Valor Econômico
18/04/2007
Anac não deve adiar prazos
da Varig
Roberta Campassi e Ana Paula Grabois*
O presidente da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Milton Zuanazzi, sinalizou ontem que a agência
não deve prorrogar o prazo que a Varig tem para
assumir as rotas internacionais inutilizadas no momento.
"As linhas da Varig estão disponíveis
dentro do prazo que estabelecemos" disse Zuanazzi,
durante uma feira de aviação no Rio. "A
Anac tem que seguir as suas regras". Segundo ele,
a data limite para que a Varig assuma as rotas é
18 de junho e a empresa ainda não solicitou o adiamento.
A Varig foi comprada pela Gol no fim de março,
por US$ 320 milhões.
Segundo o Valor apurou, membros do alto escalão
da agência não vêem chances de a prorrogação
ser concedida à Varig. Caso as rotas não
sejam operadas no prazo, a Anac deverá iniciar
o processo tradicional de concessão, onde todas
as companhias podem disputar os destinos. Por enquanto,
a única aérea que manifestou oficialmente
interesse por algumas das freqüências garantidas
à Varig (Paris, Londres e Frankfurt) foi a TAM.
Portanto, se não obtiver o adiamento dos prazos,
a Varig terá que participar do processo tradicional
de distribuição de rotas.
Para decidir como deve conceder as freqüências
de vôos, a Anac analisa diversos aspectos das aéreas,
como o tamanho e as características das frotas,
condições financeiras e a maneira como a
empresa pretende realizar os vôos - com ou sem escalas
e quantas vezes por semana.
Depois de comprar a Varig, o presidente da Gol, Constantino
de Oliveira Jr., afirmou que a empresa assumiria oito
novos destinos internacionais num período de um
ano - Londres, Madrid, Milão, Paris, Miami, Nova
York, Cidade do México e Santiago -, conforme sua
frota fosse ampliada, de 17 para 34 aeronaves. Como seria
impossível estrear todas esses vôos até
junho deste ano, Oliveira informou que pediria a prorrogação
do prazo à Anac.
Atualmente, a Varig voa para Bogotá, Buenos Aires,
Caracas e Frankfurt. O objetivo principal da Gol é
ter uma subsidiária que opere vôos de longa
distância.(* Do Valor Online)
O Estado de São Paulo
18/04/2007
Anac não pretende mudar prazos
para a Gol
Mônica Ciarelli
O presidente da Agência Nacional de Aviação
(Anac), Milton Zuanazzi, não se mostrou disposto
a ampliar o prazo para que a Gol retome as rotas internacionais
da Varig. Logo após a compra da companhia aérea,
a Gol informou publicamente que iria solicitar à
Anac a ampliação do período para
a retomada das freqüências internacionais em
um ano. O prazo, que começou a contar em dezembro,
termina em 18 de junho.
“Não se trata de flexibilizar as regras.
A Anac é um órgão técnico
e tem de seguir suas regras”, afirmou Zuanazzi.
Segundo ele, a Gol não entrou com nenhuma solicitação
de ampliação de prazo. “A Anac só
vai analisar o caso se a Gol entrar com o pedido.”
As outras empresas aéreas, que têm interesse
nas rotas internacionais que não estão sendo
usadas pela Varig, já se manifestaram contra a
prorrogação. Na semana passada, o presidente
da TAM, Marco Antonio Bologna, reuniu-se com Zuanazzi
para defender a licitação de todas as freqüências
que a Varig não retomar até 18 de junho.
“O respeito às regras é fundamental
para o setor”, disse na ocasião o vice-presidente
da TAM, Paulo Castello Branco, que acompanhou Bologna
na audiência. “Se uma companhia não
cumpre uma rota a que foi designada no prazo de seis meses,
o poder concedente é obrigado a promover uma nova
licitação.”
No final de março, o presidente da OceanAir, Carlos
Ebner, também havia manifestado o interesse em
ficar com algumas das rotas que não estão
sendo utilizadas pela Varig.
