::::: RIO DE JANEIRO - 17 DE DEZEMBRO DE 2007 :::::

 

O Estado de São Paulo
17/12/2007
Antiga Varig vira empresa de vôos fretados
Companhia volta a voar em fevereiro, dando lucro ou prejuízo, para cumprir ordem da Justiça e evitar falência
Mariana Barbosa

Depois de adiar seu lançamento por duas ou três vezes, a Flex se prepara para iniciar as operações em fevereiro como uma empresa de fretamento. Velha Varig rebatizada, a Flex vai estrear com um Boeing 737. A intenção é encerrar o ano com seis aeronaves.

O plano de recuperação judicial determina que a “velha Varig” volte a voar. Não importa se a operação será rentável ou não, a empresa terá de voltar a voar para cumprir o plano e evitar a falência. Caso contrário, toda a operação montada para salvar a Varig entra em colapso. No caso de falência, credores baterão na porta da Gol, que comprou a unidade produtiva isolada da Varig, hoje VRG. E o principal ativo da empresa, a ação judicial contra a União por conta de perdas provocadas por planos econômicos passados, no valor de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões, não irá para o trabalhador ou para o fundo de pensão. Com a falência, a prioridade no recebimento dos créditos vai para a Receita Federal.

Segundo o gestor judicial Miguel Dau, responsável pelo plano operacional da Flex, a idéia de iniciar com fretamento é uma forma de diminuir os riscos da operação. “Só vamos iniciar as operações regulares quando conseguirmos reaver os R$ 108 milhões devidos pela VarigLog e pela VRG”, afirma Miguel Dau, que acredita estar diante de uma escolha de Sofia. “O que fazer, iniciar uma operação com chances de dar prejuízo ou não iniciar a operação e ver a falência da empresa decretada?”

Dau conta com a liberação desses recursos até no máximo no mês de outubro, que é quando acaba o caixa da empresa remanescente, de aproximadamente R$ 20 milhões.

“O dinheiro a receber é suficiente para alavancar a Flex.” No entanto, diante das dificuldades da VarigLog, que em meio a uma briga entre os sócios está atrasando salários e fornecedores, dificilmente a empresa conseguirá recuperar todo esse dinheiro. “A negociação com a VarigLog está confusa, mas com a VRG está indo bem.”

Dau assumiu a gestão da empresa com R$ 1 milhão em caixa em agosto de 2006. Hoje ela gera uma receita mensal de R$ 2 milhões, mas tem um gasto mensal de R$ 4 milhões. “Só de Refis eu gasto R$ 760 mil ao mês”, diz Dau. Soma-se a isso o custo da recuperação judicial - advogados e administradores judiciais - e os investimentos para a montagem da operação da Flex.

DEBÊNTURES

Nesta quarta-feira, os credores deverão votar a proposta da Gol/VRG de antecipar o pagamento de duas debêntures no valor, previsto originalmente para 2017. A expectativa é de que os credores aprovem a proposta. Com isso, cerca de R$ 55 milhões vão para a conta de trabalhadores, que têm a receber R$ 500 milhões.

Outros R$ 35 milhões vão para caixa do fundo de pensão Aerus, garantindo a continuidade do pagamento de pensões, ainda que não no valor integral, durante oito meses. O restante servirá para pagar outros credores com garantias.

 

 

O Estado de São Paulo
17/12/2007
Fundação Ruben Berta se prepara para voltar
Mariana Barbosa

Afastada do controle do Grupo Varig desde dezembro de 2005, a Fundação Ruben Berta (FRB) reassume o seu papel com o fim da recuperação judicial das empresas remanescentes - ou o que restou da velha Varig - no dia 18 de julho.

Para impedir que a fundação faça com a Flex o que fez com a Varig, a Justiça e os gestores judiciais tentam limitar seus poderes. Enfrentam, porém, a omissão dos credores, que, com a demora e a complexidade do processo judicial, têm se afastado das discussões.

Uma das formas de impedir que a FRB assuma a gestão dos ativos remanescentes, prevista no plano, é fazer com que os credores assumam a maioria em quatro conselhos de administração - da Flex e de outras duas empresas remanescentes e da Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada exclusivamente para gerir os ativos e pagar credores.

