:::::RIO DE JANEIRO - 26 DE JULHO DE 2006 :::::
 

Folha de São Paulo
26/07/06
Após pressão, Varig retoma parte dos vôos

Companhia também fará viagens extras para que brasileiros no exterior com dificuldades para obter passagens voltem ao país
Com ultimato de agência de aviação, empresa divulga lista de destinos em que volta a atuar; no Brasil, são só 5, além da ponte Rio-SP

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO
CLARICE SPITZ DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Pressionada com o ultimato da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a Varig divulgou a lista dos destinos que voltará a operar. A agência havia ameaçado escolher as rotas por conta própria caso a Varig não apresentasse sua própria lista.

Na prática, o número de destinos ainda é pequeno. No mercado doméstico a Varig faz vôos da ponte aérea Rio-São Paulo, para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Para o exterior, a Varig vai voar para Frankfurt e Buenos Aires.

Para atender a demanda de brasileiros que estão no exterior e que encontram dificuldades para voltar ao Brasil, foi definido que a Varig realizará vôos extras dentro do plano de contingência da Anac.

O plano de contingência, válido até 31 de julho, inclui ainda vôos para Londres, Caracas, Miami, Nova York, Lima, Santiago, Paris e Copenhague.

"Surgiram algumas emergências no exterior. A Varig vai trazer 135 crianças que estão em Copenhague em vôos nos dias 28 e 30 de julho", disse Leur Lomanto, diretor da Anac. Segundo a agência, a Varig informou que está esperando para as próximas horas a negociação com arrendadores de aeronaves para realizar os vôos.

Durante esse período, a companhia vai continuar as negociações com as empresas de leasing. "Iniciamos o restabelecimento dos créditos com alguns arrendadores, que alugam aviões à companhia. Além disso, estamos mantendo negociações com as empresas de leasing para aumentar a frota atual e retomar vôos que foram suspensos temporariamente", afirmou Marco Antonio Audi, conselheiro da VarigLog.

As empresas de leasing estão impondo condições para que os aviões continuem à disposição da Varig. Algumas exigem que os novos donos paguem dívidas anteriores. A Varig conseguiu ontem ampliar a frota para oito aviões com mais dois MD-11.

Segundo Lomanto, a agência está tomando as medidas necessárias para que os passageiros sejam atendidos. O diretor refutou as críticas de que falta à agência postura mais incisiva para obrigar a Varig a voar. "Não adianta cobrar multa. O que nós precisamos é solucionar o problema. Essa malha vai melhorar bastante a situação, e as empresas congêneres vão continuar a aceitar os bilhetes."

A Varig afirmou que abriu linhas de crédito com empresas aéreas estrangeiras e nacionais para manter a aceitação das passagens endossadas pela companhia. "Reconhecemos o desconforto que os passageiros da Varig passaram, mas todos podem ter certeza de que estamos trabalhando firmemente e com rapidez para solucionar os problemas", disse o presidente da Varig, Marcelo Bottini.

Na avaliação de Paulo Sampaio, consultor em aviação, a nova Varig frustrou as expectativas dos consumidores. "Esse grupo vai ter muita dificuldade para se impor. Os novos donos tomaram medidas arbitrárias que têm impacto negativo junto aos clientes", disse. Segundo ele, a VarigLog não respeitou os procedimentos da Anac e não apresentou pedido à Comclar (Comissão de Coordenação de Linhas Aéreas), que já avalia os pedidos de alterações de horários e rotas na Anac.

Para Márcia Christina Oliveira, técnica do Procon, os passageiros que se sentirem lesados devem pressionar não só a Varig como à Anac.


Folha de São Paulo
26/07/06
Empresa poderá ser multada em até R$ 3,2 milhões, afirma o Procon-S


O Procon-SP pretende abrir um processo administrativo contra a Varig em razão dos cancelamentos de vôos. Após fiscalização na tarde de segunda-feira, foram verificados cancelamentos de 11 vôos -sete vôos nacionais e quatro vôos internacionais. A empresa pode ser multada em valores de R$ 212 a R$ 3,192 milhões.

De acordo com o Procon, a Varig infringiu o artigo 48 do Código de Defesa do Consumidor, referente a descumprimento de contrato. Segundo Joung Kim, diretora de fiscalização, após a abertura do processo, a Varig terá a chance de se defender e pode ter uma multa definida com base na receita mensal da companhia.

"A passagem aérea é um vínculo que se criou com o cliente, a Varig não pode simplesmente cancelar os vôos", disse Kim. Segundo a diretora, a quantidade de cancelamentos não importa, e sim o descumprimento do contrato.

Durante a inspeção, foram cancelados vôos para Rio de Janeiro, Salvador, Natal, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre, Santiago, Montevidéu, Buenos Aires e Madri.

Para Márcia Christina Oliveira, técnica do Procon, o desempenho da companhia após a venda frustrou expectativas. "Imaginávamos que a empresa resolveria aos poucos os problemas, mas não foi o que aconteceu. O consumidor está como bola de pingue-pongue, não sabe o que fazer", disse. Segundo a técnica, o consumidor deve cobrar providências da Varig e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Ela afirmou que cabe à agência adotar uma atitude mais enérgica para obrigar a Varig a cumprir os vôos.

O Procon disse que pretende continuar acompanhando a situação dos clientes da Varig enquanto os atrasos e os cancelamentos persistirem.


Folha de São Paulo
26/07/06
Agência espera volta ao normal em um mês


Agentes e operadores de viagem esperam que a situação da Varig se estabilize em cerca de um mês, após a definição das rotas que serão operadas.
"Agora que a Varig foi vendida, temos que dar um tempo para ela se reajustar, ver quais rotas irá operar", afirmou Leonel Rossi Jr., diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).
Para José Zuquim, presidente da Braztoa (operadoras de viagem), "a Varig sempre foi uma companhia que honrou seus compromissos e deve recuperar parte de seu market share em seis meses".


