Folha
de São Paulo
23/11/2006
Varig leiloará obras de arte
para pagar parte da dívida
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO
A Varig vai levar a leilão seu acervo
de obras de arte para pagar parte das dívidas com
os credores. A prioridade será dada ao pagamento
dos funcionários. A estimativa da Bolsa de Arte do
Rio, organizadora do leilão, é que as obras
possam atingir o montante de R$ 1,7 milhão.
Ao longo de sua história, a aérea reuniu um
conjunto de quase 400 obras de arte, segundo o leiloeiro
público Walter Rezende, mas nem todas deverão
ser catalogadas a tempo para a venda, dividida em duas etapas.
As 16 principais peças serão vendidas no próximo
dia 28, no Copacabana Palace. O destaque é o quadro
"Baianas", de Di Cavalcanti, com lance mínimo
de R$ 1,1 milhão. Segundo Jones Bergamin, da Bolsa
de Arte do Rio e responsável pelo leilão,
o quadro foi pintado especialmente para Ruben Berta.
A maior parte das obras, no entanto, não foi adquirida
pela empresa. Muitas telas foram dadas para a companhia
como retribuição pelo patrocínio para
exposições no exterior. As telas estavam disponíveis
nas lojas da Varig e nas salas VIP. "O escritório
da Varig em Nova York ficava na Quinta Avenida. Era uma
maneira de divulgar a arte brasileira", disse Bergamin.
Algumas das obras que compõem o acervo ainda estão
no exterior. "A companhia só está voando
para Frankfurt, na Europa. É preciso reunir o conjunto
de obras que estavam nos escritórios e trazer de
volta para o Brasil", disse Rezende.
Pintores de diversas escolas compõem o conjunto de
obras que serão leiloadas no dia 28, como Leda Catunda,
Carlos Scliar, Tomie Ohtake, Rubens Gerchman, Ascanio MMM,
Juarez Machado e Aldemir Martins, entre outros. A expectativa
de Bergamin é que as obras alcancem ao menos R$ 1,4
milhão.
No dia 13 de dezembro, a Varig realizará outro leilão
com as obras restantes na sede da empresa. Segundo Rezende,
já foram catalogadas cerca de 250 obras. "Ainda
falta catalogar muitas obras, mas estimamos ao menos R$
300 mil", disse Rezende. Fazem parte desse leilão
obras de Aldemir Martins e Marília Kranz, entre outros.
Como a empresa está em recuperação
judicial, a realização do leilão foi
submetida à avaliação da 1ª Vara
Empresarial do Rio e ao Ministério Público
estadual.
Enquanto a "velha Varig", parcela da empresa que
carrega as dívidas, vende seu acervo para acertar
as contas com os credores, a nova Varig negocia com a Infraero
para ceder em caráter provisório seus espaços
nos aeroportos. A empresa deve fechar até amanhã
um acordo com a Infraero para ceder durante a alta temporada
os espaços de check-in nos destinos em que a Varig
deixou de voar com a crise.
O Estado de São Paulo
23/11/2006
Varig quer vender 200 obras de arte
para pagar dívidas
Com leilão, grupo espera
amortizar débitos trabalhistas de R$ 500 milhões
Alberto Komatsu, Isabel Sobral
A Varig planeja vender seu acervo com cerca
de 200 obras de arte para amortizar sua dívida trabalhista,
atualmente de R$ 500 milhões. São principalmente
quadros de artistas brasileiros ou consagrados no País
como Di Cavalcanti, Tomie Ohtake e Rubens Gerchman.
Dois leilões já estão
marcados pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, mas a venda
ainda depende da aprovação do juiz Luiz Roberto
Ayoub, responsável pela recuperação
judicial da Varig antiga.
'Ainda vou decidir. Acredito que o acervo
deve ser alienado, mas com critério e em busca da
melhor oferta. Vou aguardar a manifestação
do administrador judicial (Delloite)', afirma Ayoub.
O primeiro leilão está marcado
para o dia 28, no hotel Copacabana Palace, zona sul do Rio.
