::::: RIO DE JANEIRO - 21 DE NOVEMBRO DE 2007 :::::

 

Agência Reuters
21/11/2007 - 13:36
OceanAir anuncia encomenda de 41 aviões da Airbus

A fabricante européia de aviões Airbus anunciou nesta quarta-feira compra de até 41 jatos feita pela companhia aérea OceanAir, em um negócio que pode chegar a US$ 3,55 bilhões a preços de tabela.

A companhia aérea do empresário German Efromovich fez pedido firme por sete aviões Airbus A330-200, usados em vôos internacionais, e 21 aeronaves modelos A319 e A320, para rotas domésticas. Além disso, há outras 13 opções de compras de jatos da família A320.

As entregas dos aviões começam em 2009, informou um porta-voz da Airbus no Brasil.

A OceanAir é o segundo cliente da fabricante européia no Brasil, e se soma à líder nacional TAM, maior compradora de jatos Airbus na América Latina.

"Com esta aquisição a OceanAir consolida sua posição no mercado brasileiro", disse Efromovich em um comunicado.

De acordo com o empresário, os aviões da família A320 permitirão aumento da rentabilidade da OceanAir e ampliação de linhas e frequências dentro do país.

A Airbus já recebeu encomendas firmes para 410 aviões na América Latina, incluindo o negócio com a OceanAir.

Desde 1990, a Airbus obteve 54% das encomendas latino-americanas de aviões novos, segundo dados da própria fabricante.

Com a ampliação da frota, a OceanAir pretende ser uma alternativa às concorrentes TAM e Gol, que juntas detêm mais de 95% do mercado doméstico de aviação.

A OceanAir tem manifestado publicamente a meta de alcançar até 15% do mercado de transporte aéreo de passageiros no Brasil nos próximos anos.

Recentemente, a OceanAir assumiu as operações da rival BRA, que interrompeu atividades em meio à problemas financeiros.

Atualmente, a frota da OceanAir - criada em 1998 como empresa de táxi-aéreo - é composta por aviões Fokker de 100 passageiros. A empresa está operando algumas aeronaves Boeing que pertencem à BRA.

 

 

Valor Econômico
21/11/2007
Empresa local perde espaço em vôos internacionais e déficit quadruplica
Daniel Rittner e Alex Ribeiro

A derrocada da Varig e a investida de companhias estrangeiras no Brasil fizeram explodir o déficit do país com as transações de passagens aéreas internacionais, chegando a valores anuais na casa de US$ 1,7 bilhão. A perda de divisas na aviação equivale a um quarto dos pagamentos líquidos de juros da dívida externa pública e privada previstos para 2008.

Nos últimos quatro anos, o déficit na conta de passagens aéreas do balanço de pagamentos se multiplicou por quatro, conforme mostram dados do Banco Central. Nesses números, estão os bilhetes aéreos vendidos por empresas brasileiras a estrangeiros (que representam uma entrada de divisas) e as passagens vendidas por companhias estrangeiras a passageiros brasileiros (saída de divisas). Tradicionalmente, as aéreas estrangeiras sempre tomaram uma fatia relevante do mercado brasileiro. Na avaliação do BC, porém, a quebra da Varig abriu mais espaço para as concorrentes estrangeiras, que nos últimos 12 meses encerrados em setembro venderam US$ 2,117 bilhões em passagens aos brasileiros - quase o dobro de 2005.

Em 2003, quando a Varig já vivia grave crise financeira, mas ainda sem repercussões maiores sobre a área operacional, o déficit do país em viagens aéreas internacionais era de US$ 418 milhões. Em 2006, depois de a crise da antiga empresa da Fundação Ruben Berta ter chegado ao auge, o déficit brasileiro em passagens aéreas subiu para US$ 1,476 bilhão. Neste ano, mesmo com os avanços da TAM e o início da retomada dos vôos ao exterior da Varig, comprada pela Gol, o déficit atinge o patamar inédito de US$ 1,7 bilhão, nos últimos 12 meses encerrados em setembro.

"O mercado sentiu muito a saída da Varig", afirma o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) no Distrito Federal, João Quirino. Na dificuldade de encontrar passagens em companhias de bandeira nacional, muitos turistas "experimentaram e gostaram" dos serviços oferecidos pelas aéreas estrangeiras, principalmente européias, observa o empresário.