A eleição desses conselhos está na pauta da assembléia de credores marcada para quarta-feira. Mas é possível que a votação seja adiada. Pelo plano, os credores podem, a qualquer momento, eleger esses conselhos.

A inclusão do tema na pauta é uma tentativa de atrair os credores para a discussão. “Ainda não conseguimos uma articulação entre credores, mas, se ninguém se interessar, corremos o risco de ver a FRB assumindo o poder”, afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio. “Os credores receberão os créditos a partir do êxito da Flex. Não podemos cair no erro passado de botar gente não qualificada nesses conselhos.”

Os gestores judiciais também tentam limitar a influência da FRB sobre a Flex “blindando” a empresa. Na pauta da assembléia de quarta-feira está uma proposta de colocar a Flex sob a gestão direta da SPE, dado que se trata de um ativo.

 

 

O Estado de São Paulo
17/12/2007
Ex-funcionários conseguem recolocação no mercado
De 4.750 comissários e pilotos do Grupo Varig, 3.950 estão na ativa e 800 deixaram a aviação
Alberto Komatsu, RIO

Com o aquecimento do setor aéreo, a grande maioria dos pilotos e comissários da velha Varig conseguiu se recolocar no mercado. Dos 9.800 funcionários do quadro da Varig quando ela foi a leilão, em julho do ano passado, 4.750 eram aeronautas (1.250 pilotos e 3.500 comissários).

A VRG, que hoje conta com 3.400 funcionários, absorveu 1.800 aeronautas. Outros 600 estão em companhias aéreas no exterior. Pouco menos de 1.000 foram absorvidos pela TAM, Gol, OceanAir e outras.

Mudaram de profissão ou aguardam oportunidade na área cerca de 800 aeronautas, dos quais 100 pilotos. “No ano que vem, com a previsão de crescimento da VRG, acredito que os que ainda aguardam oportunidade na aviação serão absorvidos”, diz a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio.

ATRÁS DO UNIFORME

Dois meses após o leilão em que a Varig foi arrematada, por US$ 24 milhões, pela ex-subsidiária de logística e cargas, a VarigLog, três comissárias demitidas na época posaram para a revista Playboy. Sabrina Knopp, Patrícia Kreusberg e Juliana Neves foram capa da publicação em setembro do ano passado. Elas não voltaram para a empresa nem permaneceram no setor aéreo.

“O mercado de trabalho está difícil. Até voltaria para a Varig, mas se pudesse conciliar com os meus projetos”, conta Patrícia, de 31 anos, dez dos quais como comissária em vôos para a América do Sul.

Formada em turismo, ela faz reportagens para a revista VIP. Patrícia também está criando um site com dicas de turismo. Sabrina atualmente é modelo e pretende se tornar atriz. Juliana chegou a atender a um telefonema e disse rapidamente que não estava fazendo “nada”. Não recebeu outras ligações.

Cida Moraes, outra ex-comissária da Varig que ganhou notoriedade pública, também toca projetos pessoais atualmente. Ela participou de uma das primeiras edições do programa Big Brother Brasil (BBB). Ela produz e estréia a peça de teatro QI - Quem Indica, que entrou em cartaz no dia 5 de dezembro, no Teatro Princesa Isabel, no Rio.

 

 

O Estado de São Paulo
17/12/2007

Anac restringe as operações de táxi-aéreo em Congonhas
Proibição de slots (vagas para vôos) de oportunidade deve diminuir viagens e afetar negócios em São Paulo
Valéria França

A partir de hoje, as operações das empresas de táxi-aéreo ficam comprometidas no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Uma restrição da Agência Nacional de Aviação (Anac) proíbe os slots de oportunidades. Os slots são horários previamente aprovados para uma aeronave. Se uma companhia aérea cancela uma viagem, por exemplo, cria um slot de oportunidade, ou seja, um horário aprovado e não usado. As empresas de táxi-aéreo aproveitam essas brechas para levar os clientes a seus destinos.

“Sem os slots de oportunidade, a aviação geral (civil, não comercial) fica inviável em Congonhas”, diz o presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Adalberto Febeliano da Costa. No Aeroporto de Congonhas, a aviação geral tem uma cota de quatro slots por hora que, apesar de serem insuficientes para o movimento do aeroporto, eram até agora compensadas com slots de oportunidade. “Com essa nova restrição, seria necessário ter uma cota de dez slots”, diz Costa.