Valor Econômico
26/07/06
Varig deve retomar hoje malha de vôos

Ana Paula Grabois* e Janaina Vilella

A nova Varig decidiu retomar parte da malha de vôos a partir de hoje. Serão restabelecidas rotas diárias, saindo do Rio de Janeiro e de São Paulo para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Os vôos da ponte aérea permanecem normais. Na malha internacional, segundo a companhia, estão mantidos os vôos diários para Frankfurt e incorporada uma ligação com Buenos Aires.

Até ontem, a Varig estava descumprindo determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de continuar a voar para as 25 rotas previstas em seu plano de emergência, em vigor desde 21 de junho. Segundo a agência, a companhia operou ontem para cinco destinos no país e outros três no exterior com sete de suas 13 aeronaves.

Em nota, a Anac informou que aceitou a nova malha apresentada ontem pela Varig. Na sexta-feira, entretanto, a agência reguladora havia determinado que a empresa retomasse as 25 rotas previstas no plano de emergência. A empresa tem 30 dias para restabelecer sua malha definitiva de vôos. Caso contrário, as rotas serão redistribuídas pela Anac.

Em nota, a Varig limitou-se a informar que "acertou sua participação no plano de contingência e fará, até a próxima segunda-feira, vôos extras com destino à Europa e a outras capitais da América do Sul". Segundo Marco Antonio Audi, conselheiro da VarigLog, nova dona da Varig, não é uma tarefa fácil fazer a companhia retomar as atividades sem grandes traumas.

A expectativa é que a VarigLog anuncie ainda esta semana a diretoria da nova Varig. A ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) Maria Silvia Bastos Marques foi convidada pelos novos controladores da Varig para presidir a companhia, mas a executiva teria recusado o convite, segundo apurou o Valor.

Hoje, a diretoria da Varig se reúne na sede da empresa para discutir os nomes que integrarão a diretoria da Varig "velha".

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deu um prazo até hoje, antes da abertura do mercado, para a Varig publicar fato relevante informando como ficarão suas ações após a mudança no controle da companhia. Com a venda dos ativos da Varig para a VarigLog, os acionistas da empresa ficaram com as ações da Varig "velha". Mas até ontem investidores estavam confusos sobre o futuro das ações. (* Do Valor Online)


O Estado de São Paulo
26/07/06
Varig diz que vai retomar 5 vôos
Reunião com Anac definiu que empresa volta a voar hoje para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus
Alberto Komatsu, Isabel Sobral

A Varig vai retomar hoje vôos diários a partir de São Paulo e Rio para cinco destinos no Brasil. Segundo a empresa, serão restabelecidos vôos para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Para o exterior, deverá ser mantida a rota para Frankfurt, agora com uma extensão para Buenos Aires. A ponte aérea continuará a ser operada sem alterações.

Segundo comunicado divulgado ontem à noite pela Varig, a empresa também fará, até a segunda-feira, vôos extras para cidades da Europa e da América do Sul. A companhia informou ainda que as empresas aéreas nacionais e estrangeiras continuarão a aceitar o endosso de passagens da Varig porque foram abertas novas linhas de crédito para a companhia.

A retomada dos vôos foi decidida após reunião realizada ontem entre representantes da empresa e técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Desde o final da semana passada, a Anac cobrava da Varig a retomada de rotas que foram suspensas após o leilão de venda da companhia para a VarigLog, na quinta-feira.

"Nós reconhecemos o desconforto que os passageiros passaram, mas todos podem ter certeza que estamos trabalhando firme e com rapidez para solucionar os problemas, recompor a malha e normalizar os serviços", disse o presidente da companhia, Marcelo Bottini.

Ainda segundo a nota, o conselheiro da VarigLog, Marco Antonio Audi,está negociando com empresas de arrendamento de aviões para "aumentar a frota" e "retomar vôos".

MULTAS
Nos aeroportos, os atrasos e cancelamentos de vôos da Varig voltaram a provocar problemas para os passageiros. O Procon de São Paulo fez uma fiscalização no Aeroporto de Guarulhos e decidiu multar a empresa. As multas podem chegar a R$ 3 milhões.

A Varig está desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor de forma "flagrante" disse ao Estado o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita. Ele enviou notificação à Anac para que sejam cobrados esclarecimentos da Varig.

EXTERIOR
Os últimos dias foram de muita confusão nos aeroportos, com o cancelamento dos poucos vôos da Varig que ainda restavam. Em Paris, mais de 30 pessoas - número que aumenta a cada dia - aguardam para serem realocadas em vôos de outras empresas. "Estamos sem perspectiva de saída", afirmou Leany de Sousa Lemos.

Leany conta que recebeu informação do gerente da TAM em Paris que não havia previsão de embarque antes do fim do mês por ser fim de férias e os vôos estarem lotados. Amanhã, um grupo de passageiros da Varig pretende fazer uma reclamação na embaixada brasileira.

Em Lisboa, mais de 30 brasileiros com bilhetes da Varig não conseguiram embarcar. A TAP - que realiza os vôos em seus aviões no sistema de code share com a empresa brasileira - não aceitou os bilhetes, alegando problemas nas reservas.

Muitos passageiros que iam para o escritório da Varig na parte da manhã recebiam a informação que a questão seria resolvida na parte da tarde. Só que à tarde o escritório fechou, assim como o balcão de atendimento da empresa no aeroporto de Lisboa.


O Estado de São Paulo
26/07/06

Empresa anuncia mais cortes de benefícios
Bruno Lousada

Um comunicado no quadro de avisos dos funcionários da Varig, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, informava ontem que benefícios serão cortados a partir de 1º de agosto. O recado revoltou empregados da empresa, que estão com pelo menos um salário atrasado e ainda têm a perspectiva de serem demitidos: cerca de 8 mil dos 10 mil funcionários da empresa devem perder os empregos.

"Agora, estamos sem tíquete-refeição e alimentação, vale-transporte e plano de saúde. Vários funcionários faltam, mas a gente está aqui, dando a cara a tapa", disse uma funcionária que não quis se identificar e que trabalha na Varig há três anos.

