Folha
de São Paulo
28/02/2008
É impossível avaliar
caixa da VarigLog, diz relatório
Sócio afirma que empresa
necessita de US$ 40 milhões
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO
Relatório
preliminar de avaliação da VarigLog apresentado
à Justiça afirma que é impossível
avaliar o caixa da empresa. O documento, elaborado pela
L&A Consultores Associados, diz que não há
como medir ativos, passivos e patrimônio líquido
ou ter a noção exata de receitas, custos
e despesas.
Até o início de novembro do ano passado,
a VarigLog usava um software denominado SAP para o registro
de dados contábeis. Esse software era da Varig
e foi repassado à Gol. No início de novembro,
a Gol bloqueou o acesso da empresa ao sistema.
Com isso, a empresa passou a adotar um outro controle,
denominado ERP, que, segundo o relatório, precisaria
de adequações para atender às necessidades
da empresa. A idéia inicial era que ele só
fosse implementado, com as devidas modificações,
três meses depois. Como a VarigLog ficou inadimplente,
a proprietária do ERP retirou a equipe que fazia
as mudanças.
Isso gerou uma série de problemas. O sistema
só reconhece valores em real ou dólar.
Ele entende que as transações em moedas
como euro, bolívares venezuelanos e coroa sueca,
entre outras, sejam dólares e multiplica o valor
nominal de cada uma pela taxa do dólar. Dessa
forma, todas as transações em outras moedas
estão registradas incorretamente.
"Os saldos contábeis são apresentados
agrupados e com falhas (...) não servindo de
base para uma análise econômica confiável",
conclui o relatório.
Outro ponto destacado no relatório é que
havia uma série de movimentações
financeiras que não passavam pelo controle formal
da empresa e eram aprovados pelo Conselho de Administração.
A lista inclui desde o pagamento de advogados até
leasing de carros, assinatura de jornal, consultorias
de marketing e cartão de crédito. Somente
no primeiro bimestre, a soma desses valores chega a
R$ 4,827 milhões.
Em assembléia na última quinta-feira,
o administrador judicial da empresa José Carlos
Rocha Lima destituiu o Conselho de Administração
e o presidente, João Bernes de Sousa.
Segundo Marco Antonio Audi, um dos membros do Conselho
de Administração, o problema da empresa
começou com a disputa entre os sócios
brasileiros (Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo)
e o fundo americano Matlin Patterson. "O dinheiro
da empresa ficou congelado: US$ 200 milhões e
começamos a ter problemas", disse.
Ele diz que despesas acima de um certo limite precisavam
ser aprovadas pelo conselho. "O fundo queria que
saíssemos da administração e nós
aceitamos. Queremos salvar a empresa, agora falta eles
liberarem o dinheiro da companhia." Segundo Audi,
a empresa precisa de US$ 40 milhões para equacionar
as contas.
Folha
de São Paulo
28/02/2008
Helicóptero foi direto
ao mar logo após a decolagem
Foram confirmadas as mortes
de três pessoas devido a pouso forçado
da aeronave a serviço da Petrobras em Macaé
Até a noite de ontem dois dos três corpos
haviam sido identificados; causas do acidente são
investigadas pela FAB e pela Polícia Civil
SERGIO TORRES - ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ
(RJ)
Sobreviventes
do acidente de helicóptero que matou ao menos
três pessoas na bacia de Campos (litoral norte
do RJ) contaram no hospital em que estão, em
Macaé (188 km do Rio), que o pouso foi tão
repentino que não tiveram tempo de entender o
que acontecia.
Um minuto após a decolagem da plataforma P-18,
helicóptero e passageiros estavam no mar, em
meio a ondas de até 2 m, nevoeiro e correnteza
forte. Como nas decolagens de plataformas, o helicóptero
desceria em direção ao mar e subiria em
seguida. Isso não ocorreu. O Super Puma, com
20 pessoas a bordo, caiu na água. Aeronáutica
e a Polícia Civil investigam causas.
Três corpos haviam sido resgatados até
ontem à noite -os de Durval Barros da Silva,
funcionário da empresa De Nadai Serviços
de Alimentação, contratada pela Petrobras,
e de Marcelo Manhães dos Santos, 28, técnico
de segurança, foram reconhecidos. O terceiro
corpo permanecia não identificado. Pode ser do
piloto Paulo Roberto Veloso Calmon, de Adinoelson Simas
Gomes, empregado da Petrobras, ou de Guaraci Novaes
Soares, também funcionário da De Nadai.
