:::::RIO DE JANEIRO - 15 DE JULHO DE 2006 :::::
 

Folha de São Paulo
15/07/06
"Velha Varig" terá apenas 50 empregados"

Parcela da empresa que permanecerá em recuperação judicial terá de demitir 8.000, mas verba para rescisão é incógnita
Funcionários representados pelo TGV apresentam nova proposta para participar do leilão da companhia aérea, mas Justiça barra

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

A "Velha Varig", a parcela da empresa que permanece em recuperação judicial e carrega as dívidas, manterá só 50 funcionários. A direção da Varig explicou ontem a credores que a empresa vai operar com um fluxo de caixa de cerca de R$ 20 milhões por ano. Terá uma única rota: São Paulo-Porto Seguro.

Dados oficiais da Varig indicam que a companhia conta com cerca de 10 mil funcionários. Segundo Otávio Neves, advogado do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), a Varig ainda não conseguiu explicar de onde virão os recursos para a rescisão dos contratos de trabalho. De acordo com os cálculos do advogado, o custo das demissões é de US$ 80 milhões (R$ 176 milhões).

A VarigLog fez ontem o 15º aporte de recursos na Varig. Até quinta, a quantia chegava a US$ 13 milhões (R$ 28,6 milhões). Os recursos foram usados para pagar combustível, tarifas aeroportuárias e salários.

De acordo com o relato de credores presentes à reunião, a VarigLog pretende aumentar de 13 para 23 o número de aeronaves em operação dentro de 40 dias. Em razão da variação do número de aviões, o número de funcionários na nova Varig pode oscilar de 1.500 a 2.000.

Segundo pessoas ligadas à negociação, as estatais mostraram durante a reunião que estão dispostas a aprovar o plano de recuperação. Já os arrendadores de aviões podem vetar a proposta. Algumas empresas de leasing avaliam que a falência da Varig seria mais rentável do que a proposta da VarigLog. Desde o início do processo de recuperação, essas empresas têm optado pela abstenção nas assembléias de credores.

O voto decisivo da assembléia virá do Aerus, fundo de pensão dos funcionários. Ele representa mais de 70% dos créditos da classe dois (com garantias contratuais). O fundo já tem garantida a prioridade no recebimento dos créditos que a Varig tem a receber da União referentes a uma ação sobre o congelamento de tarifas, estimados em R$ 4,5 bilhões.

A presença da FRB (Fundação Ruben Berta) no controle acionário da "Varig velha" causou apreensão entre os credores, principalmente as estatais. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, afirmou que a fundação continuará afastada.


Folha de São Paulo
15/07/06
Crise ameaça sobrevivência de fundo de pensão

DA SUCURSAL DO RIO

O Aerus é o único entre os grandes credores da Varig que pode não sobreviver ao fim da empresa. A avaliação é do interventor e liquidante do fundo, Erno Brentano, e se refere aos dois planos de previdência da Varig.

Na proposta da VarigLog a ser analisada pelos credores, o voto do Aerus será decisivo. Ele representa mais de 70% dos créditos garantidos por contrato. As dívidas da Varig com o fundo somam R$ 2,3 bilhões. Do total, R$ 1,1 bilhão foi renegociado na recuperação judicial para pagamento em 32 anos.

Em abril, o Aerus teve sua liquidação decretada pela SPC (Secretaria de Previdência Complementar). Ela temia que o patrimônio do fundo, já bastante debilitado, fosse usado para recuperar a empresa.

A proposta da VarigLog prevê remuneração fixa de R$ 4,2 milhões por ano para os credores com garantias. A folha mensal do Aerus é de cerca de R$ 20 milhões.

Os planos da Varig concentram 52,1% dos participantes do fundo, que reúne outras empresas patrocinadoras. A Varig não pagou parcelas de fevereiro a maio de 2006, de R$ 9 milhões por mês. Após alteração no plano de recuperação em maio, as parcelas só poderão ser exigidas a partir de agosto.

Desde junho, os beneficiários do Plano 1 estão recebendo apenas 50% do valor dos pagamentos e os do Plano 2 recebem 70%. Em comunicado enviado aos participantes, o fundo informa que, sem os pagamentos da Varig, os aposentados do Plano 1 só receberão até dezembro.

"Estou procurando não pensar no que vai acontecer. Se pensar, vou ter outro infarto", afirmou Zoroastro Lima Filho, 75, comandante aposentado da Varig. Cardíaco, hipertenso e diabético, Lima passou a receber R$ 2.700 por mês. Ele gasta por mês cerca de R$ 800 com serviços de saúde e ajuda dois filhos com deficiências.