Na segunda-feira, os funcionários foram informados que o cartão de supermercado e o vale-refeição seriam suspensos a partir de agosto. Outros benefícios, como atendimento médico e odontológico, serão cobrados por meio de boleto bancário, em vez de desconto em folha. Consumo na lanchonete da Fundação Ruben Berta, antes descontado do salário, agora terá de ser pago à vista. Refeições no restaurante só poderão ser descontadas até o dia 31.

"Escuto ignorância, desaforo dos passageiros. Um funcionário, inclusive, já foi agredido no balcão. A gente sofre e a diretoria não está nem aí", diz a funcionária. Há dois anos estagiando na companhia, outra funcionária contou que o pai lhe dá dinheiro para ir trabalhar, já que há dois meses não recebe o salário de R$ 690 e não tem direito aos benefícios. "Espero que meu esforço seja reconhecido. Sonho em ser efetivada."
COLABOROU ALBERTO KOMATSU


O Estado de São Paulo
26/07/06
'A Varig está devendo até para restaurantes'
Para o diretor geral da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), punir a Varig não vai resolver os problemas da empresa
Isabel Sobral

O diretor-geral da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse ontem ao Estado que a agência reguladora nem chegou a cogitar punir a Varig por causa da suspensão de vôos nos últimos dias. Segundo ele, isso não ajudaria a resolver os transtornos nos aeroportos.

Por que a Anac não aplicou algum tipo de punição à Varig?

A velha Varig tem débitos até com restaurantes. De que adianta punir quem nem tem condições operacionais? Por isso, a saída que vemos é fazer a empresa voar com regularidade, mesmo num período de emergência.

Então a Anac avalia que, a partir de hoje, com o anúncio da malha de vôos, acabaram os problemas?

Não diria isso, porque a emergência continua. Os transtornos não acabaram, mas pelo menos agora a gente imagina que a direção da Varig saiba responder como é que pretende resolver os problemas.

A Varig cumpriu as exigências da Anac?

O que exigimos é que haja regularidade e previsibilidade, dentro das condições que ela têm de operar, com suas sete aviões e possivelmente mais dois que estão sendo negociados. Assim o usuário saberá que não tem vôo hoje para tal destino, mas tem amanhã. A Anac poderá ajudar nos lugares onde a Varig não operar e exigir que pague hospedagem e alimentação.

A Varig pode perder rotas por ter suspendido os vôos?

Ainda não, porque há um regime de recuperação judicial. O edital do leilão diz que a nova empresa tem 30 dias para montar a sua malha aérea a partir de ontem (segunda-feira), quando fez o depósito de R$ 75 milhões.

A Anac não foi muito condescendente com a Varig?

Nem um pouco. A Anac agiu no sentido de ajudar a Justiça do Rio a encontrar uma solução para a empresa. No entanto, estamos olhando também o futuro do mercado de aviação no Brasil, a concorrência, os preços que têm que caber no bolso do brasileiro.


 

O Globo
26/07/06
Varig retoma vôos para cumprir ordem da Anac

Geralda Doca, Erica Ribeiroe Ronaldo D'Ercole

BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO. Depois de mais um dia de cancelamento maciço de vôos, a Varig começou ontem a cumprir determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e passará a oferecer vôos regulares e emergenciais para aqueles que não conseguem chegar a seus destinos. A companhia também voltou a ser fiscalizada pelo Procon de São Paulo na segunda-feira, depois de uma trégua no período de recuperação judicial, e já terá de enfrentar um processo administrativo por cancelamento de vôos, com multa que pode chegar a R$ 3,19 milhões.

A partir de hoje, a Varig fará vôos diários para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus e Buenos Aires, com saídas de Rio e São Paulo, além de operar a ponte aérea. No mercado internacional, ficou mantida a rota para Frankfurt.

Para resgatar passageiros em trânsito, a Varig começou ontem a reativar temporariamente algumas rotas. Os trechos que serão operados em regime de emergência não estão garantidos para depois das datas anunciadas pela empresa. A Varig também deverá fazer vôos em dias alternados para Miami e Nova York.

Em ofício à Anac, a Varig alegou dificuldades nas negociações com empresas de leasing e disse que planeja retomar as rotas gradualmente, à medida que fechar com as arrendatárias. Para operar a nova malha, a companhia contará com nove aviões.

A Anac informou em nota que ontem houve problemas em todo o país. Em Pernambuco foi necessária a ajuda do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC). Já nas rotas internacionais, passageiros da Varig ainda enfrentavam dificuldades para embarcar em cidades como Lima, Santiago e Paris. Na segunda-feira, o DPDC cobrou uma atuação mais forte da Anac. Segundo o diretor do DPDC, Ricardo Morishita, a Varig está desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de Aeronáutica:

— O que está havendo é uma violação das normas públicas — disse Morishita. — Mesmo em recuperação judicial, a Varig tem que cumprir os padrões mínimos.

Hoje, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, reúne-se com o ministro da Defesa, Waldir Pires, para decidir como fará o repasse das áreas em poder da Varig para as concorrentes nacionais, enquanto durar a situação emergencial. Segundo Pereira, a Infraero tem contratos com a empresa, que, a princípio, não podem ser desrespeitados.

Funcionários terão de pagar seu próprio plano de saúde

Pelo cancelamento de 11 vôos na segunda-feira somente no aeroporto de Guarulhos, o Procon-SP anunciou que está instaurando processo administrativo contra a Varig. A companhia ainda pode se defender. A multa pode variar de R$ 222,82 a R$ 3,19 milhões. A diretora de Fiscalização do Procon-SP, Joung Won Kim, explicou que as autuações devem ser feitas contra a Varig S.A., mas que juridicamente, se os processos resultarem em multas, a VarigLog, sucessora da antiga empresa, é que será responsabilizada.

Ontem, a Varig operou com apenas sete aeronaves, concentradas na ponte aérea Rio-São Paulo. Segundo o site da Infraero, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, dos 29 vôos (entre partidas e chegadas) previstos — segundo a malha de antes do plano de emergência — somente quatro foram cumpridos. No aeroporto de Guarulhos (SP), das 44 chegadas e partidas previstas na malha antiga, somente oito foram realizadas.

