:::::RIO DE JANEIRO - 26 DE JUNHO DE 2006 :::::
 

O Estado de São Paulo
26/06/06
Americanos chegam para negociar

Donos do fundo Matlin Patterson, sócios da Volo do Brasil, começam a negociar os detalhes da compra da Varig
Mariana Barbosa

A Varig retomou os vôos de Londres ontem, após suspender temporariamente a maior parte dos vôos internacionais na semana passada. Ontem, passageiros continuavam enfrentando espera e incerteza nos aeroportos. Para a Europa, foram mantidos dois vôos diários para Frankfurt. Para os EUA, a empresa fará vôos em dias alternados para Miami e Nova York. Nos destinos cancelados, como Milão, os passageiros são enviados para Frankfurt, em vôos da Star Aliance, e de lá para o Brasil. Da França, os brasileiros voltam via TAM. De Madri, pela Ibéria. O plano de emergência adotado na quarta-feira terminou sábado, mas fiscais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) continuam de plantão nos aeroportos do Galeão (Rio) e Guarulhos (São Paulo). O telefone para informações sobre os vôos da Varig é o 4003-7000.

Os donos do fundo Matlin Patterson, sócios americanos da Volo do Brasil, chegam esta semana ao Rio para negociar a aquisição da Varig, enquanto o juiz da 8ª Vara empresarial, Luiz Roberto Ayoub, decide nos próximos dias se convoca novo leilão ou uma assembléia de credores para avaliar a proposta. A decretação da falência não está descartada. A decisão de Ayoub depende de um parecer do administrador judicial, a Deloitte, aguardado para hoje.

A concretização da proposta de aquisição da Varig, por US$ 485 milhões, estava condicionada à aprovação, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da compra da VarigLog pela Volo. Depois de quase seis meses de análise, a Anac aprovou a operação na sexta-feira.

A Volo é uma sociedade formada pelo fundo Matlin (via Volo Logistics) e três sócios brasileiros. Segundo um executivo próximo à negociação, a Volo/VarigLog pretende entrar com cautela na Varig, pois está consciente de que a decisão da Anac poderá ser contestada. "Há uma dura batalha pela frente ainda", diz o executivo.

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), contrário à venda da VarigLog por acreditar que a presença do Matlin fere a lei que limita a 20% a participação estrangeira em empresas aéreas, deve entrar na Justiça ainda esta semana contra a decisão da Anac.

A disputa deve ganhar contornos políticos. Senadores de oposição pretendem convocar, para maiores explicações, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o diretor-geral da Anac, Milton Zuanazzi, o diretor do Snea, Anchieta Hélcias, e representantes da Volo.

A confirmação da VarigLog como potencial investidora na Varig abre espaço para uma injeção de recursos de curto prazo, em valores que poderão variar de US$ 20 milhões a US$ 35 milhões. Desse montante, aproximadamente dois terços seguiriam para recuperação de parte dos 16 aviões que estão parados para manutenção. O fundo Matlin também conversa com empresas de leasing e terá de colocar em dia os aluguéis para garantir a reincorporação de parte dos mais de 20 aviões parados por decisão judicial.

A situação da Varig hoje é bem mais crítica do que em agosto, quando o Matlin manifestou interesse pela companhia. Na época, o chinês Lap Chan, um dos sócios do Matlin, previa um prazo de cinco a sete anos para recuperar a Varig. "A situação se deteriorou bastante, mas a marca ainda é muito forte", avalia o executivo.

Em entrevista na sexta-feira, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou que a companhia fará contato com o juiz da Corte de Falências de Nova York, Robert Drain, "para dar um posicionamento dessa nova negociação". A expectativa das empresas de leasing é de que o juiz deverá prorrogar novamente, em audiência na quarta-feira, a liminar que protege a Varig do arresto de aviões.