Folha de São Paulo
18/04/2007
Procurador recomenda ao STF criação de CPI
Antonio Fernando de Souza afirma
que instalar comissão é um direito da minoria
e independe da aprovação da maioria
Presidente da Câmara diz que vai aguardar decisão
do Supremo no próximo dia 25; oposição
decide protocolar requerimento no Senado
SILVANA DE FREITAS
LETÍCIA SANDER
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Antonio Fernando
de Souza, recomendou ao STF (Supremo Tribunal Federal)
que ordene a imediata instalação da CPI
do Apagão Aéreo na Câmara. No dia
25 próximo, o plenário do STF irá
julgar o mandado de segurança de parlamentares
da oposição e deverá decidir nesse
sentido.
Em parecer encaminhado ontem ao STF, Antonio Fernando
disse que a instalação de CPI é direito
constitucional da minoria e que só depende de três
requisitos: assinatura de requerimento por um terço
dos parlamentares, fato determinado a investigar e prazo
definido. Ele criticou a manobra governista que arquivou
essa CPI, dizendo que qualquer recurso deveria ser ao
Judiciário, e não à Mesa da Câmara.
"A criação de CPI, nos termos precisos
do regramento constitucional, não está condicionada
à prévia discussão e consenso da
maioria parlamentar da Casa respectiva. O constituinte
foi expresso ao prescrever que a CPI será criada,
obedecidos os demais requisitos constitucionais já
referidos, mediante requerimento de um terço dos
membros de qualquer das Casas", escreveu.
No dia 12 de março, quatro deputados da oposição
entraram com mandado de segurança no STF contra
o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP),
que tinha aceitado recurso do líder do PT, Luiz
Sérgio (RJ), impedindo o funcionamento da CPI.
No julgamento do dia 25, os 11 ministros do STF deverão
levar em conta a decisão de junho de 2005 em que
eles determinaram ao Senado a instalação
da CPI dos Bingos, derrubando manobra que havia barrado
essa investigação parlamentar.
Após a divulgação do parecer, Chinaglia
voltou a dizer que esperará a decisão do
plenário do Supremo. "O procurador é
um elemento a mais para que o STF analise. Portanto, isso
não altera o quadro na Câmara. O que pode
alterar é a decisão do plenário do
STF", afirmou.
Entre os deputados, o parecer só reforçou
a tese de que a instalação da CPI na Câmara
é inevitável. Os governistas agora esperam
que a criação da CPI na Câmara os
ajude a barrar a intenção de fazer uma comissão
similar no Senado, onde não têm maioria tão
ampla.
"É um parecer que não esperávamos.
Evidente que ele reforça mais a tese a favor da
instalação da CPI", disse o líder
petista Luiz Sérgio.
Vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque
(PSB-RS) defendeu a atuação das legendas
governistas, que tentaram abafar as investigações:
"Não erramos. Fomos preciosistas. Nos acautelamos".
Oposição
Nem na comemoração os partidos de oposição
demonstraram unidade ontem na Câmara. O líder
do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), voltou a defender
que os senadores aguardem a decisão da Câmara
antes de decidirem sobre uma eventual CPI no Senado. Já
o líder do DEM (ex-PFL), Onyx Lorenzoni (RS), defendeu
a instalação das duas CPIs: "Aqui na
Câmara a gente constrange. Lá no Senado a
gente aprova".
Após uma conversa, tucanos e integrantes do DEM
do Senado decidiram protocolar hoje o requerimento que
cria a CPI da crise aérea na Casa. Eles recolheram
32 assinaturas, cinco a mais do que o necessário.
Mas não conseguiram chegar a um acordo sobre a
Casa do Congresso em que a comissão funcionará
de fato. O DEM quer que as investigações
sejam feitas no Senado, onde a oposição
é mais forte.
Já o PSDB, assim como o governo, prefere que a
CPI seja instalada na Câmara. Se o impasse persistir,
os líderes admitem fazer uma comissão mista,
com deputados e senadores, o que exigiria novas assinaturas.
