:::::RIO DE JANEIRO - 20 DE JULHO DE 2006 :::::
 

Folha de São Paulo
20/07/06
Só a VarigLog participa de leilão hoje

Ex-subsidiária da Varig foi a única que cumpriu exigência de depósito judicial para dar lances pelas operações da aérea
Empresa oferece US$ 20 milhões à vista, mas já pagou mais de US$ 14 milhões para garantir a sobrevivência até o leilão

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

Após mais de um ano de recuperação judicial, as operações da Varig vão hoje a leilão pela segunda vez e com apenas um interessado. A VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas, é a única empresa disposta a arrematar as operações de vôo, as concessões e o Smiles, programa de milhagem.

Segundo o edital do leilão, qualquer outro interessado só poderia realizar lances se depositasse em juízo ontem US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões).

O expediente no cartório da 8ª Vara Empresarial do Rio, responsável por receber os depósitos judiciais para o leilão, foi encerrado sem que novos investidores se qualificassem. Um investidor chegou a ligar para perguntar como procederia, mas não fez o depósito.

A Justiça definiu o depósito em juízo como precondição para a participação. O objetivo era evitar uma repetição do primeiro leilão, em 8 de junho. A NV Participações, empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), foi a única a apresentar oferta, mas não conseguiu pagar os US$ 75 milhões (R$ 165 milhões) iniciais no prazo previsto no edital. A Justiça acabou anulando a venda.

O risco de sucessão de dívidas foi o principal fator a inibir a participação de outras empresas no leilão da Varig.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, responsável pelo processo de recuperação da Varig, chegou a incluir no processo decisões que livrariam os interessados da sucessão de dívidas fiscal e trabalhista, mas isso não convenceu investidores.

Sem concorrentes, a VarigLog deverá ser a nova dona da Varig, salvo imprevistos. Ela oferece US$ 20 milhões (R$ 44 milhões) à vista pelas operações. Do total, já aportou mais de US$ 14 milhões (R$ 30,8 milhões) para garantir a sobrevivência da Varig até o leilão. Ontem, fez novo depósito. Os recursos têm sido usados para o pagamento de combustível, tarifas aeroportuárias e salários.

A VarigLog é controlada pela Volo do Brasil, que tem como acionistas três empresários brasileiros (Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo), e pelo fundo de investimento americano Matlin Patterson.

A proposta da VarigLog inclui ainda o pagamento pelo uso de serviços como o Centro de Treinamento de Tripulantes, o aluguel de imóveis e o fretamento de aeronaves. Esses recursos serão pagos à "velha Varig", parcela da empresa que permanece em recuperação judicial e carrega as dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões. O novo dono deverá garantir um fluxo de caixa de R$ 19,6 milhões para a "velha Varig". O dinheiro será usado para pagar os credores nos próximos 20 anos.

A nova Varig vai receber investimentos de US$ 150 milhões em até 30 dias após o leilão. A companhia terá inicialmente 1.500 funcionários. Após o leilão, a Varig vai demitir 8.000 pessoas. Apesar das demissões, os credores avaliaram em assembléia que a proposta era melhor que a falência.

O novo dono da Varig deverá assumir R$ 245 milhões em bilhetes emitidos e o passivo (milhas acumuladas) de R$ 70 milhões do Smiles. A VarigLog se comprometeu a emitir debêntures (títulos de dívida) de R$ 100 milhões, que podem ser convertidas em 10% de participação na nova empresa para funcionários e credores com garantias, como o Aerus, fundo de pensão dos empregados.

Oferta descartada

A consultoria Cinzel Partners chegou a apresentar formalmente à Justiça uma proposta de compra da Varig na terça-feira. Segundo Marcelo Bastos, diretor da Cinzel, a oferta era de US$ 860 milhões pelos ativos e incluía investimentos de US$ 320 milhões. "O modelo escolhido pela Justiça para a Varig não nos interessa", disse. A Folha apurou, porém, que a oferta não foi considerada porque parte do pagamento seria em moeda podre.


Folha de São Paulo
20/07/06
Varig precisa de leasing de 53 aviões para retomar vôos e cumprir concessão

O novo proprietário da Varig terá de negociar com empresas de leasing a ampliação de sua frota para voltar a ocupar todos os seus espaços de pouso e decolagem nos aeroportos e manter as rotas das quais é concessionária. Para cumprir as concessões, a companhia precisa de ao menos 53 aeronaves, segundo estimativa do consultor em aviação Paulo Sampaio.

Hoje a empresa opera com 13 aviões em regime de paralisação parcial, dando prioridade às rotas mais rentáveis. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) prorrogou até hoje o plano de emergência que permite à Varig não cumprir temporariamente todas as suas linhas.

A situação da VarigLog é complicada, avalia Sampaio, por conta do atrito com as empresas de leasing. Na última assembléia de credores, pela primeira vez empresas de leasing optaram por votar contra o plano de recuperação da Varig.

Segundo Sampaio, a General Electric Capital Aviation Service e a ILFC representam metade do mercado internacional de leasing. A GE Capital teve seus votos anulados na Justiça e a ILFC foi a primeira a lutar para retomar seus aviões. O restante do mercado é dividido entre empresas menores. A Varig tem hoje aviões de empresas como Central Air, Nissho Iwai, Pembroke e Bavaria.

A Central Air quer retomar três MD-11 e deve voltar a solicitar a devolução das aeronaves em audiência na Justiça norte-americana amanhã.

