::::: RIO DE JANEIRO - 24 DE MAIO DE 2007 :::::

 

Jornal do Brasil
24/05/2007
Fogo em turbina de avião da Gol gera pânico em pleno vôo

São Paulo. O vôo 7486 da Gol que ia de São Paulo para Montevidéu (Uruguai), com escala em Porto Alegre (RS), teve uma pane em uma das turbinas do Boeing 737-800 no fim da noite de terça-feira, cinco minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ninguém se feriu.

O avião, que estava previsto para decolar às 21h40, saiu com um atraso de aproximadamente uma hora e 40 minutos. Segundo informações de passageiros, cinco minutos depois da decolagem houve um estrondo, o avião deu um tranco forte no lado esquerdo e, em seguida, foi possível ver um "enorme fogaréu".

Houve pânico, e no sistema de comunicação interno da aeronave o comandante informou ter havido uma "descompressão no motor", segundo relatos de passageiros. A aeronave sobrevoou por cerca de 30 minutos o litoral de Santos (85 km de São Paulo). Aos passageiros, o comandante do vôo afirmou que tal procedimento seria necessário para gastar o combustível antes de voltar para Cumbica.

O empresário Cícero Eugenio Carpentieri conta que um dos passageiros do avião foi até a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para registrar uma queixa e uma pessoa que o atendeu informou que dezenas pessoas tinham ligado avisando que viram explosão no ar.

- Foi horrível, o avião deu um tranco forte e subiu um fogaréu do tamanho da aeronave - afirmou.

Segundo a versão da companhia aérea, emitida em nota, "o avião precisou retornar ao aeroporto de São Paulo depois que um pássaro entrou em uma das turbinas. Não houve interrupção do funcionamento da turbina, e o pouso em Guarulhos foi feito em condições normais". A Infraero, entretanto, informou ontem que não encontrou vestígios de pássaros como sangue ou penas durante vistoria feita na aeronave. A causa provável, de acordo com técnicos da estatal, foi uma pane no sistema pneumático da turbina.

 

 

O ESTADO DE S.PAULO
24/05/2007
Varig deve ir à Justiça contra a Anac
Agência negou pedido de mais prazo para retomada de vôos internacionais
Beth Moreira

Após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recusar na terça-feira a prorrogação dos prazos para a Varig retomar vôos internacionais, o próximo passo da Gol, controladora da Varig, para manter o direito sobre esses vôos deverá ser ir à Justiça. Fontes do setor que acompanham o caso acreditam que a empresa deverá apelar ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da antiga Varig. A estratégia não foi confirmada pelos advogados da Gol e da Varig.

O recurso deverá sustentar a tese de que o prazo da companhia para iniciar os vôos internacionais deve ser contado a partir da data em que o Itamaraty enviou notificação diplomática às autoridades aeroportuárias estrangeiras (11 de maio), e não a partir da data em que a empresa obteve o certificado de homologação como concessionária de transporte aéreo (14 de dezembro).

A Varig queria que a Anac estendesse até meados de novembro o prazo para retomada dos vôos internacionais que a Varig deixou de operar por causa de sua crise financeira. Segundo fontes do setor, a análise do caso não estava marcada para a terça-feira, mas acabou acontecendo 'às pressas' depois de uma visita do presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, ao órgão.

A interpretação do mercado é de que a Anac se sentiu pressionada com a presença do executivo e acabou colocando o assunto em votação.

Uma outra interpretação do mercado é que a visita de Constantino Júnior à Anac serviu justamente para que o órgão desse o parecer negativo, o que seria um sinal verde para que a Gol pudesse recorrer o mais rápido possível ao juiz que cuida da recuperação judicial da antiga Varig, onde se pensa que há uma tendência de defesa dos prazos da Varig.

A expectativa é de que Ayoub decrete liminar para suspender a decisão da Anac até julgar o caso. Caso o juiz dê parecer favorável à Gol, a previsão é de que seja iniciada uma nova guerra de liminares em torno da Varig, a exemplo do que já aconteceu no passado. Isso porque a Anac deverá recorrer da decisão.

A interpretação da Anac é de que a Varig tem até o dia 18 de junho para voltar a operar os vôos internacionais que abandonou em meados de julho do ano passado, logo após seu leilão judicial. O prazo está baseado na portaria 569 do extinto Departamento de Aviação Civil (DAC), agora Anac. Por essa norma, uma companhia aérea tem 180 dias para operar um vôo internacional a partir de sua homologação como concessionária de transporte aéreo.

No documento enviado à Anac, a Varig informou que voltaria a voar na rota Rio-São Paulo-Londres e São Paulo-Paris-Roma a partir de 1º de novembro. Em agosto, a companhia programou a retomada da rota São Paulo-Madri. Até 1º de junho, a Varig planeja voltar a operar para o México e quer oferecer o segundo vôo diário para Frankfurt.