Os três são considerados desaparecidos.
As outras 15 pessoas foram resgatadas anteontem.
"Afinal, o que aconteceu?", perguntou o comissário
de hotelaria José Carlos Barbosa Nascimento -que
estava a bordo- aos colegas que o visitaram ontem no
hospital.
Nascimento, que também trabalha na De Nadai,
disse a amigos não saber o que fez o piloto tentar
o pouso. Sobreviventes contaram que, logo que o helicóptero
pousou no mar revolto, botaram os coletes e atiraram-se
na água. Foram resgatados por barcos que saíram
de plataformas próximas. O aparelho caiu a 280
metros da P-18 e a 109 km da costa.
Ao menos três ocupantes não conseguiram
saltar. Dois deles morreram no helicóptero. Os
corpos foram localizados ontem, por robô submarino,
na aeronave submersa, a 820 m.
O terceiro ocupante preso no helicóptero foi
o co-piloto Sérgio Ricardo Muller, 48. Com o
impacto na água, ele machucou as costas e o tórax.
A equipe de resgate o retirou pouco antes da submersão.
Seu caso é considerado grave, pois ele também
se queimou com o combustível que vazou do aparelho.
O diretor de Produção e Exploração
da Petrobras, Guilherme Estrella descartou que o mau
tempo tenha provocado o acidente. Mas, anteontem, uma
hora após o desastre, o tráfego aéreo
foi interrompido devido a temporal e nebulosidade.
Folha
de São Paulo
28/02/2008
Aeronave já teve problema,
dizem funcionários
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)
No
último dia 31 de janeiro, o mesmo helicóptero
acidentado anteontem no litoral norte do Estado do Rio
apresentou problemas no trajeto entre o aeroporto de
Macaé (a 188 km do Rio) e plataformas de petróleo
na bacia de Campos, segundo relataram funcionários
da BHS, dona do helicóptero.
Segundo eles, o flutuador da aeronave, usado para pousos
de emergência na água, encheu no ar sem
ter sido acionado. Diante do imprevisto, o piloto alertou
de que precisaria voltar ao aeroporto de Macaé.
O incidente ocorreu às 9h30.
A abertura do flutuador pode ser um indício de
que havia problema nesse mecanismo. No pouso de emergência
de anteontem, assim que tocou na água o helicóptero
emborcou de lado. O correto seria permanecer na posição
vertical.
O diretor de Exploração e Produção
da Petrobras, Guilherme de Oliveira Estrella, disse
que desconhecia problemas com o modelo Super Puma L2.
Mas que a comissão da estatal dará atenção
ao flutuador.
A BHS negou que haja registro de problemas no flutuador.
Segundo a assessoria, não há registro
de incidente no dia 31 de janeiro, antes ou depois.
A BHS disse que a manutenção estava atualizada
-feita todos os dias e a cada duas semanas.
O fato de a Petrobras ter proibido o vôo de mais
dois helicópteros da BHS foi creditado a medidas
de segurança. (ST)
Coluna
Claudio Humberto
28/02/2008
ET's em Cabo Verde
As autoridades aeroportuárias de Cabo Verde pediram
à VarigLog a retirada dos dois Boeings 757-200
do aeroporto internacional Amílcar Cabral, informa
o jornal Expresso das ilhas. Em janeiro, a coluna mostrou
os aviões na Ilha do Sal - alvo de arresto na
Justiça paulista.
O
Globo
28/02/2008
Valor
Econômico
28/02/2008
Fundador da JetBlue apresenta
à Anac seu plano de vôo
Daniel Rittner
O empresário David Neeleman, fundador da companhia
aérea americana JetBlue, apresentou pessoalmente
ontem, à cúpula da Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac), seus planos de
entrar no mercado brasileiro.
Neeleman reuniu-se em Brasília com a presidente
da Anac, Solange Vieira, e outro diretor da agência,
Alexandre de Barros. No encontro, não protocolou
nenhum pedido formal, mas confirmou sua intenção
de iniciar as operações até 2009.