Neste evento, que inclui diversas obras de arte, serão
oferecidos 16 itens do acervo da Varig. O mais valioso é
o quadro 'Baianas', de Di Cavalcanti, com preço mínimo
de R$ 1,1 milhão.
'O quadro do Di Cavalcanti pode alcançar
até R$ 1,6 milhão, se houver disputa. Ele
foi encomendado pelo Ruben Berta (primeiro funcionário
da Varig) para o Salão Ícaro (sede da empresa)',
conta o diretor da Bolsa de Arte do Rio, Jones Bergamin.
O segundo leilão está marcado
para o dia 13 de dezembro, no Salão Ícaro.
Neste evento, pretende-se leiloar o restante das obras.
Segundo Bergamin, o acervo da Varig foi montado por meio
de doações, permuta com passagens e aquisições
da companhia aérea. As obras estavam expostas em
salas VIP da empresa e nas lojas espalhadas pelo Brasil
e no exterior.
JUSTIÇA
O governo federal recebeu ontem no Superior
Tribunal de Justiça (STJ) o primeiro voto contrário
ao recurso com que tenta evitar o pagamento de indenização
bilionária à Varig. O ministro Castro Meira,
da Primeira Seção do STJ, relator do caso,
não aceitou os argumentos da União e votou
pela manutenção do direito da companhia aérea
de ser compensada por prejuízos, estimados em até
R$ 4,5 bilhões, causados pelo congelamento de preços
e tarifas impostos na década de 80.
O julgamento foi interrompido, no entanto,
por um pedido de vista do ministro Herman Benjamin, o segundo
a votar. No final de 2004, o STJ deu vitória à
Varig, mas a União recorreu ao próprio tribunal
pedindo revisão com a apresentação
de 'novos elementos'. Ainda faltam votar outros nove ministros.
Outras companhias aéreas, como TAM
e Vasp, têm ações na Justiça
contra a União reclamando também indenizações
por causa dos planos econômicos. Até agora,
apenas a extinta Transbrasil conseguiu receber este tipo
de compensação, em 1999. Mas o dinheiro não
foi suficiente para evitar a paralisação das
atividades da empresa.
Tribuna da Imprensa
23/11/2006
Governo consegue um voto contra indenização
a aéreas
BRASÍLIA - O governo federal obteve ontem no Superior
Tribunal de Justiça (STJ) o primeiro voto contrário
ao recurso com que tenta evitar o pagamento de indenização
bilionária à Varig. O ministro Castro Meira,
da Primeira Seção do STJ, relator do caso,
não aceitou os argumentos da União e votou
pela manutenção do direito da companhia aérea
de ser compensada por prejuízos, estimados em até
R$ 4,5 bilhões, causados pelo congelamento de preços
e tarifas impostos na década de 80.
O julgamento foi interrompido, no entanto,
por um pedido de vista do ministro Herman Benjamin, o segundo
a votar. No final de 2004, o STJ deu vitória à
Varig, mas a União recorreu ao próprio tribunal
pedindo revisão com a apresentação
de "novos elementos". Ainda faltam votar outros
nove ministros. Outras companhias aéreas, como TAM
e Vasp, têm ações na Justiça
contra a União reclamando também indenizações
por causa dos planos econômicos.
Até agora, apenas a extinta Transbrasil
conseguiu receber este tipo de compensação,
em 1999, mas o dinheiro não foi suficiente para evitar
a paralisação das atividades da empresa.
Tribuna da Imprensa
23/11/2006
Varig estuda vender obras
de arte para pagar dívidas
A Varig planeja vender seu acervo com cerca de 200 obras
de arte para amortizar sua dívida trabalhista, atualmente
de R$ 500 milhões. São principalmente quadros
de artistas brasileiros ou consagrados no País como
Di Cavalcanti,Tomie Ohtake e Rubens Gerchman, com preço
mínimo total em torno de R$ 1,6 milhão.
Dois leilões já estão
marcados pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, mas a venda
ainda depende da aprovação do juiz Luiz Roberto
Ayoub, responsável pela recuperação
judicial da Varig antiga. "Ainda vou decidir. Acredito
que o acervo deve ser alienado, mas com critério
e em busca da melhor oferta. Vou aguardar a manifestação
do administrador judicial (Delloite)", afirma Ayoub.
