:::::RIO DE JANEIRO - 27 DE ABRIL DE 2007 :::::

 

TRIBUNA DA IMPRENSA
27 DE ABRIL DE 2007
STJ ABRE O CAMINHO PARA A RECUPERAÇÃO DA VARIG

“Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho” - Art 203 do Código Penal

Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Modificada pela L-009.777-1998)

A decisão do STJ não deixa dúvida e ainda abre uma grande estrada para o governo reavaliar sua política em relação à aviação comercial, agindo a tempo para preservar a presença de nossa bandeira em aeroportos estrangeiros e impedir que se forme um oligopólio num setor que não pode ser carterlizado sob nenhuma hipótese.

Por 7 votos a 1, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça rejeitou o agravo regimental interposto pela União e pelo Ministério Público Federal (MPF) para reverter decisão da Primeira Turma da Casa que garantia indenização devida à Varig. A empresa cobra da União cerca de R$ 3 bilhões – em valores de 1992 – relativos aos prejuízos causados pelo congelamento de tarifas durante o governo do ex-presidente José Sarney, na segunda metade da década de 80.

Interrompido desde o dia 22 de novembro do ano passado, o julgamento recomeçou na tarde desta quarta-feira (25) com a apresentação do voto-vista do ministro Herman Benjamin, que divergiu do relator, ministro Castro Meira.

Apesar desse voto divergente, prevaleceu o entendimento do relator, ministro Castro Meira, que havia votado pelo não-provimento do agravo por compreender que a argumentação da União e do MPF era baseada em provas novas, que não haviam sido apreciadas nas instâncias ordinárias.

O voto divergente suscitou caloroso debate no plenário da Primeira Seção. Para o ministro José Delgado, não havia “matéria jurídica remanescente” que demandasse o julgamento dos embargos. Já o ministro João Otávio de Noronha afirmou que o ministro Herman Benjamin teve que buscar argumentos fora do acórdão contestado para dar provimento ao agravo.

Além de Noronha e Delgado, os ministros Humberto Martins, Denise Arruda e Teori Albino Zavascki votaram com o relator Castro Meira. Com isso, fica mantido o resultado do julgamento da Primeira Turma que negou provimento ao Recurso Especial no qual União e MPF tentavam derrubar a decisão da instância ordinária em favor da Varig.

A volta da Varig

A ser coerente com seu novo discurso e atento aos efeitos da crise aérea que gerou duas comissões parlamentares de inquérito, o governo deve chamar os seus ministros mais ligados à questão do transporte aéreo e do direito ao trabalho para adotar a única medida plausível a esta altura dos acontecimentos: pagar à verdadeira Varig com o compromisso de voltar a ocupar seu espaço nos céus do mundo.

Essa é, de fato, a única saída honesta para o impasse criado com a sucessão de erros, desacertos inexplicáveis e tentativas primárias de ludibriar a opinião pública, os magistrados, as autoridades aeronáuticas brasileiras e a ICAO - Organização da Aviação Civil Internacional.

O governo que teve a iniciativa de incorporar alguns dos seus críticos mais radicais – como o PDT e o agora ministro Mangabeira Unger – que foi muito até agora mal orientado na questão dos transportes aéreos, tem a oportunidade de desatar o nó dado por uma meia dúzia de sabidinhos, monitorados pelo Martln Paterson, um fundo abutre, especializado em maquiar empresas caídas.

Os três bilhões de reais devidos à Varig não serão nenhum “dinheiro do contribuinte desviado para uma empresa falida”. A sábia decisão do STJ trouxe no seu bojo o reconhecimento implícito de que desde o presidente Sarney e o estelionato eleitoreiro do Plano Cruzado, o governo federal vinha corroendo as principais companhias aéreas de então, tanto que nenhuma delas suportou a pressão, beneficiando as concorrentes novas que são hoje as donas do pedaço.

Não há crime perfeito

A sorte é que não há crime perfeito. Tudo o que se tentou nesses últimos anos foi livrar os compradores das elementares obrigações trabalhistas, sem a perda da marca consagrada há 80 anos e, o que é mais complexo, dos slots (reservas de pousos e decolagens) nos aeroportos daqui e dalém mar.

Daí estar o sr. Constantino Jr totalmente iludido, pensando que vai ganhar a Varig limpa de dívidas e com o melhor dos mercados, só porque a arrematante do leilão - Aéreo Linhas Aéreas ençãS.A - mudou sua razão social para VRG S.A e criou um novo CNPJ. No primeiro caso, para dizer que a Varig é a mesma, preservando os slots conquistados através de décadas; no segundo, que não é a mesma, livrando-se principalmente das obrigações trabalhistas,com o que pretende desconhecer os artigos 10 e 448 da CLT.

