O Estado de São Paulo
19/04/2007
Brasil pode abrir serviços
aéreos
Governo negocia na OMC a possibilidade
de empresas estrangeiras atuarem no País
Jamil Chade
O Brasil está disposto a negociar a abertura do
mercado de serviços aéreos a empresas de
outros países. Ontem, representantes do governo
participaram de uma reunião em Genebra com outros
governos que defendem a abertura dos mercados para serviços
como, por exemplo, o de reservas e compras eletrônicas
de passagens e de reparação e manutenção
de aeronaves.
As negociações fazem parte dos debates
na Organização Mundial do Comércio
(OMC) e o tema foi introduzido por países como
a Austrália, a Nova Zelândia e outros. Na
América Latina, o Chile também está
entre os governos que pedem que os mercados sejam liberalizados
para suas empresas.
O que esses países querem é que empresas
estrangeiras especializadas na manutenção
de aviões possam prestar serviços em aeroportos
de todo o mundo. No caso do Brasil, a empresa precisa
estar estabelecida no País para poder atuar e não
pode simplesmente ser contratada em outro local e enviar
seus técnicos.
Para os governos que querem as aberturas de mercado,
os países que importarão os serviços
podem ganhar tanto em termos de qualidade como no que
se refere ao preço, já que aumentaria a
concorrência. No que se refere à emissão
de bilhetes e reservas, uma das metas da Associação
Internacional de Transporte Aéreo (IATA) é
de que todas as empresas adotem bilhetes eletrônicos
nos próximos dois anos. Isso, segundo a entidade,
reduziria os custos operacionais das empresas aéreas.
Em 2007, os lucros do setor devem chegar a US$ 3,8 bilhões.
O Brasil, apesar de aceitar fazer parte das negociações,
ainda faz segredo do que está disposto a dar como
concessões no setor de serviços de transporte
aéreo. Segundo diplomatas, isso dependerá
acima de tudo do que o País irá obter em
outras negociações, como a abertura dos
mercados dos países ricos para os produtos agrícolas
brasileiros.
Apesar de os dois setores não terem qualquer relação,
o Brasil e outros países acreditam que esse será
um preço que terá de pagar por eventuais
concessões em setores onde o País tem maior
competitividade.
O governo não descarta ainda a possibilidade de
que, no futuro, o País possa também exportar
esses serviços ligado à indústria
do transporte aéreo a outros mercados.
AEROPORTOS
Paralelamente aos temas envolvendo reservas de bilhetes
e manutenção de aeronaves, outro debate
que promete criar polêmica é o da abertura
dos países para que empresas estrangeiras administrem
aeroportos.
O tema não faz parte da atual rodada de negociações
da OMC e, portanto, não existe qualquer mandato
para que isso tenha de ser concluído ainda neste
ano. Mas alguns países ricos insistem para que
o setor entre em algum momento nas negociações.
O Estado de São Paulo
19/04/2007
Desafio da Embraer será
entregar o que vendeu
Mariana Barbosa e Beth Moreira
O novo presidente da Embraer, Frederico Curado, que assume
oficialmente o cargo na próxima segunda-feira em
substituição a Maurício Botelho,
afirmou ontem que o seu primeiro desafio será de
ordem 'industrial'. 'O ano de 2006 foi recorde em vendas
e agora temos o desafio da entrega.'
A empresa, que possui 21 mil funcionários, está
incorporando 4 mil novos profissionais, a grande maioria
técnicos de produção, para dar conta
das 165 encomendas dos jatos modelos EMB 170 e 190 previstas
para este ano. Em 2006, por causa de um problema com o
fornecedor de asas, a Embraer entregou apenas 130 aviões,
15 a menos do que o previsto.
Segundo Curado, o problema da asa foi pontual e está
resolvido. 'Não há riscos (de problemas
com fornecedores), apenas um desafio a cumprir', declarou.
Ele garante que, a partir do segundo trimestre, a produção
irá 'deslanchar'.
