::::: RIO DE JANEIRO - 19 DE MAIO DE 2007 :::::

 

Site da ALERJ
19/05/2007
CPI DA VARIG QUER APURAR A ORIGEM DO DINHEIRO DA COMPRA DA EMPRESA

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Varig ouvirá, na próxima quinta-feira (24/05), o empresário Nelson Tanure, o sócio da Volo, empresa que comprou a Varig em 2006, Marcos Haftel, e o interventor do fundo de pensão Aerus, Erno Brentano.

O presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PDT) já pediu a quebra de sigilo bancário e telefônico de Haftel e Tanure, mas os dois conseguiram uma liminar para que isso não ocorra. “Queremos saber a origem do dinheiro para a compra da Varig. E eles estão preocupados, procurando aliados para impedir que a verdade apareça”, explicou Ramos.

 

 

Folha de São Paulo
19/05/2007
Opinião
As CPIs e a Infraero


É ESDRÚXULA , para dizer o mínimo, a coexistência de duas CPIs -uma na Câmara, outra no Senado- para investigar os mesmos assuntos. Pior que isso, porém, são as evidências de que, nas duas casas do Congresso Nacional, as CPIs do Apagão Aéreo têm poucas, reduzidíssimas chances de chegar ao final com resultados à altura do que delas esperam a sociedade.

A responsabilidade pelo que parece se resumir a mais um exercício de teatro parlamentar é do rolo compressor governista. As CPIs exprimem, em âmbito restrito, o encurralamento mais geral da oposição, praticamente impotente diante de uma base de apoio ao governo balofa, alimentada pela dieta da fisiologia.

Vale ressaltar que a CPI do Senado, instalada anteontem, nasceu como tentativa de reação ao engessamento da investigação na Câmara, desde o início capturada pelo aparato governista e só iniciada após determinação do Supremo Tribunal Federal.

A maioria do governo na CPI do Senado é mais apertada (sete membros, contra seis da oposição) e o relator, senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, pode funcionar como contraponto ao presidente da comissão, o petista Tião Vianna (AC).

A investigação no Senado só justificará sua existência se iniciar os trabalhos pelo tópico que sua irmã na Câmara deixou para o fim da fila, com a intenção de relegar, a seu tempo, à lata de lixo. Fala-se, é óbvio, das suspeitas de irregularidades e desmandos envolvendo a Infraero, a estatal responsável pelos aeroportos.

Entre os deputados, decidiu-se que a CPI deveria se ocupar primeiro das causas do acidente do avião da Gol, em setembro último, e a seguir das motivações do caos aéreo que se instalou no país. Até por decoro e respeito mínimo a si mesmos, espera-se dos senadores que abram desde o início a caixa-preta da Infraero e frustrem a grande pizza do apagão que já se encontra no forno.