O primeiro leilão está marcado para o dia
28, no hotel Copacabana Palace, zona sul do Rio.
Neste evento, que inclui diversas obras
de arte, serão oferecidos 16 itens do acervo da Varig.
O mais valioso é o quadro "Baianas", de
Di Cavalcanti, com preço mínimo de R$ 1,1
milhão. "O quadro do Di Cavalcanti pode alcançar
até R$ 1,6 milhão, se houver disputa. Ele
foi encomendado pelo Ruben Berta (primeiro funcionário
da Varig) para o Salão Ícaro (sede da empresa)",
conta o diretor da Bolsa de Arte do Rio, Jones Bergamin.
O segundo leilão está marcado
para o dia 13 de dezembro, no Salão Ícaro.
Neste evento, pretende-se leiloar o restante das obras.
Segundo Bergamin, o acervo da Varig foi montado por meio
de doações, permuta com passagens e aquisições
da companhia aérea. As obras estavam expostas em
salas VIP da empresa e nas lojas espalhadas pelo Brasil
e no exterior.
A nova Varig entregou na terça-feira
todos os documentos solicitados pela Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac) para a sua homologação
como empresa de transporte aéreo (Cheta). A empresa
também negocia com a Infraero a devolução
temporária de balcões de check-in durante
a alta temporada, o que deverá ser concluído
até sexta-feira. Caso todos os documentos estejam
de acordo com os critérios da Anac, o Cheta deve
ser expedido na primeira semana de dezembro.
A empresa também negocia com a Infraero
a devolução temporária de balcões
de check-in durante a alta temporada, o que deverá
ser concluído até sexta-feira. Caso todos
os documentos estejam de acordo com os critérios
da Anac, o Cheta deve ser expedido na primeira semana de
dezembro.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ)
adiou ontem o julgamento de um recurso que discute o pagamento
de uma indenização de cerca de R$ 4,5 bilhões
à Varig, por perdas com o congelamento de tarifas
entre os anos 80 e 90. O agravo foi movido pelo Ministério
Público Federal e pela União, que questionam
essa cobrança. O dinheiro está programado
para amortizar dívidas da empresa com credores.
Estadão
22 de novembro de 2006 - 19:45
Justiça adia decisão
sobre indenização para Varig
Empresa pede indenização
bilionária à União por perdas que podem
chegar a R$ 3 bi provocadas pelo congelamento de preços
imposto por planos econômicos
Isabel Sobral
BRASÍLIA - Por um pedido de vita do ministro Herman
Benjamin, da primeira Seção do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), foi adiado mais uma vez o julgamento
do processo em que a Varig pede uma indenização
bilionária à União por causa de perdas
que podem chegar a R$ 3 bilhões provocadas pelo congelamento
de preços imposto por planos econômicos da
década de 80.
A primeira Seção do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) julga recursos da União
contra decisões anteriores do mesmo tribunal que
garantiram o direito da companhia aérea à
indenização. O relator dos recursos, ministro
Castro Meira, não aceitou os argumentos da União
e do Ministério Público Federal que tentam
reverter a decisão anterior.
Logo após o relatório de
Meira, Benjamin pediu vista do caso. Segundo a assessoria
do tribunal, ainda deverão votar os ministros José
Delgado, Eliana Calmon, Luiz Fux, João Otávio
de Noronha, Teori Albino Zavascki, Denise Arruda, Herman
Benjamin, e o ministro Francisco Falcão, que preside
a Primeira Seção e só vota em caso
de empate.
Estadão
22 de novembro de 2006 - 19:15
Varig venderá obras de arte
para pagar dívidas trabalhistas
São quadros de artistas
brasileiros ou consagrados no País como Di Cavalcanti,
Tomie Ohtake e Rubens Gerchman, com preço mínimo
total de R$ 1,6 milhão
Alberto Komatsu
RIO - A Varig planeja vender seu acervo
com cerca de 200 obras de arte para amortizar sua dívida
trabalhista, atualmente de R$ 500 milhões. São
principalmente quadros de artistas brasileiros ou consagrados
no País como Di Cavalcanti, Tomie Ohtake e Rubens
Gerchman, com preço mínimo total em torno
de R$ 1,6 milhão.