Ana Melhim reclamava da falta de assistência para embarcar seu filho Jonas, de 17 anos, para Copenhague:

— Ele vai ter de dormir em Frankfurt sozinho e a Varig não vai pagar alimentação, hospedagem ou transporte. Ele é menor de idade e eles não darão assistência alguma.

Para cortar custos, a Varig deixará de fazer o desconto de financiamentos e planos de saúde da folha de pagamento dos funcionários, que passarão a receber boletos bancários. Os funcionários, que já estão com salários atrasados, terão de arcar com as despesas.

— Estou há um mês sem salário. Os funcionários estão absorvendo toda a tensão dos passageiros, alguns já foram até agredidos fisicamente — contou uma funcionária da Varig.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse ontem que a Varig tem até hoje, antes da abertura do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, para informar como ficarão as ações da empresa em poder de acionistas minoritários. Segundo fontes próximas à companhia, um fato relevante vai explicar que as ações permanecerão na antiga Varig, que fica em recuperação judicial e com dívidas que chegam a R$ 8 bilhões.
COLABORARAM Sabrina Valle (do Globo Online) e Mariana Sallowicz (do Diário de S.Paulo)


O Globo
26/07/06
Dias de perguntas sem respostas

Logo depois de anunciada a venda da Varig para a VarigLog, dia 20, a incerteza sobre o leilão deu lugar a perguntas sem respostas, que surtem o mesmo efeito em consumidores e empregados. A Nova Varig cancelou vôos, mas não informa oficialmente quantos. E os principais executivos da empresa evitam o contato com jornalistas. Alguns chegam a correr, literalmente, dos repórteres.

Nos aeroportos, funcionários não têm informações precisas. E os dez mil empregados não sabem quantos ficarão e como serão pagas as rescisões.

Já a atuação da Anac é criticada até por integrantes do governo, para quem a agência, desde o leilão até anteontem, não tomou medidas para garantir os interesses dos usuários. Segunda-feira, quando resolver agir, a Anac divulgou uma nota dizendo apenas o que a Varig pretendia fazer, sem esclarecer a questão de endosso de bilhetes. O órgão afirmava que quem fosse avisado com antecedência dos cancelamentos deveria aguardar uma “política”.


Zero Hora
26/07/06
Varig define vôos que serão retomados

Empresa é acusada de não acatar Código de Defesa do Consumidor

A Varig divulgou no início da noite de ontem comunicado informando que, a partir de hoje, irá retomar gradativamente sua malha de vôos. Inicialmente, serão restabelecidas cinco rotas domésticas, saindo de São Paulo e Rio de Janeiro (para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus).

Segundo a nota, "na malha internacional estão mantidos os vôos diários para Frankfurt e incorporada uma ligação com Buenos Aires". Os vôos da ponte aérea Rio/São Paulo seguem inalterados.

A empresa acertou sua participação no Plano de Contingência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em reunião, na sede da Varig, no Rio, com técnicos do órgão regulador e comprometeu-se a fazer, até segunda-feira, 31 de julho, vôos extras com destino à Europa e a outras capitais da América do Sul.

A empresa providenciou abertura de crédito junto às empresas aéreas nacionais e internacionais, mantendo a aceitação das passagens endossadas pela companhia.

"Reconhecemos o desconforto que os passageiros da Varig passaram, mas todos podem ter certeza de que estamos trabalhando firme e com rapidez para solucionar os problemas, recompor a malha e normalizar os serviços", disse o presidente da Varig, Marcelo Bottini, em comunicado.

Marco Antonio Audi, conselheiro da Varig Log, alegou que "não é uma tarefa fácil fazer a Varig retomar suas atividades sem grandes traumas".

- Iniciamos o restabelecimento dos créditos com alguns credores, que alugam aviões à companhia. Estamos mantendo negociações com as empresas de leasing para aumentar a frota e retomar vôos suspensos temporariamente - disse o executivo.

São "flagrantes" os casos de desrespeito aos passageiros

O governo resolveu pressionar a Anac por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, sobre os cancelamentos de vôos.

O diretor do DPDC, Ricardo Morishita, ressaltou que, nos últimos dias, têm sido "flagrantes" os casos de desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor pela empresa aérea. Além dos casos relatados na imprensa, o departamento diz ter havido situações em que passageiros ligaram para a companhia, antes de se deslocarem para os aeroportos, e foram informados de que os vôos estavam mantidos. Chegando ao local, porém, descobriram que os embarques foram cancelados.

- Isso é propaganda enganosa - afirmou Morishita.

A Varig deixa de cumprir o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo, quando não providencia hospedagem para os passageiros que tiveram seus vôos adiados para o dia seguinte. Ou não banca despesas de alimentação para aqueles clientes cujos vôos atrasaram mais do que quatro horas.


Folha Online
26/07/2006 - 04h11

Redução das operações internacionais da Varig beneficia concorrentes estrangeiras

A suspensão da maioria dos vôos da Varig para o exterior trouxe benefícios para as empresas estrangeiras. De acordo com o consultor de aviação Paulo Sampaio, o passageiro está sendo "quase obrigado" a utilizar os serviços de outras companhias aéreas.

Em alguns destinos da América do Sul, a falta de opções de outras companhias nacionais é mais evidente. Empresas como a Taca, que faz a manutenção dos aviões da Gol, estão aproveitando a brecha para atrair novos clientes.

A Varig era a única empresa a ligar São Paulo a capital venezuela, Caracas. Com a suspensão dos vôos, o consumidor pode viajar pela Taca, companhia de aviação da América Central, com um vôo de São Paulo a Lima e conexões para Bogotá, Caracas e também a outros destinos na América Central. O custo da passagem fica em torno de US$ 1.700 (R$ 3.740).
Segundo Sampaio, o trecho São Paulo-Bogotá passou a ser operado somente pela Avianca, do empresário German Efromovich. No Peru, a Taca e a Lan Chile fazem vôos para Lima.