Zero Hora
26/06/06
Americanos vêm negociar a Varig
Donos do fundo Matlin Patterson, sócios da Volo do Brasil, desembarcam no país para tratar sobre a aquisição da Varig, por US$ 485 milhões, oferta que pode ser uma das últimas saídas da empresa

Devem desembarcar esta semana no Rio os donos do fundo Matlin Patterson, sócios americanos da Volo do Brasil. Eles vêm negociar a proposta de aquisição da Varig, praticamente a última esperança de salvar a companhia aérea.

A concretização da proposta de aquisição da Varig, por US$ 485 milhões, estava condicionada à aprovação da compra da Varig Log pela Volo, confirmada no último sábado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), depois de quase seis meses de análise.

A Varig Log já teria inclusive depositado US$ 20 milhões como antecipação da oferta feita na semana passada. Parte dos recursos seria usada para saldar parcela da dívida com empresas de leasing durante audiência na Corte de Falências de Nova York, quarta-feira. Com isso, a companhia aérea espera obter do juiz americano Robert Drain mais tempo para evitar o arresto de aviões. Outra parte também seria usada para a recuperação de alguns dos 16 aviões que estão parados para manutenção.

A Volo é formada pelo fundo Matlin e três sócios brasileiros. Segundo um executivo próximo à negociação, a Volo/Varig Log pretende entrar com cautela na Varig, pois sabe que a decisão da Anac pode ser contestada. Contrário à venda da VarigLog, o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) argumenta que a presença do Matlin fere a lei que limita a 20% a participação estrangeira em aéreas e deve entrar na Justiça. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, garantiu que a venda da Varig Log está dentro da lei.

Hoje, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, deve se manifestar sobre o que deverá ocorrer com o processo de reestruturação da Varig (veja quadro). No final de semana, continuou o sufoco dos nos aeroportos nacionais e internacionais por causa dos cancelamentos de vôos.

Ontem, a Anac emitiu nota informando que as concorrentes nacionais da Varig continuam endossando bilhetes de vôos cancelados. A TAM, que está oferecendo vôos extras a partir de Brasília para Congonhas, Porto Alegre, Curitiba e Manaus para atender à demanda, informou que os vôos adicionais previstos para hoje serão realizados. A Gol estaria disposta a manter o reforço até hoje.

As alternativas
O que o juiz Luiz Roberto Ayoub pode decidir hoje:


Convocar novo leilão
Com a aprovação da venda da VarigLog à Volo, fica aberto o caminho para uma nova tentativa de venda da Varig. Caso Ayoub, que examinou a proposta da VarigLog durante o fim de semana, considere a oferta adequada ao modelo aprovado em assembléia de credores, pode chamar nova rodada de ofertas. Embora seja pouco provável que surjam novos interessados, o juiz precisa abrir a oportunidade.

Chamar os credores
Caso depois da avaliação o juiz conclua que a oferta da VarigLog é diferente da já aprovada, terá de convocar os credores para uma nova reunião, onde a proposta será avaliada e votada.

Decretar falência
É a menos provável das hipóteses, mas Ayoub disse diversas vezes, na sexta-feira, que não decretou falência até agora porque não houve pedidos. Se algum credor apresentar o pedido, o juiz terá de se manifestar.

Por que a crise persiste
Vencedor do leilão do dia 8 de junho, o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), não cumpriu no prazo previsto uma das exigências do edital, que era o depósito de US$ 75 milhões. Diante disso, o juiz Ayoub decidiu considerar o leilão "deserto".


Folha de São Paulo
26/06/06
Crise da Varig faz subir ações de TAM e Gol
Mesmo já tendo aumentado neste ano, papéis das duas aéreas devem ter ganhos com o desfecho do problema da concorrente
Papéis da Varig caíram quase 63% em um mês e podem "virar pó" se a aérea for à falência; mercado já aposta nas rivais

SANDRA BALBI DA REPORTAGEM LOCAL

A lenta agonia da Varig "fritou" as ações da empresa na Bovespa nos últimos 30 dias. Os papéis preferenciais (PN) desvalorizaram 62,8% entre os dias 23 de maio e a sexta-feira passada -o auge da crise da aérea- e podem "virar pó" se a empresa for à falência, dizem analistas.

