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Folha
de São Paulo
20/10/2006
Recuperação da Varig
pode ser anulada por dívida com Receita
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
Se
prevalecer uma posição da Procuradoria Geral
da Fazenda Nacional, o processo de recuperação
judicial da Varig, incluindo a venda de parte da empresa
para a VarigLog, pode ser anulado e a falência da
aérea decretada.
Na última terça-feira, a companhia aérea
foi excluída pela procuradoria do Paes (Plano de
Parcelamento Especial). O argumento foi que a Varig, no
primeiro semestre de 2005, passou a pagar em torno de 25%
a menos do valor acertado para as parcelas. Além
disso, começou a pagar irregularmente também
os tributos correntes.
Essa dívida com a Receita soma hoje R$ 1,86 bilhão.
No segundo semestre, segundo uma fonte da procuradoria,
a aérea passou a não pagar nada do acertado
no Paes.
A procuradoria entrou com um pedido na Vara Empresarial
do RJ, onde está o processo de recuperação
judicial da Varig, de exigência que a companhia apresente
sua certidão negativa de débitos, sob pena
de anulação do processo. Nesse caso, a falência
poderia ser decretada.
O pedido foi indeferido, e a PGFN apresentou recurso ao
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O primeiro
voto (ao todo são necessários três)
foi favorável à procuradoria. Na próxima
terça, o julgamento do caso terá novo capítulo.
O argumento da procuradoria é que o que protege o
credor público na recuperação judicial
é a comprovação da regularidade fiscal
da empresa. Sem essa comprovação, ela não
poderia nem ter entrado em recuperação.
O prazo para a empresa recorrer da exclusão do Paes
é de dez dias. A Varig informou que analisa a decisão
para decidir como vai recorrer.
Valor Econômico
20/10/2006
Concorrência aérea
A competição no setor aéreo
brasileiro será mais acirrada nos próximos
anos, segundo um relatório da agência de classificação
de risco Fitch. "A TAM e a Gol não estarão
mais competindo com empresas ineficientes e sem recursos
financeiros, mas sim entre elas, tentando controlar a ascensão
de pequenas empresas que procuram explorar a lacuna aberta
pela Varig (...)", diz o documento elaborado por analistas.
A Fitch destaca o papel da Gol desde que
a empresa entrou no mercado, em 2001, pelo fato de ter introduzido
um novo modelo de negócios. Enquanto a TAM conseguiu
acompanhar as mudanças, segundo o relatório,
empresas tradicionais como a Varig não resistiram.
A agência também afirma que tanto Gol quanto
TAM ganharam participação de mercado sem sacrificar
a rentabilidade.
Estadão
19 de outubro de 2006 - 19:30h
Demora da Anac para Varig atuar normalmente
gera protestos
Sindicalistas, agentes de viagem
e ex-funcionários da companhia aérea manifestaram
sua insatisfação com a demora da entidade
em conceder as autorizações para que a empresa
retome sua operação normal
Denise Chrispim Marin
BRASÍLIA - A briga entre a Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac) e a nova Varig desdobrou-se
nesta quinta-feira em uma manifestação de
sindicalistas, agentes de viagem e ex-funcionários
da companhia aérea contra a demora da entidade em
conceder as autorizações para que a empresa
retome sua operação normal. O Sindicato Nacional
dos Aeronautas (SNA), que organizou o protesto, acusa a
Anac de extrapolar em 60 dias o prazo para a concessão
do direito de exploração do serviço
aéreo e do certificado que lhe permitirá voar
em seu nome - documentos que, em princípio, deveriam
ter sido liberados até o último dia 17 de
agosto.
O protesto desta quinta foi conduzido pela
presidente do SNA, Graziela Baggio. Segundo o comandante
Gelson Fochesato, vice-presidente do sindicato, o atraso
impede a contratação de 3 mil a 4 mil funcionários
pela companhia e também a finalização
das operações de compra de 14 aviões
da Boeing 737, que já se encontram no Rio de Janeiro.
O sindicato alega que a diretoria da Anac
havia concordado com o prazo de 30 dias, a partir da data
de realização do leilão da companhia
(em 17 de julho), para a liberação da Certificação
de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo
(Cheta) e do contrato de concessão. "Até
agora, a Anac não nos explicou a razão desse
atraso de 60 dias", afirmou. "Há algo de
podre nesse atraso. Claro que as concorrentes estão
atuando nos bastidores", acusou Fochesato.