Folha de São Paulo
18/04/2007
CGU começa a investigar
mais quatro funcionários da Infraero
SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais quatro funcionários da Infraero passaram
ontem a ser alvos de investigação de sindicância
aberta na CGU (Controladoria Geral da União). Dois
processos abertos anteriormente determinaram o afastamento
de outros cinco dirigentes da estatal, alvo de uma provável
CPI do Apagão Aéreo.
A CGU não divulgou ontem os nomes dos envolvidos.
O pivô da nova sindicância foi a compra de
um programa de computador para gerenciamento dos espaços
de publicidade nos 65 aeroportos que a Infraero administra.
O negócio foi fechado em dezembro de 2003, sob
o governo Lula. A empresa FS3, criada apenas um mês
antes, suposta detentora da licença para comercialização
de software britânico, foi contratada sem licitação,
por R$ 26,8 milhões.
A CGU encontrou "falhas graves" no negócio,
mas considerou ainda mais grave o fato de a estatal, depois
da suspensão do contrato com a FS3, não
tê-lo substituído por nenhum outro mecanismo
de controle da comercialização de espaço
publicitário nos aeroportos. A perda para a estatal
foi estimada em R$ 100 milhões por ano.
Até o fechamento desta edição, a
Infraero não havia se manifestado sobre o assunto.
Folha de São Paulo
18/04/2007
Varig não deve ter
novo prazo em rotas externas
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, afirmou que o
prazo para devolução das rotas internacionais
da Varig não deverá ser flexibilizado.
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior,
havia afirmado que pediria uma extensão do prazo
para operação das rotas internacionais de
um ano. Segundo Zuanazzi, a agência é um
órgão técnico e vai respeitar as
regras. Desta forma, a Varig só teria até
18 de junho para retomar suas rotas internacionais, que
incluem destinos na Europa e nos EUA.
Folha de São Paulo
18/04/2007
A CPI do apagão das
CPIs
Vem aí uma boa oportunidade
para que a patuléia confira se a estão fazendo
novamente de boba
A CPI DO APAGÃO AÉREO arrisca se transformar
numa Comissão Parlamentar de Inquérito para
investigar a teatralidade truculenta e inútil das
CPIs. Uma reedição das malandragens que
armaram a pizzaria de 2005 inocentará o governo
e avacalhará o instituto da investigação
parlamentar.
Em 2005, quando Roberto Jefferson detonou o esquema do
mensalão numa entrevista à repórter
Renata Lo Prete, havia novidade na denúncia. Podia-se
supor que seis comissões parlamentares de inquérito
lançassem luz sobre as propinas das campanhas eleitorais
e das votações no Congresso. As luzes acenderam-se,
viram-se as caixas-companheiras de Duda Mendonça,
a cabeça tucano-petista de Marcos Valério
e o olhar mortiço de Delúbio Soares. Depois
disso, deu-se um acordão, apagaram as luzes, acenderam
o forno e tudo acabou em pizza. Há inquéritos
e processos em andamento, mas eles nada devem ao teatro
das CPIs.
Nosso Guia gosta de contar a história do sujeito
que vai à cozinha de madrugada para pegar uma Coca-Cola,
abre a geladeira e, ao ver a luz acender-se, começa
a discursar. As CPIs de 2005 foram pouco mais que isso.
A CPI do Apagão começa com um truque. Todas
as mutretas que confluirão ao seu plenário
já estão sendo investigadas pela Controladoria
Geral da União, pelo Tribunal de Contas e pelo
Ministério Público. Os sigilos fiscais e
bancários de um ex-presidente e da diretora de
engenharia da Infraero já foram quebrados. Os funcionários
sob investigação chegam a 20, as malfeitorias
talvez sejam umas 50. Nelas misturam-se a Infraero, companhias
aéreas, empreiteiras e fornecedores de equipamentos
de uso civil e militar. Ao contrário do que sucedeu
com o mensalão, a investigação já
existe e deu frutos. É possível que já
se tenha ido mais longe sem CPI no caso Apagão
do que com CPI no mensalão.
