:::::RIO DE JANEIRO - 18 DE NOVEMBRO DE 2006 :::::

 

Zero Hora
18/11/2006
"A crise da Varig mais atrapalha do que ajuda"
Entrevista: Luiz Mór, vice-presidente da TAP
RODRIGO MÜZELL

Dois gaúchos comandam a ascensão da aérea portuguesa TAP: o presidente Fernando Pinto e o vice-presidente, Luiz Mór. Em visita a Porto Alegre para o lançamento da promoção Presente de Natal do Anonymus, em parceria com a TVCom, Mór falou a Zero Hora sobre o mercado de aviação.

Zero Hora - Quais são os planos da TAP para o Brasil?

Luiz Mór - Queremos continuar crescendo. Estamos com vôos diários de Portugal para Rio, São Paulo, Salvador, Recife e Fortaleza. Este ano estamos com o sexto vôo semanal, para Natal. Devemos escolher mais uma capital brasileira e aumentar rotas em Rio e São Paulo, onde há demanda muito forte.

ZH - Essa capital também será no Nordeste?

Mór - Estamos analisando diversos lugares: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba. Há diversas opções, mas a decisão não está tomada. A Amazônia é um produto muito forte para a Europa. Acreditamos que a Amazônia ainda será um destino de férias europeu muito forte e queremos ajudar para que isso ocorra.

ZH - Até que ponto o crescimento no Brasil se deve à crise da Varig?

Mór - O crescimento da TAP é completamente independente da crise da Varig. Pelo contrário: como pertencíamos à mesma aliança (Star Alliance), foi com a ajuda dela que conseguimos crescer. Os 48 vôos por semana para o Brasil não foram causados pela parada da Varig.

ZH - Mas qual foi o impacto?

Mór - Nossos vôos estão com alta ocupação. Mas a baixa oferta de vôos para a Europa é um fator conjuntural. Daqui a pouco o Brasil irá repor a oferta da Varig: a TAM está fazendo um trabalho neste campo, a BRA já está voando para Portugal e para a Espanha. A crise da Varig mais atrapalha do que ajuda, porque a companhia era extremamente importante para distribuirmos e captarmos mercado aqui no Brasil.

ZH - Vocês herdaram boa parte dos passageiros, não?

Mór - Em boa medida herdamos passageiros da Varig, porque estávamos bem preparados. Não era o que queríamos, mas tínhamos a maior oferta, somos dirigidos por brasileiros, acumulava-se milhas dentro da Star Alliance.

ZH - Há possibilidade de reverter a saída da Varig da Star Alliance?

Mór - Isso pode ser revertido mas depende da nova Varig.

ZH - Não faz falta uma empresa brasileira na aliança?

Mór - Faz. Precisamos de uma empresa como a Varig para conectarmos os vôos no mercado interno e dentro da América Latina.

ZH - Quanto tempo deve demorar para esse espaço da Varig ser ocupado?

Mór - Já começou. A TAM está iniciando o vôo para Londres, comprando aviões de longo curso. Isso rapidamente será reposto.

ZH - A Varig pode voltar a ser grande no mercado internacional?

Mór - Temos muito desejo e necessidade que isso ocorra. Mas ainda há algumas incógnitas importantes para conseguirmos ter uma visão melhor. A Varig precisa conseguir novos aviões, por exemplo. O tamanho que ela vai ter está condicionado pelo crescimento das outras. Quanto mais tempo demorar, mais difícil vai ficar.

 

 

Foto: Davilym Dourado/VE

Revista ÍstoÉ
18/11/2006
JEANINE PIRES
"É melhor ter vôos demais do que falta de assentos"
Vítima, ela própria, do caos nos aeroportos, a presidente da Embratur diz que a crise dos controladores afeta menos o turismo internacional no Brasil do que a quase saída da Varig do mercado
Por márcio kroehn

Eram 13 horas da terça-feira 14. A presidente da Embratur, Jeanine Pires, deveria estar taxiando na
pista do aeroporto internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, rumo ao Rio de Janeiro. A executiva cumpriria a agenda de comemoração dos 40 anos da entidade na Cidade Maravilhosa. Porém, com um muxoxo, Jeanine atendeu à reportagem de DINHEIRO e disse que não conseguiria embarcar no novo horário estipulado para a viagem, 15 horas.