Esperando um desfecho iminente para a crise da Varig, o mercado já está fazendo suas apostas nas duas companhias que deverão herdar o espólio da aérea: a TAM e a Gol. "São as duas empresas que têm condições de capturar os clientes da Varig", diz Jander Medeiros, analista do banco Pactual.

Ambas têm grandes frotas e uma malha de rotas com flexibilidade para fazer alterações e atender os clientes deixados pela Varig. A TAM tinha, em maio, 45,6% de participação no mercado doméstico de aviação; a Gol, 33,6%.

Apesar de terem portes diferentes, as duas operam com índices de ocupação semelhantes. A TAM voa com 27% dos assentos livres e a Gol, com 26%, diz Medeiros. "Mas, por ser maior do que a Gol, a TAM poderá absorver maior número de passageiros da Varig."

Embora as ações da TAM e da Gol já acumulem altas de 28,5% e de 16%, respectivamente, neste ano, os analistas consideram que ainda falta muito para esses papéis "precificarem" a ausência -ou a redução drástica- da participação da Varig no mercado. E recomendam a compra dos dois.

Dois cenários

Medeiros trabalha com dois cenários para estimar os resultados da TAM e da Gol e projetar os ganhos que os investidores podem ter com seus papéis. No primeiro cenário, a Varig continuaria operando em 2007, mas teria seu "market share" reduzido de 14,4%, em maio, para 11%.

Nesse cenário, o lucro da TAM em 2007 seria de R$ 802 milhões e o da Gol, de R$ 934 milhões. Pelos cálculos de Medeiros, o P/L (preço/lucro, indicador que mostra a relação entre o preço da ação e o lucro oferecido ao acionista) da TAM seria de 10,6 e o da Gol, de 16,4. Quanto menor o P/L, mais rápido é o retorno do acionista.

No caso de a Varig parar de voar, o lucro da TAM no ano que vem seria de R$ 1,277 bilhão -57% maior do que na projeção que considera a sobrevivência da aérea em 2007.

Nesse segundo cenário, ele calcula um P/L de 6,7 para a ação preferencial da TAM. Já a Gol teria lucro de R$ 1,258 bilhão e o P/L do papel seria de 12,2. "Por essa medida, o papel da TAM está muito barato", diz.

Medeiros calcula o preço alvo -valor que a ação pode atingir em 12 meses- da Gol em R$ 99, com potencial de alta de 42%, e o da TAM em R$ 108, o que significa ganho de 111% sobre os preços de sexta-feira.

Para Saulo Sabbá, diretor-executivo da Máxima Asset Management, a TAM é a que mais se beneficia com a crise da Varig e o desaparecimento da companhia. "Ela é maior em número de rotas, aeronaves, rotas internacionais e seus clientes têm o mesmo perfil dos da Varig", observa Sabbá.

Por ser uma empresa "mais barata" no mercado, seus papéis oferecem maiores oportunidades de ganhos. Enquanto o valor de mercado da TAM é de R$ 8,5 bilhões, o da Gol está em quase R$ 15 bilhões.

Mesmo assim, Sabbá recomenda a compra dos dois, pois ambos podem dar ganhos ao investidor. "Desde que não ocorra um novo período de aversão a mercados emergentes, o que faria esse papéis caírem, mas menos do que o Ibovespa."


Valor Econômico
26/06/2006
Varig pode receber hoje US$ 20 milhões
Catherine Vieira e Arnaldo Galvão


A aprovação da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) da compra da VarigLog pela Volo do Brasil, obtida na madrugada de sábado, abre espaço para que sejam liberados hoje os US$ 20 milhões emergenciais propostos pela VarigLog para ajudar a Varig. O juiz que conduz o processo de recuperação da Varig, Luiz Roberto Ayoub, também deve se pronunciar hoje sobre a nova proposta da ex-subsidiária. Na sexta-feira, ele decretou deserto o leilão do dia 8 de junho, já que a NV Participações, única a fazer lance, não fez o depósito de US$ 75 milhões.