O comandante, que trabalhou por 23 anos na Varig, já demitiu a empregada, vendeu o carro e está acabando com a poupança. Atualmente, Lima envia de 400 a 500 e-mails por dia para deputados, senadores e outros aposentados para discutir a situação do Aerus. "O fundo não pode aceitar a proposta da VarigLog porque ela é indecente", disse.

Com o agravamento da crise da Varig, o fundo fechou escritório em Porto Alegre e vai fechar o de São Paulo em agosto.

Para Manoel Neves, presidente da Associação de Aposentados do Aerus, faltou atenção aos problemas do fundo. "Desde 2003 verificamos que a situação do Aerus era arriscada. Fui taxado de alarmista."
(JANAINA LAGE)


O Globo
15/07/06
Varig quer demitir 9 mil funcionários após leilão

Erica Ribeiro

RIO e BRASÍLIA. A Varig quer demitir cerca de nove mil trabalhadores após o leilão de ativos. Segundo o advogado Otávio Neves, da associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), a companhia informou ontem a credores que 1.500 a dois mil trabalhadores irão para a nova Varig, que terá 13 aviões. Já a antiga empresa — que não será vendida em leilão e ficará com a dívida de quase R$ 8 bilhões — terá apenas 50 funcionários e um avião. Segundo o advogado, que calcula em 11 mil o número de trabalhadores da Varig (a empresa diz que são dez mil), na proposta não estão previstos o custo da rescisão e quem pagará.

Já o possível retorno da Fundação Ruben Berta (FRB) ao poder, que entrou na discussão da reunião dos credores ontem e anteontem, foi descartado pela Justiça do Rio. A Justiça disse que apesar de ser dona das ações, a FRB não tem poder de gestão na Varig e depois do leilão também não terá voz na antiga Varig, que permanecerá em recuperação judicial por dois anos. Anteontem, a Varig disse que a FRB manteria o controle, em vez de diluir sua participação de 87% em um fundo com outros investidores, como estava previsto, para 5%. Após os dois anos, a Justiça poderá decidir sobre os poderes da FRB.

O governo reagiu com perplexidade ao reaparecimento da FRB no processo. Segundo uma fonte, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria ficado irritada. Ontem pela manhã, o comentário no Palácio do Planalto era que, se é para a Varig falir, a Fundação veio na hora certa.

A reunião com os credores foi preparatória para a assembléia oficial de segunda-feira. Nessa assembléia, os credores precisam aprovar um novo modelo de venda, a partir da proposta feita pela VarigLog, para que haja o leilão no dia 19.

Fontes que acompanham as negociações afirmaram que o fundo de pensão Aerus deverá aceitar a proposta. Os credores públicos ainda não tinham fechado uma posição, bem como os trabalhadores. As empresas de leasing devem se abster. Um dos temas ainda sem definição na proposta é quanto ao rateio dos créditos de R$ 5,8 bilhões que a Varig tem pelo congelamento de tarifas no Plano Cruzado e relativos ao ICMS.

Ontem, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8 Vara Empresarial do Rio, negou a petição dos trabalhadores para fazer nova proposta pela Varig (a oferta da TGV, no primeiro leilão, foi recusada).
COLABOROU Geralda Doca


O Globo
15/07/06
Anac multa estrangeiras

Geralda Doca

BRASÍLIA. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autuou oito das 11 companhias aéreas estrangeiras que voam para o Brasil e operam no aeroporto de Guarulhos (SP) por irregularidades na fixação dos preços. Segundo o órgão regulador, as empresas multadas estavam cobrando valores em desacordo com os entendimentos bilaterais firmado entre os países. O mercado é livre, mas, para evitar concorrência predatória ou preços abusivos, os governos fixam parâmetros mínimos e máximos para as tarifas.

Entre os dias 29 de maio e 2 de junho, a Superintendência de Serviços Aéreos da Anac analisou 1.400 bilhetes e constatou que boa parte deles estava com valores abaixo ou acima do permitido. O nome das empresas não foi divulgado, nem o valor da multa, mas as companhias têm prazo de 30 dias para se defenderem. A Anac disse apenas que são grandes empresas.

Diante do elevado número de irregularidades, a agência reguladora decidiu tornar a fiscalização de empresas permanente. O próximo alvo da Anac será o aeroporto Internacional Tom Jobim.

Com o cancelamento de vôos da Varig, na quinta-feira houve problemas com três passageiros que tinham bilhetes de Manaus com destino a Fortaleza. Eles foram acomodados ontem em vôos da própria empresa. Dezesseis pessoas com destino a Bogotá tiveram o vôo cancelado.


