O Estado de São Paulo
22/10/2007
Varig vai adotar a cor laranja
da Gol
Nova identidade visual da
empresa, que há 80 anos tem a estrela como símbolo,
será apresentada amanhã
Alberto Komatsu
A Varig apresenta amanhã, no Rio, sua nova identidade
visual. A marca Varig e a cor azul na estrela que há
80 anos é o símbolo da companhia seguem
predominantes, mas ganha toques de laranja, a cor da
sua nova dona, a Gol, segundo o diretor comercial da
empresa, Lincoln Amano. Novos uniformes da tripulação
também serão apresentados.
Amano deu a entrevista por telefone, da Cidade do México,
onde foi montar a equipe que vai trabalhar na estréia
da Varig (VRG Linhas Aéreas) naquele país,
prevista para o dia 21 de novembro. Ele diz que a companhia
encontra dificuldades de implementar sua expansão
internacional, conforme planejamento feito com antecedência,
por causa da escassez de aviões em todo o mundo,
o que gera atrasos nas entregas de aviões já
arrendados.
Amano nega que as empresas de arrendamento de aeronaves
(leasing) estejam pressionando a Gol para liberar aviões
de grande porte para viagens de longo curso da Varig,
por causa de velhas dívidas. Os débitos
foram contraídos pela Varig antiga, antes de
ser dividida em duas companhias (Varig antiga e VRG),
num leilão de venda no ano passado.
A Varig antiga, que continua em recuperação
judicial com dívidas de R$ 7 bi, deve cerca de
R$ 1 bilhão às empresas de leasing. As
dívidas foram contraídas antes e depois
da entrada da empresa no processo de recuperação
judicial.
'O mercado olha para a gente como uma empresa nova,
assim como os fornecedores. Não temos mais nada
a ver com a Varig antiga', afirma Amano. A Varig planeja
retomar a rota Rio-Frankfurt no dia 3 de dezembro. Esse
vôo foi suspenso desde o dia 20 de setembro por
causa da falta de aviões, segundo Amano. Nesse
mesmo dia, iniciou a rota São Paulo-Paris-Roma
com o avião que voava do Rio para a Alemanha.
De acordo com Amano, os vôos para Buenos Aires,
que desde o dia 9 de agosto não são realizados,
deverão ser retomados em duas semanas. A Varig
parou de voar para a Argentina por uma proibição
do governo argentino, que alegou irregularidades trabalhistas
para o veto, derrubado no dia 21 de setembro. O executivo
diz que só faltam alguns detalhes burocráticos.
A falta de aviões no mercado mundial obrigou
a VRG a remanejar aviões e suspender temporariamente
alguns vôos para garantir que suas rotas internacionais
não sejam canceladas. Atualmente a companhia
tem quatro aviões para viagens de longo curso,
modelos Boeing 767-300, que estão sendo usados
nos vôos para a Europa.
Um quinto 767-300 já está no País.
Até o final do ano, serão 10 aviões
desse porte, mais nove 737-300 e cinco 737-800. Santiago,
Montevidéu, e Madri serão os próximos
passos internacionais da Varig até o final do
ano.
O Estado de São Paulo
22/10/2007
Chuva fecha Congonhas e tumultua
aeroportos
Ventos e tráfego intenso
à noite pioraram a situação dos
passageiros, que tiveram de encarar cancelamentos, atrasos
e desvios de rota
Alexssander Soares, Valéria França
Quem estava no Aeroporto de Congonhas no início
da noite de ontem teve problemas para embarcar. Além
do grande movimento, intensificado pelos turistas que
vieram ver o Grande Prêmio de Fórmula 1
e tentavam voltar para casa, as fortes chuvas e ventos
vindos do Sul fizeram o aeroporto fechar para pousos
e decolagens a partir das 20h41. O excesso de aviões
na região também congestionou as freqüências
entre a torre e os pilotos e sobrecarregou o Aeroporto
de Guarulhos. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária (Infraero) alguns pilotos preferiram
ir aterrissar lá.
Vôos que vinham de Curitiba, Brasília
e cidades do nordeste do País foram desviados
a São José dos Campos (SP) e ao Aeroporto
do Galeão, no Rio. As companhia aéreas
orientavam os passageiros com bilhete de embarque na
mão a aguardar a liberação das
pistas, o que não havia ocorrido até as
23 horas. Nesse momento, pelo menos 500 pessoas aguardavam
no saguão. A equipe do Cruzeiro, depois de perder
de 1 a 0 para o São Paulo, não conseguiu
embarcar e foi para um hotel.