Destinos que eram atendidos pela Varig, como Cidade do México e Londres, passaram a ter vôos de empresas estrangeiras como única alternativa. Por decisão da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que cuidava do processo de recuperação judicial da Varig, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ficou impedida de redistribuir as autorizações de vôos internacionais para outras empresas brasileiras, como TAM e OceanAir, que pleiteavam várias rotas. A saída encontrada pela agência foi renegociar os acordos bilaterais de serviços aéreos: em troca de novas freqüências para as empresas brasileiras, sobretudo para a TAM, os outros países conquistaram o direito de ampliar os vôos de suas companhias ao Brasil. Foi o que ocorreu, por exemplo, com França e Itália.

De acordo com o mais recente Anuário Estatístico da Anac, a participação das companhias nacionais no total de passageiros transportados do Brasil para o exterior diminuiu de 53% para 33% nos últimos anos . O recuo vinha ocorrendo de forma gradual desde a segunda metade da década passada, mas acelerou-se de 2005 para 2006 - com a perda de nove pontos percentuais na fatia de mercado das brasileiras.

Até o fim do ano, a TAM deve inaugurar mais dois destinos na Europa - as cidades de Frankfurt e Madri -, com a operação de cinco novas aeronaves de grande porte (dois A340 e três A330), que serão incorporadas à frota atual de 13 aviões de longo curso. Hoje controlada pela Gol, a Varig finalmente retornou com força ao mercado europeu e prepara sua volta também ao México. Mas, segundo indicadores da Anac, a oferta de assentos das companhias brasileiras para o exterior ainda é 25% menor do que a oferta em janeiro de 2006, quando a antiga Varig já caminhava em direção à ruína.

Com o turismo ao exterior bastante aquecido, em um momento de renda em alta e queda do dólar, a oferta de assentos ainda reduzida tornou praticamente certo o bom desempenho das aéreas estrangeiras no Brasil. "Até o fim de fevereiro, já não existem mais tarifas promocionais em quase nenhum vôo para a Europa", diz o presidente da Abav-DF.

Para recuperar os passageiros que migraram para as concorrentes estrangeiras, as empresas nacionais terão um caminho complicado pela frente. "Vai ser muito difícil trazer esses passageiros de volta", acredita o consultor em aviação Paulo Bittencourt Sampaio. Além dos serviços novos, que muitas vezes constituem um diferencial em tempos de poltronas apertadas e refeições cada vez mais econômicas, a aviação tem uma peculiaridade importante para fidelizar o cliente: os programas de milhagem. Tendo voado pela primeira vez em uma aérea estrangeira, a adesão a esses programas são um incentivo nada desprezível para repetir a experiência, comenta.

Sampaio lembra que, mesmo com a perda de qualidade nos serviços diante de sua crise financeira, muitos passageiros brasileiros optavam em voar pela Varig para prestigiar e "dar uma força" à empresa. Para ele, isso já não acontece com a TAM. "A Varig galvanizava mais o sentimento patriótico", nota o consultor.

André Castellini, economista da Bain & Company e analista do setor aéreo, relativiza esse diagnóstico. Em destinos para onde a TAM compete em igualdade de vôos com as concorrentes estrangeiras, ela tem pelo menos 50% dos passageiros da rota. Castellini observa, porém, que ainda falta à companhia uma marca mais consolidada no exterior para fortalecer suas vendas a passageiros estrangeiros que visitam o Brasil.

 

 

O Estado de São Paulo
21/11/2007

Efromovich, conselheiro oficial
Mariana Barbosa

A decisão do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de investigar a alta incidência de cancelamentos de vôos tem origem em conversas com o presidente da OceanAir, German Efromovich. O empresário - que ao contrário dos presidentes da TAM e da Gol já foi recebido pelo ministro em Brasília - é um dos maiores críticos do “duopólio” da TAM e Gol, bandeira também abraçada por Jobim. Há dez dias, em uma entrevista ao Estado, Efromovich denunciou a suposta prática de cancelamento de vôos que, segundo ele, seria uma forma de impedir o crescimento da concorrência.

Segundo ele, as empresas juntam passageiro de um vôo em outro horário, ora cancelando um vôo, ora cancelando outro. Assim, utilizam as autorizações de vôo (slots) de forma alternada e impedem que o órgão regulador retome a autorização por falta de uso. “As empresas não utilizam e ficam segurando slots, enganando todo mundo”, disse Efromovich na entrevista, publicada no dia 11. “Me engana que eu gosto? Tenho certeza de que o ministro não vai permitir isso aí.” Ele também defende a adoção de um limite máximo de slots para cada empresa em um aeroporto, para que ninguém detenha mais de 40% da oferta.