O cancelamento da viagem era iminente. Como ela, outros passageiros, a lazer ou a negócios, brasileiros ou estrangeiros, também sofrem com a manutenção da crise dos controladores de vôo, o último fio que segurava a tensão do setor aeroviário, que há algumas semanas tem prejudicado a imagem do Brasil. Prejudicado? Jeanine, que comanda a unidade do Ministério do Turismo responsável por zelar internacionalmente pela imagem do País, é sucinta e acredita que o problema será resolvido em breve. Os passageiros, porém, exigem que o verbo não esteja no futuro. A presidente da Embratur falou com a DINHEIRO em duas etapas: em meio ao zunzunzum do aeroporto em Brasília e na semana anterior, quando participava de uma feira de turismo, em Londres.

DINHEIRO – Está um barulhão em volta da sra. Muita reclamação dos passageiros aí no aeroporto?
Jeanine Pires
– Está, sim. Mas não estão reclamando muito, não está aquele tumulto da semana passada. Já temos uma outra configuração. Mas esse é um efeito cascata, disseram que há problemas no Galeão (RJ) e em Confins (MG). Aí vai rebatendo nos outros.

DINHEIRO – Como a Embratur é atingida por essa crise na aviação. Primeiro a da Varig e agora a dos controladores?
Jeanine
– Num primeiro momento, sobretudo nos meses de agosto e setembro, tivemos muita demanda de operadores para conseguir lugares para grandes grupos. Era uma dificuldade, mas o pior já passou. O nosso trabalho é construir a imagem do Brasil, que não é feita em um ou dois anos, mas no médio e no longo prazo. Teremos a diminuição do número de visitantes em função da redução de oferta de assentos da Varig. Isso nós vamos ter, já sentimos isso. E isso não se recupera, porque um assento de avião ou um quarto de hotel que não foi ocupado naquele determinado período não é estocado. É diferente de uma roupa: se não foi vendida hoje, vende-se amanhã. O serviço turístico é diferente.

DINHEIRO – É possível dimensionar o prejuízo financeiro causado?
Jeanine
– Ainda não. O que temos é o que a gente deixou de receber, o que a gente perdeu com a crise da Varig. Perdemos mais de 500 mil assentos.

DINHEIRO – Para chegar a uma perda média, poderíamos multiplicar essa perda pelo gasto médio desse turista no Brasil?
Jeanine
– Poderíamos, só que o gasto médio de um argentino é de US$ 400 e de um europeu é US$ 1,2 mil, US$ 1,4 mil. Aí a conta é meio complexa. Também é preciso levar em consideração que a Varig transportava muitos brasileiros. Assim como a preferência do turista inglês é viajar com a British Airways, do francês com a Air France e do português com a TAP, a Varig transportava muitos brasileiros saindo e, claro, muitos estrangeiros vindo.

DINHEIRO – Neste ano são 22 eventos internacionais captados pela Embratur. Serão 89, no total, desde 2003. Como é possível minimizar os problemas da aviação para não atrapalhar a chegada de eventos ao Brasil?
Jeanine
– No auge da crise, no mês de julho, chegamos a ter um evento cancelado por conta da ausência de vôos. Esse é um problema que aos poucos o próprio mercado vai dando conta de resolver, ou seja, a gente tem novos vôos surgindo, tanto de companhias brasileiras quanto de estrangeiras. A alta temporada de eventos, nos meses de setembro e outubro, chegou ao fim agora. Teremos um período de dezembro, janeiro e fevereiro sem problemas. A partir de abril e maio do ano que vem, aos poucos, voltaremos a ter a situação normalizada. Eu não me preocupo muito, digamos assim, de que isso vai ser um impeditivo porque num instante o mercado vai estar recuperando.

DINHEIRO – Mas com a aproximação do final do ano e a temporada de férias, essa divulgação ruim não assustaria o turista estrangeiro que planeja vir ao Brasil?
Jeanine
– A alta temporada é muito caracterizada pela vinda de vôos charter (não-regulares), que independem dessa questão. E os vôos regulares estão acontecendo. Esse é um assunto importante porque toda a nossa estratégia depende de termos aviões voando para o Brasil. Mas acredito que tendo demanda, se fizermos direito o nosso trabalho de promover a imagem e provocar nas pessoas o desejo de visitar o Brasil, certamente teremos companhias de charter e companhias aéreas ampliando as operações para o Brasil. Aos poucos haverá a acomodação porque é uma questão de mercado.