As companhias nacionais também estão aproveitando o período de férias e a escassez de vôos. De acordo com o consultor, a Gol ganhou espaço nos vôos para Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e Assunção (Paraguai). Em Santiago, as principais beneficiadas são a Lan Chile e a TAM. Em Montevidéu (Uruguai), Pluna e Gol estão assumindo os vôos. O destino que tem maior procura --e falta de assentos-- é Buenos Aires, com oferta de vôos de TAM, Gol e Aerolíneas Argentinas.

Fora da América Latina, na opinião de Sampaio, as principais beneficiadas são Alitalia, Iberia, TAP, Air France, British Airways e Lufthansa. Elas assumiram passageiros nas rotas mais rentáveis da Varig, como Milão, Frankfurt (que teve redução no número de vôos), Paris e Londres. "Acabaram os preços promocionais e os vôos estão lotados para esses destinos", disse o consultor.


O Globo
25/07/2006 - 21h20m
Desconto em folha de funcionários da Varig é suspenso
Diário de São Paulo


A Varig deixará de fazer o desconto de financiamentos e planos de saúde da folha de pagamento dos funcionários. A Fundação Ruben Berta informou, em nota enviada aos empregados na segunda-feira, que os débitos antes pagos com desconto no holerite passarão a ser feitos por meio de boletobancário. Novos financiamento também ficam suspensos.

A Varig informou que “devido à situação financeira da empresa os cortes de custos foram necessários”. Para o presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Uébio José da Silva, a companhia demonstra que não tem nenhuma preocupação social.

- Os funcionários não recebem salário desde abril. Como pagarão os boletos?

Segundo ele, até agora a Varigestava honrando os pagamentos que eram feitos em folha.Os planos de saúde passarão a ser pagos por boleto a partir de 1º de agosto, assim como financiamentos da casa própria, odontológicos, clareamento dental, entre outros.


O Globo
25/07/2006 - 20h21m
Anac divulga cronograma de retomada dos vôos da Varig

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou um cronograma de retomada dos vôos da Varig. Em nota, o órgão regulador disse que a Varig acatou às suas determinações de restabelecimento da malha.

A partir desta terça-feira, a Varig vai realizar vôos domésticos com as seguintes rotas: Porto Alegre/São Paulo (Guarulhos - GRU)/Porto Alegre; São Paulo (Guarulhos)/Manaus/São Paulo; Fortaleza/São Paulo (Guarulhos)/Fortaleza; São Paulo (GRU)/Salvador/Recife/ Salvador/São Paulo.

A empresa também retomará vôos internacionais diários para Frankfurt. Além disso, fará vôos em dias alternados para Londres. Da capital britânica, a empresa voará para Copenhague nos dias 28 e 30 de julho pra buscar passageiros que aguardam para voltar ao Brasil.

Além disso, a Varig voará para Miami e Nova Iorque em dias alternados.

Às 22h desta terça-feira, a Varig voará para Lima para trazer brasileiros que estejam esperando para retornar ao país. No dia 27, a empresa voará para Santiago e, no dia 28, para Caracas com o mesmo intuito.

Estes vôos para Caracas, Santiago e Lima, no entanto, serão extraordinários e só acontecerão de acordo com a necessidade de buscar passageiros até que possam ser retomados regularmente.

A Varig voará ainda para Buenos Aires na rota Rio de Janeiro/Buenos Aires/São Paulo (GRU)/Porto Alegre.

Segundo a Anac, houve problemas nesta terça-feira em vôos internacionais em Lima, Santiago e Paris, que seriam solucionados dentro de algumas horas.


 

Folha Online
25/07/2006 - 20h06
Varig retoma vôos para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio


A Varig anunciou que vai retomar a partir desta quarta-feira vôos diários partindo do Rio de Janeiro e de São Paulo para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Além desses, estão mantidos os vôos da ponte aérea.

Nos destinos fora do país, a empresa informa que estão mantidos os vôos diários para Frankfurt e Buenos Aires.

Segundo a Varig e a Anac, a empresa manterá um plano de emergência até a próxima segunda-feira (31), o que significa que a empresa vai operar com vôos extras para Miami, Nova York, Londres, Copenhague, Lima, Santiago do Chile e Caracas.

A Anac informou que foram registrados problemas com passageiros da Varig hoje dentro e fora do país.

O presidente da companhia, Marcelo Bottini, pediu desculpas em nota pelos transtornos aos passageiros que tiveram vôos cancelados e garantiu o endosso de passagens junto a outras empresas.

"Nós reconhecemos o desconforto que os passageiros da Varig passaram, mas todos podem ter certeza que estamos trabalhando firme e com rapidez para solucionar os problemas, recompor a malha e normalizar os serviços", disse.

Marco Antonio Audi, conselheiro da VarigLog, disse que mantém negociações com empresas de leasing para aumentar a frota.


 

Estadão
25 de julho de 2006 - 19:57
Varig define vôos que serão retomados
A empresa acertou sua participação do Plano de Contingência da Anac em reunião hoje, na sede da Varig

Irany Tereza e Isabel Sobral

RIO - A Varig divulgou no início da noite desta terça-feira comunicado informado que a partir de amanhã irá retomar gradativamente sua malha de vôos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou as informações.

No País, a Varig fará os seguintes vôos:

1) Porto Alegre-São Paulo (Guarulhos)-Porto Alegre;

2) São Paulo (Guarulhos)-Manaus-São Paulo;

3) Fortaleza-São Paulo (Guarulhos)-Fortaleza; e

4) São Paulo (Guarulhos)-Salvador-Recife-Salvador-São Paulo.

Na malha internacional, serão os seguintes os vôos:

1) para Frankfurt, um vôo diário;

2) para Londres, em dias alternados;

3) para Miami e Nova York, também em dias alternados; e

4) para Buenos Aires, um vôo saindo de Porto Alegre para São Paulo e da capital paulista para a capital argentina, e outro, saindo do Rio de Janeiro para Buenos Aires.