No último dia 26, a Anac havia concedido
à nova Varig (VRG Linhas Aéreas) a autorização
para seu funcionamento jurídico, válida por
12 meses. Ou seja, dera o primeiro passo para a certificação
da companhia como concessionária de transporte aéreo.
Mas a agência estancou nesse ponto, o que leva a nova
Varig a operar apenas algumas linhas com a concessão
da antiga companhia. As outras 148 rotas aéreas são
o alvo da sua briga com a Anac.
A agência pretendia distribuí-las,
em meados de setembro, às concorrentes da Varig,
sob a alegação de que a paralisação
de todas elas significa prejuízo aos passageiros.
Mas acabou impedida por uma decisão da Justiça
do Rio de Janeiro.
Panrotas
19/10/2006 19:06:00 - Plantão de Notícias
Américo diz que Varig terá
novo presidente
O gerente geral de Vendas Brasil da Varig, Antônio
Américo, remanescente da antiga empresa, esteve hoje
na sede da Abav-RJ, segundo comunicado da entidade, onde
apresentou a nova estrutura da companhia aérea e
propostas futuras aos agentes de viagens. A Varig, que ainda
não tem aprovação da Anac para operar
(o Cheta), e por isso ainda não ampliou sua malha
e trouxe novas aeronaves, falou de seus planos para a compra
de aviões e recebeu a solidariedade dos agentes.
Américo disse que até o Congresso
da Abav será anunciado o nome do novo presidente
da companhia aérea, hoje comandada por Marco Antonio
Audi, da Varig Log, e por nomes remanescentes da Antiga
Varig, como o próprio ex-presidente, Marcelo Bottini,
na diretoria internacional.
Antonio Américo disse que os aviões
Embraer estão na mira da empresa, que hoje tem 15
aeronaves. “Queremos oferecer conforto aos nossos
passageiros. O Embraer 190 é uma aeronave moderna,
que conta com 85 assentos aproximadamente, com vídeos
individuais, cadeira de pelica, entre outras qualidades
voltadas para o conforto dos nossos clientes. Em 2007 este
avião também estará operando na frota,
mas também depende do Cheta”, explicou Antônio
Américo.
O gerente-geral de Vendas da Varig anunciou
novas rotas e afirmou ter 14 aeronaves paradas a serem incorporadas
à frota após a liberação do
Cheta e que agora só depende das autoridades, uma
vez que toda a documentação necessária
foi apresentada pela Varig. Entre as novas rotas nacionais
anunciadas estão Florianópolis, Vitória,
Belo Horizonte, Foz do Iguaçu, Natal, Belém,
Campinas, Londrina, Fernando de Noronha e Passo Fundo. Já
as rotas internacionais compreendem Nova Iorque, Miami,
México, Lima, Santiago, Londres e Madri.
E destacou ainda a questão da segurança
dos vôos da Varig. “Na Varig a questão
da manutenção e segurança é
uma cultura. Não há intransigência com
controle de segurança. Se a aeronave não estiver
adequada para voar, ela não decola. Esta sempre foi
uma marca nossa. Nem na fase anterior, no momento da crise,
tivemos problemas com segurança, tendo aeronaves
paradas por não estarem nos padrões Varig
de vôos”, afirmou.
Outra informação foi sobre
a Tarifa Agente Amigo, disponível no sistema desde
25 de agosto deste ano, cujo objetivo é mostrar o
serviço da Varig ao agente de viagens que, segundo
Américo, foi um grande parceiro da empresa em seu
momento crítico. Para os trechos nacionais, exceto
ponte aérea, a tarifa para o agente é de R$
50,00 e para trechos internacionais é US$ 50.
Finalmente, sobre reembolsos dos agentes
de viagens, Américo explicou que apesar de, judicialmente,
não ser obrigação da Nova Varig honrar
tudo o que é anterior a 21 de julho, a empresa buscou
a melhor maneira de resolver, sem prejudicar os agentes
de viagens. “As pendências anteriores a essa
data seriam de responsabilidade da Varig remanescente, porém,
buscamos uma maneira viável para nós e para
os agentes para conseguirmos honrar estes compromissos.
