Valor Econômico
22/06/2007
Rotas da Varig
A Gol e a TAM fizeram ofertas por três rotas da
velha Varig para a Alemanha, colocadas em licitação
pela Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil). A Varig perdeu o direito sobre as rotas porque
não conseguiu utilizá-las desde a homologação
da chamada nova Varig, em dezembro de 2006. As três
freqüências são as primeiras da velha
Varig a serem licitadas. Segundo informações
da Folhapress, a decisão de quem levará
as rotas será tomada na terça-feira, em
reunião da agência.
Jornal do Brasil
22/06/2007
Agora, é guerra declarada
Fernando Exman
BRASÍLIA. Os controladores de vôo resolveram
declarar guerra ao governo e ao Comando da Aeronáutica.
Revoltados com a demora do governo para reajustar os salários
da categoria, a falta de interlocutores para a negociação
e as falhas nos equipamentos de trabalho, cogitam realizar
novas operações-padrões como as que
fustigaram ontem passageiros em todo o país. Até
as 18h30, a ação havia causado atrasos em
38,1% de 1.475 vôos previstos, segundo a Infraero.
Depois de cobrar hora e dia para o fim do apagão
no setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
determinou ontem ao comandante da Aeronáutica,
Juniti Saito, que adote as medidas necessárias
para solucionar os problemas. Além disso, rechaçou
o boato segundo o qual demitiria o presidente da Infraero,
tenente-brigadeiro José Carlos Pereira. Nos bastidores,
integrantes do governo reclamam da má-vontade dos
controladores.
A insatisfação rendeu atitudes. A cúpula
da Aeronáutica ampliou as investigações
para descobrir se houve má-fé dos controladores.
E alardeou que está disposta a punir líderes
e responsáveis pela ação. A destoar
no coro só o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
que preferiu trilhar o caminho aberto pela colega Marta
Suplicy. Ele disse que o crescimento da economia causa
o gargalo logístico.
- Não há caos aéreo. Os problemas
ocorrem pelo aumento do fluxo - declarou Mantega. - É
a prosperidade do país: mais gente viajando, mais
aviões e mais rotas.
Apesar do ultimato dado pelo presidente Lula em março,
nada foi feito para aparar as arestas com os controladores.
Segundo o presidente da Associação dos Controladores
de Tráfego Aéreo do Estado do Rio de Janeiro,
Jorge Nunes Oliveira, o governo não cumpriu o que
prometeu para a categoria. Para evitar que a culpa de
mais um possível acidente recaia sobre suas cabeças,
os controladores passaram a cumprir todas as normas de
segurança dos manuais do setor.
Antes, deixavam de seguir os prosseguimentos prescritos
para que os vôos não atrasassem.
- O sistema está deteriorado. A tendência
é os equipamentos degringolarem. O pessoal está
se sentindo abandonado.
Segundo Nunes Oliveira, o último contato entre
controladores e autoridades do Executivo foi a negociação
com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em março.
O clima nos centros de controle de vôo é
péssimo, segundo Nunes Oliveira. Não há
diálogo entre chefes e controladores de vôo.
E a relação pode piorar, diante da carta
branca dada do presidente à Aeronáutica.
- Desde a reunião com o ministro Bernardo, só
veio decepção. Estão empurrando com
a barriga. Não tem canal de negociação
- disse Nunes Oliveira. - Imploramos por um canal de diálogo
e, até agora, só houve autoritarismo. Só
querem punir, o que deixa o pessoal apreensivo.
A falta de assistência da Aeronáutica aos
quatro controladores que monitoravam o Boeing da Gol e
o Legacy que se chocaram em setembro é outro motivo
de insatisfação. O acidente foi a maior
tragédia da história da aviação
brasileira. Matou 154 pessoas. Sem dinheiro para pagar
advogados, os controladores contam com o apoio financeiro
das associações da categoria para se defender
na Justiça. Foram denunciados pelo Ministério
Público de Mato Grosso e estão na mira das
CPIs do Congresso.
O calvário está cada vez mais democrático.
Ontem, vitimou os governadores Aécio Neves e Sérgio
Cabral, a seleção brasileira de futebol
e o embaixador da Comissão Européia no Brasil,
João Pacheco.
