Jornal
do Brasil
16/02/2008
Justiça decide intervir
na VarigLog
O
juiz José Paulo Camargo Magano, da 17ª Vara
Cível de São Paulo, decidiu intervir,
em medida provisória, na Volo do Brasil S.A,
sócia da VarigLog (Varig Logística S.A.)
por causa da disputa societária existente na
empresa - "pois não há convergência
de interesse entre as partes". Magano antecipou
a tutela da empresa e nomeou para administrá-la
o engenheiro José Carlos Rocha Lima, especialista
em logística que, no setor aéreo, dirigiu
a própria VarigLog. Foi ainda, nos anos 90, presidente
da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
A
atuação de Rocha Lima, durante o período
de crise e negociação da antiga Varig,
foi questionada. Ele foi ouvido na CPMI dos Correios
por suposta colaboração com a Skymaster
- concorrente da VarigLog - em negociação
de contratos com a estatal.
Antes
da decisão do juiz, a Volo do Brasil S.A., dos
empresários Luís Eduardo Gallo, Marcos
Michel Haftel e Marco Antonio Audi, ofereceu US$ 450
milhões pela parte da Volo Logistics, de Delaware
(EUA), subsidiária da Matlin Patterson, representada
na audiência pelo empresário chinês
Lap Chan, radicado nos Estados Unidos - os pais dele
moram no Brasil.
Como os sócios brasileiros não revelaram
a origem do dinheiro para a concretização
da proposta, o advogado de Chan, Nelson Nery Júnior,
negou-se a considerá-la. O advogado Marco Antonio
Lauria, defensor dos brasileiros, usou diferentes argumentos:
o caso era de alçada federal e da atuação
da Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) como fiscalizadora do setor.
O
procurador da Anac, Paulo Roberto Gomes de Araújo,
assistiu à audiência, mas Lauria decidiu
retirar seu nome dos autos em razão de uma observação
contrária feita pelo juiz.
A
Volo Logistics pediu o afastamento dos brasileiros da
administração da empresa.
-
A precariedade econômica da Volo do Brasil e do
seu principal ativo é incontroversa. Há
afirmação de desvio de recursos - disse
o juiz, para quem o objeto do contrato societário
envolve interesse público e coletivo.
A Constituição limita a participação
de empresa do exterior, como ela, a 20% do capital,
invalidando o pedido da subsidiária da Matlin
Patterson. A VarigLog, assim, é formada por 20%
do capital votante e 100% das ações preferenciais
da Volo Logistics. Os sócios brasileiros têm
80% do capital votante, que corresponde a 40% do negócio.
Mesmo minoritários, têm o comando da empresa,
controlando o Conselho de Administração.
A decisão do juiz José Paulo Camargo Magano
é passível de recurso. Os advogados de
Gallo, Haftel e Audi vão ingressar com agravo
de instrumento contra a intervenção. Magano
registrou na decisão que Audi se retirou da sala
de audiência e não retornou a tempo de
ouvir a conclusão.
-
Este processo não comporta chicana - disse o
juiz.
O
magistrado pediu, informalmente, que todos se esforcem
pela manutenção da Volo do Brasil S.A.
-
Mas antecipo: se verificar alguma irregularidade, agirei
com muita firmeza, muita dureza - completou.
José Carlos Rocha Lima, o interventor, chegou
em seguida à sala de audiência - no Fórum
João Mendes Júnior, em São Paulo.
Conversou com o juiz e cumprimentou o presidente executivo
da VarigLog, administrador João Luis Bernes de
Sousa, também oriundo da Varig, com 50 anos de
experiência em aviação de passageiros
e de carga.
A VarigLog, antes da decisão, vinha realizando
negociações para ter criar uma subsidiária,
em parceria com os Correios, fato confirmado pela diretoria
da estatal. João Luís Bernes de Sousa
conversou duas vezes sobre o assunto com o ministro
das Comunicações, Hélio Costa.
A VarigLog, que faturou na faixa de R$ 1 bilhão
em 2006 e R$ 700 milhões no ano passado, tem
1.900 empregados, 2.100 franqueados. Em 2006, chegou
a deter 52% do mercado de transporte e entrega de mercadorias
no país. Tem 300 escritórios com função
regional em todo o país. Segundo as informações,
a companhia, que começou a operar em 2001, transporta
anualmente mercadorias avaliadas entre R$ 40 a R$ 50
bilhões no Brasil e no exterior.