 

 

Folha de São Paulo
24/05/2007
Turbina de avião da Gol pega fogo logo após a decolagem
Boeing com 150 passageiros seguia para Montevidéu e teve que voltar ao aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo)
Em nota, empresa atribui incidente a um pássaro que entrou em turbina, mas afirma que o pouso em Cumbica foi normal

DA REPORTAGEM LOCAL

Um vôo da Gol que ia de São Paulo para Montevidéu (Uruguai), com escala em Porto Alegre (RS), teve pane na turbina esquerda, seguida de incêndio. O problema, no vôo 7486, foi por volta de 23h50, cinco minutos depois de a aeronave decolar com 150 passageiros. Segundo relatos, houve pânico a bordo. O comandante informou ter havido uma "descompressão no motor", afirmam passageiros. O avião sobrevoou por cerca de 30 minutos o litoral de Santos (SP) antes de voltar a Cumbica.

Em nota, a Gol atribuiu o incidente a um pássaro que entrou em uma das turbinas. "Não houve interrupção do funcionamento da turbina, e o pouso em Guarulhos foi feito em condições normais." À Folha, a Gol não quis dar mais detalhes e sequer disse o modelo da aeronave, um Boeing-737/800 igual ao que caiu na Amazônia em 29 de setembro e deixou 154 mortos.

A explicação técnica de engenheiros de vôo ouvidos pela reportagem: no jargão da engenharia aeronáutica, houve um "stoll de compressor". Com o motor em alta potência, ou com pouco menos força e em turbulência a grande altitude, pode haver entradas diferentes de ar nas turbinas.

Nesse caso, a quantidade de ar que entra não é maior do que a quantidade de ar que sai. E quando a massa de ar passa, há um estouro, que gera muita pressão na câmara, explicam engenheiros, que dizem ainda ter 99% de certeza de ter sido esse o motivo do incidente.

A Gol disse que não comentaria a versão dos especialistas em segurança de vôo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e que sustenta a versão de colisão com ave.

Segundo passageiros, houve um barulho seqüencial semelhante ao estouro de canhão. "Foi quando surgiu o pânico das pessoas em relação ao que poderia ter acontecido. Estava do lado direito, na poltrona 17, bem próximo da asa", diz Leandro Lehart, 35, ex-vocalista do grupo de pagode Art Popular.

Como havia acabado de decolar, o Boeing-737/800 da Gol estava acima do peso permitido para pouso. O comandante teve então de voar em círculos para queimar combustível. Foi ao litoral para não atrapalhar o tráfego aéreo de Cumbica.

O empresário artístico Cícero Carpentieri diz que um dos passageiros do avião foi até a Anac para registrar uma queixa e o servidor que o atendeu informou que dezenas de pessoas tinham ligado avisando que viram uma explosão no ar. "Foi horrível, o avião deu um tranco forte e subiu um fogaréu do tamanho da aeronave."

 

 

Estadão
23 de maio de 2007 - 16:46
Gol culpa pássaro por incidente com avião nesta quarta
Ave teria entrado em uma das turbinas do Being; passageiros viveram pânico
Solange Spigliatti e Andressa Zanandrea


SÃO PAULO - Um pássaro foi o motivo do incidente ocorrido na noite desta terça-feira, 22, com uma aeronave da Gol, que teve que retornar ao aeroporto de Cumbica após cinco minutos da decolagem, ocorrida às 23h30.

De acordo com a nota divulgada pela Gol Transportes Aéreos, "o vôo 7486, que decolou na noite de terça-feira, 22, de Guarulhos com destino a Montevidéu, no Uruguai, precisou retornar ao aeroporto de São Paulo depois que um pássaro entrou em uma das turbinas da aeronave". Ainda segundo a nota, não houve interrupção do funcionamento da turbina, e o pouso em Guarulhos foi feito em condições normais.

Os cerca de 150 passageiros do vôo 7486 da Gol viveram momentos de terror no final da noite de terça-feira. Cinco minutos depois de o Boeing ter decolado do Aeroporto de Guarulhos, quando ainda estava subindo, os passageiros sentiram dois solavancos e se surpreenderam ao olhar pelas janelas e ver fogo na turbina esquerda.

O vôo seguia de São Paulo para Montevidéu, no Uruguai, e faria escala em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O vôo, que estava marcado para as 21h40, saiu do aeroporto por volta das 23h30, segundo o músico Leandro Lehart, de 35 anos. "Ouvimos os estrondos e o fogo. Houve pânico generalizado e o avião começou a voar meio de lado, funcionando com uma turbina só."

O empresário Cícero Carpentieri, de 37 anos, também estava no vôo e afirma que cada um tentou conter o nervosismo de uma maneira. "Quem mais sofreu foram as mulheres." Crianças também estavam a bordo do vôo que, segundo ele, estava lotado.

As aeromoças, de acordo com Lehart, não apareceram e o comandante se pronunciou somente dez minutos após o fato ter ocorrido. "Ele avisou, com voz embargada, um pouco nervoso, que estava tudo sob controle e que iríamos para Santos, para jogar parte do combustível fora. Ficamos meia hora em cima do mar e pousamos em Guarulhos às 0h40. Escapamos por um milagre."

No retorno a Cumbica, socorristas do aeroporto se deslocaram até o avião, para atender a passageiros que não se sentiam muito bem, segundo Carpentieri.

Ele conta também que a companhia providenciou outro vôo rapidamente para quem quis seguir viagem e hotel para aqueles que só viajariam mais tarde, incluindo passageiros argentinos. Por volta das 3 horas, funcionários da Gol faziam reparos na turbina esquerda de uma aeronave no pátio do aeroporto.