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Valor Econômico
21/03/2007
União penhora ações
da VarigLog e da VEM
Penhora é para quitar as
dívidas da companhia com o governo.
A VarigLog informou que ainda não foi notificada
da decisão.
Janaina Vilella
RIO - A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) no Rio de Janeiro conseguiu ontem na Justiça
Federal do Estado a penhora de parte das ações
da VarigLog e da VEM, ex-subsidiárias da Varig, no
valor de até R$ 22 milhões. O montante corresponde
a parte dos débitos que a Rio Sul, empresa que pertencia
ao grupo Varig, tem com o governo federal, no valor total
de R$ 200 milhões. À decisão cabe recurso.
Em junho do ano passado, a PGFN entrou
na Justiça Federal com um pedido de penhora do montante
arrecadado no leilão de venda da Varig para quitar
os débitos pendentes da companhia aérea com
a União.
A juíza da 3ª Vara Federal
de Execução Fiscal do Rio de Janeiro, Fernanda
Duarte Lopes Lucas da Silva, autorizou a penhora e oficiou
o juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio, Luiz Roberto
Ayoub, responsável pelo processo de recuperação
da Varig.
À época, Ayoub não
autorizou a transferência do dinheiro, segundo uma
fonte da procuradoria-geral, alegando que os credores da
companhia aérea determinaram que o valor arrecadado
com a venda fosse investido na Nova Varig.
A procuradoria recorreu da decisão
do juiz no Tribunal de Justiça do Rio, mas o recurso
ainda não foi julgado.
Em razão disso, a PGFN resolveu
entrar com um novo pedido de penhora na Justiça Federal,
desta vez de parte das ações das duas ex-subsidiárias
da Varig. No entender da procuradoria, as companhias ainda
pertencem ao grupo Varig, ou seja, a venda é considerada
ineficaz para a União, porque foi feita com dívidas
inscritas pendentes com ela.
Segundo a fonte da PGFN, o artigo 185 do
Código Tributário Nacional diz que "
presume-se fraudulenta a alienação ou oneração
de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo
em débito para com a Fazenda Pública, por
crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa " .
A VarigLog informou que ainda não
foi notificada da decisão.
Até o fechamento dessa edição,
o Valor não havia conseguiu contato com a VEM para
que a companhia se pronunciasse sobre a decisão.
Valor Econômico
21/03/2007
Varig
Sérgio Sampaio é o novo
diretor comercial e de marketing da Varig. Ele já
passou pela diretoria de marketing e vendas da cervejaria
Cintra, pela superintendência de franquias da Coca-Cola
e da Kaiser, pela gerência de operações
da Companhia Vale do Rio Doce e gerência comercial
e de trade marketing na Ambev.
O Estado de São Paulo
21/03/2007
Crise no ar e pane no governo
Seria de rir, se não fosse de chorar.
O presidente Lula ordenou a apuração “imediata
e rigorosa” do apagão aéreo de domingo,
causado por uma pane no sistema de processamento dos planos
de vôo no Centro Integrado de Defesa Aérea
e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta-1),
em Brasília, e agravado, horas depois, por outra
pane, dessa vez no sistema elétrico no mesmo aeroporto.
A determinação do presidente tem a óbvia
intenção de levar a opinião pública
a crer que este é um governo que ou se antecipa aos
problemas ou, sendo impossível preveni-los, os ataca
imediatamente e com rigor, até a raiz. A ordem consta
da nota oficial sobre a reunião do presidente, na
segunda-feira, com os ministros e as autoridades de sempre,
quando se trata de problemas do setor.
É uma patacoada. O transporte aéreo
no Brasil vem sofrendo apagões periódicos
há quase meio ano, a contar da operação-padrão
adotada pelos controladores de vôo que se seguiu à
maior tragédia da aviação civil no
País, a colisão entre o Boeing da Gol e o
Legacy da empresa americana ExcelAir, em 29 de setembro
- e, nesse tempo todo, o governo não fez rigorosamente
nada para normalizar o sistema, em terra e no ar. Nem mesmo
para o mal - a derrubada do pedido de instalação
da chamada CPI do Apagão, apresentado na Câmara
pelo PSDB, PFL e PPS - o governo e os seus operadores conseguiram
agir sem tardança e com rigor. Foram incapazes de
impedir que deputados da base aliada, notadamente do PDT,
assinassem o requerimento de convocação do
inquérito, ajudando a dar-lhe o número necessário
de firmas.
