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Folha
de São Paulo
26/10/2006
Varig dá vôo "grátis"
a cliente da concorrência
Aérea aborda passageiros
com bilhetes de outras empresas e os convida a substituir
seu vôo por um gratuito da Varig
TAM faz reclamação à Anac e à
Infraero, e Gol desaprova ação; Varig afirma
que faz "degustação" do seu serviço
aos clientes
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
Rogério Cassimiro/Folha Imagem
Modelos contratadas pela
Varig abordam passageiros para oferecer viagens gratuitas
em Congonhas
Em uma agressiva ação de
marketing, a Varig tem convidado, desde segunda em Congonhas
(SP) e no Santos Dumont (Rio), passageiros que possuem em
mão bilhetes emitidos por companhias aéreas
concorrentes a viajar de graça em seus vôos
domésticos.
A ação -que vai até amanhã e
está restrita a poucos vôos, poucos assentos
e vale somente para embarque imediato, ou seja, na prática
o passageiro substitui um vôo pelo outro- provocou
polêmica. A TAM fez anteontem uma reclamação
formal à Infraero e à Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) sobre o caso. A
Gol não fez uma reclamação formal,
mas informou que desaprova a prática.
Segundo a TAM, a reclamação foi feita após
queixas dos passageiros. A ação de marketing
se dá da seguinte forma: modelos especializados em
eventos contratadas pela Varig abordam o passageiro que
sai do check-in de concorrentes e perguntam se ele não
quer realizar aquele vôo, em um horário próximo,
pela empresa.
Para isso, pedem apenas que a pessoa apresente o bilhete
emitido pela companhia aérea concorrente (só
nesse caso o passageiro é convidado a viajar pela
Varig). A passagem da outra companhia, segundo funcionários
da Varig, não fica com a empresa: o bilhete deve
apenas ser apresentado. Segundo a TAM, se não embarcar
após o check-in (é após fazê-lo
que o passageiro geralmente é convidado pela Varig
a voar), o passageiro perde o bilhete se não tiver
uma boa justificativa.
"Meu vôo, pela TAM, era às 7h44. Quando
saí do check-in, perguntaram-me se eu não
queria fazer aquele vôo pela Varig às 7h10,
mais cedo. Não aceitei, pois minha reunião
era somente às 11h", relatou o publicitário
Carlos Madio, 35, que viajou de Congonhas para o Rio de
Janeiro na terça.
Após a reclamação da TAM, a ação
passou a ser mais discreta. Ontem, em Congonhas, os contratados
pela Varig só convidavam os passageiros de aéreas
concorrentes se questionados sobre a ação
de marketing. "Você me traz seu bilhete, de outra
companhia, e eu te coloco em um vôo da Varig",
disse à reportagem uma das modelos.
Ela contou ainda que, até anteontem, era possível
viajar de graça, mediante a apresentação
do bilhete de outra companhia, para Porto Alegre, Brasília
e Curitiba, além da ponte aérea Rio/São
Paulo. "Hoje [ontem] sobraram somente alguns da ponte
aérea. Mas, se você trouxer o bilhete, eu te
encaixo."
Degustação
A Varig afirma que essa é uma entre várias
ações promocionais que realiza nesta semana.
"É importante entender o conceito dessa ação.
Não há as promoções no supermercado,
com atendentes oferecendo degustação de alguns
produtos? Estamos fazendo degustação do novo
serviço da Varig", disse Luiz André Patrão,
diretor de marketing e planejamento.
O pessoal contratado pela Varig também distribui
panfletos com informações sobre o novo serviço
e pontualidade e regularidade da empresa. "Fizemos
uma pesquisa que mostra que o passageiro ainda não
tinha certeza de que a Varig estava voando com regularidade
e pontualidade." Ele salienta que não há
emissão do bilhete para que o passageiro voe pela
Varig e que o embarque é imediato caso este seja
"convidado a conhecer o novo serviço".
