de emergência na água, encheu no ar sem ter sido acionado. Diante do imprevisto, o piloto alertou de que precisaria voltar ao aeroporto de Macaé. O incidente ocorreu às 9h30.

A abertura do flutuador pode ser um indício de que havia problema nesse mecanismo. No pouso de emergência de anteontem, assim que tocou na água o helicóptero emborcou de lado. O correto seria permanecer na posição vertical.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme de Oliveira Estrella, disse que desconhecia problemas com o modelo Super Puma L2. Mas que a comissão da estatal dará atenção ao flutuador.

A BHS negou que haja registro de problemas no flutuador. Segundo a assessoria, não há registro de incidente no dia 31 de janeiro, antes ou depois. A BHS disse que a manutenção estava atualizada -feita todos os dias e a cada duas semanas.

O fato de a Petrobras ter proibido o vôo de mais dois helicópteros da BHS foi creditado a medidas de segurança. (ST)

 

 

Coluna Claudio Humberto
28/02/2008
ET's em Cabo Verde

As autoridades aeroportuárias de Cabo Verde pediram à VarigLog a retirada dos dois Boeings 757-200 do aeroporto internacional Amílcar Cabral, informa o jornal Expresso das ilhas. Em janeiro, a coluna mostrou os aviões na Ilha do Sal - alvo de arresto na Justiça paulista.

 

 

O Globo
28/02/2008

 

 

Valor Econômico
28/02/2008
Fundador da JetBlue apresenta à Anac seu plano de vôo
Daniel Rittner

O empresário David Neeleman, fundador da companhia aérea americana JetBlue, apresentou pessoalmente ontem, à cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), seus planos de entrar no mercado brasileiro.

Neeleman reuniu-se em Brasília com a presidente da Anac, Solange Vieira, e outro diretor da agência, Alexandre de Barros. No encontro, não protocolou nenhum pedido formal, mas confirmou sua intenção de iniciar as operações até 2009. O fundador da JetBlue, que implantou o conceito "low cost, low fare" (baixo custo, baixa tarifa) no mercado americano e inspirou a brasileira Gol, tem duas opções: criar uma companhia do zero ou adquirir uma pequena empresa já existente - o que lhe daria a vantagem de dispensar uma série de procedimentos intermediários, como a obtenção do Cheta (certificado de habilitação de empresa de transporte aéreo), documento imprescindível para iniciar operações no setor e que pode demorar mais de um ano para sair.

Os planos de Neeleman para o Brasil se baseiam no uso de aeronaves E-190 da Embraer para ligar cidades de médio e grande porte, sem passar necessariamente pelos principais "hubs" (centros de conexões). O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse na semana passada ao Valor que o empresário americano havia comunicado à Anac a intenção de adquirir 60 aviões da Embraer. Pelo menos 36 aeronaves já teriam sido encomendadas.

Por ter cidadania brasileira, Neeleman não tem problemas em atender à legislação nacional, que limita em 20% a participação de estrangeiros no capital votante de empresas aéreas. Ele nasceu em São Paulo, nos anos 50, quando seu pai Gary, jornalista, era correspondente da agência de notícias americana UPI. Depois, ainda na juventude, retornou ao país como missionário mórmon.

Neeleman deixou a presidência da JetBlue no ano passado, após uma série de incidentes e atrasos em cascata dos vôos da companhia. Mas ele continua mandando no conselho de administração da empresa e agora enxerga no Brasil a possibilidade de erguer uma terceira força no mercado doméstico.

A estratégia que pretende usar - vôos ponto a ponto, com aeronaves menores que os Boeing 737-800 da Gol e os A320 da TAM, com capacidade para mais de 160 passageiros - é semelhante à proposta anunciada pela BRA. A companhia da família Folegatti chegou a encomendar jatos da Embraer com a mesma finalidade, mas endividou-se no meio do caminho e parou de operar no ano passado.

Hoje, TAM e Gol (abrangendo as atividades da Varig) detêm quase 95% do mercado doméstico. A OceanAir, terceira maior do setor, tem menos de 5%. Nos Estados Unidos, a JetBlue notabilizou-se pelos baixos preços, mas, ao contrário das européias EasyJet e RyanAir, seus serviços não são tão espartanos. As aeronaves freqüentemente têm bancos de couro e espaço acima da média entre as poltronas. Em um avião que ainda está em fase de testes, pode-se até usar a internet pelo aparelho de telefone celular, recebendo e mandando mensagens eletrônicas. Adepto da automatização, Neeleman também foi um dos impulsionadores do uso de e-ticket na aviação, dispensando a papelada usada anteriormente para viajar.