Na oferta apresentada à Justiça na semana passada, a VarigLog menciona que poderia fazer o aporte emergencial de até US$ 20 milhões, "obtidas as aprovações da Anac, independentemente de aprovação final da proposta pelo juízo da recuperação, com monitoramento da aplicação de recursos", diz o texto da proposta à qual o Valor teve acesso.

Segundo fonte que acompanha o processo, a Justiça pode aprovar a proposta da VarigLog e convocar a assembléia de credores, para que analisem a oferta. Para sacramentar uma venda, no entanto, é preciso que ocorra novo leilão. De acordo com a fonte, o juiz pode tentar agendar um leilão em prazo curto.

A proposta apresentada pelos controladores da ex-subsidiária previa aplicação de recursos para manter a companhia até novo leilão. De acordo com a oferta, haveria garantia de aporte e depois abertura de prazo de 20 dias para apresentação de propostas concorrentes, mediante garantias firmes dadas pelos proponentes. Se algum outro proponente saísse vencedor, os montantes prévios seriam devolvidos à VarigLog, acrescido de prêmio de 10%.

O principal entrave pode ser a oposição que o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) está impondo à proposta da VarigLog. "O açodamento da Anac começou quando o advogado Roberto Teixeira e sua filha Valeska passaram a defender os interesses da Volo. Nesse momento, a Casa Civil passou a pressionar a agência", disse José de Anchieta Hélcias, diretor de relações governamentais do sindicato. Teixeira é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A assessoria da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, informou que nunca houve pressão para que a Anac tomasse qualquer decisão.

Segundo Anchieta, o Snea vai apresentar à Justiça Federal um mandado de segurança porque considera ilegal a decisão da agência. "A Anac abriu mão de suas atribuições. A lei determina que uma concessionária não pode ter mais de 20% de capital estrangeiro e a Volo não provou essa condição. Além disso, o direito de manifestação do Snea no processo, garantido por lei, foi desrespeitado."

A Volo do Brasil, consórcio que comprou a VarigLog no fim de 2005 por US$ 48 milhões, é formado pelos brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo e pelo fundo de investimentos americano Matlin Patterson, que tem como sócio o investidor Lap Chan. O grupo já havia feito duas propostas pela Varig, uma no ano passado, de US$ 500 milhões; e outra este ano de US$ 400 milhões. Pelo texto da nova proposta, a oferta é de até US$ 485 milhões de injeção de capital.

Representantes do administrador judicial responsável pelo caso Varig - Deloitte - e os juízes que cuidam do caso passaram o fim de semana estudando a proposta, que segundo Ayoub, teria chegado oficialmente ao judiciário na sexta-feira. De acordo com uma fonte que acompanha o caso, os detalhes da oferta estavam sendo tratados com representantes da VarigLog.

A Varig estendeu até hoje o acordo com a BR Distribuidora para fornecimento de combustível. A Infraero deu até sábado para que a aérea passe a pagar os valores das taxas de embarque. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, disse que não pode julgar a decisão da Anac, mas considera bem vinda qualquer medida de salvação e, consequentemente, dos créditos de R$ 600 milhões que possui com a companhia aérea.

Na sexta à noite, o presidente da empresa, Marcelo Bottini, disse que metade da frota da Varig, de 60 aeronaves, está operando. Ele disse que a empresa tinha feito o dever de casa, apresentado uma solução de mercado (com a proposta da VarigLog) e que a "bola estava com o governo". No sábado a Anac informou a aprovação da venda da VarigLog para a Volo, abrindo caminho para a nova proposta.
(Com agência O Globo)


O Globo
26/06/06
Injeção de US$ 20 milhões na Varig

Geralda Doca, Erica Ribeiro e Luciana Casemiro

BRASÍLIA e RIO. A VarigLog já injetou no caixa da Varig US$ 20 milhões, como antecipação da oferta de US$ 495 milhões para levar a companhia feita na semana passada, e deu à empresa fôlego para voar por mais uma semana. Uma parte desse dinheiro, informou um integrante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), será usada para quitar parcela da dívida com as empresas de leasing , durante audiência na Corte de Falências de Nova York, quarta-feira. Com isso, a aérea espera obter do juiz americano Robert Drain mais tempo para evitar o arresto de aviões.