A parte operacional da Varig foi vendida à VarigLog
neste ano. Desde então, a companhia vem realizando
promoções e oferecendo comidas quentes, como
hambúrguer de picanha, para tentar reconquistar passageiros.
Após essas ações, sua ocupação
na ponte aérea superou a da concorrência. Em
setembro, a aérea teve participação
de mercado de 4,2%.
Folha de São
Paulo
26/10/2006
Agências criticam passagens
aéreas a R$ 1
FABÍOLA SALANI ENVIADA ESPECIAL AO
RIO DE JANEIRO
Na abertura do 34º
congresso da Abav (Associação Brasileira das
Agencias de Viagem), seu presidente, João Martins
Neto, criticou promoções de passagens aéreas
a R$ 1 ou R$ 50 e pediu que o total de assentos disponibilizados
nas ofertas seja divulgado ao público.
"Peço à Anac [Agencia Nacional de Aviação
Civil] que regulamente que nesse tipo de oferta qualquer
pessoa saiba quantos assentos são oferecidos a preços
mais baixos. Porque, do contrário, são criadas
falsas expectativas e o cliente passa a madrugada na esperança
de conseguir uma passagem que não existe." A
critica veio depois de uma defesa das aéreas nacionais
em geral e não foi nominal, embora Martins Neto tenha
citado apenas ofertas da Gol em sua fala. Ela teve origem
nos conflitos envolvendo aéreas e agências
nos últimos anos devido à discordância
quanto às comissões pagas. Martins Neto chegou
a dizer que "80% dos bilhetes aéreos e pacotes
hoje no Brasil são vendidos pelas agencias e há
incompreensão das aéreas para com as nossas
comissões".
O vice-presidente de marketing e serviços da Gol,
Tarcisio Gargioni, disse que a aérea, "com críticas
ou sem críticas", não vai desistir das
promoções. Quanto às comissões,
Gargioni disse que a Gol paga o mesmo percentual a todos
os agentes e que está disposta a negociar. O presidente
da Anac, Milton Zuanazzi, disse que as ofertas são
reguladas pela agência, que recebe o total de assentos
disponíveis, e que o correto é que elas sejam
ocasionais, para não haver "canibalismo".
Varig
O presidente da Abav pediu à Anac que acelere a concessão
do Cheta à Varig -certificado que confere status
de aérea. Presente à solenidade, o ministro
do Turismo, Walfrido Mares Guia, foi além. "Pedi
ao Zuanazzi que me dê esse presente de Natal."
Mas o presidente da Anac foi mais cauteloso. "Estamos
analisando uma concessão para uma nova companhia.
Eles entraram com o pedido em 24 de julho. A Gol, por exemplo,
levou nove meses para obter a certificação.
Essa é uma avaliação técnica,
não politica."
De janeiro de 2003 a agosto deste ano, o setor de turismo
gerou 966 mil empregos diretos -sendo 322 mil deles formais.
Os dados são do Ministério do Trabalho.
A aviação civil registra crescimento há
36 meses -em 2005, a expansão do total de passageiros
foi de 20,1%, segundo a Infraero. Até agosto, 46
milhões de passageiros tinham viajado pelo país,
10,5% mais do que no mesmo período de 2005.
Os dados dão uma dimensão do momento que vive
o turismo. Ontem, no congresso da Abav (Associação
Brasileira das Agências de Viagem), o ministro do
Turismo, Walfrido dos Mares Guia, fez um balanço
de sua gestão. De um Orçamento de R$ 2,2 bilhões
nos quatro anos do governo, R$ 1,469 bilhão foi investido
em infra-estrutura.
A meta do Plano Nacional de Turismo era chegar a 7 milhões
de turistas estrangeiros neste ano. Mares Guia vem dizendo
que a meta não será cumprida devido à
crise da Varig.