O fundador da JetBlue, que implantou o conceito "low
cost, low fare" (baixo custo, baixa tarifa) no
mercado americano e inspirou a brasileira Gol, tem duas
opções: criar uma companhia do zero ou
adquirir uma pequena empresa já existente - o
que lhe daria a vantagem de dispensar uma série
de procedimentos intermediários, como a obtenção
do Cheta (certificado de habilitação de
empresa de transporte aéreo), documento imprescindível
para iniciar operações no setor e que
pode demorar mais de um ano para sair.
Os planos de Neeleman para o Brasil se baseiam no uso
de aeronaves E-190 da Embraer para ligar cidades de
médio e grande porte, sem passar necessariamente
pelos principais "hubs" (centros de conexões).
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse na semana
passada ao Valor que o empresário americano havia
comunicado à Anac a intenção de
adquirir 60 aviões da Embraer. Pelo menos 36
aeronaves já teriam sido encomendadas.
Por ter cidadania brasileira, Neeleman não tem
problemas em atender à legislação
nacional, que limita em 20% a participação
de estrangeiros no capital votante de empresas aéreas.
Ele nasceu em São Paulo, nos anos 50, quando
seu pai Gary, jornalista, era correspondente da agência
de notícias americana UPI. Depois, ainda na juventude,
retornou ao país como missionário mórmon.
Neeleman deixou a presidência da JetBlue no ano
passado, após uma série de incidentes
e atrasos em cascata dos vôos da companhia. Mas
ele continua mandando no conselho de administração
da empresa e agora enxerga no Brasil a possibilidade
de erguer uma terceira força no mercado doméstico.
A estratégia que pretende usar - vôos ponto
a ponto, com aeronaves menores que os Boeing 737-800
da Gol e os A320 da TAM, com capacidade para mais de
160 passageiros - é semelhante à proposta
anunciada pela BRA. A companhia da família Folegatti
chegou a encomendar jatos da Embraer com a mesma finalidade,
mas endividou-se no meio do caminho e parou de operar
no ano passado.
Hoje, TAM e Gol (abrangendo as atividades da Varig)
detêm quase 95% do mercado doméstico. A
OceanAir, terceira maior do setor, tem menos de 5%.
Nos Estados Unidos, a JetBlue notabilizou-se pelos baixos
preços, mas, ao contrário das européias
EasyJet e RyanAir, seus serviços não são
tão espartanos. As aeronaves freqüentemente
têm bancos de couro e espaço acima da média
entre as poltronas. Em um avião que ainda está
em fase de testes, pode-se até usar a internet
pelo aparelho de telefone celular, recebendo e mandando
mensagens eletrônicas. Adepto da automatização,
Neeleman também foi um dos impulsionadores do
uso de e-ticket na aviação, dispensando
a papelada usada anteriormente para viajar.
O
Estado de São Paulo
28/02/2008
Neeleman confirma à Anac
interesse no Brasil
Empresário deve ser
o principal executivo da nova companhia aérea
e pretende iniciar as operações, com jatos
da Embraer, ainda este ano
Mariana Barbosa
O
empresário David Neeleman, fundador da JetBlue,
esteve ontem à tarde na sede da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), em Brasília,
para manifestar formalmente “seu interesse em
atuar no mercado de aviação civil no Brasil”.
Neeleman foi recebido pela diretora- presidente da Anac,
Solange Vieira, e pelo diretor Alexandre Gomes de Barros.
Como
revelou o Estado, Neeleman pretende lançar uma
companhia aérea no Brasil ainda este ano. O empresário
já levantou cerca de US$ 200 milhões -
sendo uma parte de recursos próprios e a outra
de investidores estrangeiros e nacionais - para a nova
empresa.
A
companhia será totalmente independente da JetBlue
e será a primeira a voar com os jatos E-190 da
Embraer no Brasil. Há duas semanas, o empresário
esteve no Brasil negociando com a Embraer a compra de
74 aviões (entre pedidos firmes e opções).
Diante da possibilidade de ver finalmente seus aviões
voarem em céus brasileiros, a Embraer tem dado
todo o suporte ao empresário na nova empreitada.
No
governo, a expectativa é de que Neeleman se transforme
rapidamente em uma terceira força no mercado
nacional, capaz de enfrentar o alto poder atualmente
concentrado nas mãos da TAM e da Gol/Varig.
Publicamente,
TAM e Gol dizem não temer a concorrência.