Zero Hora
15/07/06
Plano prevê demissão de 8 mil na Varig

Leilão está previsto para a próxima quarta-feira no Rio de Janeiro

O plano de reestruturação da Varig apresentado ontem aos credores prevê a demissão de cerca de 8 mil funcionários. Segundo o plano, a nova Varig, que poderá ir a leilão na quarta-feira, deverá ter 13 aviões e entre 1,5 mil e 2 mil empregados. Hoje, a Varig tem 10 mil funcionários.

A Varig antiga, que permanecerá em recuperação judicial para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões, deverá ter só 50 empregados e uma aeronave, com receita anual de até R$ 20 milhões. O drástico corte de pessoal reflete a urgência da Varig em enxugar custos, já que sua dívida aumentou em R$ 1 bilhão durante um ano de recuperação judicial.

Os números foram discutidos ontem em reunião de credores com a direção da companhia. O encontro foi realizado para esclarecer as modificações no plano original de recuperação judicial. As mudanças são uma adaptação à única proposta de compra da Varig até agora, feita pela Varig Log, ex-subsidiária da companhia. As alterações deverão ser discutidas neste fim de semana em encontros informais de credores e representantes da Varig.

As reuniões com os credores são uma preparação para a assembléia de segunda-feira. As modificações terão de ser avaliadas porque a oferta da Varig Log é diferente do projeto original de reestruturação, já aprovado pelos credores em maio.

- Os credores estatais devem aprovar o plano. Já as arrendadoras de aviões devem votar não - diz um representante dos credores privados que pediu para não ser identificado.

Alguns credores devem se abster de votar. De acordo com esse representante de credores privados, o plano da Varig Log é ter mais 10 aviões em até 50 dias após uma eventual homologação da oferta, totalizando uma frota de 23 aeronaves. Com isso, estão previstas recontratações de funcionários que forem demitidos. O cálculo é de que são necessárias cerca de cem pessoas para garantir a operação de cada avião.


O Estado de São Paulo
15/07/06
Novo plano para a Varig prevê 8 mil demissões
Proposta da VarigLog é ficar com 2 mil empregados e 13 aviões
Alberto Komatsu, Mônica Ciarelli

O plano de reestruturação da Varig apresentado ontem aos credores prevê a demissão de cerca de 8.000 funcionários. Segundo o plano, a empresa vai a leilão na quarta-feira e, em seguida, passará por cortes. A chamada nova Varig terá 13 aviões e de 1.500 a 2.000 empregados. Hoje, a Varig tem 10.000 funcionários.

Já a chamada Varig antiga, que permanecerá em recuperação judicial, com dívidas de R$ 7,9 bilhões, deverá ter apenas 50 empregados e um avião, com receita anual de até R$ 20 milhões. O drástico corte de pessoal reflete a urgência em enxugar custos. A dívida aumentou em R$ 1 bilhão durante um ano de recuperação judicial.

Esses números foram discutidos ontem durante reunião de credores com a direção da companhia. A reunião foi realizada para esclarecer as modificações no plano original de recuperação judicial. As mudanças são uma adaptação do plano à única proposta feita pela Varig até agora. A oferta foi feita pela VarigLog, ex-subsidiária da companhia. As mudanças serão discutidas no fim de semana em encontros de credores e representantes da Varig.

As reuniões são uma preparação para a assembléia que será realizada segunda-feira. As modificações terão de ser avaliadas no encontro porque a oferta da VarigLog é diferente do plano original de reestruturação aprovado pelos credores no dia 9 de maio. “Os credores estatais devem aprovar o plano. Já as arrendadoras de avião devem votar contra”, diz um representante de um grupo de credores privados, que pediu para não ser identificado.

De acordo com esse representante de credores, o plano da VarigLog é ter mais 10 aviões em até 50 dias após uma eventual homologação da oferta, totalizando uma frota de 23 aeronaves. Com isso, estão previstas recontratações de funcionários que forem demitidos.

No novo plano de recuperação judicial, a Fundação Ruben Berta (FRB), acionista majoritária da Varig com 87% do capital, vai transferir sua participação para a Varig antiga.

No plano de reestruturação original, a FRB, tida como a principal responsável pela crise da empresa, teria sua participação acionária reduzida para 5%, por meio de um fundo de investimento. A fundação foi afastada do controle administrativo da Varig em dezembro de 2005, pela Justiça do Rio.

Credores se queixaram durante o encontro para a apresentação do novo plano que a Varig antiga ficaria nas mãos da fundação. Para contornar esse problema, uma das possibilidades em estudo é manutenção do regime de administração judicial na Varig antiga por dois anos.