A pane política do lulismo sobrou
para o presidente petista da Câmara, Arlindo Chinaglia.
Ele teve de invocar o estapafúrdio argumento de que
a CPI carece de “fato determinado”, não
podendo portanto ser criada. (A oposição recorreu
ao Supremo Tribunal Federal.) Fosse ele dizer isso aos milhares
de passageiros estremunhados e funcionários estressados,
reféns da crise nos aeroportos nacionais, não
escaparia incólume. Transpondo a fronteira do cinismo,
Chinaglia permitiu-se até fazer blague com o caos.
Ao constatar que a sessão de anteontem teria de ser
cancelada por falta de quórum - porque numerosos
parlamentares não puderam viajar a tempo a Brasília
-, disse que, “realmente, o fato determinado prejudicou
a sessão”. Sobre a CPI, soltou uma pérola
digna do febeapá do inesquecível Sérgio
Porto: “Mais do que investigar os problemas aéreos,
o importante é encontrar uma solução.”
Não há “uma”
solução para o descalabro em que se entrelaçam
questões de natureza distinta, como a situação
funcional, o preparo duvidoso, a paga insuficiente e as
más condições de trabalho dos controladores
de vôo; a obsolescência dos equipamentos usados
para monitorar o tráfego aéreo; a formidável
expansão do número de passageiros transportados
nos vôos domésticos e da oferta de linhas aéreas;
a saturação dos aeroportos e a insuficiência
de suas pistas.
E, de fato, não seria preciso instaurar
uma CPI para descobrir que a autoridade federal responsável
principal pelo controle e administração do
espaço aéreo no território, o ministro
da Defesa Waldir Pires, não dispõe de condições
mínimas para o exercício da função.
Fora isso, porém, há mais caixas-pretas a
serem abertas no setor do que o governo tem interesse em
abrir.
Estão longe de ser levianas, antes
de mais nada, as suspeitas de que a estatal criada para
gerir os serviços básicos do sistema, a Empresa
Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero),
condensa o que a área pública brasileira pode
ter de pior, em matéria de incompetência, promiscuidade
com interesses privados e corrupção à
moda antiga. Com base em denúncias anônimas,
o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou em
2005 graves irregularidades em obras realizadas em pelo
menos oito aeroportos, entre os quais Congonhas, Cumbica
e Viracopos.
Há o de costume: licitações
dirigidas, contratos engordados com sucessivos acréscimos
de 25% sobre o valor original, pagamentos de R$ 8 milhões
antes do término do trabalho.
Se é verdade que não se pode
culpar a Infraero pela crise de gestão do tráfego,
que cabe à Aeronáutica, as mazelas da estatal
tampouco podem passar sem uma investigação
que já tarda. É o que o governo teme.
O Estado de São Paulo
21/03/2007
Aéreas cobram prejuízo
da União
Empresas querem processar governo;
TAM diz que gastou US$ 12 mi extras em combustível
por conta do apagão
Mariana Barbosa e Bruno Tavares
Diante do mais novo episódio de
apagão aéreo no País, ocorrido no domingo,
as companhias aéreas estão refazendo as contas
do prejuízo e já estudam entrar com medidas
judiciais contra a União. “Essa conta não
vai ficar em aberto”, afirmou o presidente do Sindicato
Nacional das Empresas Aéreas (Snea), José
Márcio Mollo.
O vice-presidente da TAM, Paulo Castello
Branco, calcula em quase US$ 12 milhões o custo extra
do combustível desde outubro - ou US$ 2 milhões
por mês. “A conta está crescendo”,
disse. Há ainda gastos de hotel e alimentação
para os passageiros prejudicados, horas extras das tripulações,
entre outros.