Valor Econômico
26/10/2006
Nova Varig receberá concessão
este ano, afirma Mares Guia
Francisco Góes
O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, previu ontem
que a nova Varig deverá receber o Certificado de
Homologação de Empresa de Transporte Aéreo
(Cheta) até o fim do ano. "Antes do Natal, é
de se esperar que a nova Varig tenha essa autorização",
disse ontem o ministro ao abrir, no Rio, o 34º Congresso
Brasileiro das Agências de Viagens (Abav 2006). O
Cheta, expedido pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), é essencial para que a nova companhia
tenha direito à concessão e possa operar dando
continuidade ao seu plano de investimentos.
Leo Pinheiro/Valor
Walfrido dos Mares Guia, ministro do
Turismo:
"Antes do Natal, é de se esperar que a nova
Varig tenha a autorização"
Em conversa com jornalistas, Mares Guia afirmou: "Eu
perguntei ao Milton (Milton Zuanazzi, presidente da Anac),
na intimidade que eu tenho com ele, e ele me disse que a
Varig finalmente cumpriu todos os pré-requisitos
(para obtenção do Cheta)". Zuanazzi,
que estava ao lado de Mares Guia, desconversou: "Prefiro
não falar em prazos." Mas o ministro voltou
à carga: "Eu não falaria isso se não
soubesse que as coisas estão bem encaminhadas, inclusive
do lado da Varig".
Na abertura do Congresso, o presidente
da Associação Brasi leira dos Agentes de Viagem
(Abav), João Martins, já havia perguntado:
"O que está faltando para o Cheta da Nova Varig?".
Zuanazzi pediu a palavra e disse que o pedido de concessão
da Nova Varig foi protocolado na Anac em 24 de julho, há
três meses, quatro dias após o leilão
da Varig.
Ele afirmou que o processo é complexo
e envolve aspectos técnicos e de gestão. "São
mais de quatro mil itens que precisam ser checados em uma
aeronave". Ele disse que a homologação
de uma empresa aérea depende de aspectos como a segurança
do passageiro, a tranqüilidade do sistema e a garantia
de prestação de um serviço qualificado.
"Em todo o mundo, a homologação é
rigorosa. Quando uma empresa recebe o Cheta, é porque
ela está apta a prestar 100% dos serviços
com segurança aos usuários", afirmou
Zuanazzi.
Ele reconheceu que a homologação
da Varig é facilitada pelo fato de tratar-se de uma
transferência da Varig S.A., que está voando
e fazendo a operação atualmente, para a nova
Varig. Hoje, a Varig tem 15 aviões em operação,
dos quais dez em rotas domésticas e quatro em vôos
internacionais (Bogotá, Frankfurt, Buenos Aires e
Caracas).
Com a autorização da Anac,
a Varig terá condições de ampliar a
frota para 29 aeronaves, já que negocia contratos
de leasing com os arrendadores de 14 aviões que estão
parados.
Para demonstrar que a demora na homologação
da Varig não é um caso isolado, Zuanazzi afirmou
que a Gol, quando se credenciou perante o Departamento de
Aviação Civil (DAC) com sete aeronaves, levou
nove meses para obter a concessão. Já a Webjet
se credenciou com uma aeronave e levou onze meses e três
dias, segundo Zuanazzi, para obter a concessão.
Ele disse ter visitado os Estados Unidos,
onde o órgão regulador leva, em média,
um ano para homologar uma empresa aérea. E cerca
de 50% das empresas que entram com pedidos não são
homologadas, comparou. Segundo Zuanazzi, a certificação
depende mais da empresa do que da agência.
Se a empresa alterar o número de
aeronaves previstas, para o início da operação,
a mudança pode significar alteração
nos prazos da homologação.
"Estamos em um bom momento. As definições
de gestão que a Varig tomou nas últimas semanas
são importantes porque facilitam o trabalho da agência.