Além disso, a Varig, segundo a Anac, fará vôos especialmente para trazer do Exterior passageiros prejudicados pela crise da empresa que estão aguardando transporte para o Brasil. O primeiro desses vôos parte às 22 horas de hoje para Lima (Peru); o segundo, no dia 27, para Santiago do Chile; o terceiro, no dia 28, para Caracas; e nos dias 28 e 30 deste mês, para Copenhague.

A empresa acertou sua participação do Plano de Contingência da Anac em reunião hoje, na sede da Varig, no Rio, com técnicos do órgão regulador e comprometeu-se a fazer, até a próxima segunda-feira, 31 de julho, vôos extras com destino à Europa e a outras capitais da América do Sul.

Negociações

Em nota, a Varig informou que a VarigLog, que arrematou a companhia em leilão na última quinta-feira, "efetuou o depósito, no valor de US$ 75 milhões, na sexta-feira passada, antes do prazo previsto no edital do leilão e de acordo com as condições estabelecidas pela Justiça". A empresa lembrou ter providenciado também a abertura de linhas de crédito junto às empresas aéreas nacionais e internacionais, mantendo o aceite, por outras companhias de aviação, das passagens endossadas pela companhia.

"Nós reconhecemos o desconforto que os passageiros da Varig passaram, mas todos podem ter certeza que estamos trabalhando firme e com rapidez para solucionar os problemas, recompor a malha e normalizar os serviços", declarou o presidente da Varig, Marcelo Bottini, no comunicado.

Marco Antonio Audi, conselheiro da VarigLog, alegou que "não é uma tarefa fácil fazer a Varig retomar suas atividades sem grandes traumas". "Iniciamos o restabelecimento dos créditos com alguns credores, que alugam aviões à companhia. Além disso estamos mantendo negociações com as empresas de leasing para aumentar a frota atual e retomar vôos que foram suspensos temporariamente", ressaltou o executivo. A Varig informou, ainda, que está mantendo em dia o pagamento das taxas aeroportuárias com a Infraero e o pagamento de combustível à BR Distribuidora.

Pressão

Na noite de ontem, a Anac divulgou comunicado determinando que a Varig informasse "imediatamente" os vôos, após ter descumprido outra determinação da Agência que pediu que a companhia retomasse os vôos que suspendeu a partir de sexta-feira. Caso contrário, a Anac definiria as rotas que teriam de ser operadas pela Varig. Durante todo o final de semana, a Varig não conseguiu cumprir a determinação da Anac de retomar os vôos, o que tem causado transtornos e tumultos nos principais aeroportos do país.

Na manhã de hoje, o governo resolveu pressionar a Anac. A cobrança do governo veio por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, que quer explicações da direção da Varig. O DPDC notificou ontem à noite a Anac, que é o órgão regulador do setor aéreo. A interpretação do DPDC é que, desde o leilão em que foi vendida a parte operacional da companhia para a VarigLog, há uma espécie de espaço vazio sobre as responsabilidades da empresa.

O diretor do DPDC, Ricardo Morishita, disse à Agência Estado que, ao se comunicar a Anac sobre o caso, o órgão de defesa do consumidor espera que sejam cobrados o presidente da Varig, e o gestor judicial que, por determinação da lei de recuperação judicial, ainda é o responsável pela parte da empresa que permanece sob responsabilidade da Justiça empresarial do Rio. O DPDC espera que isso ajude a pressionar a Varig a resolver logo essa situação emergencial.

Desrespeito ao consumidor

Morishita ressaltou que, nos últimos dias, têm sido "flagrantes" os casos de desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor pela empresa aérea. Além dos casos relatados na imprensa, o departamento diz que também teve conhecimento de situações em que passageiros ligaram para o call center da companhia, antes de se deslocarem para os aeroportos, e foram informados de que os vôos estavam mantidos.

Chegando ao local, no entanto, descobriram que os embarques haviam sido cancelados. "Isso é propaganda enganosa", afirmou Morishita. Ele frisou que "este tipo de desrespeito" pode ter conseqüências muito ruins, não só para a nova companhia que pretende se reerguer após o leilão como também para a aviação comercial em geral.


O Globo
25/07/2006 - 19h48m

Varig diz que retoma vôos a partir desta quarta e que está restabelecendo sua frota

RIO - A Varig informou por meio de nota à imprensa que começará, a partir desta quarta-feira, a retomar sua malha de vôos. A empresa ficará com rotas diárias, saindo do Rio e de São Paulo para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Além disso, terá vôos diários para Frankfurt, incluindo uma ligação para Buenos Aires.

Os vôos da Ponte Aérea Rio/São Paulo permancem inalterados.

Os executivos da empresa se reuniram nesta terça-feira com representantes da Agência Nacional de Aviação Civil, durante a qual ficou acertado que até a próxima segunda-feira haverá vôos extras com destino à Europa e a outras capitais da América do Sul.

A companhia também disse ter reaberto linhas de crédito na câmara de compensação nacional, assim como com outros parceiros, permitindo o endosso de passagens já vendidas por outras empresas do setor.

O conselheiro da VarigLog Marco Antonio Audi contou que a empresa está restabelecendo o contato com empresas que alugam os aviões à companhia, numa tentativa de aumentar a frota atual e retomar vôos suspensos temporariamente.

E disse que a Varig está em dia com o pagamento de taxas aeroportuárias com a Infraero e com o combustível comprado da BR Distribuidora.


O Globo
25/07/2006 - 19h32m
Varig tem até esta quarta-feira, antes da abertura da Bovespa, para informar sobre ações
Rui Pizarro, do Globo Online


RIO - A Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de ações brasileiro, informou que a Varig tem até a manhã desta quarta-feira, antes da abertura do mercado, para informar como ficarão suas ações após a mudança no controle da companhia.

As informações terão que ser dadas por meio da divulgação de um fato relevante. Até o momento, as ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo são as preferenciais da companhia antiga (VAGV4).

A empresa foi comunicada na sexta-feira passada, um dia após sua venda no leilão, que teria que prestar as informações em um prazo de 48 horas, conforme determina a legislação.

Para o diretor da corretora Ágora e presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-RJ), Álvaro Bandeira, a desinformação ainda é muito grande e é importante aguardar a manifestação da nova empresa.