Diante de tal cenário, Sampaio acredita que Varig enfrentará dificuldades para voltar a operar todas as suas linhas. Segundo o relato de credores, a VarigLog prevê que levará mais 50 dias para arrendar mais dez aviões e aumentar a frota para 23 aviões, o que é insuficiente.

A Varig mantém a concessão das mesmas rotas desde maio. Normalmente, a Anac retoma concessões de rotas que não são operadas por mais de 30 dias, mas a Justiça congelou as linhas para tornar a empresa mais atraente em leilão.

Para voltar a operar vôos para Milão, Madri, Paris e Munique, entre outros, a Varig precisaria de ao menos 16 Boeings 777 ou MD-11. Com maior demanda e a deterioração no relacionamento com os arrendadores, o novo dono da aérea terá dificuldades para elevar a frota.

Nas rotas internacionais, a Varig viu sua participação na oferta de vôos cair no começo do mês a 4,5% para os EUA e a 13,5% para a Europa, diz Sampaio. (JANAINA LAGE e PEDRO SOARES)


Folha de São Paulo
20/07/06
Justiça manda União arcar com aposentadorias

HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça determinou que o governo federal pague as aposentadorias complementares dos funcionários da Varig e da Transbrasil ligados ao fundo de pensão Aerus. Cabe recurso contra a decisão.

Os valores que os aposentados têm a receber sofreram cortes de 30% a 50% porque o fundo não tem dinheiro. Liminarmente, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília, considerou que a falta de recursos do Aerus é resultado da "omissão" da Secretaria de Previdência Complementar, órgão do Ministério da Previdência.

"O governo foi condenado a manter o compromisso do fundo", ***************** * *************. Ela estima em algo entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões por mês o valor que terá de sair do Tesouro para que os aposentados recebam integralmente o complemento.

"Não sabemos de que forma o governo vai cumprir a decisão. Uma alternativa é o seqüestro das verbas de publicidade", afirmou o advogado Luís Antônio Castagna Maia, que representou os trabalhadores. A AGU (Advocacia Geral da União) informou que ainda não tem conhecimento oficial da decisão e que irá recorrer.

Castagna Maia explicou que o Aerus foi criado como fundo de pensão de várias companhias, entre elas Varig, TAM (que deixou o Aerus no final dos anos 1990) e Transbrasil (que parou de voar em 2002). Mas foi perdendo suas fontes de financiamento, incluindo uma taxa de 3% sobre a emissão de passagens, extinta em 1991. Sucessivas mudanças na forma de financiamento, afirmou, prejudicaram o fundo, e a Secretaria de Previdência Complementar aprovou rolagens irregulares de dívidas da Varig e da Transbrasil.

Segundo Álvaro Quintão, advogado dos sindicatos, a medida pode significar a suspensão da liquidação dos planos de aposentadoria da Varig no Aerus. A Varig deve ao Aerus R$ 2,3 bilhões.

 

Folha de São Paulo
20/07/06
Saída da aérea é pouco relevante, avalia Ocean Air

HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A concorrente Ocean Air avalia que, caso a Varig deixe de funcionar, haverá pouco impacto para os passageiros no mercado doméstico. Os principais problemas devem acontecer, segundo avaliação do presidente da empresa, Carlos Ebner, nas rotas internacionais, principalmente para a Europa. "No mercado doméstico, não deve haver muito impacto."

Ebner disse que a compra da Varig seria interessante para a Ocean Air, mas que os riscos do leilão são grandes. "Dentro da nossa estratégia, a Varig seria extremamente importante, mas há o problema das sucessões trabalhista e fiscal."

Segundo ele, não há como "blindar" a nova Varig, que será vendida, contra a velha Varig, que ficará com dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões.


Valor Econômico
20/07/2006
VarigLog deve arrematar controle da Varig em leilão
Janaina Vilella


A VarigLog vai participar sozinha do leilão de venda da Varig marcado para hoje. Ontem, nenhuma empresa depositou em juízo os US$ 24 milhões, fixados como preço mínimo de venda da companhia. O depósito era necessário para que eventuais interessados se credenciassem ao pregão. O valor refere-se ao empréstimo de US$ 20 milhões que a VarigLog fez à Varig para manter a companhia voando até hoje mais uma multa de 20%, equivalente a US$ 4 milhões, que deveria ser paga por outro arrematante à ex-subsidiária de logística da Varig como prêmio pela empresa ter dado um crédito à Varig sem garantia de retorno.

A VarigLog não precisará desembolsar nada no leilão porque já pagou os US$ 20 milhões à Varig. Até segunda-feira, a empresa havia depositado US$ 14 milhões no caixa da Varig. O Valor apurou que ontem a ex-subsidiária aportou os US$ 6 milhões restantes, quitando o valor mínimo fixado no edital, sem a multa. Além disso, também apresentou ontem uma carta de fiança bancária de US$ 75 milhões. A obrigatoriedade da entrega da carta de fiança foi feita para evitar o que ocorreu com a NV Participações no último leilão, quando o consórcio formado pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) apresentou uma oferta, mas não conseguiu recursos para concluir o negócio. A VarigLog fez uma proposta de US$ 485 milhões pela aérea, incluindo o pagamento do preço mínimo e compromissos futuros com a companhia antiga.

A realização do leilão só foi possível porque a Justiça do Rio anulou na terça-feira os votos de 17 empresas de leasing ligadas à General Electric Capital Aviation Services (Gecas) na assembléia dos credores da Varig realizada na segunda-feira. Os votos da empresa foram determinantes para o veto às modificações ao plano de reestruturação judicial da aérea e a proposta de compra da VarigLog.