A Varig antiga terá a concessão de uma rota da Nordeste (ida e volta do vôo Congonhas-Porto Seguro); um centro de treinamento de pilotos; fretamento de aeronaves e imóveis, avaliados em torno de R$ 130 milhões. Mas, segundo fontes ligadas ao negócio, parte dos imóveis da Varig já teria sido dada como garantia à União.


Agência Estado
14/07 - 19:38h
Credores da Varig devem aprovar novo plano na 2ª feira


Os credores que participaram de reunião hoje com executivos da Varig acreditam que o novo plano de recuperação da companhia aérea deve ser aprovado na assembléia marcada para a próxima segunda-feira. A aprovação do plano é fundamental para que um novo leilão de venda da companhia aérea possa ser realizado. Até agora, a proposta que vem sendo analisada é a feita pela Variglog, de US$ 500 milhões.

Segundo fontes que participaram da reunião, a idéia inicial é que a nova Varig comece a operar com 13 jatos. Outras 10 aeronaves entrarão em operação 50 dias após a venda da companhia. Mais cedo, o advogado da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Otávio Neves, informou que o plano prevê que a nova Varig tenha entre 1.500 e 2.000 funcionários, um corte significativo, visto que a empresa tem hoje cerca de 10 mil funcionários, segundo informação da própria companhia.

Já a antiga Varig, empresa que herdará as dívidas após o leilão de seus principais ativos, ficará apenas com 50 funcionários. A expectativa é de que a empresa antiga tenha uma receita de cerca de R$ 20 milhões por ano. Ela ficará com a administração do centro de treinamento de pilotos, com a rota São Paulo-Porto Seguro, com a receita de fretamento de aviões e com a receita de imóveis a serem alugados.


Valor Online
14/07/2006 19:35h

Apesar de impedida, TGV vai lutar para participar de novo leilão da Varig

SÃO PAULO - O TGV, um dos grupos de trabalhadores da Varig, quer utilizar os créditos trabalhistas que têm a receber da Varig como pagamento em uma eventual proposta de compra da companhia aérea no leilão marcado para a próxima quarta-feira, 19.

De acordo com o advogado do grupo, Otávio Neves, o crédito de R$ 170 milhões poderia atrair algum investidor para a formação de um consórcio interessado na disputa pela empresa. Segundo ele, a oferta não seria dos trabalhadores, e sim de uma outra empresa ou grupo que queira comprar os créditos do grupo e utilizá-los como moeda de pagamento. Apesar de o TGV estar impedido judicialmente de participar de um novo leilão, o advogado afirmou que o consórcio tentará sensibilizar o juiz que que trata do caso, Luiz Roberto Ayoub, a aceitar a sugestão.

O TGV não pode fazer outra oferta pois, apesar de ter vencido o último leilão, realizado em 8 de junho, não depositou os recursos iniciais previstos no edital. Como a associação não pagou a parcela de US$ 75 milhões para fechar o negócio, a operação acabou cancelada. "Se existir outro tipo de leilão, onde se possa usar outras moedas que não impliquem desembolso imediato para qualquer interessado, o leilão fica mais fácil e mais aberto", disse Neves.

Hoje, o juiz Ayoub negou um pedido do TGV, feito na última segunda-feira, para participar do leilão de venda da empresa. Os credores continuam reunidos na sede da Varig desde as 14h.
(Ana Paula Grabois | Valor Online)


Folha Online
14/07/2006 - 19h26
TGV insiste em uso de créditos trabalhistas para compra da Varig
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio


O TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) quer que os créditos trabalhistas sejam utilizados como parte do pagamento por eventuais interessados em participar do leilão de compra da Varig, marcado para a próxima semana. Segundo o advogado do grupo, Otávio Neves, com esse mecanismo os trabalhadores poderiam se associar aos credores por meio de consórcio e atrair novos investidores ao leilão.

"O que se quer é poder oferecer uma proposta alternativa. Se conseguirmos melhorar as condições do leilão, conseguiremos mais competição", afirmou. De acordo com ele, os créditos dos trabalhadores contraídos antes do início do processo de recuperação judicial somam R$ 170 milhões e os créditos referentes ao período posterior ao início do processo alcançam R$ 103 milhões.

A Justiça do Rio de Janeiro rejeitou hoje a proposta de conversão dos créditos dos trabalhadores. Segundo Neves, a idéia do TGV é "sensibilizar" o juiz até a assembléia de credores, prevista para a próxima segunda-feira.