O aeroporto de Congonhas, com 1.900 metros de pista, está
condenado desde 1985. Nos últimos dez anos a Viúva
gastou perto de R$ 500 milhões reformando o shopping-center
da Infraero e atendendo aos interesses das companhias
aéreas. Isso aconteceu porque Nosso Guia gosta
de inaugurações, empreiteiros gostam de
obras e a turma da boquinha precisa de lojas.
O material disponível nos inquéritos em
andamento é suficiente para que a Oposição,
numa rotineira atuação parlamentar, faça
suas denúncias da tribuna da Câmara e do
Senado. A turma do discurso de geladeira prefere uma CPI
porque é só abrir a porta e as luzes se
acendem.
Com seus depoimentos extenuantes e inquirições
vexatórias, as CPIs de 2005 policializaram a prática
parlamentar da oposição. O desfecho mostrou
que houve um teatro no qual o PSDB e o PFL faziam o papel
de polícia e os depoentes, de bandidos. Se tivesse
acabado em cadeia, tudo bem. Tendo acabado em pizza, ficou
a platéia no papel de boba e a imprensa no de bumbo.
O descalabro das malfeitorias aéreas justifica
a formação de uma CPI e a simples preocupação
do governo em evitá-la sugere a sua necessidade,
mas as bancadas oposicionistas entrarão em campo
num cenário diferente. Em vez de serem vistas como
polícia correndo atrás do bandido, serão
examinadas como deputados (ou senadores ) atrás
de fama a custa do constrangimento alheio. A CPI do Apagão
será também uma CPI das CPIs. Uma boa oportunidade
para que a patuléia verifique se a estão
fazendo novamente de boba.
Jornal do Brasil
18/04/2007
Procurador é a favor da instalação
da CPI
Luiz Orlando Carneiro
Brasília. O procurador-geral da República,
Antonio Fernando de Souza, enviou ontem ao ministro-relator
Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, parecer favorável
à instalação da CPI do Apagão
Aéreo, solicitada pelos líderes oposicionistas
na Câmara dos Deputados em mandado de segurança,
há exatamente um mês e seis dias. O ministro-relator
vai agora levar seus relatório e voto ao plenário
do tribunal na sessão plenária do dia 25
- a penúltima deste mês.
A expectativa é de que o Supremo, por maioria
expressiva, adote o entendimento do chefe do Ministério
Público, compartilhado pelo ministro Celso de Mello
- que foi também relator do mandado de segurança
que permitiu a instalação da CPI dos Bingos,
em junho de 2005.
Antonio Fernando de Souza concluiu assim seu parecer
de nove páginas: "Constatada a ilegitimidade
dos atos que impediram a efetiva instalação
de CPI deferida pelo presidente da Câmara dos Deputados,
porque ofensiva a direito líquido e certo da minoria
parlamentar, opino no sentido da concessão da segurança,
para que o presidente da Câmara dê eficácia
à decisão proferida em 7/3/2007, praticando
os atos necessários à efetiva instalação
da CPI objeto do Requerimento nº 1/2007".
O ministro Celso de Mello, em decisão liminar
do último dia 29, já havia anulado a deliberação
do plenário da Câmara que sepultara a CPI
do Apagão e considerado ainda vigente o ato do
presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia
(PT-SP), "que entendera válida a CPI em causa".
No parecer ontem enviado ao ministro-relator, o chefe
do Ministério Público lembra haver requerimento
de criação da CPI, "que foi deferido
pelo presidente da Câmara dos Deputados, por entender
presentes os requisitos constitucionais, mas que não
resultou na efetiva constituição da comissão,
em razão da existência de recurso ao plenário".
- A criação de CPI não está
condicionada à prévia discussão e
consenso pela maioria parlamentar da Casa respectiva -
destaca o procurador. - O constituinte foi expresso ao
prescrever que a CPI será criada, obedecidos os
demais requisitos constitucionais, mediante requerimento
de um terço dos membros de qualquer das Casas.
Ainda de acordo com Antonio Fernando, "é
procedente a pretensão dos impetrantes (oposicionistas)
no sentido da invalidação dos atos praticados
com a finalidade de postergar ou obstar a investigação
parlamentar em questão".