DINHEIRO – Então para a sra. os problemas serão rapidamente solucionados?
Jeanine
– É um problema pontual, e eu diria que é um grande problema para nós do turismo. Não deixa de ser um problema bom de ser solucionado porque é fruto do crescimento do tráfego aéreo brasileiro, e isso é muito bom para o País. Pode ser que não se tenha dimensionado suficientemente a infra-estrutura para atender a esse crescimento, mas prefiro que a gente esteja contratando controladores do que demitindo porque falta avião voando.

DINHEIRO – O turista que pensa em visitar Foz do Iguaçu, por exemplo, precisa fazer conexão em algum ponto, mesmo que chegue em vôo charter. Ele também não sofreria com os atrasos?
Jeanine
– No caso dos internacionais não, porque os vôos são ponto a ponto. A maioria dos charters vai direto para o Nordeste ou para Florianópolis. Eles estão fora dessa, digamos assim, concentração do problema de maior tráfego entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Eles estão completamente fora desse eixo! São vôos tipo... Está um barulho aqui, você está me ouvindo?

DINHEIRO – Sim, estou sim.
Jeanine
– Então, eles estão fora desse eixo, no caso os vôos internacionais. São ponto a ponto, por exemplo, Lisboa–Fortaleza.

 
“Com a crise da Varig, perdemos mais de 500 mil assentos em vôos internacionais ”.

DINHEIRO – Há o risco de a imagem do País ser afetada porque um turista ficou esperando horas no aeroporto?
Jeanine
– Olha, eu tenho muita confiança que esse é um problema que vai ser resolvido a curto prazo. Se fosse um problema permanente, teríamos essa questão. Mas não haverá continuidade a médio e longo prazo. Então, no momento, a gente não registra isso (prejuízo à imagem do País). Monitoramos a imagem do Brasil no mercado internacional, e a repercussão é muito pequena na América do Sul. Como os vôos internacionais estão acontecendo, não registramos problemas.

DINHEIRO – Alguma prevenção já foi elaborada caso seja preciso contornar algum problema na imagem?
Jeanine
– Não. Porque ainda estamos monitorando a questão. Nós vamos ficar acompanhando.

DINHEIRO – A sra. , que passou pela experiência de estar em um vôo internacional da Europa para o Brasil e agora espera por um vôo doméstico atrasado, sente diferença no tratamento?
Jeanine
– Não, não. Eu não tenho visto isso, não. Até porque os vôos internacionais saem em um momento em que o movimento doméstico já diminuiu. Os domésticos chegam bem antes nos aeroportos. Pera só um pouquinho... (a executiva ouve as informações sobre os novos horários). Ai, meu Deus, três e...? Xi, acho que não vou mais para o Rio. Desculpe, era só para ver o que eles estavam programando aqui.

DINHEIRO – A diminuição no desembarque de passageiros internacionais até setembro já aconteceu. Caiu 5,2%, de 5,1 milhões para 4,8 milhões.
Jeanine
– Nós vamos sentir. Até o final do ano a gente vai sentir a diminuição. Tínhamos em janeiro 720 vôos semanais internacionais. No auge da crise da Varig, em julho, chegamos a ter somente 610. Agora já temos 660. Então, começamos a recuperar devagar, lentamente.

DINHEIRO – A entrada de dólares supera em 12% o mesmo período de 2005.
Jeanine
– Isso significa que estamos trazendo um turista que tem um poder aquisitivo mais alto e que os prestadores de serviços dos destinos, aqueles que fazem o receptivo, estão sabendo aproveitar esse turista no Brasil. Estão sabendo usufruir de tudo o que a gente pode oferecer. Eles estão gastando mais, é uma coisa fantástica. Diminui o número de assentos, cai o número de pessoas que poderiam vir e, no entanto, aumenta bastante a entrada de dólares.