O
Estado de São Paulo
16/02/2008
Justiça afasta gestores
da VarigLog
Alberto Komatsu
Os
três acionistas brasileiros da VarigLog, Marco
Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel foram
afastados ontem da gestão da companhia, conforme
decisão do juiz José Paulo Magano, da
17ª Vara Cível do Tribunal de Justiça
de São Paulo. De acordo com a assessoria do TJ,
foi nomeado um interventor judicial para a VarigLog,
José Carlos Rocha Lima, ex-presidente da VarigLog.
A decisão é de 1ª instância
e cabe recurso. Audi, Gallo e Haftel foram procurados,
mas não se manifestaram.
O
interventor, segundo o TJ, terá cinco dias para
se inteirar da situação da empresa, período
em que exercerá a função de fiscal.
Depois disso, Lima cuidará da administração
da VarigLog. O afastamento dos três acionistas
foi determinado após um pedido de liminar ajuizado
pelo fundo americano de investimentos Matlin Patterson,
que detém 60% do capital total da VarigLog. Os
sócios brasileiros têm os 40% restantes.
O
Estado de São Paulo
16/02/2008
Gol registra seu primeiro prejuízo
trimestral
Empresa fechou 2007 com queda
de 82% no lucro
Mariana Barbosa
A
aquisição da Varig, em abril de 2007,
está custando caro ao grupo Gol. A holding Gol
Linhas Aéreas Inteligentes (Glai), que controla
as duas empresas, registrou no quarto trimestre seu
primeiro prejuízo desde o início das operações,
em 2001: R$ 24,2 milhões, ante lucro líquido
de R$ 92,6 milhões em igual período do
ano anterior, de acordo com as regras contábeis
americanas.
No
acumulado do ano, o resultado foi positivo em R$ 102,5
milhões, mas isso significa uma queda de 82%
ante 2006 (R$ 569,1 milhões). O valor é
bem abaixo da expectativa dos analistas, que estimavam
um lucro superior a R$ 200 milhões. Pela regra
contábil brasileira, o lucro da companhia foi
de R$ 268,5 milhões, queda de 61% ante 2006 (R$
684,5 milhões). As ações da Gol
lideraram as quedas na Bovespa ontem, com perdas de
4%. Nos últimos doze meses, as ações
caíram 50%.
A
Gol investiu R$ 2,2 bilhões em 2007, valor que
inclui a compra da Varig (VRG) e investimentos em frota,
treinamento, manutenção e marketing. A
receita ficou em R$ 4,9 bilhões, ante R$ 3,8
bilhões em 2006.
O
resultado operacional de 2007 também decepcionou:
prejuízo de R$ 23 milhões, ante lucro
de R$ 701,5 milhões em 2006. Para o presidente
da Gol, Constantino de Oliveira Junior, o prejuízo
é fruto da incorporação da VRG
e do aumento de custos com os problemas de infra-estrutura
no setor aéreo.
As
restrições operacionais no aeroporto de
Congonhas - com o fim das conexões e limitações
de peso - atingiram em cheio a VRG, que tem suas operações
concentradas no aeroporto paulistano. “A frota
da VRG era 100% formada por Boeings 737-300, que passaram
a sofrer restrições em Congonhas, e o
fim das conexões também gerou dificuldades”,
disse Constantino Junior. Diante das restrições,
o grupo antecipou a substituição dos jatos
737-300 por 737-700 e 800, que têm mais capacidade
e melhor desempenho. “Vamos renovar a frota em
2008 e a partir de março voltam as conexões”,
disse o executivo, que disse confiar que as medidas
levarão a VRG ao azul no terceiro trimestre.
Os
problemas da VRG foram ainda maiores no mercado internacional,
o que levou o grupo a suspender rotas para Londres,
Frankfurt e Roma. Assim que adquiriu a VRG, o grupo
Gol fez uma verdadeira ginástica operacional
para manter as rotas mesmo sem aviões. O mesmo
equipamento voava uma semana para um destino e na seguinte
para outro. A frota velha e a falta de regularidade
afastaram os passageiros. “Sem dúvida o
mercado internacional é complexo e difícil”,
disse.
Ele
também admitiu que não tem intenção
de retomar os três destinos europeus nos 180 dias
a partir da paralisação, em 1º de
março - período em que a concessão
ficará “congelada”. “Se não
houver nenhuma novidade, não temos intenção
de retomar esses vôos.”
De
acordo com o executivo, a companhia se contentará
com os destinos Madri e Paris na Europa e pretende lançar
um vôo para Nova York até novembro. Na
América Latina, o grupo está reestruturando
as malhas das duas bandeiras, com a VRG absorvendo rotas
que estão sendo abandonadas pela Gol, como Chile
e Peru.