 

 

O Estado de São Paulo
21/11/2007

Passageiros da BRA ficam 3 dias retidos no Ceará
Grupo de 60 médicos não conseguiu lugar em vôos de outras companhias
Lauriberto Braga

Um grupo de 60 médicos que participava de um congresso de ginecologia em Fortaleza, no Ceará, foi prejudicado pela suspensão dos vôos da BRA. Desde o domingo, quando terminou o congresso, eles tentavam embarcar em aviões da OceanAir, TAM e Gol. Só depois de muita confusão e queixas de cancelamentos de consultas, cirurgias e partos, apareceu uma solução para o problema, no final da tarde de ontem.

O grupo compareceu no domingo, segunda-feira e ontem pela manhã ao aeroporto internacional Pinto Martins. Ontem de manhã, o grupo foi informado que haveria lugar no vôo da OceanAir apenas hoje. À tarde, porém, a OceanAir anunciou que colocaria à disposição um Boeing 737 da BRA para, excepcionalmente e apenas ontem, realizar o vôo Fortaleza-Brasília da companhia, que suspendeu suas operações no dia 7. Os passageiros da OceanAir, que faz esse mesmo trecho com um Fokker-100, seriam acomodados no Boeing da BRA.

Antes de o problema ser solucionado, a denúncia dos médicos foi registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas segundo o médico Jean Pociano, de nada adiantou. 'Não tivemos ajuda em nada da Anac. As companhias aéreas fazem o que querem e estamos aqui retidos', reclamou.

A obstetra Carla Santos, de Goiânia (GO), disse que teve que desmarcar partos e passar outros para médicos amigos. Ela tentou embarcar na segunda-feira, mas a OceanAir, segundo Carla, teria cobrado o dobro do que pagou pela passagem por um novo bilhete.

No domingo, um grupo de 14 artistas paulistas com bilhetes da BRA também foi impedido de embarcar. O problema aconteceu no aeroporto de Cariri, em Juazeiro do Norte, a 540 quilômetros de Fortaleza. Depois de se apresentar no evento Cariri das Artes, os artistas só voltaram para São Paulo na segunda-feira, após protestos em frente ao balcão da OceanAir.

A Anac informou que o compromisso assumido pela OceanAir era de aceitar o endosso das passagens de vôos regulares da BRA desde que houvesse disponibilidade de assentos nos seus vôos regulares.

SEM VÔOS

Quando suspendeu suas operações, a BRA deixou 70 mil passageiros sem vôos. Destes, 37 mil eram de vôos de fretamento, operação assumida pela OceanAir após um acordo com a BRA. Os 43 mil restantes deveriam ser acomodados, mediante disponibilidade de assentos, em vôos de outras companhias.

O acordo garantiu apenas as operações de fretamento da BRA, referentes a pacotes vendidos pela empresa de turismo do grupo BRA, a PNX. Os vôos de fretamento estão sendo realizados pela OceanAir, que está custeando as operações, mas utilizando aviões e tripulação da BRA. A OceanAir afirma que, desde o início do acordo, já transportou 5 mil passageiros de vôos regulares da BRA e 10 mil de fretamento.

A OceanAir divulgou um número de telefone para tirar dúvidas de passageiros de vôos regulares da BRA, mas disse que não era possível fazer reservas nem dar garantias de que o embarque aconteceria exatamente no dia e hora desejado pelo passageiro da BRA. 'Os passageiros da BRA são acomodados mediante a disponibilidade de assentos nos vôos', informou a empresa.

 

 

O Estado de São Paulo
21/11/2007
Justiça manda bloquear bens da Skymaster e da Beta
Empresas são acusadas de fraudar licitação na ECT para operar linha de transporte de carga
Vannildo Mendes e Felipe Recondo, BRASÍLIA

A Justiça Federal determinou ontem, em Brasília, a indisponibilidade dos veículos, imóveis e aeronaves das empresas Skymaster Airlines e Brazilian Express Transportes Aéreos (Beta) e de seus respectivos donos. Eles são acusados de fraudar licitação na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para operar uma das linhas de transporte de cargas da empresa, o chamado correio aéreo noturno. O valor dos contratos questionados na Justiça é de cerca de R$ 413 milhões.

A decisão foi tomada em caráter liminar no julgamento de ação movida pelo Ministério Público do Distrito Federal. O objetivo da liminar, conforme nota divulgada pelo MP, é garantir a preservação do patrimônio dos envolvidos para fins de ressarcimento aos cofres públicos, em caso de condenação. A medida comporta recurso e, conforme a nota, não proíbe o uso dos bens pelas empresas e seus donos, mas impede que sejam alienados ou transferidos.