O cancelamento também afeta os negócios das empresas de hangares, instaladas no Aeroporto de Congonhas. Há pelo menos 14 galpões ali. Em 1985, quando foi inaugurado o Aeroporto de Guarulhos, Congonhas ficou sem movimento. Chamar essas empresas foi a forma encontrada para aumentar o fluxo e o caixa do aeroporto.

EMPREGOS

Hoje, elas são responsáveis por 1.709 empregos diretos. Os hangares oferecem, entre outros serviços , uma equipe que cuida de manutenção, limpeza e reabastecimento das aeronaves. Também viabilizam a infra-estrutura para a tripulação realizar tarefas básicas, como planejamento de vôo.

Em Congonhas, os hangares atuais abrigam 148 aeronaves e prestam atendimento aos aviões que chegam de outras partes do País - que não são poucos. Estima-se que representem aproximadamente 30% do movimento da pista paulistana.

Uma saída para os táxi-aéreos seria migrar para o Aeroporto de Guarulhos. “Mas em Cumbica só é permitido ficar no máximo duas horas no solo. Imagine um executivo de outra cidade que voa para uma reunião em São Paulo. Ele aterrissa em Cumbica e o avião tem de procurar outro aeroporto para estacionar. No fim do dia, a aeronave volta para buscá-lo”, explica Costa. “Isso aumento o custo de combustível e o trânsito aéreo, que já é muito intenso.”

 

 

Jornal do Brasil
17/12/2007
Avião explode em Juiz de ForaInstrutor e aluno africano morrem na hora com o incêndio da aeronave

O pequeno avião, modelo AB-115, de matrícula PP-GPC, explodiu após bater em um fio de alta tensão na Zona Norte do município de Juiz de Fora por volta das 19h de sábado. O avião caiu em um pasto no bairro Novo Triunfo, às margens da Represa João Penido. Os bombeiros tiveram dificuldade para fazer o salvamento porque o terreno íngreme impediu a passagem do caminhão tanque.

Os dois ocupantes da aeronave, o instrutor Ricardo Rissardi, de São Paulo, e o aluno africano Gildânio Rocha, morreram carbonizados. Segundo um aluno do Aeroclube de Juiz de Fora, Gildânio, de Cabo Verde, estava na cidade para tirar o brevê de piloto. Ele morava no alojamento do Aeroclube. No mesmo dia, um outro aluno fotografou o professor na cabine.

O Aeroclube de Juiz de Fora foi construído em 1938 e é um dos mais antigos do Brasil. Sua primeira aeronave foi um Porterfield norte-americano cedido pela Aeronáutica Civil. Atualmente o Aeroclube possui duas aeronaves próprias (Cessna 172), além de outras (dois Paulistinha P-56, cinco Aero Boero AB-115 e um AB-180, dois Ximango AMT-200 e um Corisco EMB-711ST). São oferecidos vários cursos para pilotos.

Representantes da Aeronáutica foram enviados do Rio para fazer a perícia e encaminhar a investigação. Como Gildânio era estrangeiro, a Polícia Federal vai acionar a embaixada do país africano.

 

 

Valor Econômico
17/12/2007
Companhias aéreas testam interesse no uso do celular
Economist

Assim como ocorre em muitos vôos, o uso de telefones celulares em aviões vem sofrendo atrasos inesperados. Alguns passageiros, pelo menos, agora já conseguem enviar mensagens de texto e e-mails. Em breve, uma aeronave da Air France irá mais além. Quando atingir altitude de cruzeiro, o sinal "aperte o cinto" será desligado, assim com o de "proibido telefones". Os passageiros, então, poderão ligar seus aparelhos e fazer e receber chamadas.

As empresas aéreas não estão certas sobre o que os passageiros farão com isso. Pesquisas mostraram que muitos são veementemente contra a idéia, embora outros digam que gostariam da oportunidade de enviar textos, acessar a internet ou fazer ligações. Portanto, as companhias pretendem testar o mercado antes de decidir como e quando permitir o uso dos telefones no ar.

