:::::RIO DE JANEIRO - 22 DE SETEMBRO DE 2006 :::::

 

O ESTADO DE SÃO PAULO
22/09/2006
Anac decide redistribuir 28 vôos da Varig em Congonhas
Direção da VarigLog acusa rivais TAM e Gol de dificultar a autorização de vôo da empresa
Alberto Komatsu

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciou ontem a distribuição de vôos nacionais que a Varig deixou de operar desde meados de julho, quando sua crise ficou mais grave. Em reunião de diretoria, a agência decidiu licitar 28 espaços para pouso e decolagem (slots) no Aeroporto de Congonhas até o dia 16 de outubro. No fim do mês passado, a agência já havia redistribuído 51 vôos internacionais da Varig.

Com os slots, que são como uma vaga temporária na garagem, as empresas aéreas definem a quantidade de vôos que pretendem operar em cada espaço. As aeronaves podem permanecer em solo por 40 minutos em cada slot. Se esse limite de tempo for excedido, paga-se uma multa.

SEM AUTORIZAÇÃO

A VarigLog, nova controladora da Varig, já investiu US$ 96,7 milhões na companhia e esperava que a Anac concedesse ontem a autorização para funcionamento jurídico da nova Varig. Esta seria a primeira etapa para a homologação definitiva como concessionária de transporte aéreo. A Anac, porém, informou que ainda faltam documentos. Sem essa certificação inicial, a empresa não pode ter CNPJ, contratar funcionários ou formalizar um pré-contrato para a compra de 14 aviões que já estão no Rio.

'Estamos perplexos com o resultado dessa reunião. A Anac alegou falta de tempo para colocar o tema (autorização) em pauta', afirmou o presidente do conselho de Administração da VarigLog, Marco Antonio Audi, por meio de teleconferência convocada às 18h30 de ontem, após a reunião da agência. Segundo ele, a demora é reflexo da concorrência. 'A TAM e a Gol já têm 93,3% do mercado brasileiro. Elas já atuam com nossas rotas em caráter emergencial', acrescenta o executivo.

ACUSAÇÃO

Questionado, então, se haveria uma manobra da TAM e da Gol, o executivo disse não duvidar disso. 'Não tenho dúvida que é uma questão de concorrência. A Varig mete medo nelas. Elas sabem que nós podemos quebrar os seus planos', afirmou. A falta de certificação, lembra uma fonte do setor, leva a uma situação peculiar na recuperação da Varig: o leilão em que a empresa foi arrematada por cerca de US$ 500 milhões, realizado no dia 20 de julho, ainda não foi homologado pela Justiça do Rio porque a concessão é um dos pré-requisitos para a efetivação da compra.

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, diz que o departamento jurídico está analisando a melhor forma de responsabilizar judicialmente a Anac pelo desemprego que está sendo gerado com essa situação. Segundo estimativa do presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antonio Audi, com os 14 aviões que a empresa está negociando, mais os 15 da frota atual, a geração de empregos seria da ordem de 3,5 mil. 'Tem alguma coisa no ar que não é avião', afirma Graziella.

A distribuição de vôos que eram operados pela Varig acontece em meio a uma disputa judicial. De um lado, a Justiça do Rio publicou decisões que impedem a partilha de vôos da empresa, usando como argumento portaria da própria Anac na época do leilão de venda da Varig. Para a Anac, é a Justiça Federal que tem poder para decidir sobre os atos de uma autarquia como a agência.

 

 

O DIA
22/9/2006 00:02h
Aeronautas cobram da Previdência Social
Sindicato quer que União assuma a complementação de aposentadorias

Rio - O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) divulgou ontem carta aberta exigindo que a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) cumpra a decisão judicial de complementar integralmente as aposentadorias dos participantes dos fundos de pensão Aerus (Varig e Transbrasil) e Aeros (Vasp).

Segundo a entidade, a cobrança se deve ao fato de que a SPC aprovou gastos indevidos dos fundos, o que levou à falta de recursos para honrar seus compromissos com os associados.

De acordo com o sindicato, só o Aerus tem em torno de 8.500 participantes. O Aeros, 300. No caso de inativos da Varig, Graziela Baggio, presidente do SNA, lembra que 2.500 participantes do Plano 1 estão ameaçados de perder a complementação em janeiro de 2007, por falta de verbas do fundo. Desde julho, já recebem 50% do valor devido.