Nos bastidores, porém, as duas estão atentas
aos passos de Neeleman e estão dispostas até
a recorrer à Justiça caso percebam algum
sinal de favorecimento por parte do governo.
O
interesse de Neeleman no mercado de aviação
brasileiro surgiu após ele ter sido demitido
da presidência da empresa que havia fundado oito
anos antes. Neeleman foi demitido por investidores em
maio do ano passado, três meses após o
colapso das operações durante uma nevasca
em um feriado. A empresa deixou passageiros por mais
de cinco horas dentro de aviões sem comida nem
informação. Apesar de Neeleman ter ressarcido
passageiros e pedido desculpas publicamente, os investidores
não o perdoaram.
Neeleman
permaneceu na presidência do conselho de administração
da JetBlue, mas pouco a pouco começou a se desfazer
de parte de suas ações na companhia. Para
firmar definitivamente o pé no mercado brasileiro,
ele precisa ainda se desvencilhar de algumas funções
no conselho da JetBlue.
Por
ter dupla nacionalidade - é americano nascido
no Brasil -, Neeleman pode dispensar laranjas para montar
uma companhia aérea nacional. Pela lei brasileira,
estrangeiros só podem ter 20% do controle de
uma companhia nacional.
A
nova companhia ainda não tem nome. Segundo fontes
que acompanham o negócio, a intenção
de Neeleman é manter uma base no aeroporto de
Viracopos, em Campinas. Mas ele também pretende
brigar por um espaço nos aeroportos de Congonhas
e Santos Dumont.
Uma
das dificuldades que o executivo deverá enfrentar,
afirmam fontes, é a falta de pilotos. Estima-se
que praticamente todos os pilotos dispensados pela velha
Varig tenham sido absorvidos pela TAM e Gol ou congêneres
internacionais. “Além da falta de pilotos,
o que se ouve é que os salários que estão
sendo oferecidos não são muito atraentes”,
diz uma fonte.
Neeleman
pretende comandar ele próprio as operações,
dividindo seu tempo entre o Brasil e os EUA. Adepto
da religião mórmon, o empresário
tem nove filhos e é conhecido por ser discreto
e muito ligado à família. No Brasil, ele
apóia um fundo educacional que financia a entrada
de jovens carentes na universidade.
O
Estado de São Paulo
28/02/2008
STJ: Justiça Federal pode
julgar controlador
Os quatro controladores de vôo que trabalhavam
no dia do acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro
de 2006, no qual morreram 154 pessoas, serão
julgados pela Justiça Militar e pela Justiça
Federal. A decisão em última instância
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) permite
que os militares sejam condenados a até 3 anos
de prisão pela Justiça Federal.
O
Estado de São Paulo
28/02/2008
Piloto que salvou ocupantes de
helicóptero está desaparecido
Número de mortos sobe
para 3; equipes buscam comandante e mais uma pessoa
na Bacia de Campos
Marcelo Auler
A
queda do helicóptero Super Puma da BHS que prestava
serviço às plataformas da Petrobrás,
anteontem à tarde, não se tornou uma tragédia
maior por conta da habilidade do piloto Paulo Roberto
Veloso Calmon - 30 anos de brevê e há 20
servindo na Bacia de Campos.
Foi
Calmon quem conseguiu amenizar a queda da aeronave acionando,
em menos de um minuto após ter levantado vôo,
os flutuadores.
Apesar
disso, ao chocar-se com o mar a 280 metros da Plataforma
P-18 - localizada a 109 quilômetros de Macaé
-, o aparelho partiu-se em pelo menos duas partes, o
que possibilitou a 15 dos passageiros escaparem da cabine
e serem resgatados em alto-mar. Pelo menos um sobrevivente
escapou após conseguir abrir a porta da aeronave.
Já o comandante Calmon não teve a mesma
sorte: até ontem à tarde permanecia desaparecido.
Oficialmente,
no acidente morreram três pessoas. O primeiro
a ser identificado foi o técnico em segurança
do trabalho da empresa Sparrows BSM Engenharia, Marcelo
Manhães dos Santos, resgatado em alto-mar já
morto. Ele foi enterrado no fim da tarde de ontem em
Rio das Ostras.