Os passageiros tinham três opções:
enfrentar uma grande fila para remarcar seu vôo,
cancelar a viagem ou pegar um ônibus até
Cumbica. “Tive muito azar. Fecharam o check-in
quando chegou minha vez de ser atendido, às 21
horas”, lamentava o consultor técnico e
geólogo Tercílio de Almeida Coutinho,
de Rio Claro, no interior paulista. Ele tinha passagem
da TAM para as 22h55, com destino a Campo Grande, e
soube que deveria providenciar hospedagem assim que
remarcasse o bilhete.
A justificativa da empresa, segundo a funcionária
que fornecia informações no balcão,
era a de que, desde que Congonhas deixou de ser ponto
de conexão, as companhias não são
mais obrigadas a disponibilizar hospedagem a passageiros.
O Estado de São Paulo
22/10/2007
Estilete causa alerta em vôo da Gol
Um passageiro uruguaio desencapando com um estilete
um fio de um avião da Gol durante vôo de
São Paulo a Montevidéu, na tarde de ontem,
fez o piloto acionar alarme antiterrorismo. Ao ser abordado,
o homem respondeu estar “apenas descascando o
cabo” e entregou o estilete. O avião aterrissou
normalmente. Após interrogar o passageiro e revistar
o avião, as autoridades descartaram a hipótese
de atentado. O uruguaio disse desconhecer a proibição
de objetos cortantes a bordo e foi liberado.
No Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, mais de
200 familiares de vítimas do acidente da TAM
bloquearam o check-in da companhia e pediram a saída
do presidente da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e do relator da CPI do
Apagão Aéreo, deputado Marco Maia (PT-RS).
Jornal do Brasil
22/10/2007
Uruguaio ativa ação
antiterrorista
Montevidéu. Um uruguaio provocou tumulto durante
o vôo Montevidéu-Porto Alegre da companhia
aérea Gol, obrigando a tripulação
a ativar a operação antiterrorista. O
alarme e a imediata comunicação às
autoridades ocorreu quando o homem de 28 anos tirou
uma folha metálica cortante de sua bagagem de
mão e começou a danificar um dos cabos
do aparelho, sobre sua poltrona.
Folha de São Paulo
19/10/2007
Com apenas 5 aviões, BRA
prepara redução de vôos
Contando com metade da frota,
empresa propõe nova malha à Anac
Após divergências com a direção
da companhia, fundos de investimento parceiros pararam
de injetar recursos há um mês
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO
A BRA apresentou ontem uma nova malha aérea
à Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) com o objetivo de adequar as operações
à sua crise financeira: a empresa vai voar com
apenas 5 aviões, com um sexto para reserva técnica,
de uma frota de 10. Os fundos de investimento que vinham
financiando a companhia aérea pararam de aportar
recursos na empresa há um mês.
A companhia aérea -cujo presidente, Humberto
Folegatti, anunciou anteontem que deixará o cargo-
não está mais operando no aeroporto de
Congonhas (São Paulo) e teve seus vôos
internacionais suspensos temporariamente pela agência.
A Anac ainda não tem detalhes sobre a nova malha
proposta.
A BRA tinha uma participação de mercado
em vôos internacionais de 3,82% em setembro. No
mercado doméstico, o percentual era de 4,60%,
a terceira maior em market-share.
Segundo a empresa, com a suspensão dos vôos
internacionais, ontem 30 passageiros aguardavam em Madri
e outros 23 em Milão para embarcar para seus
destinos, além de 35 em Recife. Como a BRA não
faz parte de uma câmara de compensação
internacional -um mecanismo que permitiria a alocação
dos passageiros em vôos de outras companhias aéreas
sem maiores custos adicionais imediatos-, a BRA teve
de pagar o valor dos bilhetes para a portuguesa Luzair,
o que prejudica ainda mais a sua situação.
No final do ano passado, a Brazil Air Partners, que
tem sócios como a Gávea, administradora
de recursos do ex-presidente do Banco Central Armínio
Fraga, entre outros fundos de investimento, anunciou
a compra de parte da BRA. A entrada dos fundos foi divulgada,
à época, como o início de uma gestão
profissional.
Consultores contratados pelos novos investidores passaram
a acompanhar o dia-a-dia da empresa, mas, segundo a
Folha apurou, tiveram dificuldade em conseguir informações
e fazer mudanças por causa da resistência
de Folegatti.
Especialistas afirmam que os fundos chegaram a investir
cerca de US$ 70 milhões na companhia, mas os
recursos não foram usados para investimentos
na expansão da malha.
Como o presidente não quis se afastar do controle,
a relação com os fundos se deteriorou,
e estes pararam de aportar recursos há cerca
de um mês.