A Embraer comemorou a venda, anunciada na terça-feira,
de 30 jatos para a alemã Lufthansa - empresa tida
como 'formadora de opinião' no setor, o que pode
abrir as portas para novos negócios. A Lufthansa
assumiu para si o contrato da Swiss (adquirida pela aérea
alemã), e ampliou para 50 as opções
de compra, que eram 20 no contrato original.
Curado afirmou que está preocupado com a nova
versão do programa canadense de parcerias tecnológicas,
que pode ajudar a Bombardier a desenvolver jatos de 100
lugares. 'Se houver subsídio embutido vamos motivar
o governo a questionar o processo na Organização
Mundial do Comércio.'
O Estado de São Paulo
19/04/2007
PMDB e PDT se aliam à oposição
Assinatura de Matéria
PROCEDÊNCIA A oposição protocolou
ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
pedido de instalação da CPI do Apagão
Aéreo. O pedido reúne 34 assinaturas - sete
a mais do que as 27 necessárias para o requerimento.
As bancadas do DEM (ex-PFL) na Câmara e no Senado
subiram à tribuna para entregar de forma solene
o pedido para Renan. Das 34 assinaturas, cinco são
de senadores da base aliada do governo: Mão Santa
(PMDB-PI), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Geraldo Mesquisa
(PMDB-AC), Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF).
A oposição garante que até a próxima
semana os senadores Osmar Dias (PDT-PR) e Jefferson Peres
(PDT-AM) também vão assinar o requerimento
que pede a abertura da CPI. Além das bancadas do
PSDB e do DEM, o senador José Nery (PSOL-PA) também
assinou o requerimento.
Terça-feira o procurador-geral da República,
Antonio Fernando de Souza, deu parecer favorável
à criação da CPI do Apagão
Aéreo na Câmara dos Deputados. O parecer
já foi enviado para o Supremo Tribunal Federal,
que vai analisar o mandado de segurança ajuizado
pela oposição pedindo a instalação
da CPI no dia 25.
No parecer, o procurador argumenta que a Câmara
deve preservar o direito das minorias de instalarem a
CPI, por isso, afirma que não seria cabível
questionar a legitimidade da comissão.
No final de março, o ministro do STF Celso de
Mello determinou o desarquivamento do pedido de criação
da CPI. No entanto, ele não ordenou a instalação
imediata da comissão e disse que essa decisão
caberia ao plenário do STF. Na ocasião,
a oposição queria que o presidente da Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), instalasse imediatamente a
CPI. Mas Chinaglia alegou que só poderia instalar
a comissão após a decisão do plenário
do STF.
Apesar de PSDB e DEM (ex-PFL) estarem unidos pela instalação
da CPI na Câmara, os dois partidos divergiram na
última semana sobre a criação de
outra comissão para investigar a crise aérea
no Senado. A divergência foi motivada pela disputa
de poder entre os partidos. O PSDB articulou a criação
da CPI na Câmara e, por isso, teria direito a indicar
o presidente ou o relator. Já o DEM reuniu as assinaturas
necessárias para instalar a CPI no Senado, o que
credencia o partido a ter os principais postos de comando
da comissão.
Vide Versus
18/04/2007
ATIVOS DE FUNDOS DE PENSÃO
ALCANÇARAM R$ 381 BILHÕES EM JANEIRO
A Abrapp (Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar) recalculou
o tamanho dos fundos de pensão em relação
ao PIB (soma das riquezas do país), após
a revisão das Contas Nacionais pelo IBGE. O balanço
de janeiro, divulgado nesta terça-feira, mostra
que os ativos totais dos fundos representam 16,4% do PIB
brasileiro, ante 16,1% no final de 2006.
Na estimativa anterior da entidade, os ativos eram equivalentes
a 18% do produto nacional. O balanço publicado
mostra que os ativos dos fundos de pensão atingiram
R$ 381 bilhões em janeiro deste ano ante R$ 374,7
bilhões em dezembro de 2006 e R$ 333 bilhões
no primeiro mês do ano passado. De acordo com a
associação, houve um crescimento médio
do patrimônio total de de 1,27% por mês nos
12 meses. A carteira de investimentos totalizou R$ 358,59
bilhões em janeiro.