“No Plano 2, há de 3 mil a 3.500 participantes, que tiveram redução de 40% na complementação. Nesse caso, só há fôlego até o começo de 2008”, disse.

Ligada ao Ministério da Previdência, a SPC teria tomado conhecimento das irregularidades praticadas por patrocinadores e administradores dos fundos — incluindo empréstimos e renegociações, o que é proibido. Por isso, o SNA entende que a União é responsável até o fim pela apuração dos responsáveis, devendo honrar os pagamentos. “Mas, até agora, o Ministério da Previdência Social se recusa a cumprir a determinação da Justiça”, destaca o texto.

Justiça já foi favorável aos associados

Segundo Graziela Baggio, no caso do Aeros (Vasp), a Justiça já se manifestou a favor dos associados, em setembro de 2005. “E, em junho de 2006, o governo editou a Medida Provisória 299 para o pagamento dessas complementações. O texto foi aprovado no Congresso Nacional, mas até agora o governo não pagou”, disse.

Quanto ao Aerus, a presidente do sindicato esclarece que a ação judicial ainda aguarda decisão final do Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Já obtivemos vitórias, mas a Previdência Social recorreu. Só há dois caminhos: continuar a recorrer ou ser mais sensível e pagar. Só que vários recursos já foram julgados a nosso favor”, afirmou Graziela.

Procurada por O DIA, a Secretaria de Previdência Complementar informou que não concorda com a tese da ação judicial que está em andamento. Por ainda não haver decisão definitiva, a SPC alegou que não se manifestaria a respeito da carta aberta do sindicato.

 

 

Folha de São Paulo
22/09/2006
Varig perde parte das rotas internacionais
Agência de aviação decide repassar linhas para concorrentes e retoma projeto de distribuição de espaços em Congonhas
Empresa diz que edital do leilão precisa ser respeitado e que vai recorrer "até onde for preciso" para garantir a manutenção das linhas

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

A diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) decidiu ontem redistribuir parte das linhas internacionais que pertenciam à Varig. A decisão ainda deve ser questionada na Justiça. O presidente do conselho de administração da VarigLog, nova dona da Varig, Marco Antônio Audi, informou que vai recorrer "até onde for preciso" para assegurar a manutenção das linhas.

Na prática, o consumidor ainda vai demorar a sentir os efeitos da reorganização do mercado. As empresas que receberam linhas para México, Estados Unidos, Itália, França e Angola terão seis meses para iniciar as operações. Segundo a OceanAir, que recebeu sete freqüências semanais para o México, sete para os Estados Unidos e duas para Angola, a companhia tentará antecipar o início das operações.

A TAM ficou com sete freqüências para a Itália e sete para a França. A Gol ficou com freqüências para o Uruguai e para o México. A BRA ganhou sete freqüências para a Itália, cinco partindo do Nordeste.

A decisão da agência é mais um capítulo de uma disputa que se estende há dois meses, desde que as operações da Varig foram vendidas em leilão. O início da divergência entre a Anac e a nova Varig começou quando a companhia entregou um plano básico de linhas dividido em três etapas. As linhas seriam retomadas conforme a empresa conseguisse recompor a frota. A primeira incluía apenas três destinos internacionais: Frankfurt, Buenos Aires e Caracas. Atualmente, a Varig voa com 15 aeronaves.

Na avaliação da agência, conceder à Varig mais tempo para se reorganizar seria o equivalente a praticar uma "reserva de mercado" para a companhia. A Varig alega que só está exigindo o cumprimento da legislação da agência. A portaria 569 prevê que as companhias aéreas têm um prazo de 30 dias para cumprir as rotas nacionais e de 180 dias para as internacionais, a partir da assinatura do contrato de concessão.

Congonhas
Depois de uma guerra de decisões judiciais, a agência decidiu retomar também a distribuição de "slots" (espaços de pouso e decolagem) em Congonhas. Em razão das obras no aeroporto, a agência decidiu realizar o processo em duas etapas. Na primeira serão licitados 28 espaços de pouso e decolagem. O edital será publicado no Diário Oficial até a próxima segunda-feira e a reunião para que as empresas se candidatem ocorrerá no dia 16 de outubro.