Dois leilões já estão
marcados pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, mas a venda
ainda depende da aprovação do juiz Luiz Roberto
Ayoub, responsável pela recuperação
judicial da Varig antiga. "Ainda vou decidir. Acredito
que o acervo deve ser alienado, mas com critério
e em busca da melhor oferta. Vou aguardar a manifestação
do administrador judicial (Delloite)", afirma Ayoub.
O primeiro leilão está marcado
para o dia 28, no hotel Copacabana Palace, zona sul do Rio.
Neste evento, que inclui diversas obras de arte, serão
oferecidos 16 itens do acervo da Varig. O mais valioso é
o quadro "Baianas", de Di Cavalcanti, com preço
mínimo de R$ 1,1 milhão. "O quadro do
Di Cavalcanti pode alcançar até R$ 1,6 milhão,
se houver disputa. Ele foi encomendado pelo Ruben Berta
(primeiro funcionário da Varig) para o Salão
Ícaro (sede da empresa)", conta o diretor da
Bolsa de Arte do Rio, Jones Bergamin.
O segundo leilão está marcado
para o dia 13 de dezembro, no Salão Ícaro.
Neste evento, pretende-se leiloar o restante das obras.
Segundo Bergamin, o acervo da Varig foi montado por meio
de doações, permuta com passagens e aquisições
da companhia aérea. As obras estavam expostas em
salas VIP da empresa e nas lojas espalhadas pelo Brasil
e no exterior.
Homologação
A nova Varig entregou na terça-feira, dia 21, todos
os documentos solicitados pela Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) para a sua homologação
como empresa de transporte aéreo (Cheta). A empresa
também negocia com a Infraero a devolução
temporária de balcões de check-in durante
a alta temporada, o que deverá ser concluído
até sexta-feira. Caso todos os documentos estejam
de acordo com os critérios da Anac, o Cheta deve
ser expedido na primeira semana de dezembro.
Folha Online
22/11/2006 - 18h49
Varig leva obras de arte a leilão
para pagar funcionários
CLARICE SPIT
A "velha Varig" realiza no próximo
dia 28 leilão no Copacabana Palace de 16 obras de
arte entre quadros e esculturas, adquiridos na época
áurea da companhia. O objetivo é fazer caixa
para cumprir o plano de recuperação judicial
e pagar dívidas trabalhistas. O valor estimado com
a venda é de R$ 1,4 milhão.
O carro-chefe do leilão é
a tela em óleo "Baianas" de Di Cavalcanti
avaliada em R$ 1,1 milhão. Também irão
à venda obras de Carlos Scliar, Tomie Ohtake, Rubens
Gerchman, Juarez Machado.
Segundo Jones Bergamin, da Bolsa de Valores
do Rio, responsável pelo leilão, o quadro
de Di em grandes dimensões -- a tela tem 242 X 200
cm-- deve atrair as atenções de museus e fundações.
O quadro estava até este ano no Salão Ícaro,
na sede da companhia, no Rio de Janeiro e foi adquirido
pelo próprio Ruben Berta.
"O mais provável é que
a Varig tenha dado bilhetes para o Di, que vivia em Paris,
e ele tenha dado o quadro de presente", afirma Bergamin.
As obras que vão a leilão
serão exibidas a partir desta quinta-feira até
o dia 27 de novembro em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro,
depois de passarem pela galeria da Bolsa de Arte em São
Paulo.
O acervo completo da Varig tem cerca de
250 obras que estavam nas principais salas VIPs de aeroportos
de todo o mundo. As demais obras da companhia devem ir a
leilão no dia 13 de dezembro, com um valor estimado
de R$ 300 mil.
Site da ALERJ
22/11/2006 - 17:39h
EX-PRESIDENTE DA VARIG NÃO
ESCLARECE CRITÉRIO PARA RECONTRATAÇÕES
Um impasse marcou o depoimento do ex-presidente
da Varig, Marcelo Bottini, nesta quarta-feira (22/11), à
CPI instalada na Alerj que investiga o processo de venda
da companhia aérea. Presidente da comissão,
o deputado Paulo Ramos (PDT) indagou ao depoente sobre quem
escolheu os funcionários que iam permanecer na empresa,
e como eram feitas as negociações com os credores.