O TGV está impedido de fazer oferta no novo leilão da Varig porque não conseguiu comprovar condições de pagamento na última tentativa de venda da companhia, que foi anulada pela Justiça.

Segundo Neves, a proibição feita ao TGV é muito severa. Em vez disso, os trabalhadores poderiam apenas custear a realização do novo leilão.


O Globo
14/07/2006 - 19h06m
TGV diz que ainda não há consenso sobre proposta de compra da Varig
Erica Ribeiro


RIO - O advogado do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Otávio Neves, disse nesta sexta-feira, à noite, ao deixar a reunião de credores na sede da Varig que ainda não se chegou a um consenso sobre a proposta da VarigLog e um novo modelo de venda em leilão. Segundo ele, os trabalhadores vão definir sua posição na assembléia de segunda-feira em reuniões paralelas que deverão acontever neste fim de semana.

Segundo o advogado, um dos pontos que estão sem definição em relação aos trabalhadores diz respeito a que mecanismo será usado para as rescisões de contratos dos trabalhaodres que não serão aproveitados nem na nova Varig nem na antiga.

Segundo Otávio Neves, na reunião foi apresentado que em torno de 1,5 a 2 mil trabalhadores irão para a nova Varig, que terá 13 aeronaves. Já na antiga empresa ficarão apenas 50 funcionários. Pelas contas do advogado, que calcula em 11 mil o numero de trabalhadores atualmente, a rescisão de 9 mil pessoas não está prevista na proposta.

- Não está prevista em lugar algum como serão pagas as recisões e nem quem vai pagar - afirmou.

Neves disse que além do problema dos empregados, há questões mais complexas. Uma delas é a forma de rateio dos créditos que a Varig tem a receber de congelamento de tarifas e créditos de ICMS, que somam R$ 5,8 bilhões.

- Esse novo plano tem como essência fazer uma redistribuição desses créditos principais para os credores. Nesse caso, o Aerus teria prioridade e seria contemplado com a integralidade dos créditos - afirmou.

O Aerus, fundo de pensão dos funcionários da Varig, tem R$ 2,3 bilhões de créditos da Varig.

Ao ser perguntado sobre a negativa do juiz Luiz Roberto Ayoub à petição feita pelo TGV em nome do Sindicato Nacional dos Aeronautas, na intenção de oferecer nova proposta de compra a ser oferecida em leilao. Neves disse que os advogados vão continuar insistindo na proposta e tentarão sensibilizar a Justiça quanto à viabilidade da operação.

Segundo ele, o objetivo da proposta apresentada pelo TGV é vender os créditos dos trabalhadores, atualmente, em R$ 170 milhões em créditos concursais (incluídos no processo de recuperação judicial) e R$ 103 milhões extra-concursais para investidores interessados. A venda seria feita com deságio e este investidor participaria do leilão com um lance superior ao da VarigLog, segundo ele.


Valor Online
14/07/2006 18:54h

Credores preferem administrador judicial e rejeitam Fundação Rubem Berta

RIO - Uma das principais dúvidas dos credores da Varig em relação ao novo plano de recuperação judicial da empresa é sobre como ficará a situação da Fundação Rubem Berta na administração da aérea. Os credores estão reunidos na sede da empresa desde as 14h.

De acordo com um dos advogados da Varig, que preferiu não ser identificado, existe uma sugestão dos credores de que a Fundação Rubem Berta continue afastada do comando da Varig e que um administrador judicial permaneça na gestão. A Varig está sob administração judicial desde o dia 17 de junho do ano passado e, segundo a Lei de Falências, pode permanecer por até dois anos nessa condição.

O advogado esclareceu, ainda, que a decisão da Justiça de afastar a Fundação Rubem Berta não se limita ao período da recuperação judicial, ou seja, mesmo que a Varig consiga se reerguer financeiramente, a Justiça é que decide se manterá esse afastamento da Fundação.

Os credores da Varig continuam em reunião na sede da empresa desde as 14h, analisando o novo formato do plano de recuperação judicial da companhia, que foi apresentado ontem. Para o leilão da Varig acontecer na próxima quarta-feira, 19, é preciso que os credores aprovem esse novo plano, o qual tem de estar em linha com a oferta da VarigLog, única empresa que fez uma proposta formal de compra. A assembléia oficial dos credores acontece na próxima segunda-feira, 17, às 9h.


Folha Online
14/07/2006 - 18h38
"Velha Varig" deve ter só 50 funcionários e um avião
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio


A chamada "velha Varig" --parte da empresa que herdaria as suas dívidas-- deve funcionar com apenas 50 empregados e um avião. A informação foi dada pelo advogado do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), Otávio Neves, que participou da reunião entre credores e representantes da companhia aérea para analisar alterações no plano de recuperação judicial.

