:::::RIO DE JANEIRO - 21 DE SETEMBRO DE 2006 :::::

 

Folha de São Paulo
21/09/2006
Varig espera documento da Anac para comprar 14 aviões
DA SUCURSAL DO RIO

A Varig espera receber hoje a autorização de funcionamento jurídico após a reunião de diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Segundo o presidente do conselho de administração da VarigLog, nova dona da Varig, Marco Antônio Audi, a empresa depende desse documento para concluir a compra de 14 aeronaves modelo Boeing 737, que já estariam no Galeão.

O documento ainda não habilita a nova Varig como empresa de transporte aéreo, mas é o primeiro passo para formalizar a situação.

Segundo Audi, a Varig voa hoje com 15 aviões. A chegada das 14 aeronaves daria início a um ciclo de novas contratações, no qual os funcionários demitidos após o leilão teriam prioridade. Ele frisou que pretende "correr contra o tempo" para aumentar a frota porque quer manter todas as rotas.

Audi prestou depoimento ontem na CPI da Varig na Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro). A CPI investiga a venda da aérea e a de demissão de funcionários. O deputado Paulo Ramos, presidente da CPI, recebeu denúncias de funcionários alegando que as demissões não respeitaram o acordo coletivo de trabalho.

No depoimento, Audi se comprometeu a voltar a negociar com o governo do Estado, com o qual fechou, em 2004, acordo que permitiu a antecipação do pagamento de dívidas referentes à cobrança indevida de ICMS. (JL)

 

 

O Estado de São Paulo
21/09/2006
Nova Varig tenta decolar com pechinchas
Empresa dá desconto na tarifa, milhagem em dobro e serve sanduíche de picanha para trazer cliente de volta
Mariana Barbosa

Com a credibilidade em baixa após a longa crise que enfrentou (e que ainda não foi superada), a Varig tem apelado às promoções e tentado caprichar no serviço de bordo para trazer os passageiros de volta. A passagem na Ponte Aérea Rio-São Paulo custa R$ 160 - muito menos que o preço das concorrentes -, a empresa dá milhas em dobro no programa Smiles e os passageiros podem ganhar uma passagem de ida e volta a Buenos Aires com 12 mil milhas, quando a exigência normalmente é de 20 mil milhas.

A estratégia, aparentemente, tem funcionado. Nos poucos vôos que a companhia oferece hoje, a ocupação tem sido satisfatória. Mas não tem gerado muita receita. 'Nesse momento de transição, em que não temos ainda o cheta (certificado de habilitação sem o qual a empresa não pode operar), o objetivo é trazer o passageiro de volta, muito mais do que gerar caixa', diz uma fonte da empresa.

Mas ele garante que, na Ponte Aérea, a grande maioria dos passageiros é pagante, e que a tarifa de R$ 160 garante alguma rentabilidade. 'A empresa está enxuta.' Segundo ele, a tarifa de R$ 160 deve durar ainda por um bom tempo.

A crise da Varig, que chegou ao auge com as cenas de vôos cancelados no Brasil e no exterior e longas filas de passageiros sem saber o que fazer em aeroportos de todo o mundo, deixou marcas na imagem da empresa. Com poucos aviões, a empresa encolheu. A companhia, que chegou a ter 70% do mercado, teve no mês passado uma participação de cerca de 2% nos vôos domésticos, metade da BRA.

PASSAGEIROS

Apesar de todos os problemas, os passageiros que têm voado pela Varig se dizem satisfeitos com o fato de a empresa voltar a operar. Ontem, a reportagem do Estado acompanhou um vôo da Ponte Aérea e pôde perceber que os passageiros estão contentes com o serviço.

'É muito bom termos a Varig de volta como opção. Concorrência é bom para o mercado, para os passageiros e para as próprias companhias', disse o empresário e apresentador João Doria Junior. 'Sou um usuário feliz da Varig e espero que ela se recupere.'

'No auge da crise, passamos a voar mais de TAM e de Gol, mas agora a empresa tem nos oferecido mais vôos de Varig na Ponte Aérea', disse a analista de negócios da Telefônica Fernanda Naliato. 'Tenho milhas da Varig e não tenho nenhum interesse em que a companhia vá mal. '

Fernanda torrou as milhas durante a crise, trocando por duas passagens emitidas para Aracaju, para o final de ano e para a Páscoa. 'Não acredito que a empresa volte a voar para Aracaju até lá. Mas algum jeito eles terão de dar.'

A analista de marketing da Ediouro, Adriana Silva Passos, sempre voou de TAM, mas ontem voou de Varig a trabalho. 'Gostei bastante do serviço', disse ela, enquanto preenchia a ficha de inscrição do programa Smiles, na sala de embarque.

Para a aposentada Lydia Negri e o marido, a tarifa a R$ 160 foi decisiva para que eles optassem pela Varig. 'Eu vou muito a São Paulo e, nos últimos tempos, pelo preço, eu só voava de Gol', conta Negri. 'Hoje (ontem) fui ao balcão das duas, e a passagem da Gol estava R$ 200 mais cara.'

Além da Ponte Aérea, a Varig está voando para algumas capitais, como Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Recife, com poucas freqüências diárias. No mercado internacional, o único vôo da companhia, para Buenos Aires, anda bastante concorrido por conta da promoção das 12 mil milhas.

 

 

O Estado de São Paulo
21/09/2006

Anac redistribui 148 rotas
Dos 272 vôos da Varig, só 124 foram mantidos
Alberto Komatsu

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) inicia hoje o processo de redistribuição de 148 vôos que eram da Varig, mas que a companhia aérea não incluiu em seu plano básico de linhas, apresentado em agosto. Das 272 rotas originais, a companhia manteve 124. O assunto será debatido durante reunião, no Rio, da diretoria da agência, em que nova Varig espera receber a autorização para funcionamento jurídico, segundo o presidente do conselho de administração da controladora VarigLog, Marco Antonio Audi.