Bottini, que foi presidente da companhia
entre novembro de 2005 e agosto deste ano, disse que, quando
assumiu, a Varig já estava em recuperação
judicial, e garantiu que os credores tinham acesso às
avaliações do conselho administrativo antes
de as decisões serem tomadas. Ramos contestou: "Tenho
informações de que eles eram induzidos ao
voto, privados de avaliações, e os trabalhadores
não tinham voz nas reuniões do conselho".
Bottini, que ocupou o cargo de gestor interino do conselho
administrativo, disse que não sofreu pressões.
"Todas as decisões estavam nas mãos dos
credores", garantiu. No próximo dia 28, a comissão
espera colher o depoimento do presidente da Anac, Milton
Zuanazzi.
O gestor se atrapalhou ao responder à
pergunta feita por Paulo Ramos sobre as recontratações.
Segundo Ramos, o juiz Luiz Roberto Ayoub determinou quais
funcionários iriam ser readmitidos. "Essa lei
de recuperação é nova, por isso o juiz
pode ter tido dificuldades em interpretá-la",
justificou Bottini, salientando que a diretoria da Varig
também estava sem receber salário.
Ele afirmou que todos os pilotos foram
reintegrados à empresa em sua gestão. Membro
da Associação dos Pilotos da Varig, o comandante
Drago Silva foi demitido em 2002 por denunciar a falência
da companhia aérea e reintegrado 40 dias depois,
por decisão judicial. "Estou sem trabalhar e
receber há sete meses. O juiz Ayoub não cumpre
a CLT nem as decisões judiciais", reclamou Silva.
Bottini prestou ainda esclarecimentos sobre
os planos de recuperação da Varig. Segundo
ele, o primeiro plano de reestruturação, aprovado
em dezembro por credores como BR Distribuidora e o fundo
de pensão Aerus, previa a captação
de 100 milhões de dólares, mas o dinheiro
não foi liberado. "As partes não tinham
conhecimento da lei de recuperação judicial.
Então, recorremos ao BNDES, mas o Governo federal
não se mostrou disposto a ajudar a Varig", recordou
Bottini, ressaltando que o segundo e o terceiro planos de
recuperação previam, respectivamente, a venda
dos ativos e de toda a empresa.
O ex-presidente da Varig disse ainda que
solicitou à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) uma lista de gestores e administradores para que eles
trabalhassem no plano de recuperação da Varig
mas, segundo ele, todos recusaram a oferta.
Ele afirmou que não faz parte do
quadro remanescente da Varig, mas tem um contrato para prestar
consultoria aos escritórios da empresa no exterior.
"A recuperação da Varig depende da liberação
do Cheta (Certificado de Homologação de Empresa
de Transporte Aéreo). Só com ele a empresa
vai poder ir pra frente", lembrou Bottini, salientando
que a dívida do Aerus com a companhia era de um bilhão
de dólares.
G1 - GLOBO
21/11/2006 - 16h47m - Atualizado em 21/11/2006 - 19h26m
APOSENTADOS DE EMPRESAS AÉREAS
FAZEM APITAÇO EM CONGONHAS
Cerca de 60 funcionários aposentados
de companhias aéreas protestaram no Aeroporto de
Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, contra a gestão
dos fundos de pensão do setor. Com nariz de palhaço,
cartazes e faixas, os manifestantes atravessaram o aeroporto
num apitaço, desde o setor de desembarque até
a área de check-in das empresas, saíram do
local e cruzaram a passarela que fica sobre a Avenida 23
de Maio. A passeata terminou no Sindicato dos Aeronautas,
em frente ao aeroporto.
Eles distribuíram uma carta aberta
aos passageiros reclamando da “destruição
dos fundos de pensão” e apoiando os controladores
de tráfego aéreo, que adotaram operação-padrão
desde o fim do mês passado.