Depois que as obras forem concluídas, a agência licitará mais 28 slots. São 56 espaços de pouso e decolagem em um dos principais aeroportos do país. Do total, 50 pertenciam à Varig.

O processo de divisão de espaços deve gerar ainda mais polêmica. As companhias com fatias menores do mercado questionam o critério definido pela Anac: quatro quintos dos espaços vão para companhias que já operam no aeroporto e um quinto para "novas entrantes".

Segundo Lúcia Helena Salgado, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o critério beneficia empresas mais consolidadas. "As novas empresas muitas vezes não conseguem cumprir os requisitos burocráticos, como a apresentação de um balanço consolidado", disse.

Para ela, a decisão de redistribuir as linhas da Varig foi correta. "A Varig praticamente desapareceu do mercado como grande empresa, mas outras apareceram. A regulação precisa ser dinâmica para garantir que o mercado funcione e para que haja benefício ao clientes."

Na avaliação de Audi, o que importa é a decisão judicial. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) ainda precisa analisar o mérito de uma ação pedindo o reconhecimento de conflito de competência. Na prática, trata-se de definir o juiz responsável pela análise do caso: a Vara Empresarial ou a Justiça Federal. A companhia disse que vai recorrer até a última instância.

 

 

Folha de São Paulo
22/09/2006
Novo dono diz que já investiu US$ 97 milhões
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antônio Audi, afirmou que os novos donos já investiram US$ 96,7 milhões na nova Varig, uma empresa que, na prática, ainda é uma ficção. A VarigLog assumiu operações da Varig há dois meses, mas a empresa ainda não tem CNPJ, diretoria nem empregados. Os vôos utilizam concessão da "velha Varig".

Dependente de autorizações da Anac, a nova Varig não tem autonomia formal para realizar nenhum tipo de operação. Nada impede que os donos desistam do negócio se a operação ficar menos atraente: o leilão de venda das operações não foi homologado até hoje.

Audi esperava receber ontem a autorização de funcionamento jurídico, o primeiro passo formal de constituição da empresa. Os planos para a empresa são grandiosos. Segundo Audi, tão logo receba as autorizações, a Varig vai fechar contrato de compra de 14 Boeing-737. A empresa quer ainda adquirir as 15 aeronaves antigas que opera sob leasing. O valor total do pacote chega a US$ 250 milhões.

A nova Varig aguarda ainda aprovação de pedido de financiamento no BNDES para a compra de 50 aviões da Embraer. Segundo Audi, o financiamento é só uma das modalidades de compra em estudo. O valor do investimento é de US$ 1,7 bilhão.

A agência afirma que a autorização depende de análise da Superintendência de Serviço Aéreo e da área jurídica. A Varig alega que já entregou todos os documentos. (JL)

 

 

JORNAL DO BRASIL
22/09/2006

 

 

Valor Econômico
22/09/2006
Sata prepara fusão com a portuguesa Groundforce
Roberta Campassi

A Sata, empresa da Fundação Rubem Berta (FRB) que presta serviços de assistência em aeroportos, deve anunciar no mês que vem uma fusão com a portuguesa Groundforce. Depois de ter eliminado dois mil postos de trabalho desde maio e acumulado prejuízos, a empresa está em busca de novos contratos, inclusive com a Gol Linhas Aéreas.

A situação financeira da Sata agravou-se no fim do primeiro semestre deste ano, quando sua maior cliente, a Varig, deixou de pagar pelos serviços. Em conseqüência, o faturamento da empresa, que em 2005 foi de R$ 211 milhões, caiu 40%. Para cortar custos, a Sata demitiu parte dos funcionários e criou um plano de demissão incentivada (PDI). Dos seis mil funcionários, dois mil deixaram a companhia.

As dificuldades financeiras da Sata, no entanto, são mais antigas. No primeiro semestre do ano passado, a empresa registrou prejuízo de R$ 26 milhões. Uma nova diretoria então assumiu a empresa e consegui reduzir as perdas de 2005 para R$ 1 milhão. Nos três primeiros meses deste ano, a companhia chegou a registrar lucro, mas a crise da Varig reverteu os resultados. A companhia ainda tem passivos tributários, mas não divulga o montante.