Outros
dois corpos foram encontrados ontem por um veículo
de controle remoto, uma espécie de robô
que submerge e é controlado da plataforma, dentro
da cabine do helicóptero, a 820 metros de profundidade.
Apenas Durval Barros da Silva, da De Nadai Serviços
de Alimentação, havia sido identificado
até a noite de ontem. Os outros três desaparecidos
eram o comandante Calmon, Guaraci Novaes Soares, também
da De Nadai, e Adinoelson Simas Gomes, da Petrobrás.
O
diretor de Exploração e Produção
da Petrobrás, Guilherme Estrella, insiste que
houve um pouso forçado. O diretor do Sindicato
dos Petroleiros do Norte Fluminense, Marluzio Ferreira
Dantas, com base em relatos de trabalhadores que estão
embarcados, afirma que a aeronave caiu e partiu-se em
três pedaços. Já a BHS Helicópteros
informa que o acionamento de flutuadores é um
procedimento normal quando a aeronave apresenta alguma
irregularidade e está sobrevoando o mar.
Pelo
relato dos sobreviventes, porém, o helicóptero
perdeu altura logo após decolar da Plataforma
P-18, caindo rapidamente. Valéria Cristina Taveirós,
de 30 anos, empregada da Elfe Soluções
em Serviços Ltda., contou à gerente operacional
da empresa, Elaine Cristina Errada, ter pressentido
que havia um problema logo depois da decolagem. “Ela
disse que deu para perceber que ia cair porque ouviu
um barulho muito forte e viu um vazamento de água
no helicóptero.”
Marcos
Antônio Rodrigues, funcionário da Sulzer
Brasil S/A, explicou a seu pai, Luiz Carlos Faísca,
que no vôo entre as plataformas 27 e 18, os passageiros
perceberam goteiras dentro da aeronave, tal como dissera
Valéria. Não sabia se era do ar-condicionado
ou da forte chuva que caía.
Segundo
Rodrigues, mesmo com os flutuadores, a aeronave, ao
cair na água, chocou-se, tombando para a direita,
o que rachou a porta dela, permitindo a saída
de passageiros, mas também dividindo o helicóptero
em três pedaços. A cauda foi para um lado,
e a cabine do piloto, para outro. Depois que mergulhou,
Rodrigues disse ao pai ter visto seu colega de viagem
Adinoelson Gomes ter tentado se jogar ao mar. Neste
momento, a aeronave virou e Gomes foi junto.
Rodrigues
foi um dos que destacaram a habilidade do piloto. Já
Valéria frisou muito a preocupação
do comandante Calmon em tentar salvar os passageiros
do helicóptero.
Os
vôos de outras duas aeronaves idênticas
à acidentada estão suspensos. A empresa
continua fazendo buscas num raio de 7 quilômetros,
com barcos e helicópteros, e vasculhando o fundo
do mar com veículos de controle remoto, para
tentar localizar os dois corpos ainda desaparecidos.
A BHS disse ontem que está atuando em conjunto
com a Petrobrás.
O
salvamento foi feito, inicialmente, em baleeiras das
plataformas P-18 e P-15. Mas, mesmo o acidente tendo
sido próximo delas, os sobreviventes acreditam
terem permanecido por mais de uma hora no mar.
Alguns,
como Valéria, sofreram hipotermia. Todos os sobreviventes
foram levados para plataformas marítimas onde
receberam os primeiros cuidados médicos.
Na
noite do acidente, apenas um deles - o co-piloto Sérgio
Ricardo Muller - foi transferido para Macaé por
suspeita de fraturas. Levado para o Hospital Publico
Municipal, foi submetido a tomografia, que nada constatou.
Ontem,
os 15 sobreviventes foram internados no Hospital da
Unimed para passarem 24 horas sob avaliação
médica.
O
Estado de São Paulo
28/02/2008
'Se não fosse Deus, hoje
estaria debaixo do mar'
Marcelo Auler
Julio
Ribeiro da Silva, empregado da Techinit, estava na Plataforma
P-18 e embarcou no helicóptero Super Puma L2
da empresa BHS Helicópteros, na tarde de terça-feira.
Ontem, na hora em que a reportagem sobre o acidente
era transmitida no Jornal Nacional, da Rede Globo, ele
deixava o Hospital da Unimed em Macaé e via as
imagens. “Eu estava lá dentro. Se não
fosse Deus, hoje estaria debaixo do mar. Entrei no helicóptero
na Plataforma P-27. Da P-27 até a P-18 o vôo
foi totalmente normal”, relatou.