“O governo federal contribuiu para
a destruição dos fundos de pensão Aeros
(Vasp) e Aerus (Varig e Transbrasil) ao colocar interventores
que dilapidaram o patrimônio desses fundos de modo
irresponsável”, diz a carta. Uma das faixas
dizia: "Pagamos para ter uma velhice digna".
O Sindicato Nacional dos Aeronautas e o
Sindicato Nacional dos Aeroviários acusam a Secretaria
da Previdência Complementar de liquidar o fundo Aeros
(da Vasp). Os aposentados ainda lembram que o Aerus (da
Varig e da Transbrasil) deixará de pagar uma parte
de seus beneficiários em janeiro do ano que vem e
outra parte a partir de 2010.
“Milhares deixarão de receber
seus proventos por conta de abusos praticados contra os
fundos pelos administradores das empresas aéreas
com a conivência da Secretaria de Previdência
Complementar”, afirma o presidente do Sindicato Nacional
dos Aeronautas, Carlos Camacho, de 54 anos, aposentado pela
Varig.
"Este é só um ponto
problemático do setor", afirma Uébio
José da Silva, presidente da Federação
Nacional dos Trabalhadores do Transporte Aéreo e
do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São
Paulo. Ele diz que "não há política
de transporte aéreo no setor", e atribui a responsabilidade
a "esse governo medíocre do Luiz Inácio
Lula da Silva, que eu e outros sindicalistas ajudamos a
eleger".
Para tentar solucionar a situação
dos aposentados e pensionistas, Uébio sugere a criação
de uma comissão mista em que os trabalhadores possam
acompanhar a situação dos fundos ou a transferência
deles para fundos privados. "Mas o governo só
recebe a CUT (Central Única dos Trabalhadores), não
recebe nós, que somos da Força Sindical. E
o trabalhador, que contribuiu a vida inteira, está
fadado a ficar na mão do INSS", diz o sindicalista.
O G1 procurou a Secretaria de Previdência
Complementar (SPC), ligada ao Ministério da Previdência
Social, para que o órgão respondesse às
críticas. A SPC afirmou, por meio de assessoria de
imprensa, que o Aeros e o Aerus estão em liquidação
extrajudicial e que, neste caso, a SPC que é o liquidante
tem de transformar os ativos em dinheiro e pagar os credores
da Vasp e Transbrasil e os próprios aposentados e
dependentes. O órgão acrescentou que a medida
não afeta o que os aposentados recebem do INSS.
Sem benefício
Quatro mil aposentados e pensionistas recebem benefícios
do Aerus e do Aeros. Um deles é o marido de Alexandrina
Pacheco, de 63 anos. O mecânico de vôo Ney Castro,
de 80 anos, aposentado pela Transbrasil, ficou em casa porque
tem problema de estômago e intestino, mas a esposa
foi representá-lo na passeata.
Beneficiário do Aerus, Castro recebe
há seis meses R$ 1,5 mil correspondentes a 50% da
aposentadoria. Em janeiro, o benefício será
cortado. "Estamos sem plano de saúde mesmo com
ele doente. Contamos com a ajuda dos nossos três filhos,
e um deles, de 41 anos, está desempregado",
lamenta. "Nós vivemos de aluguel. Eu não
sei amanhã onde eu vou morar", diz Alexandrina,
moradora da Cerqueira César, região central
de São Paulo.
Folha de São Paulo
22/11/2006
Anac admite ter aberto exceção
que beneficiou a Nova Varig
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, admitiu
ontem que abriu uma exceção à Nova
Varig para agilizar a concessão do Cheta (Certificado
de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo)
à companhia e permitiu a apresentação
de "pré-contratos" com fornecedores, prestadores
de serviço e funcionários.
A Varig depende do Cheta para voltar a
usar rotas, comprar aeronaves e recuperar a fatia de mercado
que perdeu nos últimos meses antes de sua recuperação
judicial.
De acordo com a legislação,
para uma empresa receber o Cheta precisa apresentar documentos
como leasing de aeronaves, número de funcionários,
contratos de manutenção da frota. O problema
da Varig é que todos os contratos estão assinados
com o CNPJ da empresa vendida no leilão, e não
no da empresa que a adquiriu.