Em agosto, registrando novamente prejuízos, a Sata anunciou a ampliação de uma parceria operacional com a Groundforce, que tem entre seus acionistas a TAP e a espanhola Globália. O interesse da empresa portuguesa cresceu e seus executivos devem finalizar uma auditoria na Sata na semana que vem. Segundo Paulo Pizão, presidente do conselho administrativo da companhia, a conclusão das negociações será anunciada em outubro. "O tipo de acordo ainda não está definido. Nosso maior objetivo é evitar mais demissões", afirma Pizão.

O presidente da Sata, Mário Mariz, afirmou ao Valor que a FRB deve vender o controle acionário da empresa à Groundforce. "Precisamos de uma aporte financeiro e um acordo pode ajudar muito." A união das duas empresas criaria a quarta maior prestadora de serviços auxiliares em aeroportos do mundo. A Groundforce tem operações na Europa, México e Marrocos.

A Sata é a maior empresa do segmento no Brasil. Além de fazer o carregamento de malas e cargas e a limpeza de aeronaves, presta serviço terceirizado em balcões de check-in. É a 18ª em tamanho no ranking mundial. Hoje, a maioria dos contratos de serviços da Sata são com companhias aéreas estrangeiras. A TAM, maior aérea brasileira, que poderia utilizar os serviços da empresa, tem sua própria operação de carregamento. "Estamos em conversas com a Gol e queremos ampliar operações na América do Sul", afirmou Mariz.

No momento, a Sata ainda precisa resolver pendências trabalhistas. A empresa está encontrando dificuldades para pagar os salários e benefícios em dia. Segundo Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, a empresa vem parcelando os salários em duas vezes desde julho e ainda está devendo o vale-refeição de agosto e parte do vale-transporte. Em agosto, cerca de 1,7 mil funcionários fizeram duas greves de 24 horas para exigir o cumprimento dos compromissos trabalhistas.

Ontem, dirigentes da Sata reuniram-se com os sindicatos para expor a situação da empresa e planos para o futuro. A maior parte do pessoal da Sata é composta por carregadores de malas e cargas.

Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que retomará a redistribuição de 56 slots, em Congonhas. O presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antonio Audi, acusou as concorrentes de estarem por trás das dificuldades da Varig em conseguir autorização da Anac para funcionar. (Com Valor Online)

 

Revista Exame
21.09.2006
Anac redistribui espaços da Varig em outubro; aérea promete expansão
Companhia se diz pronta para comprar até 50 jatos da Embraer

A diretoria da Agência Nacional de Aviação Aérea (Anac) decidiu, em reunião nesta quinta-feira (21/9), que vai redistribuir no dia 16 de outubro 28 slots (espaços de pouso e decolagem) hoje detidos pela Varig no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O edital com o anúncio da licitação deve ser publicado amanhã ou na próxima segunda-feira (25/9).

Outros 28 slots da Varig em Congonhas também devem ser posteriormente redistribuídos em uma segunda etapa, mas ainda não há data para este leilão. No mercado internacional, o plano da Anac é de passar a outras aéreas as concessões de 51 rotas.

A distribuição dos 56 slots de Congonhas estava prevista para acontecer nos dias 14 de 15 de setembro, mas acabou postergada por uma batalha judicial travada entre a Anac e a 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pela recuperação judicial da aérea.

A Justiça do Rio proibiu, sob ameaça de multa, a agência federal de realizar a redistribuição dos espaços não utilizados pela Varig, decisão posteriormente derrubada por mandado de segurança do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Nesta semana, o Superior Tribunal de Justiça liberou o caminho para o leilão dos espaços ao rejeitar uma liminar da VarigLog, na qual a nova controladora da Varig reclamava que a decisão do TRF-2 deveria ser invalidada por conflito de competência.

De acordo com a Anac, além dos espaços de Congonhas, podem ser redistribuídos até outros 92 espaços da Varig. Das 272 rotas originais que possuía antes de ser vendida em leilão de recuperação judicial, a companhia manteve apenas 124 em seu plano básico de linhas.

Autorização

A Varig esperava receber hoje a autorização jurídica da Anac para operar como nova empresa aérea. No entanto, a diretoria da agência anunciou que o documento só deve sair na próxima semana. Depois disso, a Varig terá de esperar ainda pelo certificado de homologação de empresas aéreas (Cheta) para regularizar sua situação – enquanto isso não ocorre, a companhia continuará operando sob a licença da antiga Varig.