A decisão da Anac de aprovar a venda definitiva da VarigLog para a Volo do Brasil, na madrugada de sábado, foi fundamental para o aporte de recursos. Ainda esta semana, o juiz Luiz Roberto Ayoub, que coordena o plano de recuperação da Varig, na 8 Vara Empresarial do Rio, deverá convocar a assembléia de credores para decidir os moldes do novo leilão.

O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, garantiu ao GLOBO ontem que a venda da VarigLog para a Volo está dentro da lei e negou irregularidade do órgão regulador para apressar a aprovação do negócio. Segundo ele, a agência fez um esforço para a analisar os documentos entregues pela empresa na quinta-feira porque essa era uma condição para que a VarigLog adiantasse os US$ 20 milhões à Varig, para manter a empresa voando:

— Eu já disse e repito que vamos fazer qualquer esforço para salvar a Varig, dentro daquilo que nos compete.

Parecer do MP e de consultoria devem sair hoje

Zuanazzi admitiu que a Anac desistiu de comprovar a origem dos recursos envolvidos na operação porque, segundo parecer da sua procuradoria jurídica, isso não é função da agência, mas de órgãos como Banco Central e Receita Federal. A exigência de cópia de declaração de Imposto de Renda dos sócios brasileiros também não consta da lei de licitação, nem do Código Brasileiro de Aeronáutica, afirmou. Esta avaliação também foi feita pela Casa Civil. Zuanazzi disse que, pelo contrato apresentado pela VarigLog, os brasileiros fizeram empréstimos para entrar no negócio, registrados no BC.

— Os donos da VarigLog são brasileiros. Eles detêm 80% do capital da empresa — disse.

Hoje a Justiça do Rio deverá ter nas mãos o parecer do Ministério Público (MP) estadual e da consultoria Deloitte, administradores judiciais da empresa, sobre a proposta de compra da Varig Operações (parte doméstica e internacional) pela VarigLog. Representantes do MP e da Deloitte trabalharam no fim de semana para conhecer detalhes da oferta. Caso ela mude, dizem algumas fontes, a solução se arrastaria por mais um ou dois dias. Hoje também termina o prazo renegociado na sexta-feira com a BR para fornecimento de combustível.

O plano de emergência da Anac para garantir o embarque de passageiros da Varig por outras companhias, segundo Zuanazzi, da Anac, foi suspenso pela companhia. Caso a situação não seja normalizada, o gabinete de crise pode ser acionado.

Ontem a Anac informou que a Varig embarcou mais passageiros internacionais no sábado. Os vôos para Londres voltaram a ser feitos. Na Alemanha, estão confirmados vôos a partir de Frankfurt e nos EUA, de Miami e Nova York para o Brasil. Em Milão o embarque é pela Star Alliance; na França, pela TAM; e em Madri, pela Ibéria. Nos destinos domésticos, Gol e TAM continuaram a endossar bilhetes, garantiu a agência.

Infraero diz que média de vôos cancelados foi de 70%

Ontem a Infraero informou que a média de vôos cancelados foi de 70% no fim de semana. No Santos Dumont, a previsão, até a noite de ontem, era de cancelamento de 13 vôos Rio-São Paulo. Já no Galeão, até as 18h, foram cancelados 24 vôos, domésticos e internacionais. Entre eles, o Rio-Manaus em que Luciana Conegundes embarcaria com o filho de cinco meses:

— Não fui avisada previamente nem recebi prioridade pelo fato de estar com o bebê.

A colombiana Salomé Dussán voaria sábado para a Colômbia e teve o vôo remarcado para ontem, com pernoite em Caracas. Só hoje chega ao destino.