“Tinha
realmente uma goteira no helicóptero, mas era
por causa do ar-condicionado, da condensação.
Saindo da P-18, quando ele levantou vôo, subiu
normal, tranqüilo, uns 400 a 500 metros. Depois
começou a rodopiar. Rodopiou, rodopiou e caiu”,
disse Silva. “Naquela hora tocou um alarmezinho
lá dentro. Houve pânico e todos gritaram.”
Ele
destaca o empenho do piloto para salvar todos. “O
comandante era bom, viu? Muito bom. Acionou o flutuador
e foi o que segurou a porrada (minimizou a batida).”
O
empregado da Techinit, que estava no banco da frente,
confirmou que a aeronave bateu e quebrou. “Quebrou
legal, mesmo. Eu consegui sair pela janela. O próprio
mar abriu essa janela. Eu saí. E não foi
sozinho, foi com Deus. Ainda ajudei um rapaz da Petrobrás
a escapar.”
Invertia
27/02/2008 - 20:31h
Empresas
Recursos judiciais impedem pagamentos
aos credores da Varig
Fonte: Agência Brasil
Uma disputa judicial travou o pagamento de indenizações
ao primeiro lote de credores da Varig. No último
dia 14, foram liberados R$ 88 milhões pelo juiz
Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial
do Rio, para pagar cerca de 16 mil credores.
Mas vários recursos interpostos por alguns credores
da Varig, como o Instituto Aerus de Seguridade Social
e a Boeing, e pelo Ministério Público,
impedem o início do pagamento aos credores da
empresa, já autorizados pela Justiça.
As informações foram divulgadas hoje,
no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
(www.tj.rj.gov.br).
O juiz Ayoub, responsável pelo processo de recuperação
da Varig, já determinou a liberação
do valor para o pagamento aos credores, mas o Tribunal
de Justiça deu efeito suspensivo aos recursos,
o que inviabiliza o início dos pagamentos. Segundo
informação do tribunal, enquanto esses
recursos não forem julgados, o processo fica
suspenso e não é possível pagar
aos credores. Procurado para comentar a suspensão
do processo, o juiz não retornou a ligação.
Mercado
e Eventos
27/02/2008 - 19:15h
TJ: recursos impedem pagamento
aos credores da Varig
Segundo comunicado do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro, os vários recursos
iniciados por alguns credores da antiga companhia aérea
Varig como o Instituto Aerus de Seguridade Social e
a Boing, pelo Ministério Público, impedem
que seja iniciado o pagamento aos credores da empresa,
já autorizados pela Justiça.
O
juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial
do Rio e responsável pelo processo de recuperação
da Varig, determinou a liberação de R$
88 milhões para o pagamento aos credores, mas
o Tribunal de Justiça deu efeito suspensivo aos
recursos, inviabilizando o início dos pagamentos.
Enquanto esses recursos não forem julgados, o
processo fica suspenso e não é possível
pagar aos credores.
No
dia 14 de fevereiro, Ayoub liberou 20% do valor depositado
em juízo para o pagamento do primeiro rateio
que será feito entre os cerca de 16 mil credores
habilitados. O pagamento, porém, só poderá
ter início após o julgamento dos recursos.
Mercado
e Eventos
27/02/2008 - 14:33h
Varig cria Central de Atendimento
aos Surdos
A Varig criou uma Central de Atendimento ao Surdo com
o objetivo de servir cerca de seis milhões de
deficientes auditivos brasileiros, entre os quais 1,1
milhão são surdos totais, como clientes
da empresa. O serviço funcionará 24 horas,
todos os dias da semana, pelo telefone 0800 - 727 1076.
Para oferecer esse canal de atendimento, a Varig investiu
em tecnologia, software e equipamentos desenvolvidos
pela empresa especializada Koller&Sindicic.
Trata-se
de um aparelho especial com um visor, onde se lê
a mensagem, e um teclado como o de um computador. O
fone do telefone convencional, inclusive do orelhão,
fica encaixado nesse visor e alguns modelos funcionam
ligados diretamente à rede telefônica convencional.
A campainha é substituída por um alarme
luminoso.