O
Estado de São Paulo
21/02/2007
No carnaval, presidente enfrenta manifestações
FRANCISCO CARLOS DE ASSIS
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva foi alvo de três protestos durante o carnaval.
Manifestantes aproveitaram a presença do presidente
no Forte dos Andradas, no Guarujá, para advertir
o governo para causas diversas. Embora nenhum dos manifestantes
tenha visto Lula, eles deixaram seus recados e chamaram
a atenção da imprensa que fazia plantão
no local.
Ontem, duas manifestações
foram registradas na portaria do local onde Lula e seus
familiares se hospedaram. Primeiro, foi a vez do microempresário
Orlando Lovecchio Filho. Vitima de atentado político
em março de 1968, em acidente no qual perdeu uma
das pernas, ele entregou uma carta endereçada a Lula.
Lovecchio, que foi beneficiado pela Lei
10.923/2004, que leva seu nome, passou a receber R$ 500
mensais a título de indenização. Ele
considera a quantia pequena diante da gravidade e das circunstâncias
que envolveram o acidente. No documento, ele pede equiparação
da indenização aos valores concedidos a 14.800
anistiados políticos do País.
O microempresário foi ferido na
madrugada do dia 19 de março de 1968, após
deixar seu carro no estacionamento do Conjunto Nacional,
onde funcionava o Consulado dos Estados Unidos. Ele foi
atingido por uma bomba, lançada contra o consulado.
Também ontem, o brasileiro naturalizado
americano Henry Rosa protestou em favor pena de morte no
Brasil.
Na véspera, o aposentado
José Gomes Jordão abriu a série de
manifestações. Um dos participantes do Aerus
- fundo de pensão da Varig e da extinta Transbrasil
-, ele aproveitou a segunda-feira de carnaval para pedir
ajuda a fim de que sejam restabelecidas integralmente as
aposentadorias dos ex-funcionários da Varig.
Agência Estado
19/02/07 às 12:55h
Aposentado pede ajuda a Lula contra
corte em pensões da Varig
Por Francisco Carlos de Assis
Guarujá, SP, 19 (AE) - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deve receber hoje a segunda
carta, em pouco mais de um mês, de um dos representantes
dos cerca de 9 mil participantes do Aerus, o fundo de pensão
da Varig e da extinta Transbrasil, José Gomes Jordão.
O documento foi entregue pela manhã na portaria no
Forte dos Andradas, no Guarujá, onde Lula e sua família
passam o carnaval.
Os aposentados pedem a intercessão
do presidente junto à presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ellen Gracie, e demais ministros que devem
julgar duas ações que tramitam no STF e no
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As ações, disse Jordão,
foram impetradas pela presidente do Sindicato Nacional dos
Aeronautas, Graziella Baggio, e solicitam o restabelecimento
integral das aposentadorias e pensões dos ex-funcionários
da Varig, que atualmente recebem apenas 40% dos benefícios
a que têm direito.
Contaminado pelo agravamento dos problemas
financeiros que afetaram sua patrocinadora e sob intervenção
da Secretaria de Previdência Complementar desde abril
de 2006, o Aerus reduziu o valor dos benefícios em
50% no mês de julho e em mais 10% em dezembro passado.
Em janeiro, quando Lula passou parte de
suas férias no Forte dos Andradas, Jordão
fez chegar às mãos do presidente uma primeira
carta com o mesmo teor. No início de fevereiro, Jordão
recebeu do gabinete da Presidência da República
uma carta de resposta dizendo ser da alçada do poder
Judiciário a solução do problema.
"Não estou falando só
por mim, mas em nome dos 9 mil aposentados da Varig, dos
quais muitos se encontram doentes e sem condições
de comprar até mesmo remédios", disse
Jordão. Segundo ele, a Varig deve cerca de R$ 5 bilhões
para o Aerus. "Esse dinheiro salvaria toda a categoria
que está perdendo todos seus bens por estar submetida
a viver com apenas 40% dos rendimentos a quem tem direito."
Jordão afirmou que está colocando
à venda seu apartamento, em Santos, por não
ter mais condições de manter o imóvel.
"Só na Varig eu trabalhei por 31 anos. Contribuí
por décadas com o fundo de pensão para ter
uma velhice sossegada e agora recebo isto em troca",
lamentou. Ele argumentou que está seguindo o próprio
conselho do presidente de Lula que disse para a população
brasileira jamais desistir de seus sonhos.
No documento, os aeronautas afirmam que
"o que houve no Aerus foi fraude à capitalização
e essa fraude foi perpetrada pelas próprias autoridades
públicas. Não houve apenas omissão:
a União agiu, autorizou, aprovou, chegando ao cúmulo
de criar a figura de patrocinadores que nada patrocinam,
ou seja, que não estão obrigados a contribuir
para o fundo, já que os contratos firmados foram
esquecidos".
De acordo com Jordão, já
houve 21 negociações de dívida entre
o Aerus e Varig. A lei, de acordo com ele, exige regime
de capitalização e a Secretaria da Previdência
Complementar, no entanto, aprovou um regime de contratação
ao invés de aportar recursos para o Aerus. "Os
tais contratos nunca foram honrados ", disse acrescentando
que a dívida da Varig com o Aerus começou
no governo Sarney.
Coluna Claúdio Humberto
18/02/2007 - 11:58h
Cinzas
Ex-funcionários da Varig e da Transbrasil não
têm nada a comemorar: o fundo de previdência
complementar Aerus vai destinar um percentual dos benefícios
para honrar dívidas com a Receita Federal.
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