 

 

O Estado de São Paulo
28/02/2008
Neeleman confirma à Anac interesse no Brasil
Empresário deve ser o principal executivo da nova companhia aérea e pretende iniciar as operações, com jatos da Embraer, ainda este ano
Mariana Barbosa

O empresário David Neeleman, fundador da JetBlue, esteve ontem à tarde na sede da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em Brasília, para manifestar formalmente “seu interesse em atuar no mercado de aviação civil no Brasil”. Neeleman foi recebido pela diretora- presidente da Anac, Solange Vieira, e pelo diretor Alexandre Gomes de Barros.

Como revelou o Estado, Neeleman pretende lançar uma companhia aérea no Brasil ainda este ano. O empresário já levantou cerca de US$ 200 milhões - sendo uma parte de recursos próprios e a outra de investidores estrangeiros e nacionais - para a nova empresa.

A companhia será totalmente independente da JetBlue e será a primeira a voar com os jatos E-190 da Embraer no Brasil. Há duas semanas, o empresário esteve no Brasil negociando com a Embraer a compra de 74 aviões (entre pedidos firmes e opções). Diante da possibilidade de ver finalmente seus aviões voarem em céus brasileiros, a Embraer tem dado todo o suporte ao empresário na nova empreitada.

No governo, a expectativa é de que Neeleman se transforme rapidamente em uma terceira força no mercado nacional, capaz de enfrentar o alto poder atualmente concentrado nas mãos da TAM e da Gol/Varig.

Publicamente, TAM e Gol dizem não temer a concorrência. Nos bastidores, porém, as duas estão atentas aos passos de Neeleman e estão dispostas até a recorrer à Justiça caso percebam algum sinal de favorecimento por parte do governo.

O interesse de Neeleman no mercado de aviação brasileiro surgiu após ele ter sido demitido da presidência da empresa que havia fundado oito anos antes. Neeleman foi demitido por investidores em maio do ano passado, três meses após o colapso das operações durante uma nevasca em um feriado. A empresa deixou passageiros por mais de cinco horas dentro de aviões sem comida nem informação. Apesar de Neeleman ter ressarcido passageiros e pedido desculpas publicamente, os investidores não o perdoaram.

Neeleman permaneceu na presidência do conselho de administração da JetBlue, mas pouco a pouco começou a se desfazer de parte de suas ações na companhia. Para firmar definitivamente o pé no mercado brasileiro, ele precisa ainda se desvencilhar de algumas funções no conselho da JetBlue.

Por ter dupla nacionalidade - é americano nascido no Brasil -, Neeleman pode dispensar laranjas para montar uma companhia aérea nacional. Pela lei brasileira, estrangeiros só podem ter 20% do controle de uma companhia nacional.

A nova companhia ainda não tem nome. Segundo fontes que acompanham o negócio, a intenção de Neeleman é manter uma base no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Mas ele também pretende brigar por um espaço nos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont.

Uma das dificuldades que o executivo deverá enfrentar, afirmam fontes, é a falta de pilotos. Estima-se que praticamente todos os pilotos dispensados pela velha Varig tenham sido absorvidos pela TAM e Gol ou congêneres internacionais. “Além da falta de pilotos, o que se ouve é que os salários que estão sendo oferecidos não são muito atraentes”, diz uma fonte.

Neeleman pretende comandar ele próprio as operações, dividindo seu tempo entre o Brasil e os EUA. Adepto da religião mórmon, o empresário tem nove filhos e é conhecido por ser discreto e muito ligado à família. No Brasil, ele apóia um fundo educacional que financia a entrada de jovens carentes na universidade.

 

 

O Estado de São Paulo
28/02/2008
STJ: Justiça Federal pode julgar controlador

Os quatro controladores de vôo que trabalhavam no dia do acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro de 2006, no qual morreram 154 pessoas, serão julgados pela Justiça Militar e pela Justiça Federal. A decisão em última instância do Superior Tribunal de Justiça (STJ) permite que os militares sejam condenados a até 3 anos de prisão pela Justiça Federal.

 

 

O Estado de São Paulo
28/02/2008
Piloto que salvou ocupantes de helicóptero está desaparecido
Número de mortos sobe para 3; equipes buscam comandante e mais uma pessoa na Bacia de Campos
Marcelo Auler

A queda do helicóptero Super Puma da BHS que prestava serviço às plataformas da Petrobrás, anteontem à tarde, não se tornou uma tragédia maior por conta da habilidade do piloto Paulo Roberto Veloso Calmon - 30 anos de brevê e há 20 servindo na Bacia de Campos.