Caso saia vencedora hoje, a ex-subsidiária terá que depositar US$ 75 milhões em até 48 horas à "nova" Varig. A empresa vai assumir um passivo de R$ 245 milhões em bilhetes já emitidos pela Varig, assim como pretende honrar as milhas do programa Smiles, avaliadas em R$ 70 milhões. A previsão é de que a nova companhia opere inicialmente com 13 aviões em rotas domésticas e internacionais e empregue até dois mil funcionários.

Além de injetar US$ 24 milhões, a VarigLog ainda terá que garantir à Varig "velha" um fluxo operacional, estimado em 2007, em R$ 19,14 milhões. Esses recursos serão provenientes do aluguel de imóveis, do Centro de Treinamento e de aeronaves, e da emissão de debêntures. A estimativa é de que em 2016 esse fluxo chegue a R$ 40,95 milhões. A empresa antiga não irá a leilão e continuará em recuperação judicial.

A ex-subsidiária terá o compromisso de emitir em até 30 dias da data da homologação duas debêntures conversíveis no valor de R$ 100 milhões às três classes de credores com resgate em dez anos e remuneração fixa de 8,4% ao ano. Uma delas, de R$ 50 milhões, será emitida para a classe 1 (trabalhadores) e outra, de igual valor, para as classes 2 (fundo de pensão Aerus e empresas de leasing) e 3 (estatais, empresas de leasing, entre outras). O comprador terá a opção de resgatar esses papéis à vista com um deságio que reduziria o valor para R$ 82 milhões.

Além da emissão das duas debêntures pelo vencedor do leilão, a Varig antiga criará uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para administrar o pagamento do restante das dívidas. Essa SPE vai emitir outras debêntures a todos os credores, tendo como referência os créditos a receber. Esses papéis terão prazo de resgate de 20 anos. Se o resgate for feito no decorrer do período, o credor automaticamente quita os créditos que tem a receber com a Varig "velha", mesmo que o valor proporcional seja inferior ao montante que tinha a receber. O credor tem ainda a opção de prorrogar esse resgate a cada cinco anos.

A Varig "velha" também utilizará parte dos recursos que tem a receber da União e dos Estados, referentes a perdas com congelamento de tarifas e créditos de ICMS, para abater a dívida com os credores. O montante totaliza R$ 6,5 bilhões. Em relação à gestão da Varig antiga, os credores poderão escolher um gestor judicial.



O Estado de São Paulo
20/07/06
Varig vai a leilão hoje no Rio com apenas um interessado
VarigLog fará lance de US$ 500 milhões pela empresa, que será vendida quase sem dívidas
Alberto Komatsu

O leilão judicial da Varig que acontece hoje deverá ser apenas uma cerimônia para homologar a única oferta pela companhia, feita pela ex-subsidiária de logística e transporte de cargas VarigLog. Ontem, ninguém se habilitou para participar da disputa - o que exigia o depósito do preço mínimo de US$ 24 milhões e apresentação de uma carta de fiança bancária de US$ 75 milhões.

A VarigLog quer iniciar a primeira etapa de reestruturação da Varig com até 2 mil funcionários e 13 aviões, o que vai custar a demissão de cerca de 8 mil pessoas. Situação bem diferente do fim do ano passado, quando havia quase 12 mil empregados e em torno de 80 aviões. A nova Varig, como está sendo chamada a empresa que vai a leilão, terá a concessão de toda a operação nacional e internacional da Varig e Rio Sul, assim como as duas marcas.

Em até 180 dias após a oficialização da compra, a VarigLog planeja ter até 80 aviões, o que indica a possibilidade de recontratação dos empregados que serão dispensados. O programa de milhagem Smiles, com 6 milhões de usuários e passagens a serem honradas no valor de R$ 70 milhões, também ficará na nova Varig. A VarigLog também vai assumir o passivo de R$ 245 milhões referente a passagens que já foram vendidas, mas não foram usadas. Dois dias após a oficialização da compra, estão previstos US$ 75 milhões para a empresa.

A área comercial, incluindo a venda de passagens, também permanecerá nessa estrutura. A oferta da VarigLog, de pouco mais de US$ 500 milhões, inclui US$ 20 milhões que estão sendo emprestados para custear a operação até o leilão. Há ainda US$ 485 milhões previstos como aporte para a companhia.

Parte dos recursos prometidos será usada para garantir uma receita mínima na Varig antiga, que é como está sendo conhecida a empresa que permanecerá em recuperação judicial para amortizar o passivo de R$ 7,9 bilhões da Varig.

A Varig antiga herdará a marca Nordeste e apenas uma rota, o vôo ida e volta Congonhas-Porto Seguro, com 50 funcionários. Também fará fretamentos de avião para a nova Varig, por meio de um contrato de 3 anos. A empresa ficará com um pequeno número de aviões (a estimativa é que serão dois) para os fretamentos. O mesmo tipo de parceria valerá para o centro de treinamento de pilotos, num período de 10 anos. Todos os imóveis da Varig, avaliados em R$ 120 milhões, também renderão receita de aluguel .

Segundo o novo plano de recuperação judicial da Varig, até o dia 17 de agosto deverá ser convocada uma assembléia de credores para eleger um gestor judicial para a Varig antiga. Também está prevista a escolha de um agente fiduciário, que será responsável pela emissão de títulos de dívida (debêntures) para reduzir dívidas.

Para trabalhadores e credores com garantias reais, estão previstos R$ 100 milhões em 10 anos. Para estatais e arrendadoras de aviões, foram reservados basicamente 70% do fluxo de caixa da Varig antiga, que tem previsão inicial de receita de R$ 19 milhões por ano.

