O Estado de São Paulo
17/12/2007
Fundação Ruben Berta
se prepara para voltar
Mariana Barbosa
Afastada do controle do Grupo Varig desde dezembro de
2005, a Fundação Ruben Berta (FRB) reassume
o seu papel com o fim da recuperação judicial
das empresas remanescentes - ou o que restou da velha
Varig - no dia 18 de julho.
Para impedir que a fundação faça
com a Flex o que fez com a Varig, a Justiça e os
gestores judiciais tentam limitar seus poderes. Enfrentam,
porém, a omissão dos credores, que, com
a demora e a complexidade do processo judicial, têm
se afastado das discussões.
Uma das formas de impedir que a FRB assuma a gestão
dos ativos remanescentes, prevista no plano, é
fazer com que os credores assumam a maioria em quatro
conselhos de administração - da Flex e de
outras duas empresas remanescentes e da Sociedade de Propósito
Específico (SPE) criada exclusivamente para gerir
os ativos e pagar credores.
A eleição desses conselhos está
na pauta da assembléia de credores marcada para
quarta-feira. Mas é possível que a votação
seja adiada. Pelo plano, os credores podem, a qualquer
momento, eleger esses conselhos.
A inclusão do tema na pauta é uma tentativa
de atrair os credores para a discussão. “Ainda
não conseguimos uma articulação entre
credores, mas, se ninguém se interessar, corremos
o risco de ver a FRB assumindo o poder”, afirma
a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella
Baggio. “Os credores receberão os créditos
a partir do êxito da Flex. Não podemos cair
no erro passado de botar gente não qualificada
nesses conselhos.”
Os gestores judiciais também tentam limitar a
influência da FRB sobre a Flex “blindando”
a empresa. Na pauta da assembléia de quarta-feira
está uma proposta de colocar a Flex sob a gestão
direta da SPE, dado que se trata de um ativo.
O Estado de São Paulo
17/12/2007
Ex-funcionários conseguem
recolocação no mercado
De 4.750 comissários
e pilotos do Grupo Varig, 3.950 estão na ativa
e 800 deixaram a aviação
Alberto Komatsu, RIO
Com o aquecimento do setor aéreo, a grande maioria
dos pilotos e comissários da velha Varig conseguiu
se recolocar no mercado. Dos 9.800 funcionários
do quadro da Varig quando ela foi a leilão, em
julho do ano passado, 4.750 eram aeronautas (1.250 pilotos
e 3.500 comissários).
A VRG, que hoje conta com 3.400 funcionários,
absorveu 1.800 aeronautas. Outros 600 estão em
companhias aéreas no exterior. Pouco menos de 1.000
foram absorvidos pela TAM, Gol, OceanAir e outras.
Mudaram de profissão ou aguardam oportunidade
na área cerca de 800 aeronautas, dos quais 100
pilotos. “No ano que vem, com a previsão
de crescimento da VRG, acredito que os que ainda aguardam
oportunidade na aviação serão absorvidos”,
diz a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas,
Graziella Baggio.
ATRÁS DO UNIFORME
Dois meses após o leilão em que a Varig
foi arrematada, por US$ 24 milhões, pela ex-subsidiária
de logística e cargas, a VarigLog, três comissárias
demitidas na época posaram para a revista Playboy.
Sabrina Knopp, Patrícia Kreusberg e Juliana Neves
foram capa da publicação em setembro do
ano passado. Elas não voltaram para a empresa nem
permaneceram no setor aéreo.
“O mercado de trabalho está difícil.
Até voltaria para a Varig, mas se pudesse conciliar
com os meus projetos”, conta Patrícia, de
31 anos, dez dos quais como comissária em vôos
para a América do Sul.
Formada em turismo, ela faz reportagens para a revista
VIP. Patrícia também está criando
um site com dicas de turismo. Sabrina atualmente é
modelo e pretende se tornar atriz. Juliana chegou a atender
a um telefonema e disse rapidamente que não estava
fazendo “nada”. Não recebeu outras
ligações.
Cida Moraes, outra ex-comissária da Varig que
ganhou notoriedade pública, também toca
projetos pessoais atualmente. Ela participou de uma das
primeiras edições do programa Big Brother
Brasil (BBB). Ela produz e estréia a peça
de teatro QI - Quem Indica, que entrou em cartaz no dia
5 de dezembro, no Teatro Princesa Isabel, no Rio.
O Estado de São Paulo
17/12/2007
Anac restringe as operações
de táxi-aéreo em Congonhas
Proibição de slots
(vagas para vôos) de oportunidade deve diminuir
viagens e afetar negócios em São Paulo
Valéria França
A partir de hoje, as operações das empresas
de táxi-aéreo ficam comprometidas no Aeroporto
de Congonhas, em São Paulo. Uma restrição
da Agência Nacional de Aviação (Anac)
proíbe os slots de oportunidades. Os slots são
horários previamente aprovados para uma aeronave.