DINHEIRO – Desde a criação do Ministério do Turismo, em 2002, o setor tem registrado crescimento contínuo. Isso acontece porque a base anterior de comparação é ruim?
Jeanine
– A grande diferença em termos gerais é a criação do Ministério. Mas sobretudo a criação de uma política de Estado. No caso da Embratur, não fazemos ações, escolhemos os mercados ou distribuímos o orçamento pelo nosso feeling pessoal. Temos um plano de marketing com pesquisas, estudos de mercado e uma estratégia para cada país, para cada mercado. Nesse sentido, temos uma rota traçada, e isso é uma grande diferença. Segundo, temos uma equipe profissional trabalhando. O orçamento de promoção internacional do Brasil foi triplicado de 2003 para cá e o cenário econômico também é bastante favorável. O turismo não é uma ilha. O ingresso de dólares e de turistas não cresce se não tivermos uma série de variáveis macroeconômicas com o rumo ajustado.

 
“Hoje temos mais turistas gastando mais dinheiro em cidades brasileiras”.

DINHEIRO – Até que ponto a valorização do dólar prejudica o turismo e contribui para o déficit na balança do setor?
Jeanine
– Esse déficit é muito pequeno se comparado com oito anos atrás. A nossa relação com a economia é de contribuição para o ingresso de divisas no País. Somos o quarto ou quinto item da pauta brasileira de exportações. Em 2005 participamos com quase US$ 4 bilhões e este ano teremos um pouco mais que isso, nas trocas de câmbio oficiais. Hoje o câmbio é flutuante, mas razoavelmente estabilizado em um patamar de 2 reais para 1 dólar, e 2,7 para 1 euro. Nós ainda somos competitivos, mesmo com um dólar mais baixo. Já tivemos dólar a um por um, mas às vezes esquecemos desses detalhes.

DINHEIRO – E o resultado naquele período não foi bom?
Jeanine
– Não foi. Porque temos uma conjugação fundamental: número de visitantes com ingresso de divisas. Não adianta só ter quantidade. Hoje temos um tripé: mais turistas, gastando mais dinheiro em mais cidades brasileiras. Temos que conjugar esses três fatores.

DINHEIRO – O crescimento do turismo no País está dentro da média mundial?
Jeanine
– O nosso crescimento é acima da média mundial. Enquanto o turismo no mundo, em termos de fluxo, nos últimos dois, três anos cresce 10%, nós crescemos 14%. Temos crescido pouco mais que a média mundial. Estamos apenas começando a ser importantes. Se a gente for olhar os planos de marketing de alguns países como a França ou a Espanha, para citar dois exemplos, quando eles fazem uma análise de concorrência, o Brasil está inserido.

DINHEIRO – Existe a possibilidade de o Ministério do Turismo ser eliminado nesse segundo mandato do presidente Lula e a Embratur voltar a ser um Ministério?
Jeanine
– Eu não posso falar porque eu não sei quem vai ser o ministro, quem vai estar na liderança das atividades, mas acredito que em momento nenhum o governo vá retroceder naquilo que está dando certo.

 

 

Folha de São Paulo
18/11/2006
Associações de pilotos criticam governo e cobram liberação dos dois americanos
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO DE NOVA YORK

Duas associações internacionais de pilotos protestaram ontem contra o que chamam de "rumores" e "acusações infundadas" que pesam sobre os americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino. Os dois conduziam o Legacy-600 da empresa de táxi aéreo ExcelAire que colidiu no ar com o Boeing-737 da Gol e estão proibidos de deixar o Brasil por decisão judicial.

Juntas, a Ifalpa (Federação Internacional das Associações de Pilotos, na sigla em inglês) e a Alpa (Associação de Pilotos de Companhias Aéreas) representam 161 mil profissionais.

"Apenas fatos contraditórios, rumores e acusações infundadas têm vindo do governo brasileiro", diz a nota.

A pedido do Ministério Público e por ordem da Justiça, os passaportes de Lepore e Paladino foram apreendidos pela Polícia Federal. Para as associações, a medida "reflete uma perturbação na aviação mundial ao impor sanções criminais a pessoas envolvidas em acidentes aéreos".

"Processos penais são raros nos EUA. É injusto e ilegal em todos as hipóteses, salvo em algumas raras exceções. Pior: vai contra o interesse público na prevenção de futuros acidentes porque inibe a abertura de informações cruciais na investigação", segue o documento.

Por fim, o texto faz uma exigência. "Não há razão válida para que os pilotos da ExcelAire continuem detidos. Assim, a Federação exige que as autoridades brasileiras devolvam imediatamente os passaportes para que eles possam voltar para casa o mais rápido possível", concluem a Alpa e a Ifalpa.