Assim, a Varig pediu e a Anac aceitou contratos
assinados pela nova empresa que só valem no caso
de receber o Cheta. A concessão deve sair nas próximas
semanas, disse Zuanazzi.
Não é a primeira vez em que
a Anac dá um tratamento diferenciado à Varig.
A agência permitiu que a Volo do Brasil, de capital
internacional, comprasse a VarigLog, ex-subsidiária
da Varig que depois adquiriu a aérea.
Agência
Senado - CAS
22/11/2006 - 14h34
CAS vai discutir em audiência
pública situação do fundo de pensão
Aerus
Helena Daltro Pontual / Repórter da
Agência Senado
Os
senadores da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovaram,
nesta quarta-feira (22), a realização de audiência
pública para debater a situação do
Aerus Instituto de Seguridade Social, fundo de pensão
dos aeronautas. O requerimento aprovado é do senador
Paulo Paim (PT-RS) e a data da audiência ainda será
marcada.
Participarão
do encontro representantes do Aerus, da Varig e do Sindicato
Nacional dos Aeronautas. O fundo de pensão foi criado
em 20 de outubro de 1982 como entidade fechada de previdência
privada, que reúne empresas patrocinadoras ligadas
ao setor aéreo.
A
entidade está sob intervenção e registrou,
em abril deste ano, um déficit de R$ 2,4 bilhões,
levando em conta contribuições em atraso,
déficits contratados, dívidas da Varig, da
Vasp e da Transbrasil, segundo informações
da instituição.
O
fundo é multipatrocinado, tem 20 mil participantes
ativos e mais de sete mil participantes assistidos. Os planos
da Varig, Transbrasil e Interbrasil estão em liquidação
extrajudicial. Só a dívida da Varig para com
o Aerus foi contabilizada em R$ 1,1 bilhão em abril
deste ano.
A
CAS aprovou ainda a realização de audiência
pública para discutir a jornada de trabalho dos farmacêuticos.
O requerimento também foi de autoria de Paim. A data
ainda será marcada.
Folha Online
22/11/2006 - 10h54
Credores da Delta apóiam oferta
de compra de US$ 8,78 bi feita pela US Airways
Um grupo de credores da companhia aérea
americana Delta Air Lines iniciaram a formação
de um grupo informal para dar apoio à oferta de compra
feita pela US Airways, de cerca de US$ 8,78 bilhões,
segundo reportagem desta quarta-feira do diário financeiro
americano "The Wall Street Journal".
Em uma reunião realizada ontem com
o Deutsche Bank e o Lehman Brothers Holdings, os credores
foram aconselhados a considerar a oferta. Os dois bancos
(que também estão entre os credores da empresa)
procuram, assim, formar um segundo grupo capaz de exercer
influência na restruturação da Delta.
Os credores que se reuniram com os dois
bancos representam cerca de 30% dos débitos da Delta.
Atualmente, a restruturação tem sido controlada
por um comitê de credores os quais a empresa tem dívidas
mais expressivas, diz a reportagem.
A US Airways pretende realizar uma auditoria
sobre a Delta, para elaborar uma proposta de compra mais
detalhada, mas a porta-voz da Delta, Thonnia Lee, disse
na semana passada que a empresa pretende sair da concordata
"como uma companhia independente".
Segundo pessoas próximas à
negociação ouvidas pelo "WSJ", um
segundo grupo com interesses diferentes poderia afetar o
trabalho do comitê oficial de credores --que teme
também as dificuldades que podem ser criados com
uma fusão, desde problemas com a legislação
antitruste à fusão dos quadros de funcionários.
Na próxima semana, o comitê
oficial e representantes da Delta devem se encontrar com
representantes da US Airways. A Delta deve apresentar seu
plano de restruturação até meados de
dezembro, diz o "WSJ".
O diretor-financeiro da Delta, Ed Bastian,
disse na sexta-feira (17) que a empresa irá mostrar
um plano que se provará melhor que a proposta da
US Airways.