Para o fundo de pensão Aerus, com 7,6 mil participantes das empresas do grupo Varig e R$ 2,3 bilhões a receber, a VarigLog destinou parte do que a ex-controladora tem a receber do governo por perdas com o congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, em torno de R$ 4,5 bilhões.


O Estado de São Paulo
20/07/06

Dívida alta explica falta de interesse
Para presidente da OceanAir, há o risco de herdar os débitos

O presidente da companhia aérea OceanAir, Carlos Ebner, disse ontem em Brasília que os passivos trabalhistas e fiscais da Varig foram fundamentais na decisão da empresa de não participar do leilão. "Não vemos como blindar essa dívida."

O executivo criticou o processo de venda da Varig. "Algumas coisas nos parecem estranhas, como o fato de se estarem usando as mesmas regras do leilão antigo", disse. "Outra coisa (estranha) é que vai acontecer o leilão, mas não saiu o edital." Ebner esclareceu que não se referia ao anúncio oral, feito pela Justiça do Rio, mas à publicação oficial do edital do leilão.

Para Ebner, em caso de falência da Varig não haverá maiores problemas no mercado doméstico porque as empresas nacionais já estão se acomodando há algum tempo. "O mercado já veio assumindo de forma gradual, porque a crise da Varig não é de hoje", disse.

DUOPÓLIO
Ebner aproveitou para criticar a resolução da Anac, publicada no início do mês, que estabeleceu um sistema de rodízio para distribuição dos novos slots. Para a OceanAir, o sistema beneficia apenas as grandes empresas, TAM e Gol, e favorece o duopólio. "Isso ocorre porque, como já somos uma empresa que opera, teremos que entrar no rodízio para escolha de novos slots, mas isso vai preservar o poderio de quem já tem muitos espaços", disse.

Em resposta, a Anac afirmou que o presidente da OceanAir "está mal informado, porque a agência reguladora tem apenas quatro meses de funcionamento e já está estabelecendo as diretrizes de uma política para o setor". Um exemplo, segundo a Anac, seria própria regra sobre a distribuição de slots, divulgada após consulta pública.

A TAM, por sua vez, disse que a discussão sobre duopólio no setor aéreo "é uma certa balela". O diretor de relações institucionais da empresa, Paulo Castello Branco, negou que isso traga efeito nocivo sobre o consumidor e pregou que a companhia cresceu "por competência" e sem fazer aquisições. Ele chegou a citar que o próprio grupo Synergy, dono da Ocean Air, é monopolista na Colômbia, onde opera com a empresa Avianca.

Ele lembrou que quando a TAM começou, havia mais empresas no setor. "Conquistamos mercado por competência nossa e por incompetência e fragilidade de outras empresas", disse.


O Estado de São Paulo
20/07/06

Empresa mantém apenas 20% das linhas
Sem passageiros, Varig faz liquidação na Ponte Aérea
Mariana Barbosa

A Varig que vai a leilão hoje representa uma fração muito pequena da companhia que nas últimas décadas dominou a aviação nacional. Com apenas 16 aviões em atividade, a empresa opera somente 20% dos vôos de sua malha original. São apenas 14 cidades no Brasil, o que fez a participação de mercado da empresa despencar para 4,9% na primeira quinzena de julho. A malha internacional, que já incluiu todos os continentes, hoje se resume a Frankfurt, Londres, Miami e Nova York. Com tão poucos vôos - e com a falta de dinheiro para oferecer de castanhas a bebidas -, até a Sala VIP no aeroporto de Guarulhos foi desativada.

Para atrair passageiros e gerar caixa, a Varig está recorrendo a promoções de última hora. No balcão do aeroporto, no dia do vôo, a Ponte Aérea Rio-São Paulo sai por apenas R$ 199 cada trecho. A taxa de ocupação na primeira metade de julho na Ponte ficou em míseros 21%. De uma extensa oferta de vôos a cada 15 minutos ou meia hora, restaram apenas 10 freqüências por dia. Apenas dois aviões servem a rota. Antes, eram seis.

A Varig afirma que os vôos do plano de contingência, em vigor desde o dia 21 de junho e que reduziu a malha em quase 80%, estão sendo realizados normalmente. De acordo com o analista do setor Paulo Bittencourt Sampaio, para cumprir todas as freqüências intercontinentais previstas no plano de contingência seria preciso sete aeronaves, mas só há seis em operação. "Todo dia pelo menos um vôo está sendo cancelado."

Se comprar realmente a Varig, a ex-subsidiária VarigLog terá 30 dias para retomar a malha integral. Caso contrário os slots (horários e espaços para pouso e decolagem nos aeroportos) serão redistribuídos para outras companhias. E é isso que deve acontecer. A VarigLog já sinalizou às empresas de leasing de aeronaves que pretende manter, inicialmente, apenas 13 aviões .

Enquanto isso, TAM, Gol e as diversas companhias aéreas estrangeiras ocupam mercado. Recentemente, Air France, British Airways, Lufthansa, Delta Airlines, entre outras, aumentaram suas ofertas de vôos e assentos para o País. Na ligação Brasil-EUA, as quatro companhias americanas operam 99 vôos semanais. Dentre as brasileiras, a TAM conta com 28 vôos semanais e a Varig, com apenas seis.


Zero Hora
20/07/06
Leilão da Varig só terá uma oferta

Novo proprietário deverá demitir 8 mil funcionários da companhia

O leilão judicial da Varig que ocorre hoje no Rio deverá ser apenas uma cerimônia para homologar a única oferta pela companhia, feita pela ex-subsidiária de logística e transporte de cargas Varig Log. Ontem, ninguém se habilitou para participar da disputa, por meio do depósito do preço mínimo de US$ 24 milhões e da apresentação de uma carta de fiança bancária, de US$ 75 milhões.