Nenhum diretor da Skymaster foi localizado ontem à tarde, na sede da empresa, em São Paulo, após a divulgação da medida. Uma das maiores empresas de transporte aéreo de cargas do País, a Skymaster tem quatro Boeings 707 e duas aeronaves de maior porte, um DC-8 e uma 63F, todos tornados indisponíveis. Em contato telefônico, um funcionário informou que a diretoria iria analisar a medida para se manifestar e, certamente, recorrer. Também não foi localizado nenhum diretor da Beta para comentar a decisão judicial.

Segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, havia um conluio entre as duas empresas para obter de forma ilícita - e controlar - a execução dos contratos do correio aéreo noturno. A licitação fraudada teria ocorrido em 2000 e se destinava a explorar cinco linhas aéreas para transporte de cargas. A principal delas, a que abrange o trecho Recife-Salvador-São Paulo-Porto Alegre, ida e volta, foi o objeto da investigação. Só as duas empresas - Skymaster e Beta - apresentaram propostas.

Segundo o MP, quatro dias antes da licitação, as duas empresas haviam celebrado entre si um termo de subcontratação, pelo qual a vencedora ficava obrigada a subcontratar a outra para realizar 50% dos serviços.

Dessa forma, os lucros seriam partilhados entre as duas. “Tal ajuste evidencia não ter sido observado o princípio da competitividade na licitação e não ocorreu qualquer disputa”, disse o procurador da República Pedro Machado, que moveu a ação junto com o colega Rômulo Moreira.

Durante a vigência do contrato, até 2005, foram feitos 14 aditivos e o valor total pago pela estatal foi da ordem de R$ 413 milhões. Antes de pedir a indisponibilidade dos bens, o MP havia proposto ação para anular a contratação das duas empresas e obter a restituição dos valores pagos indevidamente aos cofres públicos. A ação de indisponibilidade de bens e vedação à transferência de cotas tramitam na 7ª Vara da Justiça Federal no DF. Os envolvidos também foram denunciados pelo crime de fraude em licitação, em outra ação que tramita na 10ª Vara Criminal da Justiça Federal no DF.

Em abril deste ano, os donos da Skymaster tentaram transferir 70% do seu capital para um novo sócio. Com isso, conseguiriam evitar uma decisão para que os valores fossem devolvidos à União. Depois disso, a Justiça determinou que a Agência de Aviação Civil (Anac) vetasse qualquer modificação societária na empresa.

As investigações sobre supostas fraudes no correio aéreo noturno começaram na CPI dos Correios, criada pelo Congresso em 2005, no início da crise provocada com a denúncia do mensalão. As duas empresas foram investigadas e seus sócios tiveram os nomes incluídos entre os indiciados pela CPI.

O mensalão, esquema de propina pago a parlamentares para garantir apoio aos projetos do governo, foi denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), cassado sob a acusação de envolvimento em esquema de desvio de recursos de empresas prestadoras de serviços da ECT. Ele disse que parte do dinheiro do mensalão vinha de empresas estatais, entre as quais Furnas, Eletronuclear, Petrobrás e Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), além da ECT.

 

 

Jornal do Brasil
21/11/2007
Solange começa a pilotar o setor

Brasília. Pouco depois da lua-de-mel, a recém-casada economista Solange Paiva Vieira já começa a dar as cartas na aviação brasileira. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem que o estudo de viabilidade da nova malha aérea para evitar transtornos no fim do ano está sendo elaborado pela recém-criada Secretaria de Aviação Civil (SAC). O órgão é comandado pela futura presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e braço-direito do ministro.

Um dos primeiros vícios das empresas que foram captados pelo estudo de Solange e companhia é a suposta prática de utilizar o cancelamento de vôos de forma estratégica para impedir a entrada de outras empresas e a livre concorrência no setor nos horários concedidos pela Anac.

- Temos um problema que é o número de cancelamentos de vôo. Temos suspeita, por parte da SAC, de que os hotrans (horários de transporte) são concedidos para que não se realizem, impedindo a concorrência - levantou Jobim.

O ministro ameaçou até mesmo redistribuir horários de acordo com a fiscalização do governo. - Vamos deixar bem claro que empresas aéreas não são concessionárias. O sistema de transporte aéreo não é uma concessão, não há licitação, é uma permissão - lembrou.