"A Gávea é irrelevante nesse caso",
afirmou Fraga à Folha. "Nossa posição
na empresa é pequena, tem gente muito maior.
Mas prefiro não comentar o caso", completou.
No início deste mês, devido a reclamações
de passageiros sobre atrasos e cancelamentos, a Anac
determinou auditoria na BRA. A recomendação
de funcionários da agência reguladora foi
pela suspensão de venda de bilhetes, mas, segundo
a Folha apurou, a medida foi vetada pelo diretor-presidente
da Anac, Milton Zuanazzi.
O diretor-técnico da empresa, Jair Evaristo,
pediu demissão há 15 dias e foi interrogado
pela Anac sobre a saída. Ele negou que houvesse
qualquer relação com a situação
da empresa e afirmou que não há nenhum
problema com a manutenção dos seus aviões.
O diretor financeiro da companhia aérea tomou
a decisão, nesta semana, de deixar a empresa.
No setor, a avaliação é a de que
a companhia depende agora da entrada dos fundos de investimento
na gestão.
A situação se reflete principalmente na
dificuldade de manter os aviões em operação.
Depois de negociar dívidas, a BRA pagou à
Vasp neste mês.
Além disso, a BRA enfrenta dificuldades de abastecimento
de peças e combustível, segundo a Folha
apurou.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas encaminhou denúncias
ao Ministério Público do Trabalho e à
Anac sobre o excesso de jornada dos trabalhadores e
sobre os salários da empresa. Já existem
processos em Guarulhos e em Natal.
"O excesso de jornada é uma constante na
BRA", diz Graziela Baggio, presidente do sindicato.
O sindicato fez denúncia à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária de que
os alimentos da tripulação ficam muitas
horas a bordo, o que facilita a deterioração.
Com isso, os tripulantes evitam se alimentar a bordo,
afirma o sindicato.
Em nota, a BRA afirmou que a empresa tem enfrentado
problemas por conta de serviços de manutenção
não-programados, além do atraso no recebimento
de dois aviões.
O ESTADO DE SÃO PAULO
19/10/2007
Vasp recebe duas propostas
Matlin Patterson e OceanAir
disputam a empresa
Apenas duas empresas entregaram propostas pelos ativos
da Vasp, que está em processo de recuperação
judicial. A Digex, empresa de manutenção
de São José dos Campos (SP), que tem como
acionista o fundo americano de investimentos Matlin
Patterson, ofereceu R$ 24 milhões pela área
de manutenção da Vasp, conta o presidente
da Digex, Renato Cianflone. A companhia aérea
OceanAir, do empresário German Efromovich, também
entregou um envelope, mas o conteúdo não
foi revelado.
As propostas serão abertas na próxima
quarta-feira, na 1ª Vara de Falências e Recuperação
de São Paulo, segundo o interventor da Vasp,
Raul de Medeiros. De acordo com ele, os credores da
Vasp terão pelo menos seis dias para avaliar
as ofertas, que serão levadas para votação
em assembléia dos credores da Vasp marcada para
o dia 30. Medeiros afirma que, se não houver
nenhuma dúvida sobre os conteúdos dos
envelopes, haverá votação no mesmo
dia. Caso contrário, poderá haver uma
prorrogação para a votação.
ATIVOS
O valor proposto pela Digex é o mesmo apresentado
na primeira rodada de ofertas pelos ativos da Vasp,
realizada no mês passado. Porém, como a
assembléia de credores da empresa realizada no
fim de setembro foi adiada para o próximo dia
30, a oferta da Digex perdeu validade, pois tinha como
prazo o dia 12 de outubro. “Mudamos apenas algumas
cláusulas da proposta”, afirma Cianflone.
A OceanAir também já havia feito uma
oferta pelos ativos da Vasp. Segundo Medeiros, a empresa
estava interessada em todos os quatro ativos que estão
sendo colocados à venda: manutenção;
ensino e treinamento; despacho aeroportuário
e transporte de cargas.
A Vasp está em recuperação judicial
com dívidas da ordem de R$ 5,5 bilhões,
mas ativos de R$ 6,5 bilhões. Uma empresa de
manutenção de aviões da China,
a Haite, também havia demonstrado interesse em
investir nos ativos da Vasp, mas não chegou a
apresenta uma proposta oficial.
O Matlin Patterson é acionista da VarigLog,
que em julho do ano passado arrematou a Varig por US$
24 milhões. Em março deste ano, a ex-subsidiária
de logística e cargas da Varig vendeu a empresa
para a Gol por US$ 320 milhões.