A ex-subsidiária quer iniciar a primeira etapa de reestruturação da Varig com até 2 mil funcionários e 13 aviões, o que vai custar a demissão de cerca de 8 mil pessoas. Situação bem diferente do fim do ano passado, quando haviam 12 mil empregados e 80 aviões. A nova Varig, como está sendo chamada a empresa que vai a leilão, terá a concessão de toda a operação nacional e internacional da Varig e Rio Sul, assim como as duas marcas.

Em até 180 dias após a oficialização da compra, a Varig Log planeja chegar a 80 aviões, o que indica a possibilidade de recontratação dos empregados dispensados. O programa de milhagem Smiles, com 6 milhões de usuários e passagens a serem honradas no valor de R$ 70 milhões, ficará na nova Varig. A Varig Log assumirá o passivo de R$ 245 milhões de passagens já vendidas, mas não usadas. Dois dias depois da oficialização da compra, está previsto um aporte de US$ 75 milhões.

A área comercial, que inclui toda a venda de passagens, também permanecerá nessa estrutura. A oferta da Varig Log, de pouco mais de US$ 500 milhões, inclui US$ 20 milhões que estão sendo emprestados para custear a operação da ex-controladora até o leilão. Há US$ 485 milhões previstos para a companhia, que já teve a hegemonia do mercado nacional e internacional, mas viu sua participação de mercado minguar para menos de 5%.

Parte dos recursos prometidos pela Varig Log será usada a fim de garantir uma receita mínima na Varig antiga - empresa que permanecerá em recuperação judicial para amortizar o passivo de R$ 7,9 bilhões.

A Varig antiga herdará a marca Nordeste e apenas uma rota, o vôo ida e volta Congonhas-Porto Seguro, com 50 funcionários. Fará fretamentos de aeronaves para a nova Varig, por meio de um contrato de três anos. O mesmo tipo de parceria valerá para o centro de treinamento de pilotos. Os imóveis da Varig, avaliados em R$ 120 milhões, também renderão receita vinda de aluguel.


Zero Hora
20/07/06

Crise deixa pilotos da empresa em terra


Com tempo ocioso devido ao pouco trabalho, Pedro e Mário têm se dedicado a
atividades na Associação dos Pilotos

Antes da crise eram 80 horas de vôo por mês. No mês de julho, serão apenas oito. A redução nas freqüências das viagens do comandante Mário da Costa, 45 anos, deixou mais tempo disponível para as atividades que desenvolve na Associação dos Pilotos da Varig (Apvar). Diariamente, trabalha para ajudar na solução dos problemas da companhia.

- Acompanho os acontecimentos e faço contatos com parlamentares, advogados e representantes do governo - salienta o comandante, que trabalha na Varig há 19 anos.

É também na busca de um novo emprego que o comandante ocupa suas horas em terra. Tem feito contato com aéreas internacionais e com empresas que fazem contratações para essas companhias.

Outro comandante que está com tempo disponível é Pedro Kern, 53 anos, 36 deles voando pela Varig. Como o avião que opera não está voando, Kern não teve trabalho este mês. Está se dedicando, desde então, a ajudar no trabalho da Apvar e a prestar suporte emocional a colegas mais abalados com a situação da empresa.

- Já passei por uma fase pior em 2002, quando começamos a denunciar os problemas da Varig e eu fui demitido juntamente com outros 62 pilotos - recorda Kern.

Até ser readmitido por ordem da Justiça, ele trabalhou como corretor de imóveis e contou com a ajuda dos colegas filiados à associação, que contribuíam com parte de seus salários para dar ajuda financeira aos demitidos.

Mesmo para procurar emprego em outra companhia, Kern relata dificuldades, tanto dele quanto de outros colegas que estão sem voar. A situação é difícil porque a licença dos pilotos dura apenas seis meses, e tem de ser renovada depois de testes feitos na própria empresa, o que não vem ocorrendo.

O Globo
20/07/06
Varig vai a leilão hoje com um só interessado

Erica Ribeiro e Geralda Doca

RIO e BRASÍLIA. A Varig vai a leilão hoje com um único comprador interessado: a VarigLog, que já depositou na conta da empresa aérea quase todo o aporte emergencial de US$ 20 milhões prometido para garantir as operações da companhia até a venda. Ontem, nenhum investidor esteve no cartório do Tribunal de Justiça do Rio para fazer o depósito judicial de US$ 24 milhões, condição para participação no leilão. Segundo uma fonte da Anac, sem outros investidores a Varig seria vendida diretamente à VarigLog, sem a necessidade de leilão

A VarigLog apresentou a carta-fiança de US$ 75 milhões, dinheiro que entrará na conta da nova Varig 48 horas depois que a venda for homologada pela Justiça. No leilão, será vendida a empresa conhecida como nova Varig, com rotas domésticas e internacionais e um passivo de bilhetes emitidos e do programa de milhagem Smiles. A Varig antiga ficará com o passivo de quase R$ 8 bilhões e continuará em recuperação judicial.

Mesmo com um único interessado, os advogados da Varig e da VarigLog já estão preparados para a possibilidade de liminares tentando impedir o leilão, que acontecerá na sede da Varig, no Rio. Pelas contas de fontes que acompanham o processo, com a venda para a VarigLog, a Varig antiga receberá, ao todo, R$ 439 milhões, incluindo a emissão de debêntures e a compra do passivo do Smiles e dos bilhetes emitidos.