Foi Calmon quem conseguiu amenizar a queda da aeronave acionando, em menos de um minuto após ter levantado vôo, os flutuadores.

Apesar disso, ao chocar-se com o mar a 280 metros da Plataforma P-18 - localizada a 109 quilômetros de Macaé -, o aparelho partiu-se em pelo menos duas partes, o que possibilitou a 15 dos passageiros escaparem da cabine e serem resgatados em alto-mar. Pelo menos um sobrevivente escapou após conseguir abrir a porta da aeronave. Já o comandante Calmon não teve a mesma sorte: até ontem à tarde permanecia desaparecido.

Oficialmente, no acidente morreram três pessoas. O primeiro a ser identificado foi o técnico em segurança do trabalho da empresa Sparrows BSM Engenharia, Marcelo Manhães dos Santos, resgatado em alto-mar já morto. Ele foi enterrado no fim da tarde de ontem em Rio das Ostras.

Outros dois corpos foram encontrados ontem por um veículo de controle remoto, uma espécie de robô que submerge e é controlado da plataforma, dentro da cabine do helicóptero, a 820 metros de profundidade. Apenas Durval Barros da Silva, da De Nadai Serviços de Alimentação, havia sido identificado até a noite de ontem. Os outros três desaparecidos eram o comandante Calmon, Guaraci Novaes Soares, também da De Nadai, e Adinoelson Simas Gomes, da Petrobrás.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, insiste que houve um pouso forçado. O diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, Marluzio Ferreira Dantas, com base em relatos de trabalhadores que estão embarcados, afirma que a aeronave caiu e partiu-se em três pedaços. Já a BHS Helicópteros informa que o acionamento de flutuadores é um procedimento normal quando a aeronave apresenta alguma irregularidade e está sobrevoando o mar.

Pelo relato dos sobreviventes, porém, o helicóptero perdeu altura logo após decolar da Plataforma P-18, caindo rapidamente. Valéria Cristina Taveirós, de 30 anos, empregada da Elfe Soluções em Serviços Ltda., contou à gerente operacional da empresa, Elaine Cristina Errada, ter pressentido que havia um problema logo depois da decolagem. “Ela disse que deu para perceber que ia cair porque ouviu um barulho muito forte e viu um vazamento de água no helicóptero.”

Marcos Antônio Rodrigues, funcionário da Sulzer Brasil S/A, explicou a seu pai, Luiz Carlos Faísca, que no vôo entre as plataformas 27 e 18, os passageiros perceberam goteiras dentro da aeronave, tal como dissera Valéria. Não sabia se era do ar-condicionado ou da forte chuva que caía.

Segundo Rodrigues, mesmo com os flutuadores, a aeronave, ao cair na água, chocou-se, tombando para a direita, o que rachou a porta dela, permitindo a saída de passageiros, mas também dividindo o helicóptero em três pedaços. A cauda foi para um lado, e a cabine do piloto, para outro. Depois que mergulhou, Rodrigues disse ao pai ter visto seu colega de viagem Adinoelson Gomes ter tentado se jogar ao mar. Neste momento, a aeronave virou e Gomes foi junto.

Rodrigues foi um dos que destacaram a habilidade do piloto. Já Valéria frisou muito a preocupação do comandante Calmon em tentar salvar os passageiros do helicóptero.

Os vôos de outras duas aeronaves idênticas à acidentada estão suspensos. A empresa continua fazendo buscas num raio de 7 quilômetros, com barcos e helicópteros, e vasculhando o fundo do mar com veículos de controle remoto, para tentar localizar os dois corpos ainda desaparecidos. A BHS disse ontem que está atuando em conjunto com a Petrobrás.

O salvamento foi feito, inicialmente, em baleeiras das plataformas P-18 e P-15. Mas, mesmo o acidente tendo sido próximo delas, os sobreviventes acreditam terem permanecido por mais de uma hora no mar.

Alguns, como Valéria, sofreram hipotermia. Todos os sobreviventes foram levados para plataformas marítimas onde receberam os primeiros cuidados médicos.

Na noite do acidente, apenas um deles - o co-piloto Sérgio Ricardo Muller - foi transferido para Macaé por suspeita de fraturas. Levado para o Hospital Publico Municipal, foi submetido a tomografia, que nada constatou.

Ontem, os 15 sobreviventes foram internados no Hospital da Unimed para passarem 24 horas sob avaliação médica.