Após essa primeira etapa de certificação, que dará à nova Varig seu CNPJ, Audi diz ser possível dar encaminhamento à compra de mais 14 aeronaves que já estão estacionadas no Rio à espera da concessão de transporte aéreo, que é a fase final. 'Hoje não podemos comprar porque ainda não temos a concessão', afirmou, em depoimento à CPI da Varig, realizada ontem.

Segundo Audi, foi firmado um compromisso de compra, mas o negócio só será efetivado com a obtenção da concessão. Antes dessa etapa final, a nova Varig deve ainda receber um certificado chamado Cheta, concedido após exames técnicos e operacionais. Com a frota atual de 15 aviões, mais os novos, Audi diz que serão 29 aeronaves que vão gerar quase 3,5 mil empregos.

Dos 148 vôos pertencentes à Varig, os que eram realizados do Aeroporto de Congonhas serão licitados publicamente. Inicialmente seriam 50, mas a agência informa que deverá haver modificações. A concorrência é necessária porque o aeroporto paulistano é o mais utilizado e cobiçado pelas empresas aéreas em todo o País. O plano da Anac é publicar um edital com estes vôos amanhã no Diário Oficial da União.

A licitação deverá ocorrer em torno de 15 dias após a publicação.

Para os vôos que não eram operados em Congonhas, a Anac informa não haver necessidade de licitação. Isso porque são terminais onde a concorrência não é tão acirrada. A Anac já havia iniciado no fim do mês passado a distribuição de 51 vôos internacionais operados pela Varig. O processo foi definido durante reunião da agência com TAM, Gol, BRA e OceanAir.

DISPUTA

A concessão de vôos internacionais foi iniciada mesmo após decisão da Justiça do Rio que impedia tal medida. Anac e a comissão de juízes da recuperação judicial da Varig travam um duelo para definir de quem é a competência para decidir judicialmente sobre questões da reestruturação da empresa. Para a Anac, que é uma autarquia, é a Justiça Federal que deve decidir sobre o caso.

 

 

JORNAL DO BRASIL
21/09/2006

 

 

O Globo
21/09/2006

 

 


Valor Online
21/09/2006 - 19:41h
Na CPI da Varig, executivo promete frota de 28 aviões e diz que sede vai mudar para São Paulo



RIO - O executivo Marco Antonio Audi, presidente do Conselho de Administração da VarigLog, controladora da Varig, prometeu uma frota de 28 aviões e disse que a sede operacional da empresa será transferida do Rio para São Paulo.

As declarações foram dadas em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga a venda da Varig. Ele afirmou também que a empresa pretende recontratar 4,5 mil demitidos da Varig. "A recontratação dos funcionários demitidos é a nossa prioridade. Pretendemos aumentar a nossa frota de 15 para 28 aviões, o que geraria mais de 3 mil empregos", disse.

Audi disse aguardar as autorizações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para comprar 14 aviões. "Apesar de termos cumprido com todas as obrigações previstas do edital do leilão, a Anac ainda não agilizou o primeiro dos três passos necessários à plenitude da Volo do Brasil. Temos 14 aviões em fase final de negociação para a compra e que dependem deste primeiro passo", disse.

A parte operacional da Varig foi vendida à VarigLog, controlada pela Volo, em 20 de julho. Desde então, a empresa aguarda três concessões da Anac: uma autorização de registro jurídico para a Aero Transportes Aéreos, o certificado de homologação de empresa de transporte aéreo e a concessão de empresa aérea. A CPI foi instalada no dia 6 e tem como objetivo apurar denúncias de irregularidades no processo de venda da companhia feitas por funcionários da Varig aos parlamentares.

 

 

O Dia
20/9/2006 19:24h
Dono da Volo diz que Varig vai para São Paulo

Rio - Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj que investiga a venda da Varig nesta quarta-feira (20/9), o sócio da Volo do Brasil, empresa compradora da companhia aérea, Marco Antonio Audi disse que a Volo não arcará com os passivos da Varig e que a sede operacional da empresa será transferida para São Paulo. Audi acrescentou, ainda, que pretende recontratar os 4.500 funcionários da Varig que foram demitidos desde que a empresa foi vendida.

Presente à audiência, o chefe de gabinete da Governadoria do estado, Fernando Peregrino, criticou as declarações de Audi sobre a transferência da sede operacional da empresa para São Paulo, já que a manutenção e expansão da sede, no estado Rio, está prevista em contrato assinado, em 2004, entre o Governo do estado e a Varig.

A Varig foi comprada, através de leilão, no dia 21 de julho deste ano, pela Volo do Brasil, que aguarda, desde então, três concessões da Agência Nacional de Aviação Civil- Anac: autorização de registro jurídico para a Aero Transportes Aéreos, que é a empresa da Volo do Brasil que comprou os ativos da Varig; o Certificado de Homologação de Empresas de Transportes Aéreos (Cheta) e a Concessão de Empresa Aérea, para que comece a voar.

A CPI voltará a se reunir no dia 10 de outubro, às 11h, na sala 311 do Palácio Tirandentes. Serão convocados João Luiz Bernes, que é o presidente da VarigLog e Miguel Dau, gestor judicial da Varig. O objetivo da CPI é apurar as denúncias de irregularidades no processo de venda da companhia feitas por funcionários da Varig aos parlamentares, que terão três meses para concluir as investigações.