Os
planos de expansão para 2008 são mais
modestos que no ano passado, quando 37 jatos foram incorporados.
A empresa pretende encerrar o ano com 111 jatos, cinco
a mais do que em 2007. Mas muitos jatos serão
substituídos por modelos maiores e mais eficientes.
No mercado doméstico, o crescimento conjunto
da oferta da Gol e da VRG deve ser de 18% - o da VRG
será um pouco superior. Somando os mercados doméstico
e internacional, o crescimento da Gol será de
9% e o da VRG, de 74%.
O
Estado de São Paulo
16/02/2008
Aeroporto de Natal vai para mãos
privadas
Depois da crise aérea, o governo abriu caminho
ontem para um novo modelo de gestão dos aeroportos,
com participação privada. Decreto assinado
pelo presidente Lula autoriza a concessão do
Aeroporto de São Gonçalo do Amarante,
que está em construção, na região
metropolitana de Natal. O decreto foi publicado menos
de um mês depois de o ministro da Defesa, Nelson
Jobim, ter negado ao governador do Rio, Sérgio
Cabral Filho, o pedido para privatizar o Aeroporto do
Galeão. Jobim disse que não haveria soluções
isoladas para os aeroportos e a privatização
não seria caminho para melhorá-los.
Folha
de São Paulo
16/02/2008
Fundo de pensão da Varig
receberá R$ 30 milhões
DA SUCURSAL DO RIO
A
Justiça do Rio anunciou ontem a liberação
de R$ 30 milhões para o pagamento dos aposentados
e pensionistas do Aerus (fundo de pensão dos
funcionários da Varig). O fundo teve intervenção
e liquidação decretadas como efeito da
crise da Varig. Desde então, os beneficiários
estão recebendo apenas uma fração
do pagamento.
O valor liberado se refere ao resgate antecipado de
debêntures (títulos de dívida) feitos
pela Gol, que adquiriu a marca e as operações
da Varig.
Em balanço sobre a recuperação
da empresa, a "velha Varig" anunciou o início
das operações da Flex, o novo nome da
companhia. A empresa adiou o vôo inaugural para
o dia 8 de março em razão de dificuldades
no registro da companhia. (JANAINA LAGE)
Folha
de São Paulo
16/02/2008
Sistema falha, e piloto faz manobra
brusca
DA FOLHA ONLINE
O
piloto do vôo JJ 3453 da TAM que ia de Belo Horizonte
a Campinas teve de realizar ontem uma manobra brusca
depois de o sistema de navegação da aeronave
(um Airbus-A320) indicar que a ela iria colidir com
outro avião.
"Houve uma indicação de tráfego
aéreo no percurso, e o comandante realizou manobra
de acordo com as orientações fornecidas
por instrumentos da aeronave. O procedimento foi feito
dentro dos padrões de segurança",
disse a TAM em nota.
A FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou
que o trajeto da aeronave foi revisto pelo controle
do tráfego, mas que nada anormal foi detectado.
Folha
de São Paulo
16/02/2008
Gol tem queda acima de 60% no
lucro do ano e do 4º tri
TATIANA RESENDE DA REDAÇÃO
A
crise no setor aéreo, agravada com o acidente
da TAM, que resultou nas restrições no
aeroporto de Congonhas (SP), e a incorporação
da Varig impactaram negativamente o resultado da Gol
no ano passado. O lucro líquido da companhia
teve queda de 60,8% no comparativo com 2006, totalizando
R$ 268,5 milhões. No quarto trimestre, a redução
foi de 60,2%.
O resultado levou a um recuo de 4,97% no valor das ações
da empresa ontem, a maior queda registrada no Ibovespa.
O resultado considera o padrão contábil
brasileiro, que aponta aumento de 30,6% na receita e
crescimento bem acima disso (57,4%) nas despesas no
ano.
Quando o padrão contábil analisado é
o norte-americano, houve queda de 82% no lucro líquido
no ano (R$ 102,5 milhões) e prejuízo de
R$ 24,2 milhões no último trimestre.
O "yield" (média que um passageiro
paga por quilômetro voado) caiu 16,6% em 2007.
Para Alexandre Oliveira, diretor do Nectar (Núcleo
de Estudos em Competição e Regulação
do Transporte Aéreo), a redução
poderia ser ainda maior por causa do caos aéreo
e da concorrência acirrada. "Quando a tendência
é ter aeronaves mais vazias, as companhias aéreas
diminuem o preço", afirma.
As mudanças na malha aérea para desafogar
o aeroporto de Congonhas, com transferência de
vôos para Cumbica, em Guarulhos (SP), no segundo
semestre, levou a menores taxas de ocupação
nos aviões -queda de 73,1% para 66% no ano- e
aumento do tempo de solo.