Tribuna da Imprensa
22/06/2007
Empresária confirma denúncias
contra Infraero
BRASÍLIA - A empresária paranaense Sílvia
Pfeiffer confirmou denúncias de corrupção
em contratos realizados pela empresa da qual era sócia,
a Aeromídia, e a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária (Infraero) em depoimento à
CPI do Apagão Aéreo do Senado. Ela sentiu-se
mal e foi atendida pelo serviço médico da
Casa. Em seu depoimento, Silvia acusou o ex-presidente
da Infraero, Carlos Wilson, e várias outras pessoas,
de envolvimento em fraudes em licitações
e superfaturamento de preços de obras dos aeroportos.
De acordo com o relator da CPI, senador Demósthenes
Torres (DEM-GO), Silvia apresentou documentos e tem feito
as acusações "com propriedade".
Segundo Torres, as denúncias serão agora
investigadas pelo Ministério Público e pela
Polícia Federal.
Diretora nega
Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo
da Câmara, a diretora de Engenharia da Empresa Brasileira
de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), Eleuza
Terezinha Lores negou ontem qualquer irregularidade em
obras de aeroportos. Eleuza é alvo de ação
cível pública do Ministério Público
de São Paulo, que tentou embargar as obras do aeroporto
de Congonhas, sob a alegação de irregularidades
na licitação. O Tribunal de Contas da União
(TCU) também aponta falhas nas obras de Congonhas.
"O Ministério Público de São
Paulo pegou um relatório preliminar de 2006 e abriu
uma ação pública em função
do processo licitatório da obra do aeroporto de
Congonhas", explicou a diretora de Engenharia. Ela
confirmou que, em função da ação,
está com seus bens bloqueados pela Justiça.
Segundo Eleuza, as auditorias do TCU feitas em obras
nos aeroportos apontam sobrepreços porque os técnicos
do Tribunal usam como parâmetro a tabela de preços
da construção civil. "Estamos trabalhando
junto com o TCU para criar uma tabela só para o
sistema aeroportuário. Aí quando todas as
auditorias forem enquadradas nessa tabela não vai
haver sobrepreço nas obras", afirmou.
No depoimento, Eleuza Terezinha garantiu que não
é filiada a partido político. Rebateu ainda
as acusações da empresária Silvia
Pfeiffer - que depôs ontem na CPI do Apagão
Aéreo do Senado - de que seria chefe de um esquema
de corrupção nas obras dos aeroportos. "Se
ela (Sílvia) tem acusação de que
há corrupção que comprove. Eu não
recebi nada dela nem de ninguém. Não tenho
força política nenhuma. Não sou ligada
a partido político. Tenho é bagagem profissional.
Contra mim não tem nada tanto que não fui
afastada da diretoria da Infraero", disse Eleuza
Terezinha.
Ela afirmou ainda que nunca captou recursos para campanhas
eleitorais. Eleuza Terezinha assumiu a diretoria de Engenharia
em janeiro de 2003, ocasião em que a Infraero passou
a ser presidida pelo hoje deputado Carlos Wilson (PT-PE).
O Estado de São Paulo
22/06/2007
Caos afeta 46% dos vôos e
FAB cria ‘Big Brother’ para vigiar controlador
Pelo 3.º dia consecutivo,
problemas no Cindacta-1 tumultuam aeroportos; Lula dá
carta branca para brigadeiro
Com novos problemas no centro de controle de vôo
de Brasília, Cindacta-1, o clima de caos nos aeroportos
do País continuou ontem, pelo terceiro dia consecutivo.
Alguns passageiros ficaram 24 horas à espera de
embarque e 46% dos 1.475 vôos previstos até
as 18h30 sofreram atrasos (38%) ou cancelamentos (8%).
Para a Aeronáutica, os transtornos foram causados
por uma operação padrão; controladores
denunciaram pane nos equipamentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu carta
branca ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro
Juniti Saito, que chega hoje de Paris, para que tome as
“medidas cabíveis” com vistas a restabelecer
a normalidade do tráfego aéreo. Para contornar
o impasse iniciado terça-feira com a recusa dos
controladores em trabalhar com equipamentos do Cindacta-1,
a Aeronáutica instalou câmeras voltadas para
os consoles (terminais). O objetivo do esquema “Big
Brother” é provar que problemas denunciados
pelos sargentos não impedem o trabalho.
