:::::RIO DE JANEIRO - 22 DE ABRIL DE 2006 :::::

22/04/2006
O GLOBO - Versão Impressa
Protesto da Varig é silenciado


Paula Autran

Enquanto dentro do Museu Histórico Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorava com autoridades a auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo, do lado de fora cerca de 200 funcionários da Varig se mostraram com todo o gás: com faixas e cartazes eles, que começaram o dia numa passeata na orla de Ipanema, esperavam desde às 14h na porta do museu pela chegada de Lula, na tentativa de conseguir uma audiência para discutir um plano de salvação para a empresa. Os manifestantes pediam que o governo pagasse a dívida de R$ 4,5 bilhões que tem com a companhia aérea, para que ela possa continuar operando.

- Não queremos um centavo do governo, só que se cumpra o plano de recuperação proposto pela Alvarez e Marçal, que inclui concessões de todos os credores, inclusive nós, funcionários - dizia o presidente da Associação de Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco. - Há quatro anos tentamos falar com Lula.

Para evitar tumultos, um encontro do presidente com uma comissão de quatro funcionários da companhia foi prometido por um suposto assessor da presidência. Júlio Cezar Berzot - que, segundo a deputada Jandira Feghali (PC do B), seria na verdade chefe da segurança - negociou com Marocco a estratégica audiência, que não chegaria a acontecer. Durante boa parte do evento, Berzot realmente conseguiu o silêncio dos funcionários da Varig. E tudo o que se ouvia na porta do museu era “um, dois, três, Lula outra vez”, cantado por militantes do PC do B.

Ao fim da cerimônia, por volta das 19h, Jandira saiu do museu com um recado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, aos manifestantes. Ela disse a eles que as negociações continuarão sendo conduzidas pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, e que o governo está empenhado com a “nova Varig, com empregos, e com a Varig voando”. Foi quando o protesto ganhou energia e explodiu, com o grupo saindo em passeata aos gritos de “Lula traidor” e “O que Lula é? É o chefe da quadrilha”. Mas, muito provavelmente, o presidente nem viu nem ouviu a manifestação: chegou e saiu da cerimônia por outro local, sem ser notado.


22/04/2006
O GLOBO - Versão Impressa

A nossa Varig
- Ancelmo Gois

Uma varanda do edifício n100 da Avenida Vieira Souto, em Ipanema, amanheceu com a faixa “Nós somos Varig”.


21/04/2006 - 18:48h
JORNAL DO BRASIL ON LINE
Funcionários da Varig tentam chamar atenção de Lula em manifestação no Rio
(Agência Brasil)

RIO - Depois de fazer uma caminhada pela zona Sul da cidade, cerca de 500 funcionários da Varig se dirigiram à frente do Museu Histórico Nacional, no Centro, com faixas e cartazes pedindo a intervenção do governo federal para o fim da crise na empresa.

Os manifestantes ficaram diante do portão por onde passou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participa da solenidade em comemoração à conquista da auto-suficiência do país em petróleo. De acordo com o piloto Paulo Anthony, a assessoria do presidente informou que uma comissão formada por quatro funcionários da Varig seria recebida por Lula após a solenidade. "Eles pediram que ficássemos em silêncio e vamos respeitar, mas queremos conversar com o presidente e pedir que nos ajude a pôr um fim nesse problema da empresa", disse.

Paulo Anthony lembrou que nesta semana os funcionários da Varig estiveram em Brasília e protocolaram no Palácio do Planalto um documento pedindo a interferência do Governo para solucionar a crise na companhia área. Segundo ele, os funcionários apresentaram um plano de reestruturação da Varig, para tentar salvar cerca de 11 mil empregos.

Na zona Sul, cerca de 250 funcionários da ativa e aposentados cobraram o pagamento da dívida que o governo tem com a Varig. Eles se concentraram na Praia de Ipanema e seguiram em passeata até Copacabana. De acordo com o assessor de Relações Institucionais da Associação de Pilotos da Varig, Marcelo Duarte, a manifestação buscou mostrar à população que o que está sendo pedido não é dinheiro público e sim a contribuição do governo federal para que o plano de recuperação da companhia seja implementado. "Os trabalhadores da Varig não estão pedindo dinheiro público, como vem sendo divulgado. Os trabalhadores apenas defendem que o governo pague o que deve a Varig", afirmou.