O Dia
25/6/2006 23:54h
Nova possibilidade de venda pode gerar cinco mil cortes


Rio - O presidente da Associação de Pilotos da Varig (Apvar), Rodrigo Marocco, estima que 5 mil funcionários correm o risco demissão com a nova possibilidade de compra.

Além disso, o mercado não teria como absorvê-los porque os salários são mais elevados. Marocco está indignado com a Anac e diz que o governo só dificultou a compra por parte dos funcionários, que estão há dois meses sem salário. “O BNDES empresta dinheiro para todos, menos para os funcionários que querem salvar a companhia”, desabafa.

Marocco afirma que o objetivo dos trabalhadores da Varig é manter a empresa viva, mas com uma proposta consistente. “Os credores vão fazer assembléia para analisar a proposta”, disse. Ele lembra que, a partir de setembro, 8 mil aposentados da Varig beneficiados pelo plano de previdência privada (Aerus) terão dificuldades para receber as aposentadorias.


Estadão - Blog NOBLAT
25/06/2006 - 23:28h
Varig, um nó que não desata

Mariana Barbosa

"Os donos do fundo Matlin Patterson, sócios americanos da Volo do Brasil, chegam esta semana ao Rio de Janeiro para negociar a proposta de aquisição da Varig. O juiz da 8ª Vara empresarial, Luiz Roberto Ayoub, decide nos próximos dias se convoca novo leilão judicial ou uma assembléia de credores para avaliar a proposta.

A decretação da falência não está descartada. A decisão de Ayoub depende de um parecer do administrador judicial, a Deloitte, aguardado para esta segunda-feira, 26.

A concretização da proposta de aquisição da Varig, por US$ 485 milhões, estava condicionada à aprovação, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da compra da VarigLog pela Volo. Depois de quase seis meses de análise, a Anac aprovou a operação no sábado, 24.

A Volo é uma sociedade formada pelo fundo Matlin (via Volo Logistics) e três sócios brasileiros".


Invertia
Domingo, 25 de Junho de 2006, 22h39 
Varig vai honrar suas milhas, diz Anac
Fonte: INVERTIA - Atualizada às 00h05

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou neste domingo que a Varig, enquanto estiver "viva", deverá honrar seus compromissos, inclusive seu programa de milhagens.

Em entrevista ao Fantástico, Milton afirmou que os consumidores devem continuar viajando com a Varig e procurar a Anac para eventualmente trocar bilhetes de vôos cancelados.

"Estou muito confiante com uma solução pra Varig", afirmou. Segundo ele, uma petição apresentada na 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro prevê um aporte de recursos na Varig na segunda-feira, o que será essencial para que a aérea honre seus compromissos.

Leilão

Na última sexta-feira, o juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Luiz Roberto Ayoub cancelou a venda da Varig para o consórcio NV Participações por falta de pagamento da primeira parcela.

O grupo, liderado pelos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), não honrou o primeiro depósito do lance com o qual venceu o leilão do último dia 8. A NV ofereceu US$ 449 milhões pela companhia aérea, que está em recuperação judicial, e deveria ter depositado US$ 75 milhões de dólares na sexta.

A ex-subsidiária da Varig, a VarigLog, também apresentou proposta formal de compra da companhia aérea. No entanto, condicionou a compra à aprovação por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de sua aquisição pelo grupo Volo do Brasil, o que ocorreu neste sábado. Agora, o juiz Ayoub deverá avaliar na segunda-feira se a proposta da ex-subsidiária é viável.


Estadão
25 de junho de 2006 - 22:00
Americanos vêm ao Brasil negociar compra da Varig
O juiz da 8ª Vara empresarial, Luiz Roberto Ayoub, decide nos próximos dias se convoca novo leilão judicial ou uma assembléia de credores

Mariana Barbosa

SÃO PAULO - Os donos do fundo Matlin Patterson, sócios americanos da Volo do Brasil, chegam esta semana ao Rio de Janeiro para negociar a proposta de aquisição da Varig. O juiz da 8ª Vara empresarial, Luiz Roberto Ayoub, decide nos próximos dias se convoca novo leilão judicial ou uma assembléia de credores para avaliar a proposta.