A empresa que opera hoje tem 15 aeronaves. Se a nova empresa
quiser iniciar com 15 tem um conjunto de facilidades. Se
quiser começar com 30, tem outro trabalho",
disse Zuanazzi. Ele ressaltou, porém, que se houver
um item não cumprido, a Anac não dará
a homologação.
Estadão
25 de outubro de 2006 - 18:43
Juiz de NY dá proteção
contra execução de dívidas da Varig
Justiça prorrogou até
29 de novembro a liminar que protege a Varig da execução
de dívidas anteriores a junho de 2005. Nova audiência
foi marcada para dia 28
Nalu Fernandes
NOVA YORK - O juiz da Corte de Falências do Distrito
Sul de Nova York, Robert Drain, prorrogou até 29
de novembro a liminar que protege a Varig da execução
de dívidas anteriores a junho de 2005. Uma nova audiência
foi marcada para 28 de novembro.
A
liminar que foi prorrogada tem como principal objetivo proteger
a Varig de dívidas contraídas antes de junho
de 2005. No início, ainda antes do acordo voluntário
de retorno de aeronaves e peças aos credores internacionais,
a liminar também estava protegendo a empresa da retomada
forçada caso uma aeronave pousasse em solo norte-americano,
onde estão os principais credores da Varig.
Na
audiência do dia 28 de novembro, o juiz avaliará
se irá aceitar o pedido de liminar permanente feito
pelo advogado da Varig nos EUA, Rick Antonoff, ou se irá
apenas prorrogar a liminar temporária com relação
às dívidas anteriores a junho de 2005.
Decisões repetidas
Esta é a décima vez que o juiz Drain prorroga
a liminar dando parecer favorável à Varig.
Entre os credores que levaram a Varig à Corte em
Nova York estão Sojitz Corporation, Willis Lease,
Mitsui Co., US Bank, Wells Fargo, ILFC, Boeing, Ansett Worldwide
e GATX Capital.
Apesar
da renovação da liminar que protege companhia
de dívidas anteriores a junho de 2005, ela será
obrigada a voltar à Corte em audiência amanhã.
A
razão da audiência é a dívida
de aproximadamente US$ 208 mil da Varig com a autoridade
portuária de Nova York. Os advogados do credor irão
pedir ao juiz Robert Drain o pagamento imediato da dívida,
que venceu no último dia 23.
Estadão
25 de outubro de 2006 - 16:47h
Varig espera certificado como aérea
em duas semanas
A afirmação é
do presidente do conselho de administração
da VarigLog
Alberto Komatsu
RIO - A Varig espera receber seu certificado
como empresa aérea (cheta) nas próximas duas
semanas, informou nesta quarta-feira o presidente do conselho
de administração da VarigLog, Marco Antonio
Audi. Segundo o executivo, na sexta-feira passada a nova
controladora da Varig teve uma reunião com a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) na qual apresentou
100% dos documentos de exigência técnica para
obtenção desse certificado.
O presidente da Anac, Milton Zuanazzi,
disse que a certificação da nova Varig como
empresa aérea "depende mais da empresa do que
da Anac. Estamos em um bom momento, as coisas avançaram".
No entanto, Zuanazzi disse que o cheta leva muito tempo
para ser concedido. Em pronunciamento na abertura da 34ª
edição da Feira da Associação
Brasileira das Agências de Viagem (Abav) 2006, ele
citou como exemplo que a concessão do cheta para
a Gol demorou nove meses e, para a Webjet, 11 meses.
Audi também informou que na próxima
semana, provavelmente terça-feira, deverá
ser anunciado o nome do novo presidente da companhia. O
executivo não revelou o nome, mas disse que o contrato
já está assinado e que o novo presidente é
especialista na área de serviços. Audi revelou
que está em negociação com diretor
de novos negócios do grupo Telemar, Alberto Blanco,
para comandar o marketing da nova empresa. Blanco anunciou
sua saída da Telemar recentemente, mas informou que
vai continuar na operadora até o fim do mês.
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