"Seria uma empresa muito pequena, que fica com o centro de treinamentos, a concessão da Nordeste, a linha São Paulo-Porto Seguro, o fretamento de aeronaves e algumas receitas da ordem de R$ 20 milhões ao ano", afirmou.

De acordo com Neves, já a "nova" companhia ficaria com até dois mil dos dez mil funcionários atuais. O advogado disse que as verbas para rescisão dos contratos dos trabalhadores que devem ser demitidos ainda é objeto de discussão. Neves que estima que os custos com as rescisões alcancem cerca de US$ 80 milhões. "Não está claro de onde vão sair esses recursos", disse.

Segundo fontes ligadas à negociação, a Infraero, a BR Distribuidora e o fundo de pensão Aerus --de funcionários da Varig-- estão inclinados a aceitar a proposta da VarigLog, a qual encontra resistência, entretanto, entre algumas empresas de leasing.

 


Folha Online
14/07/2006 - 16h16
Justiça rejeita nova proposta do TGV para compra da Varig
CLARICE SPITZ

O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, rejeitou nesta sexta-feira a nova proposta de compra da Varig feita por trabalhadores ligados ao TGV (Trabalhadores do Grupo Varig).

Uma petição com a nova oferta havia sido encaminhada no dia 10 de julho à Justiça, em nome do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Ela previa como forma de pagamento pela Varig a conversão dos crédito que os trabalhadores têm junto à companhia. Segundo a Justiça, a petição foi protocolada fora dos prazos legais.

Por não ter conseguido comprovar a capacidade de pagamento da proposta feita pela Varig, o que resultou na anulação do leilão anterior, o TGV não poderá participar do novo leilão, marcado para 19 de julho.

Os trabalhadores ofereceram R$ 1,01 bilhão pela Varig no leilão realizado no início de junho.

Entretanto, o TGV queria entrar novamente na disputa pela Varig, em nome de todos os trabalhadores, já que ganhou na Justiça o direito de representá-los.

Ao ser questionado sobre eventuais manobras jurídicas, Ayoub afirmou que "nada mais poderá impedir a realização da assembléia e do leilão".

No dia 17 deste mês, haverá uma assembléia dos credores da companhia aérea, para análise da oferta da VarigLog. Se aprovada, haverá o leilão, mas outros interessados também poderão participar da operação de venda, desde que façam o depósito de US$ 24 milhões para a Varig 24h antes e se enquadrem à proposta da ex-subsidiária.

O preço mínimo de aquisição da companhia aérea foi alterado de R$ 277 milhões, conforme o previsto na proposta da VarigLog, para US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões).

Além do depósito antecipado, os interessados serão obrigados a apresentar carta de fiança no valor de US$ 75 milhões até o dia do leilão.

A VarigLog fez mais um depósito para a Varig hoje. Fontes ligadas à ex-subsidiária afirmaram que os aportes somavam até ontem US$ 13 milhões.


Estadão
14 de julho de 2006 - 15:55
VarigLog faz novo depósito para a Varig
Até o momento já foram liberados US$ 13 milhões, de um total de US$ 20 milhões da proposta de compra
Monica Ciarelli

RIO - A VarigLog fez nesta nesta sexta-feira o 15º deposito para a Varig. Os recursos servem como adiantamento da proposta de US$ 500 milhões feita pela ex-subsidiária para compra da companhia aérea. A oferta estabelece que serão adiantados até US$ 20 milhões, como forma de ajuda à empresa, para que ela possa continuar com suas operações básicas. Até o momento já foram liberados US$ 13 milhões.

Caso não seja a VarigLog quem arremate a aérea no leilão, com data marcada para o dia 19 de julho, o total dos empréstimos deverá ser pago pelo comprador, que, além do montante, deve repassar mais 10% do valor total do prêmio.

Crise
Por conta da crise, na última terça-feira a Varig anunciou que manterá a suspensão de algumas de suas rotas até o dia 18 - um dia antes da realização do leilão. Essa medida foi iniciada em 21 de junho.

Pela regra da Anac, uma vez que determinada companhia não realiza um trajeto de vôo por um período superior a 30 dias, acaba perdendo a concessão da rota. Porém, segundo explicou a agência, a Varig não se enquadrada nessa determinação, tendo em vista que a empresa está em um processo de recuperação judicial e solicitou à Anac um plano de emergência para continuar operando.

Porém, a própria agência explicou esta semana que, havendo necessidade, esse prazo pode ser estendido mais uma vez.