Desta forma, após checarmos o que a agência
tem a receber, criamos uma carta de crédito sobre
até 50% da emissão de novos bilhetes da cia.
aérea. O valor é abatido da fatura de vocês,
sanando a dívida”, explicou.
Estadão
19 de outubro de 2006 - 13:24
Varig é excluída do
programa de parcelamento de dívidas com o INSS
A decisão pode inviabilizar
o processo de recuperação judicial da companhia,
uma vez que exige a quitação dos débitos
de uma só vez
Mônica Ciarelli
RIO
- A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) no Rio
de Janeiro excluiu a Varig do Programa de Parcelamento Especial
de Dívidas (Paes) com o Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) e com a Receita Federal. A decisão
foi publicada na quarta-feira no Diário Oficial da
União e pode inviabilizar o processo de recuperação
judicial da companhia, uma vez que exige a quitação
dos débitos de uma só vez.
A
empresa aérea tem dez dias para apresentar recurso.
A dívida da Varig com a União é de
cerca de R$ 2 bilhões e com o INSS, de R$ 1,5 bilhão.
O Dia
19/10/2006 - 12:48h
Caixa-preta do Legacy revela que transponder
não funcionava na hora do choque
Rio - Foram divulgadas
as primeiras informações das caixas-pretas
jato Legacy 600, que colidiu com o Boeing 737-800 da Gol.
O ministro da Defesa, Waldir Pires, confirmou que o transponder
(equipamento que emite sinais da aeronave para radares em
terra) do jato estava inoperante na hora da batida. Relevou
também que o Legacy se comunicou com a torre de controle
de Brasília pouco antes de sobrevoar a capital federal.
Na quarta-feira, o presidente
da comissão que investiga o acidente, coronel Rufino
Antônio Ferreira, chegou ao Rio trazendo a análise
das caixas-pretas e registros de voz do Legacy, realizada
no Conselho de Segurança dos Transportes (Transportation
Safety Board), em Ottawa, no Canadá. Depois de uma
reunião com Rufino e com o comandante da Aeronáutica,
brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, o ministro divulgou
que o transponder do Legagy não estava em operação
no momento do acidente, embora antecipe que desconheça
o motivo.
“Não se sabe
se estava desligado, se havia uma interrupção
decorrente de uma pane... As comunicações
não aconteceram e o transponder não estava
funcionando”, disse Pires, no Aeroporto Internacional
Tom Jobim, na Ilha do Governador.
O ministro também
afirmou que, durante a comunicação antes de
passar por Brasília entre o Legacy e o centro de
controle de vôo, o piloto teria comunicado que voava
a 37 mil pés. “A posição de 37
mil pés até Brasília era posição
normal. Na altura vertical de Brasília é que
ele desceria para 36 mil pés, como previa o plano
de vôo", esclareceu Waldir Pires.
O delegado da Polícia
Federal responsável pelo inquérito, Renato
Sayão, ouve hoje um dos diretores da Embraer, fabricante
do jato Legacy. Ele quer saber se a empresa faz testes com
o transponder dos aviões e se algum já apresentou
defeito.
A Aeronáutica não
fixou data para concluir as investigações.
Só falta encontrar os restos mortais um dos 154 ocupantes
do vôo 1907: Marcelo Paixão Lopes, 29 anos,
de Brasília.
BIMOTOR: 3 ENTERROS
A Polícia Civil do
Espírito Santo instaurou inquérito para apurar
a queda do bimotor em que viajavam o oficial da FAB Alduino
Coutinho de Souza, 48 anos, sua família e duas jovens,
sexta-feira passada. A esposa do piloto Ronilda Teresinha
Oliveira de Souza, 48, e o filho mais velho, Alduino, 26,
foram sepultados juntos no Cemitério de Inhaúma.
A namorada de Alduino, Luana Pimentel Guimarães,
26, foi enterrada no Caju. Três corpos ainda não
foram localizados. “A família não voltou
completa e seria um grande alívio, depois da tragédia,
enterrar nossos parentes”, afirmou, emocionado, Adilson
Coutinho de Souza, irmão do piloto.
Mercado & Eventos
19/10 - 12:30h
Varig negocia acordo com empresas
da Star Alliance
Antonio Américo, diretor de Vendas
da Varig, durante apresentação na sede da
Abav-RJ
Depois de confirmar que a Varig aguarda
a regularização, até a próxima
semana, de sua situação com o sistema BSP
internacional, o diretor de Vendas da companhia, Antonio
Américo, anunciou que a empresa está em negociações
com algumas das companhias aéreas que integram a
Star Alliance.