Segundo Marcelo Duarte, as dívidas da Varig com empresas estatais – Infraero, BR Distribuidora e Banco do Brasil – não chegam a R$ 1 bilhão, enquanto o crédito que a empresa teria com a União passa de R$ 4,5 bilhões. A dívida é oriunda do congelamento de tarifas ocorrido por causa de planos econômicos na década de 90 e segundo o piloto, seu pagamento já teria sido determinado pela Justiça.

"A Varig tem dívidas com a União e a União deve à Varig. O encontro de contas diminuiria o passivo da empresa fazendo com que ela se tornasse mais atraente para os investidores que, junto com os trabalhadores, estão dispostos a recuperá-la", avaliou Marcelo Duarte.

Um plano emergencial traçado pela administradora contratada para implementar o programa de recuperação judicial da companhia prevê que todos os credores da empresa façam concessões no sentido de aumentar os prazos para cobrar os débitos da Varig. Para a BR Distribuidora são solicitados 60 dias de carência e para a Infraero, um período de cinco meses."O governo precisa ter sensibilidade, que os outros credores já tiveram, e não estrangular a empresa neste momento de recuperação" afirmou o presidente da Associação de Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco.

 

21/04/2006 - 17h44
Folha Online
Funcionários da Varig criticam Lula antes de ato da auto-suficiência
CLARICE SPITZ

Cerca de 150 funcionários aguardam a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro com faixas de pedidos de socorro do governo federal à companhia aérea.

Lula fará pronunciamento hoje no museu durante evento da Petrobras sobre a conquista da auto-suficiência do petróleo pelo Brasil.

Em uma das faixas os funcionários usam o gancho do petróleo: "O petróleo é nosso e a Varig também". Uma segunda faixa lembra o investimento de mais de US$ 10 milhões feito pelo governo brasileiro para enviar o astronauta Marcos Pontes para a estação espacial internacional: "Um no espaço e 11 mil [funcionários da Varig] no chão."

Segundo Rodrigo Marocco, presidente da Associação de Pilotos da Varig, é necessária uma decisão política do governo federal para a solução da crise financeira da companhia.

"Basta uma decisão política e uma vontade política. Não estamos pedindo dinheiro do governo", disse.

Os funcionários pedem uma audiência com Lula e reivindicam um período de carência para os pagamentos à BR Distribuidora (que fornece querosene de aviação) e à Infraero (que administra os aeroportos brasileiros).

Pela manhã, os funcionários da empresa fizeram um protesto na orla da zona sul do Rio. Nos últimos dias houve manifestações semelhantes em várias cidades do país.

A empresa não tem dinheiro para honrar dívidas estimadas em R$ 7 bilhões nem recursos para arcar com as despesas correntes, como combustíveis e salários.

Ontem o ministro Waldir Pires (Defesa) admitiu pela primeira vez que o governo possa conceder uma ajuda financeira à Varig, mas "dentro da lei". A afirmação mostra que as pressões para que o governo não deixe a empresa parar podem estar começando a surtir efeito.

Antes Lula e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) defendiam uma solução de mercado para a empresa aérea que não dependesse de recursos públicos.

Já a BR Distribuidora havia manifestado, por meio de executivos e advogados, que não tem interesse em apoiar proposta da empresa de conceder um prazo de carência para a companhia atravessar a queda de receitas normal da baixa temporada.

Além disso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recusou proposta feita por funcionários da empresa de liberação de uma linha de crédito de US$ 100 milhões.

Já a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vetou acordo de compartilhamento de vôos entre a Varig e a OceanAir.

A agência, porém, informou que ainda pode aprovar a venda da VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, para a Volo, empresa constituída no Brasil pelo fundo americano Matlin Patterson, desde que seus sócios apresentem toda a documentação necessária.

A aprovação desse negócio abriria caminho para a VarigLog comprar a própria Varig por US$ 400 milhões. Essa proposta, porém, precisa primeiramente da aprovação de credores e trabalhadores da companhia aérea e não há data para que seja analisada pela Anac.