Eficiência
Nesta semana, a Anac divulgou um estudo apontando que apontam que a eficiência operacional da Varig nos vôos domésticos despencou em junho e foi a pior da aviação comercial no período. O índice caiu de 55% em maio para 42% no mês passado. Este número é uma combinação dos cálculos de regularidade e pontualidade.

O índice de regularidade mede a proporção das etapas de vôo previstas e efetivamente realizadas - ou seja, aponta a quantidade de cancelamentos. Neste quesito, o índice da Varig caiu de 62% para 51% no período. A pontualidade indica as etapas de vôo realizadas dentro dos horários previstos. Neste setor, a empresa teve uma pequena piora, passando de 89% para 82%.

Na média, o desempenho das empresas aéreas como um todo piorou nos vôos nacionais, já que o índice de eficiência operacional foi de 84% em maio e de 80% em junho.


O Globo
14/07/2006 - 15h46m

VarigLog faz novo depósito para a Varig
Erica Ribeiro

RIO - A VarigLog fez nesta sexta-feira novo depósito para a Varig, com a prioridade para o pagamento de salários, combustível e tarifas de embarque à Infraero. Com este depósito, a VarigLog já emprestou à Varig US$ 13 milhões dos US$ 20 milhões previstos para a companhia aérea até a realização do leilão, marcado para o dia 19 de julho. CAso a VarigLog não vença o leilão, o vencedor terá de reembolsá-la dos recursos acrescidos de 20%.


Valor Online
14/07 - 15:33h
Justiça garante afastamento da Fundação Rubem Berta na gestão da Varig


SÃO PAULO - O juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, garantiu que a Fundação Rubem Berta continuará afastada da administração da Varig enquanto for necessário

Embora tenha 87% das ações da Varig, a fundação está fora do comando da empresa desde o dia 15 de dezembro, por decisão judicial .

Segundo Ayoub, mesmo na hipótese de a Varig ser vendida no leilão da próxima quarta-feira, a Varig velha, a parte da empresa que não será vendida e herdará a dívida de cerca de R$ 7 bilhões, continuará sob recuperação judicial.

Portanto, a decisão sobre o afastamento da Fundação Rubem Berta permanece nas mãos da Justiça.

A Fundação Rubem Berta, acusada de má gestão da companhia aérea e de ser a responsável pela crise econômica atual da empresa, vem ameaçando voltar ao comando da Varig desde ontem, durante reunião da empresa com seus credores.

Essa interrupção pode atrapalhar a realização do leilão da aérea marcado para quarta-feira, 19, que depende de aprovação de modificações no plano de recuperação judicial Varig.

O problema é que grande parte dos credores, principalmente as estatais, não quer a volta da Fundação Rubem Berta na companhia.

Ou seja, eles não aprovariam um novo plano de recuperação com a participação da Fundação.

Os credores continuam em reunião nesta tarde na sede da Varig.

(Ana Paula Grabois | Valor Online)


Agência Estado
15:19 14/07, atualizada às 15:29 14/07
Juiz rejeita nova proposta de compra da TGV pela Varig

O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de janeiro, disse hoje que rejeitou uma petição apresentada na segunda-feira pela Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) que oferecia uma nova oferta de compra pela Varig. Como a TGV está impedida de fazer propostas por ter sido desqualificada no último leilão, a operação seria feita via sindicato dos aeronautas.

Ayoub explicou que a proposta foi negada por ter sido entregue fora do prazo formal. Além disso, o sindicato teria informado à Justiça não ter sido comunicado das intenções da TGV. Pela proposta, a Trabalhadores do Grupo Varig solicitava que os créditos da companhia aérea com os funcionários fossem convertidos em participação acionária para a aquisição da companhia. "Nada mais poderá impedir a realização da assembléia e do leilão", disse o juiz.

Hoje, executivos da Varig estão reunidos com credores da companhia na sede da empresa para discutir mudanças no plano de recuperação, visando se adequar à proposta de US$ 500 milhões feita pela VarigLog. Na segunda-feira, os credores farão uma assembléia para aprovar ou não a oferta. Se for aceita, a Justiça fará o leilão na quarta-feira.



Valor Online
15:13 14/07, atualizada às 15:27 14/07
TGV faz nova tentativa de compra da Varig

RIO - O TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) fez uma nova tentativa de compra da Varig nesta semana, mesmo depois ser impedido pela justiça de participar de qualquer negociação para a compra da aérea. A associação de funcionários da empresa tentou comprar a empresa no leilão passado e chegou a vencer a disputa, mas a justiça cancelou o negócio devido à falta do depósito inicial.