A companhia terminou 2007 com 39,56% de participação
em vôos domésticos, contra 34,05% no ano
anterior, segundo a Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil). A TAM segue na liderança,
com 48,86%.
Folha
de São Paulo
16/02/2008
Governo inicia privatização
de aeroportos
Processo deve começar
com unidade de São Gonçalo do Amarante,
no Rio Grande do Norte, que seria usada como "laboratório"
Construção conduzida pelo Batalhão
de Engenharia do Exército deve custar R$ 85 milhões;
término da obra está previsto para 2010
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O
governo federal deu ontem o pontapé para a privatização
de aeroportos no país com a inclusão da
unidade de São Gonçalo do Amarante, em
Natal (RN), no Programa Nacional de Desestatização.
Se levada a cabo, será a primeira privatização
federal desse tipo na história do país.
De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e publicado ontem no "Diário
Oficial" da União, a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) será
responsável plena pela "execução
e pelo acompanhamento do processo de desestatização
da infra-estrutura".
Também segundo o decreto, caberá ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) "contratar e coordenar os estudos técnicos",
depois de ouvir a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária), responsável pela administração
dos 68 aeroportos federais do país.
O BNDES deverá, ainda, "prover o apoio técnico
necessário à execução e
ao acompanhamento do processo de desestatização
da infra-estrutura" do aeroporto.
Ontem, o governo federal ainda não tinha detalhes
sobre a privatização do aeroporto de São
Gonçalo do Amarante, a cerca de 20 km de Natal
(RN).
O aeroporto ainda não está concluído,
e as obras são conduzidas pelo Batalhão
de Engenharia do Exército. A obra foi repassada
aos militares após suspeitas de irregularidades.
O custo das obras está estimado em R$ 85 milhões.
Devem ser concluídas no início de 2010,
segundo informou a Infraero ontem.
Procurado pela Folha, o Ministério da Defesa
indicou a Infraero como porta-voz sobre o assunto, que
informou que o ministério é que seria
responsável pelas decisões políticas.
O governo não informou, por exemplo, o que exatamente
será licitado, se a iniciativa privada cuidará
de toda a operação do terminal ou se haverá
uma PPP (Parceria Público-Privada). Há
forte pressão política e de empresas pela
privatização.
Grupos europeus têm grande interesse em investir
na região, que recebe milhares de turistas do
continente ao longo do ano e se tornou a "porta
de entrada" para europeus no país, com os
vôos mais curtos ligando o Nordeste a Portugal.
Segundo a legislação, toda a área
dos aeroportos, incluindo pistas de pouso, hangares
e terminais de passageiros e de cargas, é de
propriedade da União, mas administrada pela Infraero.
A empresa foi constituída com esse fim e possui
receita própria, obtida com as taxas cobradas
de passageiros e de companhias aéreas.
Segundo a Folha apurou, o governo decidiu privatizar
o aeroporto de São Gonçalo do Amarante
como "laboratório". Somente depois
dos resultados e percalços do processo de privatização
é que serão decididas novas privatizações.
Anteontem, os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Dilma
Rousseff (Casa Civil) tiveram um encontro para discutir,
também, a abertura de capital da Infraero. O
lançamento de ações da empresa
na Bolsa de Valores não deve superar 25% de seu
capital, na avaliação deles. Na área
estadual já houve privatização
de aeroportos.
O
Globo
16/02/2008
O
Globo
16/02/2008
Revista
Consultor Jurídico
15 de fevereiro de 2008
Má gestão
Juiz afasta administradores da
VarigLog e nomeia outro
Os três administradores da VarigLog — Marco
Antônio Audi, Marcos Michel Haftel e Luiz Eduardo
Gallo — foram afastados. A determinação
partiu do juiz da 17ª Vara Cível de São
Paulo, José Paulo Magano, nesta sexta-feira (15/2).
O juiz nomeou como administrador judicial o engenheiro
José Carlos Rocha Lima.
Marco
Antônio Audi não esperou nem ouvir a sentença
do seu afastamento. Ele se retirou da sala de audiência
e não voltou mais. O juiz fez constar o incidente
no termo de audiência.
O
pedido de afastamento foi feito pela Volo Logistics
LLC, empresa controlada pelo Fundo Matlin Patterson,
sócio da VarigLog no Brasil, que pediu o afastamento
dos sócios brasileiros por má gestão
e desvio de recursos.