Em comunicado, a Varig afirmou que espera apenas as autorizações da Anac para comprar até 50 jatos da Embraer. "Após uma série de análises técnico-econômicas, a companhia identificou a família de E-Jets 190/195 da Embraer como o tipo ideal de aeronave para ser a base da frota da Varig no mercado e sua principal ferramenta na estratégia de expansão e retomada de rotas", afirmou a Varig, em nota. A companhia não divulga o valor da negociação, mas cada jato 190 da Embraer tem preço de tabela de 33 milhões de dólares e capacidade para até 114 assentos. Os jatos 195 custam, cada um, 35 milhões de dólares, e suportam até 122 assentos. A Varig diz ainda já ter negociado 14 aeronaves com empresas de leasing, por valor também não revelado.

Hoje a Varig opera com 15 aeronaves em três rotas internacionais e dez rotas nacionais. Depois de incorporar os aviões negociados por meio de leasing e os jatos da Embraer, a aérea pode chegar a até 79 aviões.

 

 

O Globo Online
21/09/2006 - 20:42h
Executivo da VarigLog se diz perplexo pela Anac não ter atendido Nova Varig

RIO - O vice-presidente do Conselho de Administração da Varig, Marco Antonio Audi, disse nesta quinta-feira estar "perplexo" com o fato de a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não ter concedido a autorização de funcionamento jurídico à Aéreo Transportes Aéreos, empresa do grupo VarigLog e que comprou os ativos da Varig no leilão de 20 de julho.

Audi esperava que na reunião de diretoria da Anac, que aconteceu nesta quinta-feira, no Rio, a autorização fosse concedida. Segundo ele, o documento é fundamental para que os planos da companhia possam ir adiante.

— Estamos perplexos com o resultado da reunião de hoje. Tudo o que pretendemos fazer depende dessa autorização. Mais uma semana passa e a explicação da Anac para não conceder a autorização foi falta de tempo de colocar o assunto em pauta. Não é fácil segurar a expectativa de todos, principalmente dos empregados, de ter seus empregos de volta. Estamos fazendo o possível e o impossível para manter viva essa empresa — argumentou Audi.

Audi ressaltou que não há perigo de desabastecimento do setor com a não distribuição dos espaços de vôos da Varig e que a concorrência ganha com a demora na entrega das autorizações.

— Hoje, TAM e Gol têm juntas 93% do mercado brasileiro. Mas sabemos que com a entrada da nova Varig vai haver uma queda nos planos das concorrentes. Eles (empresas concorrentes) viram que a Varig tem possibilidade de viver e de maneira muito forte e isso afeta. Nossa paciência é muito grande e viemos para ficar — assinalou.

Quanto à distribuição das rotas da Varig no aeroporto de Congonhas, anunciada nesta quinta-feira pela Anac, que deverá publicar edital de licitação pública até o início da semana que vem para distribuição no dia 16 de outubro, Audi questionou o motivo da distribuição dos slots para outras empresa que necessitarão de tempo para iniciar a operação das rotas enquanto a Varig tem 14 aviões parados.

— Nossa proposta é ocupar todos os slots em Congonhas. Se por acaso perdermos slots, vamos solicitar. É uma questão de livre concorrência — comentou.

O executivo disse que até o momento, a VarigLog já fez gastos de US$ 96,7 milhões na operação da Varig, que continua em processo de transição, já que a Aéreo Transportes Aéreos só passa a existir de fato a partir das autorizações dadas pela autarquia. Ele alegou que todos os documentos exigidos pela agência foram entregues em juízo há mais de uma semana.

— Cumprimos 100% das exigência em juízo. O juiz Ayoub (Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, que conduz a recuperação da Varig) notificou a Anac para que informasse o que faltava para que as autorizações fossem dadas. A Anac não tem desculpa — disparou Audi.

A frota da companhia, hoje de 15 aviões, com geração de 1,8 mil empregos, está prestes a aumentar para 29, se forem concluídos os contratos de compra de 14 aviões Boeing, um inestimento de US$ 250 milhões. Os contratos foram feitos com empresas de leasing mas há uma cláusula suspensiva, que prevê o pagamento a partir das autorizações pela Anac.