Na semana passada, a JetBlue, empresa de baixo custo com sede em Nova York, lançou um serviço de dados Wi-Fi, gratuito, porém limitado, em uma de suas aeronaves Airbus A320, em sociedade com o Yahoo e Research in Motion, fabricante do BlackBerry. Os passageiros com computadores portáteis compatíveis com a tecnologia de redes sem fio Wi-Fi poderão usar seu e-mail Yahoo e serviços de mensagens instantâneas; os que tiverem telefones inteligentes BlackBerry compatíveis com Wi-Fi poderão receber seus e-mails. O sistema usa uma rede nacional de estações em terra para possibilitar as conexões. Não há possibilidade de serviços de voz, depois de a Comissão Federal de Comunicações (FCC), dos Estados Unidos, ter decido em março não permitir o uso de telefones celulares a bordo.

Em outras partes do mundo, contudo, as ligações serão permitidas. O teste da Air France começará em um Airbus A318, nas próximas semanas. Não dependerá do sistema Wi-Fi, mas de uma estação instalada no próprio avião. De início, permitirá apenas o acesso a dados por telefones celulares e mensagens de texto, mas depois de três meses, o serviço de voz também será acionado. "Daremos um questionário a cada passageiro para ver o que acham, antes de tomar a decisão de equipar mais aeronaves", diz Marina Tymen, da Air France. "Se as pessoas disserem que querem dados, sem ligações, não haverá problema."

A troca de dados pode encontrar mais popularidade, já que não é tão invasiva quanto uma ligação. A Qantas, empresa aérea nacional da Austrália, vem discretamente testando o serviço de dados em um de seus modelos Boeing 767. Desde a instalação, em abril, cerca de 19 mil passageiros usaram os celulares para enviar textos e e-mails, segundo a AeroMobile, companhia britânica que forneceu o sistema.

Mais empresas aéreas seguirão o caminho em 2008. Os aviões da Ryanair estão sendo equipados pela OnAir, uma fornecedora rival de tecnologia, que preparou o sistema da Air France e é respaldada pela Airbus. A Ryanair, empresa área européia de estratégias mais controladoras, avalia que os passageiros de vôos lotados de curta distância não se importarão em enviar textos e fazer ligações, porque o dinheiro que levantar ajudará a manter as tarifas baixas (as ligações serão cobradas, de quem ligar, pelas taxas de trânsito internacionais e as empresas aéreas ficarão com uma parcela). A empresa pretende equipar todas suas 150 aeronaves.

Os passageiros ainda terão de manter seus telefones desligados durante pousos e decolagens. Isso reduzirá o risco de interferência nos instrumentos das aeronaves, embora a principal razão para o veto ao uso de telefones celulares até agora, na verdade, tenha sido evitar a interrupção das redes em terra, quando os telefones passam a altas velocidades, nas alturas. Os novos sistemas contornam esse problema bloqueando dentro da aeronave os sinais vindos do solo, de forma que os aparelhos se conectem apenas às estações específicas a bordo. Esta, então, conecta-se via satélite com as redes em terra.

As conexões de satélite têm a vantagem de funcionar até sobre oceanos. O equipamento também é muito mais leve e barato do que a geração anterior. Agora, que a tecnologia funciona, cabe a passageiros e empresas aéreas decidirem as regras que guiarão seu uso. Será que o serviço de dados terá mais popularidade, com o acesso de voz sendo limitado a vôos de curta distância e a breves períodos no início e fim dos vôos de longa distância? A decisão é sua.

------------------------------------------------------------------------------

Assembléia de Credores reconvocada
para dia 19, no hangar do SDU

Lembramos a todos os variguianos que a Assembléia Especial de Credores, inicialmente convocação para 12/11, foi reconvocada para a próxima quarta-feira, 19/12, às 9h (primeira convocação) e às 11h (em segunda). A assembléia será realizada no hangar da VRG Linhas Aéreas S/A, no Aeroporto Santos Dumont (SDU).

Tendo em vista a nova data, a Comissão Especial do SNA, eleita pelos aeronautas e instalada em outubro de 2005, convoca o grupo para sua Reunião de Assembléia Permanente, dia 18/12, às 15h (primeira convocação), no plenário do SinMed, no Rio (ver detalhes da convocação nesta página).

Na ocasião, os variguianos (Varig, Rio Sul e Nordeste) deverão deliberar sobre os itens da convocação da Assembléia dos Credores.

Contamos com a presença do grupo.