A PF disse, por meio de sua assessoria, que o atraso na definição da situação dos pilotos se deve à falta de acesso ao material de investigação, que atualmente está com a Aeronáutica. Indagada sobre a possibilidade de ouvir os pilotos do Legacy no exterior, a assessoria repetiu a resposta, insinuando que o delegado Renato Sayão, responsável pelo inquérito do caso, prefere ouvi-los no Brasil.

O juiz federal que cuida do caso, Charles Frazão de Moraes, de Sinop (MT), disse, por sua assessoria, que desconhece a exigência feita pelas duas associações de pilotos.

 

 

Do G1, no Rio, com informações da CBN
18/11/2006 - 09h15m
AVIÃO TEM PROBLEMA E PASSAGEIROS PASSAM NOITE EM AEROPORTO

Cento e dez passageiros do vôo 1787, Rio-Vitória, da empresa Gol tiveram que passar a madrugada deste sábado (18) no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio.

Eles informaram que o avião tinha partida marcada para 21h15m, mas o grupo só embarcou por volta das 23h45m. Quando a aeronave estava taxiando, um forte cheiro de queimado foi percebido e as luzes se apagaram. O avião parou e os passageiros foram retirados.

Eles criticaram a falta de informações sobre o que aconteceu e a falta de assistência. De acordo com os passageiros, foram os agentes da delegacia da Polícia Federal do aeroporto que forneceram alimentação para alguns deles. O embarque só foi feito às 5h30 deste sábado.

 

 

Mercado e Eventos
17/11/2006 - 18:15h
Presidente da Vem realiza encontro com funcionários para anunciar planos de ação

No início desta semana, nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, o novo presidente da Vem, Filipe Almeida, realizou "Encontro com Funcionários" com o objetivo de transmitir seus planos para uma nova gestão da Vem. Na ocasião, os profissionais fizeram perguntas ao presidente sobre suas necessidades, interesses e insatisfações.

Almeida enfatizou a necessidade de mudança de cultura em toda a empresa, que passará a colocar a "satisfação do cliente" em primeiro lugar. Ele desmentiu ainda que a Tap pensa em vender a companhia. Ao contrário, relatou a sinergia que já acontece entre as empresas, o que pode alavancar vendas para os dois lados.

Durante o encontro, foi abordada a situação atual da empresa, os pontos que precisam ser melhorados com urgência e o plano de ação para essa melhoria. De acordo com o dirigente, os esforços se concentrarão, inicialmente, no fortalecimento do capital de giro, objetivando assegurar uma situação econômico-financeira mais saudável.

Sobre a compra de materiais, já foi estabelecido um aumento da linha de crédito com a Tap. Alguns processos internos também serão revistos imediatamente, para agilização no faturamento, além da remodelagem na equipe de Marketing e Vendas que estará focada direta e completamente na prospecção de novos clientes e fidelização dos atuais.

O presidente assegurou que os encontros irão ocorrer com certa freqüência, mas não definiu datas. "Esses Encontros são essenciais para fortalecer a crença no desenvolvimento da empresa, onde as pessoas são as peças principais. A Vem vai crescer. Não tenho dúvidas disso", afirmou Almeida.

 

 

Estadão
17 de novembro de 2006 - 15:38
Liminar suspende ações trabalhistas contra a Vasp
Justiça avaliou que ações trabalhistas entram em conflito com Lei de Falências
Paulo R. Zulino


SÃO PAULO - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a execução trabalhista contra a Vasp (Viação Aérea São Paulo S/A), que está em curso no juízo da 16ª Vara do Trabalho de São Paulo. A decisão é do ministro do STJ Hélio Quaglia Barbosa, que acolheu parcialmente o pedido de liminar no conflito de competência suscitado pela empresa. O ministro nomeou, provisoriamente, o juízo da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo para solucionar as medidas urgentes.

A Vasp lembrou, entre outras coisas, que se encontra em recuperação judicial. No dia 26 de julho deste ano, os credores da companhia aérea de todas as classes, reunidos em assembléia geral, aprovaram o plano de recuperação por ela apresentado, submetendo-se, assim, às suas diretrizes.

O ministro ressaltou, entretanto, que o acolhimento da liminar se restringirá somente à demanda trabalhista em virtude da qual se instaurou o conflito. Segundo ele, não caberá estender a medida para demais ações semelhantes que possam estar correndo em outros juízos, que não o da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo.