Além disso, entram como fluxo de caixa na companhia antiga alguns contratos com a nova Varig. Um deles é de aluguel dos imóveis que ficam na antiga empresa — que terá a marca Nordeste. Também haverá contratos com o centro de treinamento de pilotos, no valor de R$ 10 milhões em dez anos, e de fretamento de aeronaves, de R$ 15 milhões em cinco anos.

A VarigLog entrou na sexta-feira com um pedido na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a criação da empresa Aéreo Transportes Aéreos. De acordo com técnicos da Anac, após a venda a nova Varig voará com sua concessão até que a Aéreo, da VarigLog, possa abrigar a Varig e a marca da companhia. A Aéreo Transportes Aéreos seria uma espécie de razão social da marca Varig, segundo uma fonte.

Dívida da empresa pode ficar US$ 86 milhões menor

Um dia depois de a Justiça ter anulado os votos das empresas de leasing vinculadas à GE Capital Aviation Service — que tentaram derrubar o leilão — na assembléia de credores da Varig, nenhum dos envolvidos no caso entrou com recurso. A Justiça anulou os votos porque a GE já vendeu seus créditos ao banco JP Morgan, que os repassou a investidores. Segundo uma fonte, se os novos donos dos créditos não se habilitarem para recebê-los, a dívida da Varig poderá ficar aproximadamente US$ 86 milhões menor.

Ontem, a Ocean Air declarou que a compra da Varig como forma de ocupar espaço no mercado não foi cogitada.

— Não temos interesse. O problema é o passivo trabalhista e passivo fiscal — afirmou o presidente da Ocean Air, Carlos Ebner.

A companhia, que já tem uma frota de 20 aviões, aproveita a crise da Varig para expandir sua presença. Para Ebner, a Anac não está facilitando a expansão das pequenas empresas e “consolida o duopólio de Gol e TAM”. Segundo ele, as novas regras previstas pela agência para distribuição de slots (espaço nos aeroportos mais movimentados do país) facilitam ainda mais a concentração do mercado.

— A Varig continua cancelando vôos, mas segue vendendo passagens. A Anac não faz nada para evitar isso, o que acaba obrigando as concorrentes a transportarem os passageiros — completou Ebner.

 

 

Agência EFE
19/07 - 21:35h
Varig irá a leilão amanhã com um único interessado

A VarigLog, antiga subsidiária de carga da Varig, será a única empresa que participará amanhã do leilão da companhia, posto que não houve mais interessados no negócio, informaram hoje fontes oficiais.

Os interessados no leilão da Varig tinham até as 18h para depositar a garantia exigida pela Justiça, mas ninguém o fez, informou a VIII Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que conduz o processo de recuperação da companhia aérea.

A VarigLog estava isenta do depósito porque, ao longo do mês passado, depositou cerca de US$ 14 milhões para que a Varig pudesse manter suas operações.

A companhia aérea, que tem dívidas de cerca de US$ 3,5 bilhões, irá a leilão por um preço mínimo de US$ 24 milhões, que é o valor da linha de crédito oferecida pela VarigLog.


Folha Online
19/07/2006 - 21h05
Justiça manda União complementar aposentadorias da Varig e Transbrasil
PATRICIA ZIMMERMANN da Folha Online, em Brasília


A Justiça determinou que a União complemente os valores dos benefícios de aposentados e pensionistas da Varig e Transbrasil, devidos pelo Aerus, fundo de pensão dos trabalhadores do setor que está em liquidação.

A decisão é da desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1a Região (DF), Neuza Alves da Silva, favorável ao Sindicato Nacional dos Aeronautas e Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas da Transbrasil.

Com a ação, os trabalhadores pretendem responsabilizar a União pela insuficiência financeira do Aerus, que deveria ser fiscalizado pelo governo.

O pedido de antecipação de tutela para o pagamento da suplementação pela União foi negado pelo juiz da 14a Vara da Justiça Federal, onde o processo foi iniciado. No TRF-1, no entanto, a desembargadora acolheu o pedido dos trabalhadores.

A defesa do sindicato e da associação alega que os contratos celebrados pela Varig e pela Transbrasil com o Aerus, aprovados pela União, eram ilegais, pois não havia o aporte de recursos nem possibilidade de execução.

De acordo com a decisão do TRF-1, a Secretaria de Previdência Complementar, órgão vinculado ao Ministério da Previdência Social, "tem a obrigação de fiscalizar os atos administrativos praticados pelos gestores do orçamento que lhes fora confiado pelos contribuintes do Fundo de Previdência, sejam eles os contribuintes participantes ou patrocinadora".

A desembargadora destaca ainda, em sua decisão, que a atividade de fiscalização engloba também o conhecimento dos atos inerentes à administração e destinação que venham sendo aplicados ao saldo do fundo.

"Não há como afastar a responsabilidade da União pelo não cumprimento das obrigações regulares atribuídas à Secretaria de Previdência Complementar que, por omissão, não agiu, oportunamente, dando causa ao falecimento da função primordial do fundo de pensão, no caso, a garantia de subsistência a que comprometeu quando contratou com os atuais aposentados e pensionistas", diz a decisão.

A AGU (Advocacia Geral da União) informou que ainda não foi intimada ainda, e que não tem estimativa sobre os valores que essa complementação envolve, mas que irá recorrer da decisão.

A União pode pedir à desembargadora que reconsidere sua decisão, ou ainda aguardar o julgamento do mérito da ação na 14a Vara, o que não deve ocorrer rapidamente, já que a justiça não consegue notificar a Transbrasil, parte no processo.