A decretação da falência não está descartada. A decisão de Ayoub depende de um parecer do administrador judicial, a Deloitte, aguardado para esta segunda-feira, 26.

A concretização da proposta de aquisição da Varig, por US$ 485 milhões, estava condicionada à aprovação, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da compra da VarigLog pela Volo. Depois de quase seis meses de análise, a Anac aprovou a operação no sábado, 24.

A Volo é uma sociedade formada pelo fundo Matlin (via Volo Logistics) e três sócios brasileiros. Segundo um executivo próximo à negociação, a Volo/VarigLog pretende entrar com cautela na Varig, pois está consciente de que a decisão da Anac poderá ser contestada. "Há uma dura batalha pela frente ainda", diz o executivo.

Sindicato

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), contrário à venda da VarigLog por acreditar que a presença do Matlin fere a lei que limita a 20% a participação estrangeira em empresas aéreas, deve entrar na Justiça ainda esta semana contra a decisão da Anac.

A disputa deve ganhar contornos políticos. Senadores de oposição pretendem convocar, para maiores explicações, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o diretor-geral da Anac, Milton Zuanazzi, o diretor do Snea, Anchieta Hélcias, e representantes da Volo.

A confirmação da VarigLog como potencial investidora na Varig abre espaço para uma injeção de recursos de curto prazo, em valores que poderão variar de US$ 20 milhões a US$ 35 milhões. Desse montante, aproximadamente dois terços seguiriam para recuperação de parte dos 16 aviões que estão parados para manutenção.

O fundo Matlin também vem mantendo conversas com empresas de leasing de aviões e terá de colocar em dia os aluguéis para garantir a reincorporação de parte dos mais de 20 equipamentos parados por decisão judicial.

Situação crítica

A situação da Varig hoje é bem mais crítica do que em agosto do ano passado, quando o Matlin manifestou interesse pela companhia. Na época, o chinês Lap Chan, um dos sócios do Matlin, previa um prazo de cinco a sete anos para recuperar a Varig. "A situação se deteriorou bastante, mas a marca ainda é muito forte", avalia o executivo.

Em entrevista na sexta-feira à noite, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou que esta semana a companhia fará contato com o juiz da Corte de Falências de Nova York, Robert Drain, "para dar um posicionamento dessa nova negociação". A expectativa das empresas de leasing é de que o juiz deverá prorrogar novamente, em audiência na quarta-feira, a liminar que protege a Varig do arresto de aviões.


Estadão
25 de junho de 2006 - 21:39
Varig retoma vôos de Londres

SÃO PAULO - A Varig retomou os vôos de Londres neste domingo, 25, após suspender temporariamente a maior parte dos vôos internacionais na semana passada. Hoje, passageiros continuavam enfrentando espera e incerteza nos aeroportos. Foram mantidos dois vôos diários para Frankfurt.

Para os Estados Unidos, a empresa fará vôos em dias alternados para Miami e Nova York. Nos destinos cancelados, como Milão, os passageiros são enviados para Frankfurt, em vôos da Star Aliance, e de lá para o Brasil. Da França, os brasileiros voltam via TAM. De Madri, pela Ibéria.

O plano de emergência adotado na quarta-feira terminou sábado, mas fiscais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) continuam de plantão nos aeroportos do Galeão (Rio) e Guarulhos (São Paulo). O telefone para informações sobre os vôos da Varig é o 4003-7000.


O Globo
25/06/2006 - 19h01m
Anac diz que empresas nacionais ainda endossam bilhetes da Varig

Globo Online

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou um boletim neste domingo informando que as empresas nacionais continuam endossando os bilhetes da Varig, mesmo após o término do plano de emergência desenhado pelo órgão regulador.