Segundo pessoas ligadas ao setor, as empresas já foram advertidas. Na prática, elas estariam realizando alguns vôos dentro da regularidade mínima prevista para evitar a perda da concessão. No restante do tempo, cancelam os vôos e acomodam os passageiros em outro horário.

Nos períodos agudos da crise aérea, já existia a suspeita de fusão de vôos, quando a empresa, em tese, faz um cancelamento para encher o próximo vôo e aumentar a lucratividade.

Jobim ainda prometeu ampliar os poderes da Anac com a vinda de Solange. A agência, disse o ministro, terá um modelo "aguçado" de fiscalização, que inclui ingerência sobre a Infraero - estatal que administra os aeroportos. A Defesa ainda estuda a possibilidade de a Anac passar a ser responsável pela fiscalização do setor de controle aéreo, hoje dominado por militares da Aeronáutica.

- Temos de fazer um levantamento global de toda a situação em relação ao controle de tráfego aéreo - adiantou.

Apesar da injeção de influência na Anac, Jobim disse que pretende tirar da agência e centralizar no governo o poder de conceder linhas aéreas às empresas.

- Hoje, o governo oferece as linhas aéreas e elas são autorizadas pelo órgão correspondente. Nós vamos retirar da Anac qualquer possibilidade de ela ser o órgão concedente. E o órgão concedente tem que ser o governo - antecipou, numa alusão à gestão de seu desafeto, o engenheiro mecânico Milton Zuanazzi, na agência.

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) não quis comentar ontem a investigação da Secretaria de Aviação Civil.

 

 

Jornal do Brasil
21/11/2007
A união ainda não fez a força

Enquanto as pequeninas OceanAir e a BRA não se acertam, o tamanho da paciência dos passageiros das duas empresas - que ensaiam uma fusão para se tornarem competitivas - tem de aumentar a cada dia.

Domingo, 21 passageiros da OceanAir que esperavam no aeroporto de Vitória da Conquista, a 500 quilômetros de Salvador, receberam a notícia de que o avião programado para levá-los até Belo Horizonte estava com problemas mecânicos.

A empresa ofereceu uma solução inusitada: 12 horas de viagem até a capital mineira a bordo de uma van. Impacientes, 11 passageiros aceitaram, mas exigiram a substituição da van por um ônibus. Pegaram a estrada e chegaram ao destino segunda-feira, mas pagando preço de passagem aérea.

Depois de 24 horas de espera em Vitória da Conquista, os outros 10 passageiros conseguiram embarcar ontem num vôo da OceanAir.

A suspensão dos vôos da BRA e as surpresas de última hora têm tirado o sono dos usuários da empresa.

Um grupo de 60 médicos que participou do congresso anual de ginecologia e obstetrícia, em Fortaleza, tentava há três dias voltar para casa. A OceanAir - que assumiu parte das operações da BRA - não deu conta da demanda. Resultado: os médicos tiveram de remarcar consultas, atendimentos de pré-natal, cirurgias e até partos.

Os médicos registraram queixa na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A OceanAir não quis se manifestar sobre o assunto.

Até a festa dos adeptos do naturismo que vêm ao Brasil para o 53º Congresso Mundial na Praia de Tambaba, na Paraíba, em setembro do ano que vem, pode ir pelos ares. A Federação Internacional de Naturismo (INF) havia fretado um avião da BRA para levar 280 nudistas de Madri até o Nordeste brasileiro.

Uma porta-voz da entidade, sediada na Bélgica, demonstrou-se preocupada:

- Precisamos organizar as coisas com antecedência para garantir um bom preço, não podemos deixar para as últimas semanas. Para nós, faz muita diferença - disse.

 

 

Tribuna da Imprensa
21/11/2007
OceanAir deixa médicos na mão


Grupo que participou de congresso em Fortaleza passa três dias tentando voltar para casa
FORTALEZA - Um grupo de 60 médicos que participava de um congresso de ginecologia em Fortaleza, no Ceará, foi prejudicado pela suspensão dos vôos da BRA. Desde o domingo, quando terminou o congresso, eles tentavam embarcar em aviões da OceanAir, TAM e Gol. Só depois de muita confusão e queixas de cancelamentos de consultas, cirurgias e partos, apareceu uma solução para o problema, no final da tarde de ontem.

