::::: RIO DE JANEIRO - 25 DE OUTUBRO DE 2007 :::::

 

O Estado de São Paulo
25/10/2007
Infraero privada?

Haverá algum empresário disposto a investir grandes somas numa empresa em crise e cuja imagem pública está abalada por uma longa sucessão de problemas, alguns trágicos, sem nem mesmo deter o controle acionário dela? O governo deve imaginar que sim, ao repetir, como acaba de fazer a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que está disposto a abrir o capital da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) para dar uma “gestão mais eficiente” aos aeroportos brasileiros.

Sem conseguir avançar com a presteza necessária em seu programa de recuperação do sistema aeroportuário, anunciado depois do trágico acidente com o Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas, o governo vem, nos últimos tempos, falando da possibilidade da entrada de capital privado na Infraero, empresa estatal que controla 67 aeroportos em todo o País, incluídos os de maior movimento.

Há alguns dias, em audiência no Senado, o novo presidente da empresa, Sérgio Gaudenzi, disse “não ter preconceito” com relação à proposta de transferência do controle e da operação de aeroportos para a iniciativa privada. Ressalvou, porém, que, dos 67 aeroportos da Infraero, apenas 10 são superavitários. “Será que a iniciativa privada terá interesse nos outros 57?”

Esta é uma das grandes dúvidas que cercam a questão da privatização do sistema aeroportuário. Outra decorre da disposição do governo de admitir um parceiro particular na Infraero, mas apenas na condição de sócio minoritário. O comando da empresa, em termos operacionais e financeiros, continuaria com o setor público.

“Se for assim, não haverá candidatos”, comentou o ex-ministro da Aeronáutica Mauro Gandra, quando o assunto começou a ser discutido. “Quem vai se interessar por uma empresa em crise se não ficar com o controle?”

Enquanto o governo não encontra soluções para a crise dos aeroportos - congestionamentos e atrasos se repetem, para crescente irritação dos passageiros -, falar em capital privado na Infraero e em aeroportos privatizados sugere escapismo.

Isso não quer dizer que a privatização seja má solução. Em várias partes do mundo, e até mesmo no Brasil, a iniciativa privada já mostrou que pode e sabe gerir aeroportos com maior competência do que o poder público. Gestão mais eficiente significa mais conforto e segurança para os usuários.

No caso brasileiro é notória a ineficiência da gestão pública no sistema aeroportuário. A Infraero mantém em seu endereço na internet a informação de que, desde 2003, executa um plano de obras de modernização da infra-estrutura aeroportuária, com ampliações, reformas e construções que “se estendem por todas as regiões do País e geram mais de 50 mil empregos”. O caos aéreo, que de tempos em tempos retém passageiros por horas a fio nos principais aeroportos, é a demonstração irrefutável de que ou os investimentos foram insuficientes ou, o que é mais provável, mal direcionados, quando não, malbaratados.

Diante do crescimento do tráfego aéreo previsto para os próximos anos (o movimento de passageiros deverá passar de 118 milhões em 2006 para 158,3 milhões em 2010), certamente será necessário adicionar aos investimentos previstos pelo governo, um volume expressivo de capital privado. Mais cedo ou mais tarde, por isso, será necessário discutir a privatização dos aeroportos da Infraero, por onde passam 97% dos passageiros dos vôos nacionais e internacionais.

No momento, porém, algumas questões precisam ser respondidas antes de uma proposta dessas ser colocada em discussão pública da qual participem conhecedores do assunto e não políticos, que já fizeram mal suficiente à Infraero. Como ficarão os aeroportos de menor movimento, cuja manutenção e operação impõem prejuízos à Infraero? Como ficará o marco regulatório para o setor?

De imediato, o que o governo pode fazer é abrir para o capital privado, por meio de concessões, o que os especialistas chamam de “novas estruturas”, como terminais nos aeroportos já existentes, ou a construção de novas pistas, como a terceira do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Reestruturação da Infraero e novos aeroportos, como um terceiro de grande porte para São Paulo, podem esperar um pouco.

 

 

Folha de São Paulo
25/10/2007
Vasp recebe oferta de compra de até R$ 25 mi
DA FOLHA ONLINE

As propostas da OceanAir e da empresa de manutenção Digex Aircraft Maintenance para a compra da Vasp foram abertas ontem pelo juiz da 1ª Vara de Falência e Recuperação Judicial de São Paulo, Alexandre Lazarini.

A OceanAir fez uma proposta de R$ 15 milhões, com pagamento extra pelo aluguel de hangares e aeronaves, e outra de R$ 25 milhões. A Digex propôs R$ 24 milhões.
Na terça, credores decidirão em assembléia.

 

 

Folha de São Paulo
25/10/2007
Diretor da Anac é aprovado antes de sabatina
Comissão de Infra-Estrutura do Senado aprovou dois novos diretores da agência antes que fossem feitas as perguntas
Após a contagem dos votos, Marcelo Pacheco dos Guaranys e Alexandre Gomes de Barros falaram por só meia hora e para uma sala vazia

LEILA SUWWAN DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois indicados para a nova diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foram aprovados ontem pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado antes de serem submetidos à sabatina obrigatória para serem admitidos. Os nomes agora seguem para votação final no plenário da Casa.