Na segunda-feira, o advogado do TGV, Otávio Neves, entrou com pedido de compra da empresa na 8ª vara empresarial do Rio.

Eles queriam que a dívida que a Varig tem com os funcionários fosse revertida como um proposta forma de compra no leilão que está marcado para o próximo dia 19. O detalhe é que a petição está em nome do sindicato dos aeronautas que, por sua vez, não foi informado do assunto e já comunicou a justiça que desconhece tal documento.

A justiça do Rio ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Os credores da companhia aérea estão reunidos neste momento com a direção da Varig para tratar da modificações necessárias no plano de recuperação judicial da empresa para que ela volte a ser leiloada.

Desde ontem, os credores discutem a possibilidade de a Fundação Rubem Berta, que foi afastada da gestão da Varig pela justiça, voltar a dirigir a Varig velha após o leilão.

A Varig velha, é a parte da empresa que ficaria com uma dívida estimada em R$ 7 bilhões.

A Varig Nova, por sua vez, ficaria com boa parte dos ativos da atual da empresa.

(Ana Paula Grabois | Valor Online)



Valor Online
15:13 14/07
Juiz nega pedido de compra feito pelo grupo de trabalhadores da Varig


RIO - O juiz responsável pela recuperação a Varig, Luiz Roberto Ayoub, negou hoje o pedido de compra da aérea feita na segunda-feira pelo TGV, consórcio formado pelos funcionários da empresa

O grupo já estava impedido de participar de qualquer negociação de compra da Varig, depois da tentativa fracassada de comprar a empresa em leilão realizado no dia 8 de junho.

A associação venceu o leilão, mas não pagou os US$ 75 milhões iniciais para fechar o negócio.

O juiz argumentou que o pedido foi protocolado fora dos prazos legais.

O ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também indeferiu o pedido, julgando que a petição não estava de acordo com o objetivo de compra da empresa aérea.

(Ana Paula Grabois | Valor Online)


Estadão
14 de julho de 2006 - 15:02
Justiça nega nova proposta do TGV pela compra da Varig
O juiz explicou que a proposta foi negada por ter sido entregue fora do prazo formal. O grupo faria a operação via sindicato dos aeronautas
Mônica Ciarelli

RIO - O juiz responsável pela recuperação da Varig, Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, disse nesta sexta-feira que rejeitou uma petição apresentada no último dia 10 pela Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), com uma nova oferta de compra pela companhia aérea. Como a TGV está impedida de fazer propostas por ter sido desqualificada no último leilão, a operação seria feita via sindicato dos aeronautas.

Ayoub explicou que a proposta foi negada por ter sido entregue fora do prazo formal. Além disso, o sindicato teria informado à Justiça não ter sido comunicado das intenções da TGV. Pela proposta, a TGV solicitava que os créditos da Varig com os funcionários fossem convertidos em participação acionária para a aquisição da companhia. "Nada mais poderá impedir a realização da assembléia e do leilão", disse o juiz.

Nesta sexta-feira à tarde, executivos da Varig se reúnem com credores da companhia na sede da empresa para discutir mudanças no plano de recuperação, visando se adequar à proposta de US$ 500 milhões feita pela VarigLog. Na segunda-feira, os credores farão uma assembléia para aprovar ou não a oferta. Se for aceita, a Justiça fará o leilão na quarta-feira.

Oferta da TGV
No primeiro leilão da companhia aérea, realizado no dia 8 de junho, o único lance foi dado pelo TVG, no valor de US$ 449 milhões. A Justiça aprovou a compra, com a condição de que o arrematador pagasse adiantado US$ 75 milhões. O dinheiro não foi depositado, e o TGV perdeu o direito de compra da companhia aérea.

 

Valor Online
14/07 - 14:43h
VarigLog faz novo depósito para a Varig; restam US$ 7 milhões para aportar até o leilão


RIO - A VarigLog, única empresa a ter feito uma oferta formal para compra da Varig, fez mais um depósito para a aérea nesta sexta-feira, a fim de manter as operações da companhia

Os recursos fazem parte de um aporte emergencial de US$ 20 milhões, cujo objetivo é dar fôlego financeiro à Varig até que ela vá a leilão.

Até ontem a VarigLog já havia depositado um total de US$ 13 milhões.

De acordo com a ex-subsidiária de transportes e logística da Varig, os recursos desembolsados nesta semana foram destinados para pagamento de parte dos salários atrasado, leasing de aviões e combustível.

O valor depositado hoje ainda não foi informado.

(Ana Paula Grabois | Valor Online)