 

 

O Estado de São Paulo
28/02/2008
'Se não fosse Deus, hoje estaria debaixo do mar'
Marcelo Auler

Julio Ribeiro da Silva, empregado da Techinit, estava na Plataforma P-18 e embarcou no helicóptero Super Puma L2 da empresa BHS Helicópteros, na tarde de terça-feira. Ontem, na hora em que a reportagem sobre o acidente era transmitida no Jornal Nacional, da Rede Globo, ele deixava o Hospital da Unimed em Macaé e via as imagens. “Eu estava lá dentro. Se não fosse Deus, hoje estaria debaixo do mar. Entrei no helicóptero na Plataforma P-27. Da P-27 até a P-18 o vôo foi totalmente normal”, relatou.

“Tinha realmente uma goteira no helicóptero, mas era por causa do ar-condicionado, da condensação. Saindo da P-18, quando ele levantou vôo, subiu normal, tranqüilo, uns 400 a 500 metros. Depois começou a rodopiar. Rodopiou, rodopiou e caiu”, disse Silva. “Naquela hora tocou um alarmezinho lá dentro. Houve pânico e todos gritaram.”

Ele destaca o empenho do piloto para salvar todos. “O comandante era bom, viu? Muito bom. Acionou o flutuador e foi o que segurou a porrada (minimizou a batida).”

O empregado da Techinit, que estava no banco da frente, confirmou que a aeronave bateu e quebrou. “Quebrou legal, mesmo. Eu consegui sair pela janela. O próprio mar abriu essa janela. Eu saí. E não foi sozinho, foi com Deus. Ainda ajudei um rapaz da Petrobrás a escapar.”

 

 

Invertia
27/02/2008 - 20:31h
Empresas
Recursos judiciais impedem pagamentos aos credores da Varig
Fonte: Agência Brasil


Uma disputa judicial travou o pagamento de indenizações ao primeiro lote de credores da Varig. No último dia 14, foram liberados R$ 88 milhões pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial do Rio, para pagar cerca de 16 mil credores.

Mas vários recursos interpostos por alguns credores da Varig, como o Instituto Aerus de Seguridade Social e a Boeing, e pelo Ministério Público, impedem o início do pagamento aos credores da empresa, já autorizados pela Justiça. As informações foram divulgadas hoje, no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (www.tj.rj.gov.br).

O juiz Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da Varig, já determinou a liberação do valor para o pagamento aos credores, mas o Tribunal de Justiça deu efeito suspensivo aos recursos, o que inviabiliza o início dos pagamentos. Segundo informação do tribunal, enquanto esses recursos não forem julgados, o processo fica suspenso e não é possível pagar aos credores. Procurado para comentar a suspensão do processo, o juiz não retornou a ligação.

 

 

Mercado e Eventos
27/02/2008 - 19:15h
TJ: recursos impedem pagamento aos credores da Varig

Segundo comunicado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, os vários recursos iniciados por alguns credores da antiga companhia aérea Varig como o Instituto Aerus de Seguridade Social e a Boing, pelo Ministério Público, impedem que seja iniciado o pagamento aos credores da empresa, já autorizados pela Justiça.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial do Rio e responsável pelo processo de recuperação da Varig, determinou a liberação de R$ 88 milhões para o pagamento aos credores, mas o Tribunal de Justiça deu efeito suspensivo aos recursos, inviabilizando o início dos pagamentos. Enquanto esses recursos não forem julgados, o processo fica suspenso e não é possível pagar aos credores.

No dia 14 de fevereiro, Ayoub liberou 20% do valor depositado em juízo para o pagamento do primeiro rateio que será feito entre os cerca de 16 mil credores habilitados. O pagamento, porém, só poderá ter início após o julgamento dos recursos.

 

Mercado e Eventos
27/02/2008 - 14:33h
Varig cria Central de Atendimento aos Surdos

A Varig criou uma Central de Atendimento ao Surdo com o objetivo de servir cerca de seis milhões de deficientes auditivos brasileiros, entre os quais 1,1 milhão são surdos totais, como clientes da empresa. O serviço funcionará 24 horas, todos os dias da semana, pelo telefone 0800 - 727 1076. Para oferecer esse canal de atendimento, a Varig investiu em tecnologia, software e equipamentos desenvolvidos pela empresa especializada Koller&Sindicic.

Trata-se de um aparelho especial com um visor, onde se lê a mensagem, e um teclado como o de um computador. O fone do telefone convencional, inclusive do orelhão, fica encaixado nesse visor e alguns modelos funcionam ligados diretamente à rede telefônica convencional. A campainha é substituída por um alarme luminoso.