Com 29 aviões, a empresa passaria a ter 3,4 mil empregados. Segundo ele, as aeronaves que pertenciam à antiga Varig, estão paradas no pátio da Varig Engenharia e Manuntenção (VEM) na Ilha do Governador, no Rio. Audi também disse que as autorizações são fundamentais para que a empresa possa fechar com a Embraer a compra de 50 jatos.

— Estamos negociando prazos. Conseguimos lugares na fila de compradores de aviões da Embraer com oito companhias aéreas, entre elas a Air Canada, que tem 101 pedidos. O negócio exige gastos de US$ 1,7 bilhão. O que pedimos é que a Anac entregue o que nos ofereceram no leilão. Mas aí fica essa briga cruel. Mas continuamos acreditanto na lei — informou.

Apesar de ainda estar investindo em uma empresa que opera no vermelho, Audi afirmou que a disposição dos investidores ainda é grande.

 

 

Folha Online
21/09/2006 - 16h57
Varig diz que depende de agência para comprar 50 jatos da Embraer
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio

A Varig disse que depende somente das autorizações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para comprar 50 jatos da Embraer.

A Anac decidiu hoje não conceder a autorização de funcionamento jurídico para a VarigLog, primeiro passo para que a nova empresa possa receber a concessão para voar. A agência alega que ainda faltam documentos.

A empresa sustenta que já entregou toda a documentação. Atualmente, ela utiliza a concessão da Varig para operar vôos.

'Após uma série de análises técnico-econômicas, a companhia identificou a família de E-Jets 190/195 da Embraer como o tipo ideal de aeronave para ser a base da frota da Varig no mercado e sua principal ferramenta na estratégia de expansão e retomada de rotas', disse em nota.

Segundo a companhia, a compra de aviões da Embraer possibilita a manutenção e criação de empregos.

Atualmente a companhia opera com 15 aviões, segundo o presidente do conselho de administração da VarigLog, nova dona da Varig, Marco Antônio Audi.

A VarigLog entregou no fim de agosto a carta-consulta ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para tentar obter financiamento para a compra de aviões da Embraer.

Segundo a empresa, o pedido foi feito para que o banco financie US$ 1,7 bilhão na compra de 50 aviões. Esses aviões teriam capacidade para transportar entre 115 e 135 passageiros, ao custo médio de US$ 40 milhões cada. O BNDES ainda não divulgou se vai conceder o empréstimo.

Em nota, a Varig informa ainda que também já negociou com empresas de leasing a incorporação de mais 14 aeronaves modelo Boeing 737 à sua frota.

A Anac também decidiu hoje repassar 28 slots (espaços de pouso e decolagem) que pertencem à Varig e que não estão sendo utilizados pela companhia no aeroporto de Congonhas (São Paulo).

O Globo
21/09/2006 às 15h49m
Autorização para Aéreo Transportes Aéreos assumir nova Varig atrasa
Erica Ribeiro

RIO - A autorização de funcionamento jurídico da Aéreo Transportes Aéreos, empresa do grupo Varig Log, não foi concedida pela Anac nesta quinta-feira, como era esperado pela companhia. O documento é o primeiro passo para uma série de autorizações para que a Aéreo Transportes Aéreos assuma legalmente a nova Varig.

Segundo a Anac, o documento ainda não foi expedido porque ainda faltam documentos que não foram apresentados pela nova Varig. O processo na agência está sendo analisado pelos departamentos jurídico e técnico da agência. A própria Anac prevê que a autorização seja concedida na próxima semana.

 

 

O Globo Online
21/09/2006
21/09/2006 às 15h39m
Anac decide pela distribuição de 28 rotas domésticas da Varig
Erica Ribeiro

RIO - A direção da Agência Nacional de Aviação (Anac) decidiu nesta quinta-feira pela distribuição de 28 vôos que pertenciam à Varig para destinos no país a partir do Aeroporto de Congonhas. A distribuição foi determinada pela demanda de passageiros no aeroporto paulista, um dos mais disputados do país.

Até o início da próxima semana, a Anac espera que seja publicado o edital de licitação desses destinos para que as companhias aéreas interessadas possam se habilitar. A data para a distribuição foi marcada para 16 de outubro.