Procurada, a Gol não se pronunciou
sobre os prejuízos, mas, no balanço do último
trimestre de 2006, a companhia apontou R$ 41 milhões
de custo extra pelo apagão. Para a OceanAir, que
detém 2% do mercado, o custo é alto. “O
seqüenciamento gerou um aumento de custos de 15% a
20%”, disse o presidente da companhia, Carlos Ebner.
“Isso representa de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões
a mais de combustível.”
Em novembro, as companhias apresentaram
à Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) uma conta preliminar de R$ 4 milhões
por dia em prejuízos com combustíveis, ressarcimento
aos passageiros e outras despesas administrativas. “Com
um apagão atrás do outro, a conta vai sendo
atualizada”, afirmou o presidente do Snea. Mollo disse
não possuir uma conta fechada de todas as companhias,
pois falta ainda a definição de uma metodologia
de cálculo comum. “Fizemos uma proposta para
a Anac, para que seja criada uma comissão e seja
estabelecida uma metodologia de cálculo do prejuízo,
para não haver discrepância entre as contas
das companhias”, afirmou Mollo.
Fontes da Anac dizem que os diretores da
agência deverão se reunir em breve com os representantes
das companhias. Mas já há um consenso de que
o ressarcimento pelos prejuízos deve ser repassado
à União. “Somos apenas uma agência
reguladora, não fomos responsáveis por nada”,
comenta um funcionário da Anac. Oficialmente, a agência
não respondeu aos questionamentos feitos ontem pela
reportagem.
Segundo o Snea, as empresas aéreas
não pretendem apelar para vias judiciais agora, mas
sim aguardar o desenrolar do processo administrativo. “Mas
as companhias, sobretudo aquelas que possuem ação
em bolsa, como a TAM e a Gol, que têm de dar satisfação
aos seus acionistas, farão de tudo para recuperar
esse dinheiro.”
As companhias entendem que têm direito
com base nas regras de concessão do serviço
de transporte aéreo. Argumentam que é de responsabilidade
da União prover a infra-estrutura necessária
para o cumprimento do serviço. “A mencionada
crise é de inteira responsabilidade do governo federal,
por imprevisão (ação ou omissão)
na gestão de um serviço público prestado
exclusivamente por um órgão da administração
federal direta, não cabendo às empresas concessionárias
privadas arcar com as conseqüências dessa imprevisão”,
afirmaram as companhias em um ofício enviado à
Anac em 6 de novembro. No mesmo documento, as empresas reivindicaram
redução de 50% das tarifas aeroportuárias
pagas à Infraero e à Aeronáutica, e
de 15% no preço do querosene de aviação.
As medidas seriam uma compensação pelos prejuízos
do apagão.
“Isso ainda não chegou até
mim, mas, se chegar, vou torpedear. Também somos
empresa e quero saber quem vai arcar com os nossos prejuízos?
Se reduzirmos as tarifas, a situação dos aeroportos
vai piorar”, rebateu o presidente da Infraero, José
Carlos Pereira.
Para o coordenador do Núcleo de
Estudos em Competição e Regulação
do Transporte Aéreo (Nectar) do ITA, Alessandro Oliveira,
“cabe às companhias, como concessionárias,
cumprir com seus horários e vôos, e à
União prover a infra-estrutura necessária
para que o serviço possa ser cumprido.”
Site da ALERJ
Quarta, 21 de março de 2007
CPI DA VARIG VAI OUVIR O PRIMEIRO
ADMINISTRADOR JUDICIAL DA COMPANHIA
A CPI que investiga o processo de venda
da Varig irá reconvocar para depor nesta quinta-feira
(22/02), às 11h, na sala 311 do Palácio Tiradentes,
o primeiro administrador judicial da Varig, João
Cysneiros Viana. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos
(PDT), pretende dar continuidade aos trabalhos da comissão
que teve início na última legislatura.
Ramos calcula que a comissão entregará
o relatório final em, no máximo, três
meses. “Estou certo que houve uma deliberação
para levar a estrutura da Varig à extinção
e, através dessa CPI, queremos expor à sociedade
quem são essas pessoas”, afirmou o presidente
da comissão, acrescentando que o resultado da CPI
será encaminhado ao Congresso Nacional.
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