O que esse grupo abutre conseguiu foi tumultuar a outrora competitiva aviação comercial brasileira. Num dos “apagões”, você deve recordar, a TAM tinha deixado de cumprir seus compromissos por estar com seis aparelhos em manutenção. E nesse ramo não se pode agir como numa serralheria, que atende uma encomenda em 24 horas.

Com as decisões do STJ e do STF (este, por unanimidade,mandou instalar a CPI do Apagão aéreo) o governo deve se convencer de que esgotou a tolerância com seu amadorismo no trato com uma transporte tão essencial a um país continental, que tem no crescimento das exportações um dos pilares de sustentação.

De nada vai adiantar contrapor novos recursos protelatórios. Isso pode até acontecer com base na fartura de variáveis do nosso arcabouço legal. Mas e daí? A solidez da decisão do STJ é um indicativo que se basta. Ou há insensíveis nesse governo que prefiram esperar pela morte dos milhares de dependentes do Aerus, cujas reservas estão praticamente exauridas?

Não é crível que um governo de coalizão com o discurso do crescimento acelerado continue na área da aviação comercial subordinado a manipulações espúrias que, em essência, só servem para favorecer às companhias estrangeiras, que já estão recebendo de mão beijada mais de 1 milhão de passageiros brasileiros.

Daí a importância do crescimento unitário da mobilização de todos os profissionais – aeronautas, aeroviários e aeroportuários – para a audiência pública do dia 4 de maio, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

 

 

Valor Online
26/04/2007 19:23
Delta recebe sinal verde da Justiça dos EUA para sair de proteção judicial contra credores
José Sergio Osse

SÃO PAULO - A corte de falências dos Estados Unidos aprovou o plano de reorganização da companhia aérea Delta Airlines, abrindo caminho para que a empresa saia da posição de proteção judicial contra credores na qual está há quase dois anos. O plano deve ser colocado em prática já no próximo dia 30, assim que as condições de adoção do plano estejam todas cumpridas e quando um financiamento de US$ 2,5 bilhões para o plano seja aprovado.

Na segunda-feira, portanto, a empresa deverá renascer para o mercado como uma companhia independente. Durante todo o processo de proteção judicial, a Delta lutou contra tentativas de aquisição de seu controle, mas conseguiu convencer seus acionistas a manter a independência da companhia.

Para alcançar esse objetivo e se levantar da concordata, a empresa foi obrigada a cortar 6 mil funcionários, reduzir drasticamente seus custos de operação, que diminuíram cerca de US$ 3 bilhões por ano, e elevar significativamente sua performance.

Hoje a empresa é avaliada entre US$ 9,5 bilhões e US$ 12 bilhões. No segundo semestre do ano passado, a US Airways, empresa concorrente e muito menor que a Delta, havia oferecido US$ 9,8 bilhões pelo controle acionário.

"Esse é um dia excitante para todos nós da Delta", disse o executivo-chefe da empresa, Gerald Grinstein. "Conseguir uma retomada dessa magnitude em pouco mais de 19 meses não teria sido possível sem o trabalho duro e a dedicação do pessoal da Delta em todo o mundo, e sem a liderança, a visão e a execução sem falhas de nosso plano pela nossa excepcional equipe de administração", disse ele.

Segundo o juiz do caso, Adlai S. Hardin, a companhia cumpriu todos os requisitos estatutários para a aprovação de seu plano de reorganização e para sair da proteção judicial garantida pelo Capítulo 11 da lei de empresas norte-americana. O plano de reorganização foi aprovado no mês passado por 95% dos acionistas da companhia.

As ações da Delta devem voltar a ser listadas pela Bolsa de Valores de Nova York hoje, ainda com algumas restrições. A negociação normal deve ter início no próximo dia 3 de maio.

O calvário da Delta se iniciou logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que afetou a operação de todas as companhias aéreas em todo o mundo. A baixa nos negócios e uma administração leniente com a reorganização de custos e adaptação ao novo modelo de operação mais enxuto nas companhias aéreas mundiais agravaram ainda mais a situação da empresa. Altamente endividada, a Delta foi obrigada a procurar abrigo, em 2005, na lei de proteção contra credores norte-americana, para não ir à falência.