Jornal do Brasil
18/04/2007
CGU investiga desvios na
Infraero
Brasília. Uma sindicância foi instaurada
pela Controladoria-Geral da União (CGU) na Infraero
(Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária)
para apurar irregularidades constatadas na contratação
de um programa utilizado para gerenciar a venda de espaços
publicitários nos aeroportos. A investigação
vai apurar as responsabilidades de sete dirigentes e outros
funcionários graduados da empresa.
De acordo com os resultados da investigação
preliminar, a CGU concluiu que o processo de contratação
do programa apresentou falhas graves e desrespeitou a
lei de licitações.
O pior, no entanto, segundo os auditores da CGU, foi
o fato de o contrato suspenso não ter sido substituído
por outro mecanismo de gerenciamento da comercialização
de pontos de publicidade nos aeroportos.
Numa auditoria preliminar, técnicos da CGU constataram
que a Infraero nunca dispôs de nenhum tipo de controle
sobre o dinheiro proveniente da utilização
desses espaços o que pode representar a perda de
um grande volume de arrecadação para a União.
A CGU está fazendo mais três investigações
na Infraero. Duas sindicâncias estão no âmbito
da direção financeira da empresa, originadas
por operação suspeita comunicada à
controladoria pelo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) e também por uma indicação
irregular de seguradora ao IRB-Brasil Re.
O terceiro caso é uma sindicância instaurada
para apurar irregularidades na renovação
de contrato de concessão da área pública
onde está localizado um posto de gasolina no Aeroporto
de Brasília. Neste caso, estão envolvidos
cinco empregados da empresa.
Depois de realizadas as auditorias preliminares, o ministro
do Controle e da Transparência, Jorge Hage, pediu
a participação da Polícia Federal
nas investigações
Segundo Hage, o fato é rotineiro, sempre que uma
auditoria investigativa conclui que se faz necessária
a atuação da polícia. Por isso, segundo
o ministro, esta decisão não poder ser considerada
uma novidade no trabalho desenvolvido pela CGU.
Portaria do ministro do Controle e da Transparência,
Jorge Hage, contendo a determinação, foi
assinada hoje e será publicada no Diário
Oficial da União desta quarta-feira (18/04).
O Dia
18/4/2007
Lei para elevar ganhos no INSS
Aposentados que ficam na ativa
poderão pedir a revisão do valor dos benefícios
com base em novas contribuições
Luciene Braga
Rio - Aposentados que continuam no mercado de trabalho
estão perto de conseguir vitória no Senado,
que acata antiga reivindicação da categoria:
a contagem do tempo de contribuição após
a concessão do benefício para elevar o valor
dos proventos. A Comissão de Assuntos Sociais aprovou
projeto do ex-deputado Inaldo Leitão (então
PL-PB) que converte a contribuição de 11%
em vantagem para o segurado que permanece na ativa. Agora,
o projeto vai a plenário e, se aprovado, só
dependerá da sanção do presidente
Lula.
Representações de aposentados consideram
vantajosa a possibilidade de atualização
do benefício. Segundo o Sindicato de Aposentados
e Pensionistas da Força Sindical, a proposta inicial
é pagar o valor retroativo ao pedido de recálculo.
“Para o governo, é a saída, porque
a Justiça vem dando, com freqüência,
ganho de causa aos segurados inativos que continuam no
mercado de trabalho (contribuindo) e pedem a devolução
do valor contribuído, sem contrapartida”,
explica o diretor Carlos Ortiz. “A recontagem é
uma vantagem, porque o fator previdenciário leva
em conta idade, sobrevida, valor do salário e tempo
de desconto. Todos elevam o valor do benefício”,
explica.
‘DE MÃOS
VAZIAS’
Segundo o advogado Eurivaldo Neves Bezerra, se um segurado
se aposentou em 2000, aos 53 anos, com um benefício
de R$ 1.600 (equivalente ao salário, à época),
e continua trabalhando, mantendo a contribuição
sobre salário de R$ 1.800, hoje, aos 60, teria
contribuído com R$ 32.760. Isso lhe daria um benefício
atualizado de cerca de R$ 1.800.