Nos
últimos meses, a VarigLog teve sua situação
agravada com o arresto de diversas aeronaves por falta
de pagamento, além da suspensão dos serviços
de manutenção, pelo mesmo motivo. Além
disso, funcionários e fornecedores reclamam que
não estão recebendo o que a empresa lhes
deve. Os administradores da VarigLog também são
acusados pelo Fundo Matlin Patterson de não pagar
a parte que cabia ao fundo na venda da Varig para a
Gol.
“O
fato é que existe uma situação
financeira calamitosa”, considerou o juiz. Para
ele, “a precariedade econômica da Volo do
Brasil S.A. e seu principal ativo (a VarigLog) é
incontroversa”. O juiz mostrou preocupação
com a situação dos empregados e fornecedores
da companhia. “Os interesses da sociedade não
se limitam aos dos contratantes, englobando outros que
derivam do ambiente empresarial, contribuindo para sua
efetivação, seja incorporado por empregados,
fornecedores ou credores.”
Para
o juiz, “não existe mais a convergência
de interesses entre as partes. Não há
qualquer possibilidade de manutenção dessa
convergência”.
Estadão
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008, 16:49h
Justiça libera R$ 30 mi
para fundo de pensão Aerus
ALBERTO KOMATSU - Agencia Estado
RIO
- O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial
do Tribunal de Justiça do Rio, informou nesta
tarde que liberou R$ 30 milhões para o fundo
de pensão Aerus, que vem pagando parcialmente
os benefícios aos seus cerca de 8 mil beneficiários
por falta de liquidez no caixa. Os recursos vieram de
um resgate antecipado de papéis de dívida
(debêntures) feito pela nova Varig, como parte
do plano de recuperação judicial da Varig
antiga, que permanece em recuperação judicial
com a marca Flex.
No
total, o resgate antecipado das debêntures que
vai beneficiar o Aerus foi de R$ 44 milhões.
Os R$ 14 milhões que restarão da amortização
da dívida total do Aerus, de R$ 3,5 bilhões,
serão usados para pagar outros credores com garantias
reais (classe 2), como o Banco do Brasil. Há
um ano, os 4 mil aposentados do Aerus pertencentes ao
plano 1 (benefício definido) vêm recebendo
20% de seu benefício. Segundo a presidente do
Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio,
caso os R$ 30 milhões da Varig não tivessem
sido liberados, havia risco de os aposentados do plano
1 não receberam mais nada a partir do mês
que vem. Já os 4 mil aposentados do plano 2 (contribuição
definida) têm recebido 50% do benefício
e estão numa situação "um
pouco melhor", diz Graziella.
Outro
resgate de debêntures de mesmo valor foi feito
para os credores trabalhistas (classe 1). O juiz Ayoub
informou que o dinheiro será utilizado para pagar
20% do créditos de 1,3 mil trabalhadores que
se habilitaram no plano de recuperação
judicial.
No
total, estima o gestor judicial da Flex, Miguel Dau,
são 14 mil credores trabalhistas. Os que não
se habilitaram receberão uma porcentagem menor
de seus créditos. Uma parte dos R$ 44 milhões
será usada como reserva para poder pagar credores
que contestarem o valor que têm direito e, eventualmente,
terão direito a receber mais do que está
descrito na relação geral de credores.
Mercado
e Eventos
15/02/2008 - 13:14h
Varig anuncia parceria com Flex
para vôos charteres
Luiz Marcos Fernandes
Nilson Guillem, e Miguel Dau(Flex), Sílvio
Capanema, Luiz Roberto Ayoub e Murilo Barbosa (Varig)
O
diretor comercial da Varig, Murilo Barbosa, confirmou
hoje (15/02) que dentro dos planos de expansão
da companhia estão as negociações
para a realização de vôos charteres
com a Flex que devem ser iniciados ainda este ano .
Segundo ele, a parceria com a Flex faz parte da estratégia
de crescimento da Varig, que deverá receber até
o final deste ano 25 novas aeronaves, totalizando 43
Boeing.
"Estamos
negociando uma parceria com a Flex, que poderá
incluir vôos charteres. Em relação
aos planos de expansão da Varig, estaremos operando
até o final deste ano para Montevidéu
e Nova York", disse Barbosa.
A
Varig atualmente conta com 3.500 funcionários
e deverá fechar o ano com um total de 4.100.
A empresa ao longo dos últimos 12 meses registrou
um volume de US$80 milhões na venda de bilhetes
internacionais e efetuou R$993 milhões de pagamentos
a fornecedores.
Murilo
Barbosa participou hoje de uma reunião na sede
de Tribunal de Justiça do Rio onde foi realizado
um balanço do processo de recuperação
judicial da antiga Varig.