::::: RIO DE JANEIRO - 26 DE JUNHO DE 2007 :::::

 

Site da ALERJ
26/06/2007
CPI ACREDITA QUE QUEBRA DA VARIG MOTIVOU ONDA DO APAGÃO AÉREO NO PAÍS

O advogado e economista Paulo Rabello, responsável pelo plano de recuperação da Varig, afirmou, nesta segunda-feira (25/6), que o apagão aéreo começou a ser deflagrado após a quebra da empresa. A afirmação foi feita durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio que investiga o processo de venda da companhia aérea. Segundo Rabello, o problema que tem gerado atrasos nos aeroportos resume-se à falta de gestão. “Os profissionais da Varig eram altamente preparados para controlar as situações de caos. Só existe apagão aéreo nos vôos domésticos. Está claro que o problema está na malha doméstica. Com a quebra da Varig, o Brasil perdeu os grandes peritos da aviação brasileira”, afirmou. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), disse que o depoimento confirmou uma grande suspeita. “Já vinha salientando isso há muito tempo. Agora querem passar para a imprensa que os controladores de vôo são os grandes culpados. Está na cara que eles não têm esse poder para atrasar vôos do País inteiro”, disse o pedetista.

Fabíola Gerbase

 

 

O presidente da CPI da Varig, deputado Paulo Ramos (PDT), concordou com o depoente Rabello e criticou a Fundação Rubem Berta, que administrou a Varig por 65 anos e detinha 87% das ações da empresa

Paulo Rabello elaborou o Plano de Reestruturação Ampla (PRA), em meados de 2002, quando foi procurado por funcionários da Varig, preocupados com a crise financeira vivida pela empresa naquela época. “Esse plano, naquele momento, foi até apresentado ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Não foi por falta de demonstração que ele (o plano) não foi para frente”, declarou o advogado, que classificou de farsa o Plano de Recuperação Judicial da Varig, ocorrido em 2005 e elaborado pelo administrador judicial José Henrique Cysneiros. “Não havia a necessidade da criação desse plano. A empresa estava começando a se reconstruir. Na prática, nunca existiu um plano de recuperação sério. Houve uma grande resistência para que o plano que eu elaborei não fosse colocado em uso. Eram muitos interesses envolvidos, além da imaturidade da Lei de Recuperação Judicial, que foi colocada em vigor pela primeira vez no caso Varig", expôs Rabello, referindo-se à nova Lei de Falências, aprovada em 9 de junho de 2005, que substituiu a concordata pela recuperação judicial. Com isso, todas as ações ou execuções judiciais contra as companhias do grupo Varig ficaram suspensas por 180 dias até que as dívidas pudessem ser resolvidas.

Fabíola Gerbase

 

 

O advogado e economista Paulo Rabello, responsável pelo plano de recuperação da Varig, afirmou, nesta segunda-feira (25/6), em depoimento à CPI da Varig, que o apagão aéreo começou a ser deflagrado após a quebra da empresa

"O grande público ficou com a impressão de que a empresa teve o fim que merecia. Não houve recuperação judicial alguma. O que houve foi dano”, afirmou o advogado. O deputado Paulo Ramos concordou com Rabello e criticou a Fundação Rubem Berta, que administrou a Varig por 65 anos e detinha 87% das ações da empresa. “O processo foi todo muito confuso. O interesse dos compradores gerou o fim da Varig. A Fundação Rubem Berta foi, no mínimo, omissa nesse processo”, disse.

Os sócios da Volo do Brasil – empresa que chegou a anunciar a compra da Varig –, Marco Antônio Audi, Eduardo Gallo e Marcos Haftel, serão ouvidos na próxima quinta-feira (28/6), às 13h30, na sala 311 do Palácio Tiradentes. Nesse caso, a CPI teve que obedecer à decisão judicial que garantiu aos três o envio de passagens aéreas para que Audi, Gallo e Haftel viessem à Alerj. Eles foram convidados outras cinco vezes e faltaram a todas as sessões da CPI.