"Queremos retomar, até o final
deste ano, as rotas para Londres e Madri, mas dependemos
ainda da liberação do Cheta pela Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac). No entanto,
já estamos negociando acordos com empresas integrantes
da Star Alliance, fator essencial para nossas conexões
a partir da Europa rumo a outros continentes", ressaltou.
Américo fez uma apresentação
hoje (19/10) para um grupo de agentes de viagens na sede
da Abav-RJ, onde confirmou que a empresa já tem pronta
a nova malha a ser implantada após liberação
do documento da agência reguladora.
"Além das rotas que já
operamos, voltaremos a voar para Florianópolis, Vitória,
Belo Horizonte, Foz do Iguaçu, Natal, Belém,
Campinas, Londrina, Fernando de Noronha e Passo Fundo. Para
o exterior, nossa idéia é voltar a voar para
Madri, Londres, Santiago, Nova York, Miami, Cidade do México
e Lima", explicou.
Folha
Online
19/10/2006 - 09h12
'Orfãs' da Varig em parceria
de vôos já assediam a TAM
MAELI PRADO da Folha de S.Paulo
Companhias
aéreas estrangeiras que atuam no Brasil, parte delas
empresas da Star Alliance "órfãs"
da Varig, estão procurando a TAM com o objetivo de
negociar com ela acordos operacionais. Já a Varig
diz que deve fechar novo acordo com a aliança aérea,
que permite às companhias compartilharem malha, aeroportos
e programas de milhagem.
A
Varig foi dividida em duas empresas: a antiga, que ficou
com o passivo e que hoje não está em operação;
e a nova, sem dívidas, que foi vendida para a VarigLog,
ex-subsidiária de carga da companhia. É a
"velha" Varig que faz parte da Star Alliance,
e, como a nova empresa não pagou a dívida
que a aérea possui com a aliança, um novo
contrato não foi fechado.
Em
junho deste ano, a companhia, que em 2005 possuía
75% de participação de mercado nos vôos
internacionais entre as brasileiras, suspendeu a maior parte
da sua operação ao exterior. A TAM, que já
vinha sendo assediada por empresas de outras alianças
operacionais, como OneWorld e Sky Team, passou, de acordo
com o que a Folha apurou, a ser procurada também
por companhias aéreas da Star Alliance.
Conversas
isoladas
As
conversas não são com a aliança, mas
com empresas, isoladamente, com o objetivo de fechar acordos
operacionais como compartilhamento de vôos. Procurada
pela reportagem, a TAM preferiu não se pronunciar
sobre o tema.
Hoje,
a companhia tem 60% do mercado internacional entre as empresas
brasileiras. A queda da Varig, hoje com 19% de participação,
não foi compensada: em relação a 2005,
a oferta de assentos vem caindo acima de 50%.
A
Varig, que atualmente voa para apenas quatro destinos internacionais
(Buenos Aires, Caracas, Bogotá e Frankfurt), afirma
que continua conversando com a Star Alliance para assinar
novo contrato.
"Assim
que pudermos fechar um novo acordo, vamos fechar. Tudo depende
de sair a concessão [autorização oficial
para a "nova Varig", hoje em análise na
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)]
para a nova empresa", afirma Marco Antonio Audi, presidente
do conselho de administração da VarigLog.
Câmara
de compensação
Segundo
Audi, a Varig também quer fechar, no máximo
até esta semana, um novo acordo para voltar a fazer
parte da câmara de compensação de bilhetes
da Iata (Associação Internacional de Transporte
Aéreo), de onde foi excluída em junho por
falta de pagamento.
A
"clearing house" da Iata, como a câmara
é chamada, funciona para a liquidação
dos créditos e débitos das empresas aéreas.
Se uma companhia vende um bilhete para Tóquio, por
exemplo, mas não voa diretamente para essa cidade,
pode voar até um município de escala e o restante
do trecho é feito por outra companhia.
O
pagamento a essa outra empresa aérea pelo trecho
é feito via câmara de compensação,
e vice-versa. A "clearing" é a garantia
de que essas dívidas serão honradas por todas.
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