21/04/2006 - 17:12h
JORNAL DO BRASIL ON LINE

Manifestação de funcionários da Varig recebe Lula no Rio

Leandro Mazzini

RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será recebido por uma manifestações de funcionários da Varig no Museu Histórico Nacional, na Praça XV, onde chegará por volta das 19h. Um grupo de pelo menos 100 funcionários da empresa reivindicam que o Supremo Tribunal Federal julgue a ação sobre o débito do governo de R$ 4 bilhões com a companhia.

Um dos cartazes usa da ironia: "Lula: 1 no espaço e 11 mil no chão", em referência aos gastos com o programa espacial do astronauta brasileiro Marcos Pontes, e ao número de empregados da Varig.

Segundo o presidente da Associação de Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco, foram distribuídas faixas de protesto entre manifestantes, que foram atendidos por um assessor do presidente Lula, Julio Cezar Bersot. O assessor prometeu arranjar um encontro ainda hoje do grupo com o presidente.

Caso o encontro não ocorra, promete Marocco, os funcionários pretendem fazer um apitaço em frente ao museu.

Lula chega ao Rio agora à tarde para cerimônia oficial em comemoração da auto-sufiencia da Petrobras atiginda com lançamento da plataforma p-50, em Campos, onde o presidente esteve pela manhã.


ULTIMO SEGUNDO
21/04/2006 - 16:58

Empregados da VARIG aproveitam visita de Lula para protestar
Funcionários da Varig realizam nesta sexta-feira protesto em frente ao Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades irão festejar a auto-suficiência do petróleo no Brasil.
(Por Denise Luna)

"Queremos aproveitar a presença de Lula para deixar claro que não queremos dinheiro público, queremos salvar a empresa com o dinheiro do nosso fundo de pensão e queremos mais crédito para continuar voando", disse à Reuters pelo telefone o piloto Bruno Parga, um dos líderes do movimento de apoio à companhia.

Pela manhã, os funcionários participaram de uma caminhada em apoio à endividada empresa pela orla da Zona Sul, tendo como principal palavra de ordem na manifestação "Não queremos dinheiro público", em contraponto a recentes declarações do governo.

Nas últimas semanas, tanto a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como o próprio presidente Lula afirmaram que não usariam recursos públicos para salvar a companhia que passa pelo pior momento de uma crise que se arrasta há dez anos.

Líder do mercado brasileiro até meados de 2003, a Varig tem hoje menos de 20 por cento dos passageiros transportados, menos da metade da atual primeira colocada TAM .

Os empregados querem que o governo dê carência de dois meses de pagamento pelo combustível vendido pela BR Distribuidora, braço de abastecimento da Petrobras, além de cinco meses de carência para o pagamento de taxas aeroportuárias da Infraero.

Após os empregados manifestarem intenção de utilizar recursos do fundo de pensão da empresa, na semana passada, o governo interveio no Aerus. Segundo Parga, os empregados querem que a intervenção seja cancelada e o dinheiro usado para salvar a empresa

 

21 de abril de 2006 - 16:53
Funcionários da Varig fazem ´apitaço´ para Lula
O presidente é esperado para a cerimônia de comemoração pela conquista da auto-suficiência na produção de petróleo nacional
Irany Tereza

RIO - Cerca de 50 funcionários da Varig, vestidos com camiseta da empresa, promovem um "apitaço" nas proximidades do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, onde é aguardado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cerimônia de comemoração pela conquista da auto-suficiência na produção de petróleo nacional.

Bandeiras do PC do B, faixas pedindo apoio para a Varig e outras saudando o presidente são mantidas a cerca de 50 metros de distância da entrada do prédio do Museu por um forte aparato de segurança, para evitar tumultos na chegada de Lula.

Há cerca de duas horas, o presidente acionou válvula que colocou em operação a plataforma de petróleo P-50 na bacia de Campos. Lula repetiu o gesto do ex-presidente Getúlio Vargas molhando as mãos no óleo para em seguida deixar as marcas em um macacão de um petroleiro.