O presidente da comissão confirmou que irá enviar o relatório final para a CPI do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, em Brasília. “O desdobramento será lá em Brasília. Espero que eles possam aprofundar as investigações sobre tudo o que foi dito aqui”, concluiu Paulo Ramos. A CPI da Varig foi prorrogada por mais 30 dias e deverá ter seus trabalhos finalizados na segunda quinzena de julho.

 

 

O Estado de São Paulo
26/06/2007
Aviões se chocam em Congonhas
Colisão ocorrida em manobra na pista não teve feridos
Camilla Rigi

Um choque envolvendo dois aviões no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, na noite de anteontem, assustou os passageiros. Por volta das 23h40, um Boeing 737-700 da Gol, ainda no chão, preparava-se para entrar na pista de decolagem quando bateu a ponta de sua asa com a de outro avião, um Airbus 320 da TAM, que iniciava a manobra para sair do pátio. A pista em uso era a 17, sentido Moema-Jabaquara. Não houve feridos.

Segundo nota emitida pelas companhias, não houve grandes estragos nos aviões, mas os 123 passageiros da TAM que seguiriam para Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, desembarcaram e passaram a noite em hotel. Só ontem, às 11 horas, puderam seguir viagem em vôo extra. Os passageiros da Gol foram levados ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, onde pegaram outro vôo na madrugada para Campo Grande (MS).

O incidente está sendo investigado pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), que tem 60 dias para emitir um relatório.

Porém, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, adiantou que o erro pode ter sido do tratorista que manobrava o avião da TAM. Para Pereira, ele pode ter dado uma ré muito longa ou o avião da Gol estava fora da faixa da pista de táxi. O acidente não chegou a afetar as operações de ontem no aeroporto.

‘ALI É APERTADO’

Para o diretor de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, o incidente ressalta que Congonhas está com sua capacidade ultrapassada. “O pátio quase não cresceu, mas os aviões sim. Ali é tudo apertado, se sair um metro da faixa bate mesmo.”

Segundo Camacho, o movimento de solo é responsabilidade do comandante, mas é necessário averiguar se houve sinalização da Infraero.

 

 

O Estado de São Paulo
26/06/2007
Donos da Gol compram a Viação Penha, da Itapemirim
Beth Moreira

O grupo Áurea, da família Constantino - dona da empresa aérea Gol -, confirmou ontem ter comprado a empresa de transporte rodoviário Penha, conforme antecipou a coluna de Sonia Racy. A empresa pertencia ao grupo Itapemirim, do empresário Camilo Cola. O negócio foi fechado por R$ 120 milhões. Nenê Constantino, o patriarca da família, construiu sua fortuna exatamente com ônibus.

A Viação Penha nasceu em Curitiba nos anos 60 e foi incorporada pela Itapemirim em 1973. A companhia tem uma frota de aproximadamente 400 ônibus e linhas em todo o Brasil, com exceção da região Norte. A empresa tem um faturamento anual de cerca de R$ 100 milhões.

A venda para o grupo Áurea, no entanto, ainda terá de obter autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo o órgão, a companhia está em nono lugar no ranking das maiores companhias de transporte rodoviário de passageiros.

A família Constantino negocia também a compra de uma participação de 45% na operadora de telefonia celular Unicel, que recebeu licença para atuar em São Paulo.

 

 

Jornal do Brasil
26/06/2007
Diretora diz que Anac não tem culpa pelo apagão aéreo

BRASÍLIA. A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu disse ontem por que o órgão, até agora, não tomou medida para ajudar a acabar com a crise aérea. Segundo Denise, apesar de a Anac ter a função de garantir a continuidade da prestação dos serviços e a obrigação de proteger os direitos do consumidor, o apagão "não tem nada a ver com a Anac".

- A crise não é das empresas aéreas. Se o problema é do controle de vôos, não cabe à Anac atuar - disse a diretora da agência, sugerindo que a responsabilidade pelo fim da crise só é da Aeronáutica.

Denise revelou que a Anac estuda medidas para tentar reduzir o congestionamento de vôos no aeroporto de Congonhas (SP), o mais movimentado do país. A idéia é transferir vôos de transporte de carga de Guarulhos para Ribeirão Preto. Assim, parte dos vôos de passageiros de Congonhas passaria a pousar em Guarulhos. A agência também estuda aumentar o uso dos aeroportos de Viracopos, em Campinas, e o Campo de Marte, na capital paulista.