Mas ele critica a necessidade de “desistência”
ou “desaposentadoria”, no texto do projeto
aprovado: “Um pedido de recontagem sob o termo transformação
do benefício seria mais adequado. Se for aprovado,
o projeto corrige o fato de o aposentado contribuir sem
nada levar. É como se fosse ao supermercado, pagasse
pela mercadoria e saísse de mãos vazias”.
São 5,5 milhões de aposentados nessa condição,
dentre 14,5 milhões no País , segundo o
IBGE, que não vêem retorno de suas contribuições
ao INSS. Hoje, por mês, descontam, no mínimo,
R$ 223,5 milhões — levando em conta a menor
contribuição, de 7,65% (contribuinte avulso),
sobre o salário mínimo de R$ 380. Sem contar
a complementação patronal que atinge 20%.
Só têm direito a reabilitação
profissional, salário-família e licença-maternidade
pelos mesmos 11% de contribuição dos trabalhadores
que não se aposentaram e que podem receber auxílio-doença
ou acidentário.
Folha Online
17/04/2007 - 19h18
Anac quer alterar regras de tráfego
aéreo na América do Sul
CLARICE SPITZ
A Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) quer mudar as regras do tráfego aéreo
da América do Sul com o objetivo de ampliar em
mais de 10 vezes a oferta de transporte de passageiros
na região. Hoje são oferecidos 30 bilhões
de assentos por quilômetro. Em 2025, a agência
quer ampliar esse número para 350 bilhões
de assentos por quilômetro.
A estimativa faz parte de estudo elaborado pelo governo,
que servirá para negociações entre
as autoridades da América do Sul em junho.
Segundo o presidente da agência, Milton Zuanazzi,
entre as medidas para aumentar a oferta estão o
fim dos acordos bilaterais, que exigem a aprovação
de autoridades locais sempre que uma empresa aérea
quer aumentar o número de freqüências.
Além disso, a agência quer a flexibilização
de tarifas aeroportuárias para o exterior (hoje
elas são de US$ 36 para qualquer destino), além
do crescimento de investimentos em infra-estrutura de
aeroportos, aumento de vôos charter, entre outros.
"Para onde viaja na sua maior parte o europeu? Para
Europa, nos Estados Unidos também.... na América
do Sul, vemos uma inversão", disse.
Segundo Zuanazzi, seriam necessários de seis a
sete hubs --centros de distribuição de vôos--
no continente para atender esse mercado.
Coluna Claudio Humberto
17/04/2007 | 17:47
STJ mantém decisão
de falêcia da Transbrasil
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça
está mantendo a decisão declaratória
da falência da Transbrasil, por três votos.
Há pouco o ministro Ari Pargendler pediu vistas
do processo, mas tudo indica que o advogado da Transbrasil
e compadre do presidente Lula, Roberto Teixeira, será
derrotado.
Agência Financeira
17/04/2007 - 16:29h
Euroatlantic garante parceria com
a Gol por 1,84 milhões/mês
A Eurotalntic assinou na passada semana uma parceria
com a brasileira Gol por 2,5 milhões de dólares
(cerca de 1,84 milhões de euros) mensais.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração
da transportadora, este acordo com a companhia, que adquiriu
a antiga Varig, permite à Gol voar com dois aviões
da Eurotalntic, para os «slots» que já
têm autorização, disse na conferência
de imprensa para apresentar os resultados de 2006.
Para já, o período do contrato estabelece
um prazo de um ano, mas, segundo Tomás Metello,
poderá vir a ser renovado.
O mesmo responsável adiantou ainda que estão
também «a negociar com a Ocean Air»
uma parceria», que ainda não fecharam. A
acontecer, permitirá que esta opere com um avião
da Euroatlantic.
Actualmente, a frota da Varig é composta por 8
aeronaves, 3 dos quais propriedade da empresa e 5 em leasing
operacional.