 

 

Agência Estado
08:28 17/11, atualizada às 09:06 17/11
Por 7 minutos, torre de controle viu Legacy na contramão

O relatório preliminar da comissão que investiga a colisão no ar do jato Legacy com o Boeing da Gol, que matou 154 pessoas em 29 de setembro, aponta sucessivas falhas de comunicação entre o centro de controle de Brasília (Cindacta-1) e os pilotos americanos do Legacy. Por sete minutos, os operadores do Cindacta-1 tiveram em seus radares a informação de que o Legacy havia entrado na contramão da aerovia UZ6, que leva a Manaus. Segundo especialistas, existem falhas no relatório sobre o acidente.

Às 15h55, a aeronave cruzou o eixo vertical de Brasília a 37 mil pés de altitude, contrariando seu plano de vôo, que previa 36 mil pés a partir daquele ponto. Mesmo assim, nenhum alerta foi emitido. Nesse momento, o transponder (antena que fornece dados sobre o vôo às outras aeronaves e radares em terra) do jato ainda funcionava. As informações emitidas pelo aparelho só desapareceram dos monitores às 16h02.

Segundo um oficial da Aeronáutica, o Legacy gastaria de dois a três minutos na manobra de descida. Assim, mesmo descontado esse tempo, sobraram de quatro a cinco minutos para que o controle alertasse o jato. "Normalmente, não há por que fazer isso. Ele (Legacy) só teria tráfego essencial ( avião em sentido contrário) muito adiante."

O relatório divulgado ontem pela Aeronáutica mostra ainda que o último contato bilateral dos pilotos americanos com o Cindacta-1 ocorreu às 15h51. Por 35 minutos, não houve qualquer tentativa de comunicação, nem por parte do Legacy nem dos controladores. Só às 16h26, depois de ficar sem as informações emitidas pelo transponder, é que o controle de Brasília iniciou uma série de sete chamadas ao jato, sem obter resposta.

Quatro minutos depois, houve perda momentânea - de 2 minutos - do contato com o radar primário, que indica ao controlador apenas a posição geográfica da aeronave. Às 16h38, o problema se repetiu, dessa vez 'definitivamente' - até a colisão com o Boeing da Gol.

Às 16h48 foi a vez de os pilotos do Legacy tentarem falar com os controladores. Foram 12 chamados em quatro minutos. Às 16h53, a tripulação do jato chegou a ouvir a última chamada feita às cegas (sem saber a localização da aeronave) pelo Cindacta-1. Entretanto, os pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino não conseguiram copiar as freqüências de rádio fornecidas pelo controle. Eles pediram que a informação fosse repetida, mas a mensagem não chega ao Cindacta-1.

Os peritos da Aeronáutica ainda não sabem o que dificultou a comunicação. Entre as hipóteses mais prováveis estão falhas nas antenas de rádio ou dos equipamentos na aeronave e, no último caso, dificuldade dos americanos em compreender o inglês dos controladores.

"Falhas de comunicação podem ter contribuído para o acidente. Também preciso saber por que os controladores não fizeram a recomendação para mudar de nível e por que motivo os pilotos do Legacy não cumpriram o plano de vôo", disse o coronel Rufino Ferreira, presidente da comissão de investigação. Segundo ele, uma série de informações serão cruzadas até que se chegue aos fatores contribuintes do acidente.

A última tentativa de contato do Legacy com o Cindacta-1 foi feita um segundo antes da colisão com o Boeing da Gol. Entre 16h54 e 16h56, hora do choque, os pilotos fizeram mais sete chamados, todos sem sucesso.

O acidente ocorreu a 37 mil pés. Embora ainda estejam em busca de mais detalhes sobre o exato ângulo da colisão, os investigadores acreditam que a asa esquerda do jato 'cortou' a asa esquerda do Boeing.

Também é certo que o sistema anticolisão das aeronaves não emitiu nenhum aviso de alerta ou instrução para ação evasiva para as tripulações. Pelos registros de voz das caixas-pretas, os peritos chegaram à conclusão de que os pilotos não viram a aproximação dos aviões. E não houve nenhuma tentativa ou manobra evasiva, tanto do Boeing quanto do jato.
Colaborou Marcelo Godo