O grupo compareceu no domingo, segunda-feira e ontem pela manhã ao aeroporto internacional Pinto Martins. Ontem de manhã, o grupo foi informado que haveria lugar no vôo da OceanAir apenas hoje. À tarde, porém, a OceanAir anunciou que colocaria à disposição um Boeing 737 da BRA para, excepcionalmente e apenas ontem, realizar o vôo Fortaleza-Brasília da companhia, que suspendeu suas operações no dia 7.

Os passageiros da OceanAir, que faz esse mesmo trecho com um Fokker-100, seriam acomodados no Boeing da BRA. Antes de o problema ser solucionado, a denúncia dos médicos foi registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas segundo o médico Jean Pociano, de nada adiantou. "Não tivemos ajuda em nada da Anac. As companhias aéreas fazem o que querem e estamos aqui retidos", reclamou.

A obstetra Carla Santos, de Goiânia (GO), disse que teve que desmarcar partos e passar outros para médicos amigos. Ela tentou embarcar na segunda-feira, mas a OceanAir, segundo Carla, queria cobrar o dobro do que pagou pela passagem por um novo bilhete.

No domingo, um grupo de 14 artistas paulistas com bilhetes da BRA também foi impedido de embarcar. O problema aconteceu no aeroporto de Cariri, em Juazeiro do Norte, a 540 quilômetros de Fortaleza. Depois de se apresentar no evento Cariri das Artes, os artistas só voltaram para São Paulo na segunda-feira, após protestos em frente ao balcão da OceanAir.

A Anac informou que o compromisso assumido pela OceanAir era de aceitar o endosso das passagens de vôos regulares da BRA desde que houvesse disponibilidade de assentos nos seus vôos regulares

Quando suspendeu suas operações, a BRA deixou 70 mil passageiros sem vôos. Destes, 37 mil eram de vôos de fretamento, operação assumida pela OceanAir após um acordo com a BRA. Os 43 mil restantes deveriam ser acomodados, mediante disponibilidade de assentos, em vôos de outras companhias.

O acordo garantiu apenas as operações de fretamento da BRA, referentes a pacotes vendidos pela empresa de turismo do grupo BRA, a PNX. Os vôos de fretamento estão sendo realizados pela OceanAir, que está custeando as operações, mas utilizando aviões e tripulação da BRA. A OceanAir afirma que, desde o início do acordo, já transportou 5 mil passageiros de vôos regulares da BRA e 10 mil de fretamento.

A OceanAir divulgou um número de telefone para tirar dúvidas de passageiros de vôos regulares da BRA, mas disse que não era possível fazer reservas nem dar garantias de que o embarque aconteceria exatamente no dia e hora desejado pelo passageiro da BRA. "Os passageiros da BRA são acomodados mediante a disponibilidade de assentos nos vôos", informou a empresa.

 

 

Folha de São Paulo
21/11/2007
OceanAir cancela vôo e oferece van a passageiros
LUIZ FRANCISCO DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Depois de um dia de espera em Vitória da Conquista, (505 km de Salvador), dez passageiros conseguiram embarcar ontem para Belo Horizonte em um vôo da OceanAir. Outros 11, que também seguiriam para a capital de Minas Gerais, preferiram viajar de ônibus na tarde de segunda-feira.

Logo após um avião da OceanAir pousar anteontem no aeroporto de Vitória da Conquista, os 21 passageiros que tinham passagens compradas para Belo Horizonte foram informados que a aeronave estava com "problema mecânico".

O vôo para Belo Horizonte foi cancelado e a OceanAir, para tentar contornar a situação, propôs transportar todos os passageiros em uma van. A viagem, segundo a Polícia Rodoviária Federal leva aproximadamente 12 horas.

Mesmo revoltados, 11 passageiros aceitaram a proposta, entretanto fizeram uma reivindicação -a substituição da van por um ônibus.

A OceanAir aceitou a proposta, contudo informou que os passageiros que optassem pela viagem de ônibus não teriam o valor pago pelos bilhetes devolvidos.

Segundo a empresa, anteontem não havia aeronave próxima à Vitória da Conquista para prosseguir a viagem até Belo Horizonte.

A OceanAir informou também que ofereceu a todos os 21 passageiros a opção de devolver o valor gasto com a compra dos bilhetes. Segundo a companhia, todos preferiram esperar um outro vôo ou seguir de ônibus. A devolução, segundo a OceanAir, ocorreria no prazo máximo de 30 dias.

 

 

Site da AMVVAR
21/11/2007
Resposta do Ministério da Previdência Social/SPC à Nota Técnica enviada pela Subcomissão Aerus da ALERGS.