 

 

Mercado e Eventos
26/4 - 12:44h
Vem contrata dois novos vice-presidentes

Dois novos vice-presidentes passam a integrar a equipe de executivos da Vem. Com o objetivo de dinamizar os processos relacionados à área financeira, principalmente no faturamento e de remodelar a área administrativa, Gláucia Loureiro, acaba de ser contratada como vice-presidente de Administração e Finanças.

Já para a vice-presidência de Logística foi contratado Francisco Cortinas Albuquerque, que dará prosseguimento ao trabalho de gerenciamento da cadeia de abastecimento da empresa, fazendo com que as melhores práticas do mercado, nessa área, tragam resultados máximos em competitividade e eficiência.

 

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26/04/2007
STJ mantém indenização bilionária à antiga Varig

A 1ª Seção do STJ rejeitou, ontem (25), por sete votos a um, os recursos movidos pela União e pelo Ministério Público Federal e manteve a decisão que garante indenização de mais de R$ 3 bilhões - valor nominal, referente a 1994 - à Varig. A indenização se refere ao congelamento das tarifas aéreas durante o governo Sarney.

Cálculo feito pelo Espaço Vital, a partir da vigência do real (julho de 1994), com a aplicação do IGP-M e dos juros legais (0,5% mensal desde então; e 1% a partir da vigência do novo Código Civil) aponta a extraordinária cifra de R$ 23.105.553.563,72. O cálculo foi apenas estimativo.

Esse dinheiro poderá servir para sanear as contas do Aerus (fundo de pensão dos funcionários da Varig), que por falta de caixa, corre o risco de suspender o pagamento de benefícios aos quase 7.000 aposentados da companhia.

A decisão de ontem mantém o entendimento do relator do recurso especial, ministro Francisco Falcão, que afirmou não ser possível discutir argumentos novos trazidos pelo MPF e pela União que não foram examinados nas instâncias inferiores.

A União alegava que faltava discussão ao processo, que "corria o risco de perecer diante de uma decisão monocrática, ceifada da possibilidade de ampla discussão e cognição perante um seleto colegiado". Os advogados da União admitem o possível ingresso de um recurso extraordínário.

Em outro julgamento, na 2ª Seção do STJ, os ministros decidiram por unanimidade que compete exclusivamente à 1ª Vara Empresarial, que realizou a venda da Unidade Produtiva Varig, decidir qualquer questão inerente a essa venda, inclusive sobre qualquer débito trabalhista. Com isso, a Justiça Trabalhista fica fora do processo de recuperação.

Síntese do julgamento

1. Interrompido desde o dia 22 de novembro do ano passado, o julgamento recomeçou ontem com a apresentação do voto-vista do ministro Herman Benjamin. Ao analisar o agravo – que tinha como objetivo permitir que a 1ª Seção julgasse embargos de divergência contra a decisão da 1ª Turma favorável à Varig –, o ministro Benjamin divergiu do relator da matéria, ministro Castro Meira.

2. O ministro Castro Meira havia votado pelo não-provimento do agravo por compreender que a argumentação da União e do MPF era baseada em provas novas, que não haviam sido apreciadas nas instâncias ordinárias.

3. O voto divergente suscitou caloroso debate no plenário da 1ª Seção. Para o ministro José Delgado, não havia “matéria jurídica remanescente” que demandasse o julgamento dos embargos. Já o ministro João Otávio de Noronha afirmou que o ministro Herman Benjamin teve que buscar argumentos fora do acórdão contestado para dar provimento ao agravo. “Sou muito conservador nesse sentido e essa posição contraria o próprio propósito do embargo. O embargo não é um outro recurso”, ressaltou o ministro Noronha.

4. Além de Noronha e Delgado, os ministros Humberto Martins, Denise Arruda e Teori Albino Zavascki votaram com o relator Castro Meira. Com isso, fica mantido o resultado do julgamento da 1ª Turma que negou provimento ao recurso especial nº 628806-DF.

 

 

Agência Estado
26/04/2007
CPI da Varig pedirá quebra de sigilo bancário da Volo
Por Nilson Brandão Júnior

Agência Estado A CPI que investiga a venda da Varig para a VarigLog na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vai encaminhar ofício ao Banco Central, Receita Federal e empresas de telefonia sobre os três acionistas da Volo Brasil, empresa dona da VarigLog. A informação foi dada hoje pelo presidente da CPI, Paulo Ramos. Ele explicou que o objetivo é efetivar a quebra do sigilo bancário desses acionistas, o que já foi decidido dentro da CPI. Além disso, a CPI quer informações sobre declarações de renda e conversas telefônicas entre os executivos nos últimos anos.