Ao todo, 56 vôos domésticos partindo de Congonhas serão licitados, mas Anac decidiu distribuir inicialmente apenas 28, devido às obras no aeroporto. A autarquia imnformou que 51 rotas internacionais que pertenciam à Varig seguem em processo de redistribuição.

As companhias TAM, Gol, BRA e Ocean Air, que já tinham pleiteado destinos fora do país, tiveram as rotas mais uma vez confirmadas pela Anac.

Folha Online
21/09/2006 - 15h37
Agência decide repassar parte das rotas da Varig em Congonhas
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio

A Anac (Agência de Aviação Civil) decidiu repassar 28 slots (espaços de pouso e decolagem) que pertencem à Varig e que não estão sendo utilizados pela companhia no aeroporto de Congonhas (São Paulo).

A agência informou que espera que esses espaços e rotas já estejam nas mãos das outras companhias áreas em 16 de outubro, quando o processo de licitação já deve ter sido concluído.

Outros 28 slots que não estão sendo utilizados também serão licitados, mas somente após o fim das obras no aeroporto mais movimentado do país.

A agência informou ainda que não voltou atrás em relação às 51 rotas internacionais da Varig que já foram repassadas a outras companhias.

Paralelamente a isso, a Anac não concedeu a autorização de funcionamento jurídico para a VarigLog, primeiro passo para que a nova empresa possa receber a concessão para voar. A agência alega falta de documentos. Atualmente, ela utiliza a concessão da Varig para operar.

A Varig sustenta, por outro lado, que já entregou todos os documentos requeridos pela agência. Ontem, o presidente do conselho de administração da VarigLog, Marco Antônio Audi, disse que esperava receber a autorização de funcionamento jurídico hoje.

Segundo ele, a empresa depende desse documento para concluir a compra de 14 aeronaves modelo Boeing 737, que já estariam no Galeão.

INVERTIA
Quinta, 21 de Setembro de 2006, 9h06
Varig dá desconto, milhagem em dobro e sanduíche de picanha para ter cliente de volta
Fonte: INVERTIA

Com a credibilidade em baixa após a longa crise que enfrentou (e que ainda não foi superada), a Varig tem apelado às promoções e tentado caprichar no serviço de bordo para trazer os passageiros de volta. Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo , a passagem na Ponte Aérea Rio-São Paulo custa R$ 160 - bem menos que o preço das concorrentes -, a empresa dá milhas em dobro no programa Smiles e o passageiro recebe sanduíche de picanha durante o vôo.

A estratégia, aparentemente, tem funcionado. Nos poucos vôos que a companhia oferece hoje, a ocupação tem sido satisfatória. Mas não tem gerado muita receita. "Nesse momento de transição, em que não temos ainda o cheta (certificado de habilitação sem o qual a empresa não pode operar), o objetivo é trazer o passageiro de volta, muito mais do que gerar caixa", diz uma fonte da empresa.

Mas ele garante que, na Ponte Aérea, a grande maioria dos passageiros é pagante, e que a tarifa de R$ 160 garante alguma rentabilidade. "A empresa está enxuta." Segundo ele, a tarifa de R$ 160 deve durar ainda por um bom tempo.

A crise da Varig, que chegou ao auge com as cenas de vôos cancelados no Brasil e no exterior e longas filas de passageiros sem saber o que fazer em aeroportos de todo o mundo, deixou marcas na imagem da empresa. Com poucos aviões, a empresa encolheu. A companhia, que chegou a ter 70% do mercado, teve no mês passado uma participação de cerca de 2% nos vôos domésticos, metade da BRA.

Apesar de todos os problemas, os passageiros que têm voado pela Varig se dizem satisfeitos com o fato de a empresa voltar a operar.

"No auge da crise, passamos a voar mais de TAM e de Gol, mas agora a empresa tem nos oferecido mais vôos de Varig na Ponte Aérea", disse a analista de negócios da Telefônica Fernanda Naliato. "Tenho milhas da Varig e não tenho nenhum interesse em que a companhia vá mal."

Além da Ponte Aérea, a Varig está voando para algumas capitais, como Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Recife, com poucas freqüências diárias. No mercado internacional, o único vôo da companhia, para Buenos Aires, anda bastante concorrido por conta da promoção das 12 mil milhas.