A Anac também informou que vôos internacionais de Londres para o Brasil voltaram a ser feitos neste domingo e confirmou dois vôos diários a partir de Frankfurt e dos Estados Unidos. Segundo a agência, passageiros dos vôos Milão-Brasil estão sendo escoados por Frankfurt, em vôos realizados pela Star Aliance. Na França, os brasileiros estão chegando ao país através da TAM e, em Madri, pela Ibéria.


Folha Online
25/06/2006 - 18h48

Varig volta a cancelar vôos em São Paulo e Rio
Folha Online

A Varig cancelou neste domingo 26 vôos previstos para decolarem a partir das 18h até o final da noite nos aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo. Dos demais, a maioria está prevista para decolar e alguns aparecem como confirmados pela Infraero, estatal que administra a maioria dos aeroportos brasileiros. A Infraero não informou quantos vôos foram cancelados ao longo do dia.

Para quem tem passagem da Varig, a Infraero disponibiliza em seu site a situação de cada vôo da empresa aérea

No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), 10 dos 20 vôos programados pela Varig das 18h às 23h59 já estão cancelados. Os demais previstos para decolarem. No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, 13 vôos programados para esse período já estão cancelados e outros três no aeroporto Santos Dumont.

Ontem, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse que entre 40 mil e 50 mil passageiros estão no exterior e voltarão para o Brasil com a ajuda de aviões da FAB (Força Aérea Brasileira)

Crise

A Varig tem cancelado mais de 100 vôos por dia e causado filas e transtornos para passageiros. As companhias TAM e Gol reforçaram as rotas domésticas para atender a parte dos passageiros.

Por conta dos cancelamentos, o Procon-SP notificou hoje a Varig com um pedido de esclarecimento com a lista dos nomes dos passageiros que tiveram vôos cancelados pela empresa, o tempo de espera no aeroporto para ser acomodado em outro vôo e a obtenção de endosso dos bilhetes por outras companhias aéreas.

Se a fiscalização do Procon concluir que houve infração ao Código de Defesa do Consumidor, a empresa responderá a um processo administrativo e poderá receber multas que variam de R$ 212,82 a R$ 3.192.300.


Invertia - Terra
Domingo, 25 de Junho de 2006, 14h08 
Sindicato recorrerá à Justiça contra decisão da Anac


O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias vai recorrer à Justiça contra a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de aprovar a venda da VarigLog para a Volo do Brasil, informou a rádio CBN. A confirmação do negócio abre caminho para que a Varig seja arrematada pela ex-subsidiária.

De acordo com o sindicato, a Volo pertenceria a um grupo estrangeiro e pela lei brasileira, as empresas aéreas têm que ter, no mínimo, 80% de capital nacional. A Volo informou que 80% da empresa pertencem a investidores brasileiros.

A Varig cancelou na manhã deste domingo 18 vôos domésticos no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, com horários entre 7h e 18h15. Entretanto, a movimentação foi tranqüila nos balcões da empresa no aeroporto. Há possibilidade de novos cancelamentos.


INVERTIA - Terra
Domingo, 25 de Junho de 2006, 11h59 
BR pode cortar amanhã fornecimento de combustível à Varig


O prazo dado pela BR Distribuidora à Varig para pagamento do fornecimento de combustível termina nesta segunda. O prazo, que terminaria na última sexta-feira, foi prorrogado até segunda-feira. A Varig tem dívidas de mais de R$ 400 milhões com a BR Distribuidora.

A Infraero, que administra os aeroportos brasileiros, também decidiu, na sexta-feira, dar mais prazo à Varig para que a empresa pague as taxas operacionais. A estatal vai cobrar as tarifas aeroportuárias à vista, e antes de cada vôo. A cobrança será iniciada à 0h do dia 1º de julho. Uma carta formal foi enviada à Justiça informando a decisão.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou no sábado a venda da ex-subsidiária de transporte de carga da Varig, a VarigLog, pela Volo, que é vinculada a um grupo estrangeiro. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que a decisão da Anac foi "impatriótica".

Na última sexta-feira, o juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, cancelou a venda da Varig para o consórcio NV Participações por falta de pagamento da primeira parcela.