21/04/2006 - 16h39m
O GLOBO
Varig: 'Não queremos dinheiro público', dizem funcionários em protesto

Globo Online
CBN


RIO - Um dia após terem promovido uma manifestação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, funcionários e ex-funcionários da Varig fizeram manifestação nesta sexta-feira pela orla do Rio de Janeiro. A multidão, também composta por políticos, percorreu a Praia de Ipanema até a orla de Copacabana, na zona sul da cidade, com o objetivo de sensibilizar a população para a grave situação da companhia e para pedir novamente o apoio dos credores do governo durante o processo de recuperação da empresa aérea.

A manifestação foi concisa, apesar dos conhecimentos desentendimentos entre os funcionários da companhia e os sindicatos e associações que representam as classes.

Durante o protesto, os funcionários criticaram os desentendimentos entre porta-vozes do governo sobre a ajuda federal para a companhia. Uma das faixas carregadas durante a manifestação na praia trazia a inscrição "Não queremos dinheiro público", entre outras com os dizeres: "O petróleo é nosso. A Varig também".

O presidente da Associação de Pilotos da Varig, comandante Rodrigo Marocco, afirmou que mais importante do que o uso de dinheiro público é a concessão de novos prazos à companhia por parte dos credores estatais, como Infraero e BR Distribuidora.

Segundo ele, os funcionários estão conscientes de que também vão precisar fazer sacrifícios.

- É um esforço que exige concessões de todos os credores, inclusive dos trabalhadores. Eles têm que ver que há a necessidade de redução dos quadros e de redução de salários até que a empresa volte a operar dentro dos padrões em que sempre operou – disse o comandante.

Durante o protesto, muitos funcionários aproveitaram para assinar procurações autorizando o uso de recursos do fundo de pensão de funcionários Varig no Instituto Aerus na recuperação da empresa. Na última semana, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência decretou a intervenção no fundo de pensão Aerus e a liquidação dos planos de previdência dos funcionários da Varig, o que dificulta os planos dos empregados de injetar US$ 200 milhões do fundo na companhia.

A manifestação foi uma resposta ao ministro da Defesa, Waldir Pires, que na quinta-feira, admitiu no Palácio do Planalto que o governo poderá injetar dinheiro na Varig para evitar que a empresa quebre. O ministro, porém, não adiantou de onde sairia o dinheiro e destacou que o BNDES tem limitações para financiar a companhia. Pires disse que qualquer ajuda oficial à Varig só será feita dentro da lei:

- Não é só possível a ajuda financeira. É a convicção de que é possível existir uma tomada de operação da Varig consistente, séria, com um projeto sério de recuperação da empresa. O governo só pode gastar dinheiro público na forma da lei, não pode fazer fora da lei. O governo está empenhado nisso, está desejoso que isso ocorra.

No dia anterior, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o governo não socorreria a Varig e não poderia fazer generosidade com dinheiro público.

Pires participou de uma reunião com a direção da Agência Nacional de Avião Civil (Anac) para discutir a situação da Varig e uma proposta para que o país não perca espaço na aviação internacional.

Uma das propostas de recuperação financeira da Varig é a oferta da Volo Brasil, empresa que adquiriu a ex-subsidiária VarigLog e que pretende injetar US$ 400 milhões pela companhia aérea. A outra proposta foi formulada pelos funcionários: extinguir as rotas domésticas. Uma outra frente, formada por representantes da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, responsável por fazer a reestruturação da Varig, tentam obter apoio do BNDES.



INVERTIA
Aviação
Sexta, 21 de Abril de 2006, 11h35
 
Protesto da Varig reúne mais de 1,5 mil no Rio
Funcionários da Varig fizeram, na manhã de hoje, uma manifestação na zona sul do Rio de Janeiro com empresários, parlamentares e cidadãos sensibilizados com a atual situação da empresa. Eles cobram apoio do governo para encontrar uma saída para a recuperação da empresa aérea
Fonte: O Dia

Cerca de mil funcionários carregam mais de 50 faixas em defesa da Varig apoiados com um carro de som, onde funcionários e vereadores discursam. A passeata que reúne mais de 1,5 mil manifestantes saiu do posto 9, na Praia de Ipanema e segue agora para a Praia de Copacabana.