Os acionistas da Volo são Marco Antonio Audi; Eduardo Gallo; e Marcos Hastel. Também serão solicitadas as mesmas informações sobre o executivo Lap-Chan, que é representante do Fundo Matlin-Patterson, que também é acionista da Volo. Segundo Ramos, um dos objetivos é comprovar a origem dos recursos usados na compra da Varig pelos três acionistas da Volo. Hoje, o ex-presidente da Varig Luiz Carlos Martins prestou depoimento na CPI onde deu informações gerais sobre o estado da empresa na época em que comandava a Varig.

 

 

Site da ALERJ
26/04/2007
DOCUMENTOS DA CPI DA VARIG SERÃO ENTREGUES À CÂMARA DOS DEPUTADOS

Duas faces de uma mesma moeda foram apresentadas, nesta quinta-feira (26/04), durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Estado do Rio que investiga o processo de venda da Varig. Num dos depoimentos, o ex-presidente da companhia, Luiz Carlos Martins, elogiou a tentativa do Governo do estado de ajudar a empresa com o pagamento de R$ 100 milhões. Já o presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PDT), criticou a União e afirmou que a quebra da Varig "parece uma ação planejada do Governo federal". O parlamentar disse ainda que irá entregar os documentos finais da CPI da Alerj aos integrantes da CPI do Apagão Aéreo, cuja instalação foi aprovada hoje, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tão logo a mesma inicie os trabalhos na Câmara dos Deputados.


O ex-presidente da companhia, Luiz Carlos Martins

Sobre a falta de apoio do Governo federal, Martins, que administrou a Varig entre janeiro de 2003 e maio de 2005 e conta com 35 anos de serviços prestados à companhia, fez coro com as declarações do deputado Ramos. "O Governo federal não deu facilidades em nenhum momento para ajudar na recuperação da Varig", confirmou o ex-presidente da empresa. Ele comentou que o auxílio, mesmo menor do que o necessário, partiu da gestão anterior do Governo do Estado do Rio de Janeiro para que algumas atitudes fossem tomadas, tais como a permanência da sede da companhia aérea no Rio, a manutenção do maior número de funcionários possível e a implementação de mais vôos a partir do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim.

Segundo Martins, outras dificuldades também prejudicaram a manutenção da Varig. O fim da terceira fonte, que são os 3% repassados para as companhias aéreas do preço de todas as passagens de vôos domésticos, e a dificuldade de importação de equipamentos estrangeiros estão entre elas. "Hoje em dia todas as companhias brasileiras que fizerem linhas internacionais irão ter muitas dificuldades. Não há facilidade alguma por parte do Governo. Na França, foram injetados bilhões para ajudar a Air France", afirmou.

O ex-presidente da Varig revelou ainda que a maioria dos funcionários não chegou sequer a tomar conhecimento de grande parte das dificuldades da empresa, isso porque algumas informações sigilosas não podiam ser divulgadas. "Realmente houve uma deficiência. Só os assuntos pertinentes eram comunicados. Mas os empregados tiveram uma atuação primordial na sobrevivência da companhia", declarou Martins. Ele se mantém contra a recuperação judicial que, afirmou, só causou mais prejuízos à empresa. Luiz Carlos aproveitou para informar que, em sua gestão, houve um aumento de 29% na receita líquida da Varig; uma diminuição do prejuízo de R$ 2 bilhões para R$ 80 milhões; e o resgate da confiança dos credores. "A companhia não precisava de ajuda e de salvação, somente de receber o que é de direito", confirmou.

Os funcionários da empresa que vêm lotando as salas em que são realizadas as reuniões da CPI da Varig na Alerj estavam esperançosos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso interposto pela União e pelo Ministério Público Federal (MPF) e garantiu uma indenização bilionária à antiga Varig. A empresa está cobrando cerca de R$ 3 bilhões, em valores de 1992, relativos aos prejuízos que teve com o congelamento de tarifas imposto pelo Governo do presidente José Sarney. Na próxima quinta-feira (03/05), o diretor de operações da VRG Linhas Aéreas, John Longna, e o presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rubem Berta, Osvaldo César Curi, prestarão depoimento à comissão. Já Nelson Tanure, alegou compromissos para não comparecer à reunião, mas pediu ao presidente da CPI que agendasse uma nova data para seu depoimento.