Coordenadoria de Imprensa - STJ
22/11/2006 - EM ANDAMENTO
STJ começa a apreciar tentativa
do governo de impedir indenização bilionária
à Varig
Começou o julgamento na Primeira
Seção do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) do agravo regimental com o qual o Ministério
Público Federal (MPF) e a União tentam reverter
decisão que garante indenização à
Viação Aérea Rio-grandense (Varig)
pelo congelamento das tarifas aéreas durante o governo
Sarney. Em 1992, o montante chegava a R$ 3 bilhões.
O pedido de vista do ministro Herman Benjamin interrompeu
o julgamento em seguida ao pronunciamento do relator, ministro
Castro Meira.
A União e o MPF pedem, no recurso,
que o ministro Castro Meira reconsidere decisão que
rejeitou a tentativa tanto da União quanto do MP
de levar à Primeira Seção o recurso.
O ministro ressaltou que a decisão da Primeira Turma,
que tanto a União como o MPF tentam reverter, foi
tomada em um recurso especial no qual se pretendia impedir
o pagamento da indenização. Mas o relator
na Primeira Turma, ministro Francisco Falcão, entendeu
não ser possível discutir-se matéria
nova, não alegada nas instâncias ordinárias,
afirmando expressamente, que, no caso, a inclusão
de matéria nova, de novos elementos para integrar
a perícia foi feita fora do prazo, não tendo
o MPF pedido a sua inclusão na ocasião em
que foi apresentado o laudo pericial. dessa forma, não
seria possível aos ministros da Seção,
à qual a Turma está ligada, rever a questão.
Afora isso, o ministro Castro Meira concluiu,
ainda, que as decisões que foram apresentadas para
comparação (como paradigma) tratam da possibilidade
de o tribunal analisar questão debatida na primeira
instância, mas não abrangida pela sentença.
Assim, não haveria a divergência apontada.
Argumentos
A União afirma, na tentativa de
levar o caso à Seção, que um processo
de enorme repercussão econômica e financeira
para o país "corre o risco de perecer diante
de uma decisão monocrática, ceifada da possibilidade
de ampla discussão e cognição perante
um seleto colegiado, no qual poderão ser travados
memoráveis embates jurídicos acerca das teses
aventadas neste processo, em tudo e por tudo, de natureza
especial, ante as peculiaridades que o acompanham desde
seu nascedouro".
O MPF, por sua vez, argumenta que não
deve manter-se a decisão diante do fato de que o
que se busca é o reconhecimento da possibilidade
de o Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
em remessa obrigatória, analisar a existência
de vícios insanáveis na elaboração
do laudo pericial, "o que revela que a conclusão
do acórdão proferido pela Primeira Turma do
STJ, quanto à exegese do artigo 475, II, do CPC,
impõe restrição que não se coaduna
com a melhor interpretação do dispositivo,
claramente divergente dos paradigmas citados no agravo".
O julgamento
Como a decisão do ministro Castro
Meira foi individual, houve a interposição
de agravo regimental, o qual o ministro levou á apreciação
dos demais nove ministros da Primeira Seção.
Ao levar o seu posicionamento na sessão de hoje,
o ministro manteve seu posicionamento e negou provimento
a ambos os recursos.
Quanto ao agravo do MP, o relator entende
que trouxe fundamento capaz de enfraquecer as razões
que alicerçam a decisão da Primeira Turma.
"Os embargos de divergência não ultrapassam
o juízo prévio de conhecimento", afirma.
Em relação ao recurso da União, o ministro
Castro Meira entendeu que não ficou demonstrada a
divergência alegada, requisito esencial para a análise
dos embargos de divergência.
O ministro Herman Benjamin pediu vista
do processo depois de o ministro Castro Meira ter votado
rejeitando os recursos. Ao final do julgamento, se o agravo
for rejeitado, mantém-se a decisão que garante
a indenização à Varig. Se for aceito,
os ministros apreciarão os embargos de divergência
e definirão se a decisão da Primeira Turma
deve ou não ser mantida.
A Primeira Seção do STJ formada
por dez ministros. Integram a Seção, além
do relator, o ministro Francisco Falcão, que a preside
e só vota em caso de empate, e os ministros José
Delgado, Eliana Calmon, Luiz Fux, João Otávio
de Noronha, Teori Albino Zavascki, Denise Arruda, Herman
Benjamin.
Autor(a): Regina Célia Amaral
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