Se não conseguir alterar a decisão da desembargadora, e tiver que pagar os benefícios, o governo terá que providenciar uma dotação orçamentária, já que esses recursos não estão disponíveis.

O despacho determinando que a União inicie o pagamento deverá ser expedido até amanhã.

 

Estadão
19 de julho de 2006 - 18:54h
Anac contesta críticas feitas pela Ocean Air
Presidente da empresa afirmou que a agência foi "atropelada" pela crise da Varig e ainda não conseguiu realizar o seu trabalho "que é o de regular a indústria de aviação"

Isabel Sobral

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) contestou no final da tarde de hoje, em nota divulgada por sua Assessoria de Imprensa, as críticas feitas hoje à agência pelo presidente da companhia aérea Oceanair, Carlos Ebner. O executivo afirmara que a agência foi "atropelada" pela crise da Varig e ainda não conseguiu realizar o seu trabalho "que é o de regular a indústria de aviação."

A Anac afirmou que o presidente da Ocean Air "está mal informado, porque a agência reguladora tem apenas quatro meses de funcionamento e já está estabelecendo as diretrizes de uma política para o setor." Um exemplo disso, de acordo com a agência, é o fato de que, "num período curto de existência, (a Anac) já fez uma consulta pública (por 30 dias, a agência recebeu sugestões e críticas às novas regras sobre distribuição de horários de pousos e decolagens nos aeroportos) e já publicou a resolução sobre esse assunto".

As críticas de Carlos Ebner foram feitas hoje, em Brasília, em entrevista coletiva na qual a diretoria da Ocean Air divulgou os planos de expansão da empresa aérea. Ebner criticou também as regras definidas para distribuição dos novos "slots" (horários de pousos e decolagens) afirmando que o sistema montado - de rodízio para escolha dos espaços nos aeroportos mais movimentados - favorece as grandes companhias aéreas TAM e Gol, que já têm muitos espaços nesses aeroportos.

Varig

A Ocean Air também anunciou hoje que não participará do leilão da Varig marcado para amanhã, no Rio de Janeiro. O presidente da companhia disse que o maior problema da Varig são seus passivos trabalhista e fiscal. "Não vemos como blindar essa dívida", disse.

O fato é que apenas a VarigLog, que fez uma oferta de US$ 500 milhões pela companhia aérea, participará do leilão. Isso porque nenhum investidor fez o depósito judicial de US$ 24 milhões para participar amanhã do leilão da Varig marcado para 10 horas, segundo informou o Tribunal de Justiça do Rio no final da tarde de hoje.


O Globo
19/07/2006 - 18h19m

Varig: Justiça encerra expediente sem novos interessados em leilão
Erica Ribeiro - O Globo

RIO – O expediente no cartório responsável por receber os depósitos judiciais no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio foi encerrado às 18h sem que houvesse registro de novos investidores interessados em fazer o depósito judicial de US$ 24 milhões necessário para se credenciar para o leilão da Varig. O leilão está marcado para a manhã desta quinta-feira, no hangar da companhia, no aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio.

Segundo uma fonte envolvida nas negociações, apenas um interessado fez contato telefônico para saber como proceder. A VarigLog não precisa fazer esse depósito para entrar no leilão.

A VarigLog fez nesta quarta-feira mais um depósito para ajudar a Varig, sem revelar o valor. Até segunda-feira, já haviam sido emprestados US$ 14 milhões dos US$ 20 milhões prometidos.

 

 

Estadão
19 de julho de 2006 - 18:04
Apenas VarigLog participará do leilão da Varig

Nenhum outro investidor fez o depósito judicial de US$ 24 milhões para participar amanhã do leilão da Varig marcado para 10 horas

RIO - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que nenhum investidor fez o depósito judicial de US$ 24 milhões para participar amanhã do leilão da Varig marcado para 10 horas. Com isso, o único grupo que poderá participar do leilão será a VarigLog, que fez uma oferta de US$ 500 milhões pela companhia aérea.

Ontem, a Justiça anulou os votos da empresa de leasing GE (General Eletric) na assembléia dos credores da Varig realizada na segunda-feira. Os votos da empresa foram determinantes para o veto às modificações ao projeto original de reestruturação da companhia aérea. Com esta decisão da Justiça, a empresa irá a leilão amanhã. O leilão será realizado às 10 horas, na sede da companhia.

O juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, explicou que os votos foram impugnados porque, "quando as empresas da GE votaram, já haviam cedidos seus créditos, portanto não eram mais credores da Varig". O pedido de impugnação foi feito pela Varig, Sindicato Nacional dos Aeronautas, sindicatos de aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre e Pernambuco, além da VarigLog.


O Globo
19/07/2006 - 17h30m

Nenhum investidor fez depósito para o leilão da Varig
Erica Ribeiro - O Globo

RIO - Até o momento, nenhum investidor esteve no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio para fazer o depósito judicial de US$ 24 milhões necessário para se credenciar para o leilão da Varig, marcado para esta quinta-feira. Apesar de o expediente bancário terminar às 16h, o cartório responsável por receber os depósitos funcionará até 18h.

Segundo uma fonte envolvida nas negociações, apenas um interessado fez contato telefônico para saber como proceder. A VarigLog não precisa fazer esse depósito para entrar no leilão.

A VarigLog fez nesta quarta-feira mais um depósito para ajudar a Varig, sem revelar o valor. Até segunda-feira, já haviam sido emprestados US$ 14 milhões dos US$ 20 milhões prometidos.