A companhia que faz 79 anos no mês de maio passa pela maior crise financeira e deve mais de R$ 9 bilhões.

 

21/04/2006 - 10h51
Folha de S.Paulo

Governo agora admite dar ajuda à Varig
EDUARDO SCOLESE
HUMBERTO MEDINA


Numa linha contrária do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da colega Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro Waldir Pires (Defesa) admitiu ontem a possibilidade de o governo injetar dinheiro público para amenizar a crise financeira da Varig.

Questionado sobre essa possibilidade ontem no Palácio do Planalto, ele não deu detalhes, mas sugeriu que a ajuda financeira à Varig não está descartada, como Dilma tem repetido nas últimas semanas. "Desde que ela [ajuda pública] possa ser legal", afirmou.

O ministro da Defesa apenas citou o BNDES como uma opção. Mas não apresentou nenhuma outra alternativa para que essa suposta ajuda ocorra. Limitou-se a dizer que há estudo no governo.

"Se estiver legal e se chegar a uma governança da Varig ou do conjunto de empresas que se componha com a Varig para que a bandeira brasileira em todo o comércio de aviação civil do mundo permaneça presente e respeitada, claro [que há possibilidade de ajuda]. E, se isso ocorrer, sem dúvida o governo fará o esforço que for possível. Porque sobre todas as formas é inclusive conveniente isso, porque, do contrário, o prejuízo já está feito", disse Pires.

Anteontem, Dilma afirmou que o governo já socorreu a Varig em anos anteriores e que aportar mais dinheiro poderia prejudicar ainda mais a empresa. Lula disse na semana passada que o governo não iria usar recursos públicos para socorrer a Varig.

Pires foi mais flexível. "O governo apóia que a Varig, que foi um patrimônio de presença do Brasil no mundo, possa vir a ser preservada. Há um pedaço de tempo muito grande em que as coisas não se concluíram e não se resolveram. Só se agravaram. O governo só pode gastar dinheiro público na forma da lei. O governo está empenhado nisso, está desejando que isso ocorra."

Ontem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) publicou no "Diário Oficial" da União decisão na qual considera nula a operação de venda da Varig Log para a Volo. Segundo a decisão, a operação não teve validade porque não houve pedido prévio de autorização para a venda. A agência deu dez dias úteis para que os interessados na operação protocolem os documentos na agência.


21 de abril de 2006 - 10:36h
ESTADÃO
Trabalhadores da Varig fazem manifestação no Rio
O novo ato tem como objetivo sensibilizar a população a respeito da situação da companhia aérea

RIO - Cerca de 250 manifestantes realizam na manhã desta sexta-feira um protesto em prol da Varig. Mobilizado pelas organizações Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), o protesto foi iniciado em frente ao Posto 9 da praia de Ipanema, Rio de Janeiro, e segue com uma caminhada pela orla até a praia de Copacabana. A intenção dos manifestantes é sensibilizar a população a respeito da situação da Varig, que atualmente passa por um processo de recuperação judicial.

"Não queremos dinheiro público. Queremos usar os recursos do fundo de pensão da Varig (Aerus) para ajudar a salvar a empresa", disse o assessor de Relações Institucionais da Apvar, comandante Marcelo Duarte. Também presente ao evento, o presidente da Associação, Rodrigo Marocco, acrescentou que atualmente, a demanda dos funcionários da Varig é no sentido de conseguir maior prazo de carência junto a dois credores da empresa. "Queremos um prazo de dois meses da BR Distribuidora e de cinco meses da Infraero", disse.

Ao ser questionado sobre a dívida da Varig junto à União, Marocco replicou que a própria União deve mais de R$4 bilhões à empresa aérea. Atualmente, a dívida da Varig, juntando credores privados e governo, chega a R$8 bilhões.

A manifestação conta com a presença de políticos, como o deputado federal João Babá (PSOL-PA), que vestiu a camisa da empresa. Para ele, o governo não pode se furtar de ajudar a empresa aérea, que, para ele, é uma instituição nacional. "O governo não pode dar as costas à Varig", disse.