No início da tarde, num intervalo entre reclamações
técnicas dos controladores e a substituição
de aparelhos, só dois dos nove consoles do Cindacta-1
permaneceram em funcionamento. O chefe do Centro de Gerenciamento
da Navegação Aérea do Departamento
de Controle de Espaço Aéreo (Decea), tenente-coronel
Gustavo Adolfo de Oliveira, disse que, por segurança,
o espaçamento entre vôos passou a ser de
20 minutos - o normal é de até 4 minutos.
À noite, a Aeronáutica informou que o Cindacta-1
funcionava “com o número de consoles previsto”.
Mas a situação piorou: às 21h10,
o espaçamento de vôos em São Paulo
subiu para 1 hora.
O Estado de São Paulo
22/06/2007
Para Mantega, fila em aeroporto
é o 'preço do sucesso'
Fábio Graner
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem que
haja caos aéreo no País e atribuiu as filas
nos aeroportos a fatores como o aumento da demanda causada
“pelo bom momento da economia”. “É
o preço do sucesso”, disse. É a segunda
afirmação polêmica no governo sobre
os problemas nos aeroportos. No dia 13, a ministra do
Turismo, Marta Suplicy, sugeriu aos passageiros: “Relaxa
e goza.”
O Estado de São Paulo
22/06/2007
CPI decide intermediar acordo e
irrita militares
Eugênia Lopes, BRASÍLIA
Integrantes da CPI do Apagão Aéreo da Câmara
decidiram ontem intermediar a situação entre
os sargentos controladores de vôo e o Comando da
Aeronáutica. Mas oficiais da FAB não gostaram
da interferência de integrantes do Legislativo numa
“questão militar” e alertaram que isso
pode até piorar a crise.
A iniciativa foi tomada após os parlamentares
visitarem o Centro de Controle de Tráfego Aéreo
de Brasília (Cindacta-1) e verificarem “um
clima de guerra” entre controladores e oficiais
da Força Aérea Brasileira (FAB), o que seria
o maior motivo da operação padrão
dos operadores. Desde terça-feira, eles paralisam
parte do sistema de tráfego aéreo do País.
“Temos de pedir aos controladores e ao Comando
da Aeronáutica que liguem o transponder (equipamento
anticolisão)”, resumiu o relator da CPI,
deputado Marco Maia (PT-RS). Ele e o presidente da CPI,
Marcelo Castro (PMDB-PI), irão procurar o comandante
da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, o ministro
da Defesa, Waldir Pires, e o presidente da Associação
de Controladores de Tráfego Aéreo, sargento
Wellington Rodrigues, para buscar uma solução
negociada. A idéia é que cada um apresente
propostas “para o momento”. “Estamos
com o sentimento de pânico de que o caos aéreo
vai continuar se não fizermos nada”, disse
o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA).
Na avaliação de oficiais ouvidos pelo Estado,
porém, a intermediação da comissão
poderá fortalecer os controladores, enquanto a
Aeronáutica estaria determinada a expulsar até
50 líderes do movimento dos sargentos. “A
interferência pode acirrar conflitos e fortalecer
a quebra de hierarquia. Uma interferência externa
agora não ajudaria a solucionar o conflito na estrutura
militar”, alertou o deputado Eduardo Valverde (PT-RO).
O Dia
22/06/2007
Pilotos garantem que viram naves
desconhecidas
Francisco Edson Alves
Rio - Apesar de autoridades que cuidam do controle do
espaço aéreo negarem que o piloto americano
que trouxe o presidente da República Dominicana,
Leonel Fernández, tenha se recusado a seguir viagem
de São Paulo para Brasília, sábado,
porque teria visto um Objeto Voador Não-Identificado
(OVNI) ao pousar no aeroporto de Guarulhos, em São
Paulo, especialistas no assunto garantem: avistar discos
voadores naquela região é comum. O assunto
será tema da próxima edição
da revista ‘UFO’, principal publicação
do País sobre ufologia. Segundo Ademar José
Gevaerd, editor da revista, relatos de pilotos sobre “objetos
estranhos” são cada vez mais freqüentes.