Se uma companhia aérea cancela uma viagem, por
exemplo, cria um slot de oportunidade, ou seja, um horário
aprovado e não usado. As empresas de táxi-aéreo
aproveitam essas brechas para levar os clientes a seus
destinos.
“Sem os slots de oportunidade, a aviação
geral (civil, não comercial) fica inviável
em Congonhas”, diz o presidente da Associação
Brasileira de Aviação Geral (Abag), Adalberto
Febeliano da Costa. No Aeroporto de Congonhas, a aviação
geral tem uma cota de quatro slots por hora que, apesar
de serem insuficientes para o movimento do aeroporto,
eram até agora compensadas com slots de oportunidade.
“Com essa nova restrição, seria necessário
ter uma cota de dez slots”, diz Costa.
O cancelamento também afeta os negócios
das empresas de hangares, instaladas no Aeroporto de Congonhas.
Há pelo menos 14 galpões ali. Em 1985, quando
foi inaugurado o Aeroporto de Guarulhos, Congonhas ficou
sem movimento. Chamar essas empresas foi a forma encontrada
para aumentar o fluxo e o caixa do aeroporto.
EMPREGOS
Hoje, elas são responsáveis por 1.709 empregos
diretos. Os hangares oferecem, entre outros serviços
, uma equipe que cuida de manutenção, limpeza
e reabastecimento das aeronaves. Também viabilizam
a infra-estrutura para a tripulação realizar
tarefas básicas, como planejamento de vôo.
Em Congonhas, os hangares atuais abrigam 148 aeronaves
e prestam atendimento aos aviões que chegam de
outras partes do País - que não são
poucos. Estima-se que representem aproximadamente 30%
do movimento da pista paulistana.
Uma saída para os táxi-aéreos seria
migrar para o Aeroporto de Guarulhos. “Mas em Cumbica
só é permitido ficar no máximo duas
horas no solo. Imagine um executivo de outra cidade que
voa para uma reunião em São Paulo. Ele aterrissa
em Cumbica e o avião tem de procurar outro aeroporto
para estacionar. No fim do dia, a aeronave volta para
buscá-lo”, explica Costa. “Isso aumento
o custo de combustível e o trânsito aéreo,
que já é muito intenso.”
Jornal do Brasil
17/12/2007
Avião explode em Juiz de
ForaInstrutor e aluno africano morrem na hora com o incêndio
da aeronave
O pequeno avião, modelo AB-115, de matrícula
PP-GPC, explodiu após bater em um fio de alta tensão
na Zona Norte do município de Juiz de Fora por
volta das 19h de sábado. O avião caiu em
um pasto no bairro Novo Triunfo, às margens da
Represa João Penido. Os bombeiros tiveram dificuldade
para fazer o salvamento porque o terreno íngreme
impediu a passagem do caminhão tanque.
Os dois ocupantes da aeronave, o instrutor Ricardo Rissardi,
de São Paulo, e o aluno africano Gildânio
Rocha, morreram carbonizados. Segundo um aluno do Aeroclube
de Juiz de Fora, Gildânio, de Cabo Verde, estava
na cidade para tirar o brevê de piloto. Ele morava
no alojamento do Aeroclube. No mesmo dia, um outro aluno
fotografou o professor na cabine.
O Aeroclube de Juiz de Fora foi construído em
1938 e é um dos mais antigos do Brasil. Sua primeira
aeronave foi um Porterfield norte-americano cedido pela
Aeronáutica Civil. Atualmente o Aeroclube possui
duas aeronaves próprias (Cessna 172), além
de outras (dois Paulistinha P-56, cinco Aero Boero AB-115
e um AB-180, dois Ximango AMT-200 e um Corisco EMB-711ST).
São oferecidos vários cursos para pilotos.
Representantes da Aeronáutica foram enviados do
Rio para fazer a perícia e encaminhar a investigação.
Como Gildânio era estrangeiro, a Polícia
Federal vai acionar a embaixada do país africano.
Valor Econômico
17/12/2007
Companhias aéreas testam
interesse no uso do celular
Economist
Assim como ocorre em muitos vôos, o uso de telefones
celulares em aviões vem sofrendo atrasos inesperados.
Alguns passageiros, pelo menos, agora já conseguem
enviar mensagens de texto e e-mails. Em breve, uma aeronave
da Air France irá mais além. Quando atingir
altitude de cruzeiro, o sinal "aperte o cinto"
será desligado, assim com o de "proibido telefones".
Os passageiros, então, poderão ligar seus
aparelhos e fazer e receber chamadas.
As empresas aéreas não estão certas
sobre o que os passageiros farão com isso. Pesquisas
mostraram que muitos são veementemente contra a
idéia, embora outros digam que gostariam da oportunidade
de enviar textos, acessar a internet ou fazer ligações.