— Nessas situações, vale mais a pena parar e ver como é que vai ficar, avaliando os prós e os contras, do que entrar no escuro. E como em toda a entrada no escuro, o investidor pode perder muito. O risco é muito elevado. Para quem está dentro, só resta rezar — avalia.

Segundo Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, a nova empresa poderá anunciar uma troca de ações ou algum outro tipo de medida que não agrade o investidor. Por isso, comprar uma ação que sobe muito num dia e cai fortemente no dia, é para ele um negócio arriscado.


 

Folha Online
25/07/2006 - 16h43
Varig poderá ser multada por cancelamentos de vôos, diz Procon
Folha Online, no Rio de Janeiro

A Varig não conseguiu cumprir 11 vôos que estavam programados ontem no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), segundo a Fundação Procon-SP.

Segundo a entidade de defesa do consumidor, os cancelamentos ocorreram em sete vôos nacionais e quatro internacionais da companhia aérea. A empresa poderá ser multada em valores que variam de R$ 212,82 a R$ 3.192.300.

A fundação informa "que vai manter a fiscalização enquanto perdurarem os problemas relativos aos cancelamentos e atrasos dos vôos".

A Varig informou mais cedo que vem operando desde ontem vôos somente na ponte aérea e entre São Paulo e Porto Alegre dentro da malha doméstica. Fora do país, os destinos que a Varig mantém vôos são Frankfurt e Miami --que se alterna, a cada dia, com Nova York.

Essa malha não atende solicitação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que determinou a volta imediata dos vôos da companhia ainda para Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Manaus, Foz do Iguaçu, Curitiba, Fernando de Noronha, Florianópolis, Macapá, Brasília e Natal.

Entre as rotas internacionais, os vôos que também devem retornar são: Londres, Buenos Aires, Lima, Santa Cruz de La Sierra, Santiago do Chile, Caracas, Copenhague e Aruba.

A companhia informa que mantém conversações com a Anac sobre o assunto. Ontem, a agência pressionou a empresa para que apresentasse os destinos que pretende voar dentro e fora do país, sob ameaça de definir as rotas da companhia durante o período de emergência.

Para quem tem passagem da Varig, a Infraero, empresa que administra os aeroportos, disponibiliza em seu site a situação de cada vôo da companhia aérea. Clique aqui e selecione o aeroporto da decolagem para saber sua situação neste momento.

Consumidor

A Anac orienta os passageiros que tiveram vôos cancelados a buscar seus direitos junto à companhia. Segundo a agência, o presidente da empresa, Marcelo Bottini, garantiu que os passageiros em trânsito receberão acomodação em empresas concorrentes --desde que haja lugares disponíveis nos aviões.

Além disso, ele informou que a Varig é obrigada a oferecer refeições em caso de espera acima de quatro horas e disponibilizar acomodação em hotel, caso não haja vôo no mesmo dia.

Já os passageiros que ainda não iniciaram viagem (na origem) deverão ser avisados por call center da Varig sobre o cancelamento dos vôos. Segundo Bottini, esses passageiros serão acomodados futuramente conforme disponibilidade em classe de reserva especial em vôos regularmente operados pela Varig.

"Caso não exista vôo regular operado pela Varig, os bilhetes existentes serão aproveitados, conforme política a ser definida brevemente', diz a nota.

A Anac informa ainda aos consumidores que no caso de vouchers da Varig não recebidos por empresas de alimentação e de hotelaria, os passageiros devem pagar suas despesas e guardar as notas e recibos de embarque, para posterior ressarcimento junto à Varig.

 

Valor Online
25/07 - 15:22h
Varig opera com apenas sete aviões


RIO - A Varig opera nesta terça-feira com apenas sete das 13 aeronaves da sua atual frota, segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

A empresa está voando para Frankfurt, Nova York e Miami, além de operar em algumas rotas nacionais.

Ontem, a Varig trabalhou com seis aeronaves.

Na sexta-feira, a Anac determinou que a companhia aérea retomasse os 25 destinos para onde operava desde o dia 21 de junho, quando foi adotado um plano de emergência.

Outros 35 destinos suspensos, entre nacionais e internacionais, eram endossados por outras empresas aéreas, segundo esse plano.

A determinação da agência foi uma resposta à empresa, que logo após ser vendida à VarigLog na quinta-feira passada, anunciou a suspensão de todas as rotas nacionais einternacionais, exceto os vôos da ponte Rio-São Paulo.

No entanto, a Varig não tem cumprido a determinação, o que vem causando muitos problemas aos seus clientes.

As outras empresas nem sempre têm assentos disponíveis para acomodar os passageiros com bilhetes da Varig e muitos deles não conseguem embarcar.

A Varig não informou quais foram os destinos suspensos nesta terça-feira, mas terá que apresentar até o fim do dia de hoje sua malha de vôo à Anac, informando sua regularidade.

Caso contrário, a agência reguladora vai definir quais rotas a empresa vai operar durante o período de emergência.

A Anac informa ter recebido ontem ofício assinado pelo presidente da Varig, Marcelo Bottini, sobre acomodação e auxílio aos passageiros de vôos cancelados e atrasados.

Em sua nota, a agência informa que caso a empresa não providencie acomodação e alimentação a seus clientes, essas pessoas devem pagar suas despesas e guardar notas e recibos de embarque para pedir reembolso pela Varig.

(Ana Paula Grabois e José Sergio Osse/Valor Online)

 

Estadão
25 de julho de 2006 - 12:34
Anac e Varig reúnem-se para definir rotas que serão cumpridas
Durante todo o final de semana, a Varig não conseguiu cumprir a determinação da Anac de retomar os vôos, o que tem causado transtornos e tumultos nos principais aeroportos do país
Alberto Komatsu


RIO - Técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estão, desde o início da manhã de hoje, na Varig para definir, na tarde de hoje, juntamente com a companhia, as rotas que serão feitas. O pedido de ajuda veio da própria Varig.

