Valor
Econômico
18/01/2008
Justiça tira mais quatro
aviões da VarigLog
Roberta Campassi
A companhia aérea cargueira VarigLog corre o
risco de perder quatro aviões Boeing 757-200
por falta de pagamento dos aluguéis. O fato evidencia
os problemas financeiros da empresa, que vêm se
agravando desde que seus sócios entraram em rota
de colisão no ano passado.
Ontem, a Justiça paulista determinou a reintegração
de posse dos quatro aviões à Wells Fargo,
a proprietária dos equipamentos. A empresa já
conseguiu retomar uma outra aeronave do mesmo modelo
em Miami, no mês passado. No Brasil, ela entrou
com ação para a reintegrar os outros aviões
no início de dezembro e obteve decisão
favorável em primeira instância. A VarigLog
entrou com recurso e suspendeu a decisão temporariamente.
Ontem, esse recurso foi julgado e indeferido pelo desembargador
Ruy Coppola, de forma que a primeira decisão
da Justiça foi revalidada. Ainda cabe recurso
à VarigLog, mas a companhia não quis se
pronunciar sobre o caso.
Segundo os advogados da Wells Fargo, Marcus Matteucci
Gomes e Joel Thomaz Bastos, do escritório Felsberg
e Associados, a VarigLog deve mais de US$ 3,5 milhões
referente a três meses de aluguel. A expectativa
é que os aviões sejam retomados nas próximas
semanas após os trâmites burocráticos,
afirmam os advogados.
Os modelos 757 já deixaram de ser fabricados
mais ainda assim são os mais modernos da atual
frota de 18 aeronaves da VarigLog. A companhia tem ainda
outros dois aviões desse modelo, dois MD-11,
quatro DC-10 e seis 727, além de oito aviões
de pequeno porte. De todos esses, os 757 são
os mais econômicos.
A situação financeira da VarigLog já
não estava boa nos últimos anos, mas agravou-se
com a briga entre os sócios que a controlam:
o fundo americano MatlinPatterson e os brasileiros Marco
Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo Gallo. O fundo
detêm 20% das ações ordinárias
da Volo do Brasil, a controladora da VarigLog, enquanto
os brasileiros têm os 80% restantes e controlam
a sociedade.
Em julho do ano passado, o Matlin entrou com ações
judiciais para cobrar US$ 186 milhões da VarigLog.
Esse dinheiro foi aplicado pelo fundo na forma de empréstimos
que deveriam ter sido quitados depois que a VarigLog
vendeu a VRG ("nova Varig") à Gol em
março de 2007. O fundo não recebeu o montante
e acusa os brasileiros de terem enviado parte do dinheiro
ao exterior. Com as ações judiciais, o
Matlin conseguiu bloquear recursos numa conta na Suíça
e 4,5 milhões de ações da Gol,
dadas em pagamento pela VRG.
Mais tarde, os sócios brasileiros entraram com
uma ação requerendo a dissolução
da sociedade, mas o pedido foi negado pela Justiça
em dezembro. O processo ainda precisa de um julgamento
definitivo. Sabe-se também que o MatlinPatterson
vinha buscando um outro sócio que pudesse comprar
a participação dos brasileiros e substitui-los
na sociedade. Até agora, o fundo não teve
sucesso.
A VarigLog, conforme dados da Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac) de 2006, era de
longe a maior companhia aérea exclusivamente
cargueira do país. Naquele ano, ela obteve receita
de R$ 950 milhões, a terceira maior do setor
depois do faturamento de TAM e Gol. Ao mesmo tempo,
a empresa tinha também o maior patrimônio
líquido negativo, no valor de R$ 68 milhões,
e um dos maiores prejuízos anuais, de R$ 61 milhões.
Não há dados oficiais relativos a 2007.
O
Estado de São Paulo
18/01/2008
Aviões da VarigLog são
arrestados por ordem judicial
Alberto Komatsu, RIO
O
Tribunal de Justiça de São Paulo determinou
ontem, em segunda instância, o arresto de quatro
Boeings 757-200 da VarigLog, a pedido da empresa de
arrendamento (leasing) de aviões Wells Fargo,
por causa da falta de pagamento das mensalidades. O
escritório de advocacia Felsberg & Associados,
que cuida dos interesses da Wells Fargo no Brasil, estima
que a dívida chegue a US$ 3,5 milhões.
A VarigLog ainda pode recorrer.
A
ex-subsidiária de logística e cargas da
Varig já havia perdido outro 757-200 no dia 6
de dezembro, em Miami, também a pedido da Wells
Fargo e pelo mesmo motivo: atraso nos pagamentos do
leasing.
Joel
Thomaz Bastos, advogado do Felsberg, diz que a intenção
é fazer a reintegração de posse
dos quatro 757-200 em, no máximo, 48 horas. “Se
pudermos fazer em menos tempo, melhor”, disse.
