:::::RIO DE JANEIRO - 21 DE OUTUBRO DE 2006 :::::

 

Folha de São Paulo
21/10/2006
Smiles são aceitos só por duas aéreas da Star Alliance

Air Canada e Air New Zealand são as únicas opções
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas duas companhias aéreas da aliança operacional global Star Alliance, a Air Canada e a Air New Zealand, aceitam atualmente emitir passagens com pontuação do programa de milhagem Smiles, da Varig.

De acordo com o que a empresa aérea informa no site do programa Smiles, a Adria, a ANA, a Asiana, a Austrian, a BMI, a Lot, a Lufthansa, a SAS, a South African, a Spanair, a Singapore, a Swiss, a TAP, a Thai Airlines e a United Airlines hoje não possuem acordo operacional com a Varig.

Para ser vendida, a Varig foi dividida em duas empresas: a velha, que ficou com o passivo e que hoje não está em operação; e a nova, sem dívidas, que foi vendida para a VarigLog.
É a Varig antiga que faz parte da Star Alliance, e, como a nova empresa não pagou a dívida que a aérea possui com a aliança operacional, um novo contrato não foi fechado. É por causa da inadimplência da Varig que a maior parte das aéreas da Star não aceita mais suas milhas para emitir bilhetes.

Isso causou transtorno em alguns casos de passageiros que já haviam emitido bilhetes. A empresária Anna Maria de Souza Dantas, 61, que foi em agosto pela South African para a África do Sul com uma passagem de ida e volta emitida com milhagem da Varig, teve que comprar outra para retornar ao Brasil. "Na ida, foi tudo bem, mas, na volta, a moça disse que a South African não estava mais aceitando bilhetes da Varig", relata Dantas. "Vou entrar na Justiça contra a companhia."

"Isso tem que ser ressarcido. Se a companhia aérea se comprometeu com a Varig a emitir esse bilhete, comprometeu-se com o consumidor. Como isso vai ser pago, não é problema do passageiro. É irresponsabilidade tanto de uma empresa aérea quanto da outra", avalia Maria Elisa Cesar Novais, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
É a mesma posição do Procon-SP e da Andep (Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo). "Queremos entrar, em caso como esses, com uma ação coletiva, inclusive contra a União", afirma Cláudio Candiota, da Andep.

A Varig afirma, via sua assessoria de imprensa, que está em negociação com as companhias aéreas para que elas voltem a aceitar suas milhas e que o passageiro associado do programa continua acumulando milhas ao viajar por qualquer empresa da Star Alliance.

Procurada, a South African se limitou a informar que não aceita bilhetes emitidos com pontos do programa Smiles.

Encolhimento

Com a venda da parte operacional da Varig para a VarigLog, muitos passageiros ficaram em dúvida quanto à utilização de seus pontos acumulados no programa de milhagem Smiles.

De acordo com a Varig, as milhas continuam valendo para todos os participantes, que podem utilizá-las para emitir bilhetes para qualquer destino operado pela companhia aérea.
É importante ressaltar, entretanto, que a empresa encolheu do início do ano para cá: de 20% do mercado em janeiro, tem cerca de 4% hoje.

Assim, muitos destinos deixaram de ser operados. A Varig diz que a situação é temporária e que o plano é ampliar a malha doméstica e internacional.

 

 

Zero hora
21/10/2006
Pane atrasa vôos no país
Pelo menos 81 pousos e decolagens tiveram de ser retardados no Salgado Filho, causando um efeito cascata que afetou usuários em outras partes do Brasil
CARLOS ETCHICHURY

Duas panes no centro de processamento de dados do sistema de controle do tráfego aéreo da Região Sul atrasaram a metade das 178 chegadas e partidas de aviões no Aeroporto Internacional Salgado Filho entre quinta-feira e as 17h de ontem. O problema, que teve efeito cascata, retardou centenas de vôos em todo o país.

- A última vez que aconteceu algo parecido foi há 20 anos - explica o coronel-aviador Paullo Esteves, assessor de Comunicação Social do Departamento de Controle do Espaço Aéreo.