 

 

Estadão
19 de julho de 2006 - 15:02
Nenhum investidor fez depósito para participar de leilão da Varig

Se não houver depósito até o final do dia, o único grupo que poderá participar do leilão será a VarigLog, que fez uma oferta de US$ 500 milhões pela companhia aérea
Mônica Ciarelli

RIO - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que até o momento nenhum interessado em participar amanhã do leilão da Varig fez o depósito judicial de US$ 24 milhões. A informação foi dada pela assessoria de imprensa do órgão. Se não houver depósito até o final do dia, o único grupo que poderá participar do leilão será a VarigLog, que fez uma oferta de US$ 500 milhões pela companhia aérea.

Ontem, a Justiça anulou os votos da empresa de leasing GE (General Eletric) na assembléia dos credores da Varig realizada na segunda-feira. Os votos da empresa foram determinantes para o veto às modificações ao projeto original de reestruturação da companhia aérea. Com esta decisão da Justiça, a empresa irá a leilão amanhã. O leilão será realizado às 10 horas, na sede da companhia.

O juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, explicou que os votos foram impugnados porque, "quando as empresas da GE votaram, já haviam cedidos seus créditos, portanto não eram mais credores da Varig". O pedido de impugnação foi feito pela Varig, Sindicato Nacional dos Aeronautas, sindicatos de aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre e Pernambuco, além da VarigLog.

Condições do leilão

Eventuais investidores que quiserem participar do leilão terão de depositar US$ 24 milhões, que é o valor do empréstimo que a VarigLog tem feito para custear a operação da ex-controladora (US$ 20 milhões) até a data da venda mais multa de 20%.

Além disso, o potencial investidor tem de apresentar uma carta de fiança bancária de US$ 75 milhões. Esse valor corresponde à primeira parcela do aporte total de US$ 485 milhões previsto pela ex-subsidiária e terá de ser depositado no prazo de 48 horas após a homologação da compra.


Folha Online
19/07/2006 - 14h04
OceanAir descarta possibilidade de participar de novo leilão da Varig
PATRÍCIA ZIMMERMANN da Folha Online, em Brasília

O presidente da OceanAir, Carlos Ebner, reafirmou hoje que a companhia não entrará no novo leilão da Varig, marcado para amanhã.

Apesar do interesse inicial da empresa, demonstrado na primeira tentativa de venda da Varig, em junho, ele destacou que questões relativas a dívidas trabalhistas e fiscais afastaram a OceanAir do processo.

Mesmo fora do leilão, a companhia pretende investir para conquistar até 8% do mercado nacional, segundo Ebner. A participação da OceanAir foi de apenas 1,33% no mercado em junho, com 50 mil passageiros transportados, mas a empresa espera superar 2% em julho, com aproximadamente 90 mil passageiros.

A indefinição sobre o futuro da Varig, que já encolheu de 27% de participação no mercado em maio de 2005 para 14% em maio deste ano e está próxima de 7%, segundo ele, é uma oportunidade de crescimento para a OceanAir, assim como o crescimento do próprio mercado, que tem sido de 15% ao ano, segundo Ebner.

A companhia, criada em 1998 como empresa de táxi aéreo em Macaé (RJ), tem hoje vôos para 27 destinos no Brasil (também com vôos regionais), e pretende chegar a 40 cidades, transportando entre 150 mil e 200 mil passageiros por mês até o fim deste ano.

Além de consolidar a abrangência nacional, a companhia também deverá iniciar a operação de duas rotas internacionais (Lima e Los Angeles) neste ano, e aguarda autorização da Anac para operar vôos para Bogotá e Caracas.

A OceanAir conta hoje com 20 aeronaves, deve receber até dezembro seis novos jatos, e já admite conversas com as empresas de leasing donas dos aviões usados hoje pela Varig, para uma possível negociação, em caso de falência da Varig.

 


Agência Estado
19/07 - 13:15h
Ocean Air diz que não participará do leilão da Varig


O presidente da companhia aérea Ocean Air, Carlos Ebner, disse hoje que a empresa não pretende disputar o leilão de venda da Varig previsto para amanhã, no Rio de Janeiro. Segundo Ebner, o maior problema da Varig são seus passivos trabalhista e fiscal.

"Não vemos como blindar essa dívida", disse o presidente da Ocean Air, ao relatar que participou pessoalmente dos estudos realizados pela empresa quando ela pensou em participar do primeiro leilão da companhia gaúcha realizado no início de junho. Nesse leilão, o único lance foi feito pela Nova Varig (NV) Participações, integrada pela entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), dos funcionários da empresa, mas que não conseguiu fazer o depósito inicial para adquirir a companhia.

Ebner convocou hoje a imprensa, em Brasília, para anunciar os planos de expansão da empresa aérea que incluem a capital federal como uma das cidades principais. Desde o dia 28 de junho, a Ocean Air opera de segunda a sexta-feira saídas de Brasília para Porto Alegre, Rio de Janeiro (Galeão) e Petrolina. Este último vôo faz paradas em Salvador e Recife.

O principal executivo da companhia criticou alguns aspectos do processo de realização da nova tentativa de vender a Varig. "Algumas coisas nos parecem estranhas, como o fato de se estarem usando as mesmas regras do leilão antigo. Outra coisa é que vai acontecer o leilão, mas não saiu o edital", afirmou Ebner, acrescentando que se refere não a um anúncio oral da Justiça do Rio de Janeiro, mas à publicação oficial do edital. "O que deveria ter acontecido é que depois da assembléia de credores deveria ter saído o edital", completou.