Na noite de ontem, a Anac divulgou comunicado determinando que a Varig deveria informar "imediatamente" os vôos que faria, após ter descumprido outra determinação da Agência que pediu que a companhia retomasse os vôos que suspendeu a partir de sexta-feira. Caso contrário, a Anac definiria as rotas que teriam de ser operadas pela Varig.

Durante todo o final de semana, a Varig não conseguiu cumprir a determinação da Anac de retomar os vôos, o que tem causado transtornos e tumultos nos principais aeroportos do país. A Anac ainda não informou se a Varig será punida pelo cancelamento de vôos.

Governo quer explicações

Na manhã de hoje, o governo resolveu pressionar a Anac. A cobrança do governo veio por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, que quer explicações da direção da Varig. O DPDC notificou ontem à noite a Anac, que é o órgão regulador do setor aéreo. A interpretação do DPDC é que, desde o leilão em que foi vendida a parte operacional da companhia para a VarigLog, há uma espécie de espaço vazio sobre as responsabilidades da empresa.

O diretor do DPDC, Ricardo Morishita, disse à Agência Estado que, ao se comunicar a Anac sobre o caso, o órgão de defesa do consumidor espera que sejam cobrados o presidente da Varig, Marcelo Bottini, e o gestor judicial que, por determinação da lei de recuperação judicial, ainda é o responsável pela parte da empresa que permanece sob responsabilidade da Justiça empresarial do Rio. O DPDC espera que isso ajude a pressionar a Varig a resolver logo essa situação emergencial.

Morishita ressaltou que, nos últimos dias, têm sido "flagrantes" os casos de desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor pela empresa aérea. Além dos casos relatados na imprensa, o departamento diz que também teve conhecimento de situações em que passageiros ligaram para o call center da companhia, antes de se deslocarem para os aeroportos, e foram informados de que os vôos estavam mantidos.

Chegando ao local, no entanto, descobriram que os embarques haviam sido cancelados. "Isso é propaganda enganosa", afirmou Morishita. Ele frisou que "este tipo de desrespeito" pode ter conseqüências muito ruins, não só para a nova companhia que pretende se reerguer após o leilão como também para a aviação comercial em geral.

Cancelamentos continuam

Mesmo sem a autorização da Anac, a Varig continua cancelando vôos por conta da crise pela qual passa. Pelo menos 32 vôos foram suspensos nesta terça-feira, no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio, e no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, São Paulo.

No Rio, pelo menos 16 trajetos não foram cumpridos. Dez deles eram domésticos e partiriam para São Paulo, Manaus, Fernando de Noronha, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Fortaleza e Foz do Iguaçu. Na malha internacional, foram suspensos os vôos com destino a Buenos Aires, Lima, Caracas e Copenhague. Apesar disso, não houve confusão entre os passageiros na hora de trocar os bilhetes. A movimentação no balcão da companhia aérea, pela manhã, estava reduzida.

Os outros 16 vôos cancelados partiriam de São Paulo. Durante toda a manhã, de 20 vôos programados apenas dois foram confirmados - um para Manaus, que deveria partir às 11 horas mais foi antecipado para 8 horas outro para Salvador. Ambos, no entanto, por volta das 9h45 ainda não haviam decolado. Assim como ocorreu no Rio, em São Paulo não houve registro de tumulto de passageiros da Varig. Além disso, quase não filas nos guichês da companhia.

 

Agência Estado
25/07 - 09:01h
Varig recebe US$ 75 mi para manter operações


A VarigLog injetou ontem US$ 75 milhões na Aéreo Transportes Aéreos S.A., empresa criada para comprar a Varig. Esta foi a primeira parcela do investimento total de US$ 505 milhões, com desembolso previsto ao longo de 10 anos.

Do total que a VarigLog colocou à disposição, US$ 39 milhões já haviam sido depositados na sexta-feira. Segundo uma fonte da ex-subsidiária, esse dinheiro foi usado para pagar a câmara de compensação da Associação Internacional de Transporte Aéreo, para permitir que outras companhias transportem passageiros da Varig. Também foram pagas taxas aeroportuárias da Infraero e aluguéis de aviões.

A expectativa é que a VarigLog anuncie esta semana a nova diretoria da Varig, que manterá a marca, mas irá mudar a razão social para Varig Linhas Aéreas, em vez de Viação Aérea Riograndense. Segundo uma fonte ligada à empresa, a ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Silvia Bastos Marques, foi convidada para assumir a direção da Varig. Ela não nega nem confirma, diz apenas que presidir a Varig a atrai. "É um desafio maravilhoso."

Quando questionada se havia sido convidada para o cargo, ela comentou que ainda não poderia dizer nada, mas devolveu a pergunta. "Estou fazendo uma enquete. O que você acha? Sou corajosa, mas não aventureira. Acho este um caso fascinante", disse ela.

Outro fato novo - na verdade a reedição de uma proposta antiga - surgiu ontem: em Portugal, o presidente da estatal aérea TAP, o brasileiro Fernando Pinto, disse que mantém o interesse na Varig. "Continuamos a ter interesse na Varig . No futuro podermos participar de alguma maneira do processo".

Aeroportos

Nos aeroportos, a semana começou tumultuada para os passageiros da Varig. Ainda é grande o transtorno provocado pelos adiamentos e cancelamentos de vôos. A própria empresa diz que não tem como informar quantos vôos está operando. Até a quinta-feira passada, quando a VarigLog comprou a Varig, a companhia tinha 25 rotas, sendo 11 nacionais e 14 externas. (Colaboraram Irany Tereza e Mônica Ciarelli)

 

O Globo
25/07/2006 - 07h41m

Dezesseis vôos da Varig cancelados no Tom Jobim
CBN

RIO - Pelo menos 16 vôos da Varig que partiriam do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, nesta terça-feira, foram cancelados: dez domésticos para São Paulo, Manaus, Fernando de Noronha, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Fortaleza e Foz do Iguaçu, além de seis vôos internacionais, para Buenos Aires, Lima, Caracas e Copenhague. Apesar dos cancelamentos, não houve confusão e a movimentação no balcão da Varig no aeroporto está reduzida.