Denise ponderou que não há como acabar com a concentração de vôos nos períodos da manhã e da noite: "O horário de pico é criado pelo mercado". Ontem, 10,3% dos 1.546 vôos previstos atrasaram mais de uma hora, e 4,8% foram cancelados. Os aeroportos em que as decolagens mais atrasaram foram os de Brasília (13,5%) e Congonhas (13,5%). No Galeão (RJ), 12,5% dos 144 vôos atrasaram.

Os aeroportos de São Paulo tiveram que suspender no fim da manhã as decolagens rumo ao Tom Jobim devido a um confronto entre policiais e bandidos que causou o fechamento de uma das pistas do aeroporto fluminense. Outro incidente atrapalhou o fluxo em Congonhas. As asas de aviões da TAM e da Gol se chocaram quando as aeronaves taxiavam na pista, na noite de domingo. Os passageiros foram transferidos para vôos na manhã de ontem. Ninguém se feriu. (F.E.)

 

Folha de São Paulo
26/06/2007
Aviões da TAM e Gol colidem na pista do aeroporto de Congonhas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA RIBEIRÃO

Dois aviões com passageiros da TAM e da Gol colidiram anteontem à noite na pista do aeroporto de Congonhas (zona sul de SP). Não houve feridos.

Ninguém sabe ainda as razões do acidente, que especialistas consideram raro. Devido ao choque, que danificou a ponta das asas, os vôos foram cancelados e os passageiros, colocados em outros aviões.

O avião da Gol havia deixado o box e taxiava para a pista auxiliar para decolar -a principal está em reforma desde 14 de maio e deve ser liberada até sexta. A aeronave da TAM estava saindo de ré do box, rebocado pelo trator da empresa, e estava numa outra pista.

Em cada pista há uma faixa amarela contínua distante 42 m uma da outra. Para executar o taxiamento, as aeronaves devem estar com a roda do trem de pouso da cabine sobre a faixa. Quando isso não ocorre, há o risco de haver colisão, relata o SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Vôo).

O bico das duas aeronaves estava no mesmo sentido. No choque, o avião da Gol mantinha velocidade de 6 km/h.

Os 123 passageiros do Airbus A-319 da TAM dormiram em um hotel e saíram de Congonhas às 10h46 para Ribeirão Preto (314 km de SP).

Os 96 passageiros do Boeing 737-700 da Gol foram a Cumbica, em Guarulhos (Grande SP). Às 3h30, foram em outro avião para Campo Grande (MS).

O choque entre a asa esquerda do Gol e a direita da TAM, às 23h47, assustou passageiros. A secretária Sandra Santos estava no vôo da TAM. "Senti que era batida." Ela comparou o fato a passar sobre um lombada, mas com um impacto maior.

O Cenipa (Centro de Investigação de Prevenção em Acidentes Aeronáuticos) apura se o tratorista da TAM posicionou o avião errado. Gol e TAM não apontaram culpados.

 

 

Coluna - Claudio Humberto
26/06/2007
Gol: provável reviravolta


Setores de inteligência militar trabalham com uma hipótese que pode provocar reviravolta na investigação do acidente do vôo 1907 da Gol, que matou 154 pessoas. Se confirmada, a versão isenta os controladores e também os pilotos americanos: com sua estrutura comprometida após um pouso de forte impacto em Manaus, o Boeing 737-800 teria se desintegrado em pleno vôo e seus destroços atingido de raspão o Legacy da Embraer.

Explicação
A eventual desintegração do Boeing explicaria por que o Legacy, jato muito menor que o Boeing da Gol, não se desestabilizou com o suposto choque.

Asa cortada
A FAB chegou a admitir a hipótese de desintegração, mas a descartou. A versão oficial é que o Legacy cortou a asa do Boeing e provocou a tragédia.

Desintegrou
A FAB atestou em 3 de outubro que o avião da Gol se desintegrou após o choque com o Legacy. Suspeita-se agora que isso tenha ocorrido antes.