A urna de votação foi aberta para contagem dos votos antes de os "sabatinados" começarem a responder às perguntas. Já aprovados, por 18 votos a favor, dois contra e uma abstenção, Marcelo Pacheco dos Guaranys, 30, e Alexandre Gomes de Barros, 38, acabaram falando por apenas meia hora e para uma sala vazia -ao final apenas um senador estava presente, para presidir a sessão.

A reunião foi esvaziada e os poucos questionamentos, superficiais. Alguns senadores apareceram apenas para votar. A maioria compareceu para votar emendas orçamentárias para obras e aproveitou para depositar seus votos na urna da sabatina da Anac na saída, quando ainda começavam a ser feitas perguntas aos indicados.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), por exemplo, chegou às 12h33, fez um carinho em Guaranys, conversou por três minutos com o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) e foi embora às 12h37.

Em bloco

A "sabatina" foi apenas uma formalidade. A sessão começou às 11h30, com dois senadores, e terminou às 14h12.

Devido à falta de quórum, decidiram começar pela sabatina -Guaranys e Barros e os respectivos relatores fizeram suas apresentações em cerca de 20 minutos.

Quando a sala encheu, votaram-se as emendas. E antes de voltar à "sabatina", às 12h34, dois senadores já haviam votado -Expedito Júnior (PR-RO) e Jayme Campos (DEM-MT)- e outros faziam fila na urna, prontos para ir embora.

A comissão tem 22 titulares, mas, além dos dois relatores, apenas quatro fizeram perguntas. Um deles, João Tenório (PSDB-AL), terminou de falar, votou e foi embora, às 12h43.

As perguntas eram acumuladas em "bloco", para respostas conjuntas no final. Os poucos comentários foram elogiosos aos currículos dos indicados.

Currículos

Guaranys, advogado especializado em concorrência, trabalha na Secretaria de Acompanhamento Econômico desde 2001. Foi indicado para a cadeira de Leur Lomanto, ex-diretor responsável por Infra-Estrutura Aeroportuária.

Uma das idéias que apresentou para a crise é a concessão privada de novos aeroportos.
Alexandre Gomes de Barros, engenheiro com doutorado e especialização em planejamento aeroportuário, é professor da Universidade de Calgary (Canadá), desde 2004. Foi indicado para o posto de Denise Abreu, ex-diretora de Serviços Aéreos.

Barros afirmou que o sistema de controle de tráfego aéreo deve ser revisto no país, e citou o modelo canadense, executado por uma empresa independente do governo, a NavCanada.

Os nomes agora seguem para aprovação final no plenário do Senado. Se forem aprovados, está formado o contingente mínimo de três -contando com Allemander Pereira- que o ministro Nelson Jobim anunciou para voltar a pressionar pela saída do atual presidente da Anac, Milton Zuanazzi.

 

 

Estadão
25/10/2007
Maior aeronave do mundo da Airbus aterrissa em Sydney
Avião com 471 passageiros e pelo menos 30 tripulantes atrai curiosos em sua aterrissagem na Austrália
Reuters

SYDNEY - O Airbus A-380 da Singapore Airlines aterrissou no aeroporto de Sydney nesta quinta-feira, 25, quase oito horas depois de iniciar seu primeiro vôo comercial.

A aeronave partiu do aeroporto de Changi, em Cingapura, com 471 passageiros e cerca de 30 tripulantes. Antes da decolagem, fontes da SIA admitiram que o mau tempo poderia provocar um atraso na chegada à Austrália.

O piloto Robert Ting, ainda no avião, disse ao vivo à TV australiana Channel Nine que estava satisfeito com o vôo.

Um jornalista do "Channel Ten", a bordo do avião, informou por telefone que os passageiros ficaram "encantados" com o avião. Todos passaram muito bem durante a viagem e acharam a chegada a Sydney "espetacular", acrescentou.

O maior avião do mundo deveria sobrevoar a cidade antes de aterrissar. Mas a manobra não foi possível, porque uma mudança de última hora obrigou o piloto a utilizar uma pista diferente da prevista inicialmente. O A-380 sobrevoou o aeroporto a 1.800 metros de altitude e deu meia volta para aterrissar.

O avião foi recebido por muitos curiosos, que foram ao aeroporto para assistir ao pouso. Alguns passageiros chegaram a pagar até US$ 100 mil por uma passagem para serem os primeiros a viajar no maior avião do mundo.

O avião de dois andares tem 12 suítes de luxo, com monitores de televisão de tela plana, uma mesa de escritório e poltrona reclinável. Só 12 cidades em todo o mundo podem receber o gigante da Airbus, de 80 metros de comprimento e 24,1 de altura.

 

 

Coluna Claudio Humberto
25/10/2007
Viva Zuanazzi


O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, pode ganhar uma estátua do PT. Os petistas adoram seu enfrentamento com o ministro Nelson Jobim (Defesa).

Acorda, Jobim

Enquanto o ministro Nelson Jobim rola o lero, fazendo turismo ecológico, as empresas aéreas burlam a proibição de vôos de Congonhas com destino superior a 1.000 km de distância.

O vôo 3720 da TAM, por exemplo, "para Brasília", faz só uma escala, porque seu destino real é Fortaleza.