Portanto, as companhias pretendem testar o mercado antes
de decidir como e quando permitir o uso dos telefones
no ar.
Na semana passada, a JetBlue, empresa de baixo custo
com sede em Nova York, lançou um serviço
de dados Wi-Fi, gratuito, porém limitado, em uma
de suas aeronaves Airbus A320, em sociedade com o Yahoo
e Research in Motion, fabricante do BlackBerry. Os passageiros
com computadores portáteis compatíveis com
a tecnologia de redes sem fio Wi-Fi poderão usar
seu e-mail Yahoo e serviços de mensagens instantâneas;
os que tiverem telefones inteligentes BlackBerry compatíveis
com Wi-Fi poderão receber seus e-mails. O sistema
usa uma rede nacional de estações em terra
para possibilitar as conexões. Não há
possibilidade de serviços de voz, depois de a Comissão
Federal de Comunicações (FCC), dos Estados
Unidos, ter decido em março não permitir
o uso de telefones celulares a bordo.
Em outras partes do mundo, contudo, as ligações
serão permitidas. O teste da Air France começará
em um Airbus A318, nas próximas semanas. Não
dependerá do sistema Wi-Fi, mas de uma estação
instalada no próprio avião. De início,
permitirá apenas o acesso a dados por telefones
celulares e mensagens de texto, mas depois de três
meses, o serviço de voz também será
acionado. "Daremos um questionário a cada
passageiro para ver o que acham, antes de tomar a decisão
de equipar mais aeronaves", diz Marina Tymen, da
Air France. "Se as pessoas disserem que querem dados,
sem ligações, não haverá problema."
A troca de dados pode encontrar mais popularidade, já
que não é tão invasiva quanto uma
ligação. A Qantas, empresa aérea
nacional da Austrália, vem discretamente testando
o serviço de dados em um de seus modelos Boeing
767. Desde a instalação, em abril, cerca
de 19 mil passageiros usaram os celulares para enviar
textos e e-mails, segundo a AeroMobile, companhia britânica
que forneceu o sistema.
Mais empresas aéreas seguirão o caminho
em 2008. Os aviões da Ryanair estão sendo
equipados pela OnAir, uma fornecedora rival de tecnologia,
que preparou o sistema da Air France e é respaldada
pela Airbus. A Ryanair, empresa área européia
de estratégias mais controladoras, avalia que os
passageiros de vôos lotados de curta distância
não se importarão em enviar textos e fazer
ligações, porque o dinheiro que levantar
ajudará a manter as tarifas baixas (as ligações
serão cobradas, de quem ligar, pelas taxas de trânsito
internacionais e as empresas aéreas ficarão
com uma parcela). A empresa pretende equipar todas suas
150 aeronaves.
Os passageiros ainda terão de manter seus telefones
desligados durante pousos e decolagens. Isso reduzirá
o risco de interferência nos instrumentos das aeronaves,
embora a principal razão para o veto ao uso de
telefones celulares até agora, na verdade, tenha
sido evitar a interrupção das redes em terra,
quando os telefones passam a altas velocidades, nas alturas.
Os novos sistemas contornam esse problema bloqueando dentro
da aeronave os sinais vindos do solo, de forma que os
aparelhos se conectem apenas às estações
específicas a bordo. Esta, então, conecta-se
via satélite com as redes em terra.
As conexões de satélite têm a vantagem
de funcionar até sobre oceanos. O equipamento também
é muito mais leve e barato do que a geração
anterior. Agora, que a tecnologia funciona, cabe a passageiros
e empresas aéreas decidirem as regras que guiarão
seu uso. Será que o serviço de dados terá
mais popularidade, com o acesso de voz sendo limitado
a vôos de curta distância e a breves períodos
no início e fim dos vôos de longa distância?
A decisão é sua.
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Assembléia
de Credores reconvocada
para dia 19, no hangar do SDU
Lembramos a todos os variguianos que a Assembléia
Especial de Credores, inicialmente convocação
para 12/11, foi reconvocada para a próxima quarta-feira,
19/12, às 9h (primeira convocação)
e às 11h (em segunda). A assembléia será
realizada no hangar da VRG Linhas Aéreas S/A, no
Aeroporto Santos Dumont (SDU).
Tendo em vista a nova data, a Comissão Especial
do SNA, eleita pelos aeronautas e instalada em outubro
de 2005, convoca o grupo para sua Reunião de Assembléia
Permanente, dia 18/12, às 15h (primeira convocação),
no plenário do SinMed, no Rio (ver detalhes da
convocação nesta página).
Na ocasião, os variguianos (Varig, Rio Sul e Nordeste)
deverão deliberar sobre os itens da convocação
da Assembléia dos Credores.
Contamos com a presença do grupo.