De acordo com o oficial, a pane no CPD do Sistema Integrado de Defesa e Controle do Tráfego Aéreo (Sindacta) 2, cuja abrangência é o Rio Grande do Sul, o Paraná e Santa Catarina, iniciou-se na quinta-feira. Ao longo do dia, os radares ficaram duas horas fora do ar - tempo suficiente para retardar em até três horas aterrissagens e decolagens no Salgado Filho.

Às 9h30min de ontem os problemas voltaram a acontecer. Sem o controle do espaço aéreo por radar, os controladores de vôo tiveram de operar de forma manual. A operação é conhecida como "convencional" na linguagem da Aeronáutica.

Causas da pane ainda são desconhecidas

Na prática, significa que todas as informações captadas pelo radar são obtidas em conversas entre os controladores e os pilotos. Inexistem problemas de segurança, garante o coronel-aviador Esteves, mas atrasos são inevitáveis.

- É como se você controlasse a sua casa pelo computador. Na tela, você veria a sua mulher na sala, um filho no quarto, outro filho na cozinha. Se o computador não funciona, você precisa ligar para a mulher e para os dois filhos para saber onde eles estão e o que estão fazendo. O seu controle é o mesmo, mas demora mais - detalha Esteves, usando uma metáfora para exemplificar.

No Salgado Filho, os atrasos médios, na quinta-feira, foram de duas horas. Ontem, com a persistência do problema pelo menos 34 chegadas e partidas demoraram uma hora além do normal.

Conforme a assessoria de comunicação da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) no Rio Grande do Sul, o aeroporto Salgado Filho registra, em média, de cinco a seis atrasos nos vôos.

A previsão da Aeronáutica era reiniciar o controle das aeronaves com uso dos radares a partir do início da madrugada de hoje.

Até ontem era desconhecido o motivo pelo qual a centro de processamento de dados do Sindacta entrou em pane.

 

 

O Dia
20/10/2006 19:43h
CPI da Varig vai ouvir presidente da Anac

Rio - A Comiss ão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) que apura a venda da Varig ouvirá nesta terça-feira, dia 24, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. No último encontro da comissão, os parlamentares concluíram que hoje a Anac é a principal responsável pela não conclusão do processo de recuperação judicial.

"A procrastinação da concessão do Certificado de Homologação de Empresa de Táxi Aéreo (Cheta) para a Nova Varig criou um impasse para os funcionários da antiga empresa", afirmou o presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PDT). "A perda de postos de trabalho e o desconhecimento do convênio firmado entre a Varig e o governo do estado em 2004 pelos novos donos da empresa nos preocupa", disse.

O convênio previa a manutenção dos 4,5 mil empregos no estado, o aumento da área de controladoria e do número de vôos nacionais e internacionais a partir do Aeroporto Internacional Tom Jobim e a permanência das sedes operacional e administrativa no estado. Em contrapartida, a Varig recebeu, entre outros benefícios, a devolução de R$ 103 milhões relativos ao recolhimento irregular de ICMS pelo estado.

Além de ouvir o presidente da Anac, a CPI busca ainda reunir os representantes dos três poderes do Estado para, juntos, buscar junto ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva o compromisso com a solução desta questão.

 

 

O Dia
20/10/2006 - 14:59h
Dívida da Varig com Receita pode definir falência


O processo de recuperação judicial da Varig, incluindo a venda de parte da empresa para a VarigLog, pode ser anulado e a falência da aérea decretada caso prevaleça uma decisão da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

Na última terça-feira, a companhia aérea foi excluída pela procuradoria do Paes (Plano de Parcelamento Especial), segundo informou reportagem do jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira. O argumento foi que a Varig, no primeiro semestre de 2005, passou a pagar em torno de 25% a menos do valor acertado para as parcelas. Além disso, começou a pagar irregularmente também os tributos correntes.

Essa dívida com a Receita soma hoje R$ 1,86 bilhão. No segundo semestre, segundo uma fonte da procuradoria, a aérea passou a não pagar nada do acertado no Paes.

A procuradoria exige que a companhia apresente sua certidão negativa de débitos, sob pena de anulação do processo. Nesse caso, a falência poderia ser decretada.

O prazo para a empresa recorrer da exclusão do Paes é de dez dias. A Varig informou que analisa a decisão para decidir como vai recorrer.