A VarigLog foi procurada, mas não retornou até
o fechamento desta edição.
Apesar
de caber recurso da VarigLog, Bastos acredita ser difícil
essa hipótese porque a decisão de ontem
do TJ confirma uma decisão da 10ª Vara Cível
de São Paulo, que já havia determinado
o arresto dos quatro 757-200 em 16 de dezembro. Naquela
época, no entanto, a VarigLog obteve um agravo
para suspender os efeitos da decisão. O escritório
Felsberg, por sua vez, apresentou sua defesa.
Ontem,
três desembargadores do TJ-SP julgaram o recurso
na 32ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP
e decidiram, por unanimidade, acatar a ação
ajuizada pela Wells Fargo.
Folha
de São Paulo
18/01/2008
Fundo derruba liminar contrária
ao arresto de aviões da VarigLog
No final do ano passado, outro
avião da empresa foi confiscado em Miami
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
O
fundo de investimentos americano Matlin Patterson conseguiu
derrubar na Justiça de São Paulo uma liminar
que impedia o arresto de quatro aviões Boeing-757/200
da VarigLog, ex-subsidiária da Varig de transporte
de cargas.
O pedido de arresto na Justiça é da Wells
Fargo, agente fiduciário do Matlin Patterson,
que está em disputa judicial com os sócios
brasileiros da companhia. O fundo já havia conseguido,
no final de 2007, o arresto de outro avião usado
pela empresa de cargas que estava parado em Miami (EUA).
Em nota, a VarigLog afirmou que não foi notificada
da decisão. A empresa diz que, caso a decisão
judicial se confirme, a sua frota atual "permitiria
manter com segurança as operações
que cobrem a atual malha da empresa, tanto no âmbito
doméstico quanto no internacional". A companhia
não informou de quantos aviões se compõe
sua frota atualmente.
Na nota, a empresa disse que a frota atual permite a
manutenção de todas as linhas regulares
que opera hoje. "A VarigLog ressalta que o valor
correspondente ao leasing dos aviões que são
motivo da ação judicial está inteiramente
depositado em juízo, enquanto a Justiça
analisa o processo."
O Matlin Patterson se associou a investidores brasileiros
(Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel)
para investir na empresa. A VarigLog comprou as operações
da Varig em leilão e depois revendeu a companhia
aérea à Gol por US$ 320 milhões.
Os sócios continuaram administrando a empresa
de cargas, que, segundo os últimos dados disponíveis,
tem 47% do mercado brasileiro de cargas aéreas.
Os sócios brasileiros e o fundo de investimentos
divergem sobre o destino dos recursos referentes à
venda da Varig.
A Gol pagou US$ 98 milhões em dinheiro pela companhia,
US$ 172 milhões em ações e um montante
em debêntures.
Na Justiça, o fundo de investimentos Matlin Patterson
conseguiu o bloqueio de parte das ações
e acusa os sócios de depositarem os US$ 98 milhões
em dinheiro na Suíça e de terem gasto
US$ 13 milhões sem que isso fosse registrado
na contabilidade da ex-subsidiária, o que a VarigLog
nega.
Folha
de São Paulo
18/01/2008
Credores da Varig receberão
R$ 88 milhões
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os
credores da Varig receberão na próxima
semana R$ 88 milhões. Os trabalhadores terão
direito a receber R$ 44 milhões. O Aerus, fundo
de pensão dos funcionários da Varig, e
demais credores que têm dívidas contraídas
após a entrada da empresa em recuperação
judicial terão direito a outros R$ 44 milhões.
Segundo a juíza Márcia Cunha, do Tribunal
de Justiça do Rio, o dinheiro é referente
ao pagamento de debêntures (títulos de
dívida) e ao leilão de obras de arte.
O pagamento será feito por meio de rateio proporcional
porque o montante não cobre as dívidas.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários,
Selma Balbino, afirmou que o valor não cobre
nem 5% das dívidas.
O
Globo
18/01/2008
Coluna Ancelmo Góis
Jornal
do Brasil
18/01/2008
Parentes de vítimas da
Gol vão a Jobim
A
presidente da Associação de Familiares
e Amigos das Vítimas do vôo 1907 da Gol,
Angelita De Marchi, entregou uma carta com pedidos relacionados
à investigação do acidente ao ministro
da Defesa, Nelson Jobim. Segundo a associação,
entre os pedidos está o de obter o relatório
da Aeronáutica a respeito das causas do acidente
ocorrido no dia 29 de setembro de 2006 e que deixou
154 mortos - o segundo maior desastre aéreo ocorrido
no Brasil. As famílias cobram acesso às
informações relativas ao caso de forma
mais rápida.