“Não raramente, pilotos de diversas companhias
aéreas arremetem vôos ao se aproximar da
pista de pouso porque vêem naves desconhecidas,
grandes e muito iluminadas, circulando nas proximidades”,
afirmou Gevaerd, que tenta criar um banco oficial de dados
sobre as aparições.
O assessor-chefe do Departamento de Controle do Espaço
Aéreo, coronel Paulo Esteves, assim como o Sindicato
Nacional dos Controladores de Vôos, informou que
não houve registro algum envolvendo o piloto americano,
cujo nome não foi revelado.
Zero Hora
22/06/2007
Mais uma frase infeliz
Mantega afirma que crise nos
aeroportos se deve à prosperidade
Depois da ministra do Turismo na semana passada, ontem
foi a vez de o ministro da Fazenda avaliar a crise nos
aeroportos de maneira polêmica.
Guido Mantega disse ontem que os atrasos de vôos
e cancelamentos seqüenciais que a população
enfrenta desde setembro passado são "fruto
da prosperidade do país".
- Não há caos aéreo. Os problemas
ocorrem pelo aumento do fluxo. É a prosperidade
do país: mais gente viajando, mais aviões
e mais rotas.
Segundo o ministro, o governo trabalha para tentar "melhorar
e agilizar essa questão."
Mais tarde, integrantes da CPI do Apagão Aéreo
da Câmara reagiram ao comentário. Mesmo o
presidente da comissão, o gaúcho Marco Maia
(PT), criticou a análise do ministro, também
petista.
- Foi um comentário desnecessário, descabido
e fora de propósito - afirmou Maia.
- (O ministro Mantega) é maluco de internamento
- disse o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA), que levou
o assunto para a CPI.
Para o ministro, a crise aérea é causada
por uma série de fatores, inclusive o aumento do
poder aquisitivo da população brasileira.
- É o preço do sucesso - teria afirmado
Mantega.
Irônico, Vic Pires sugeriu a criação
de uma "ala no Pinel" para todas as autoridades
federais que "falaram besteiras". Na lista de
Pires estão incluídos a ministra do Turismo,
Marta Suplicy, que sugeriu que o passageiro deve "relaxar
e gozar" - frase pela qual se desculpou -, e o presidente
da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), Milton Zuanazzi, que, no passado, teria comparado
os controladores de tráfego aéreo ao terrorista
Osama Bin Laden.
Pires foi o autor do requerimento para ouvir o depoimento
na CPI do Apagão da ministra do Turismo, depois
da declaração polêmica.
Revista Consultor Jurídico
21 de junho de 2007
Sucessão de deveres
Débitos trabalhistas
são transferidos junto com a marca
A transferência da marca de uma empresa gera sucessão
trabalhista. O entendimento é da 1ª Turma
do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região,
que negou o recurso da dona de uma pastelaria condenada
a arcar com os débitos trabalhistas de outra empresa,
pertencente a seu pai.
Segundo a relatora da matéria, desembargadora
Deoclecia Amorelli Dias, “quando o sócio-proprietário,
insolvente, cede a outros o direito de uso e exploração
da marca, tem-se a verdadeira sucessão trabalhista,
considerando-se a amplitude e versatilidade dos artigos
10 e 448, da CLT”.
A própria dona da pastelaria confessou que, com
a autorização do pai, utilizou o nome fantasia
da empresa para angariar sua clientela. Uma vez que o
pai não permaneceu com patrimônio suficiente
para pagar suas obrigações com os funcionários,
a Turma concluiu que houve sucessão trabalhista
pela transferência da marca.
Citando uma decisão anterior do TRT da 3ª
Região, a desembargadora considerou que “as
marcas de indústria e comércio integram
o patrimônio da empresa e representam, muitas vezes,
seu bem mais valioso”. Assim, os trabalhadores podem
exigir seus direitos “junto à expressão
monetária deste patrimônio incorpóreo,
sobretudo ao se considerar que o fruto de sua mão-de-obra
está a ele agregado; o bem usufrui renome no mercado
graças à sua contribuição”.