Valor Econômico
15/06/2007
Gol obtém permissão
para vender passagens com Varig
Roberta Campassi
A Gol Linhas Aéreas considerou positivo o acordo
firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade), que permite à companhia vender passagens
conjuntamente com a Varig em determinadas linhas, o que
pode elevar o aproveitamento dos vôos de ambas.
A própria Gol havia requisitado ao Cade autorização
para fechar um contrato de vendas com a VRG, que foi desmembrada
da antiga Varig no processo de recuperação
judicial. Essa companhia, que herdou o nome Varig, foi
adquirida pela Gol em março, por US$ 320 milhões.
O acordo fechado ontem não interfere no processo
sobre a aquisição da Varig pela Gol. O órgão
ainda deverá julgar a viabilidade do negócio.
A Gol e a Varig poderão vender passagens uma
da outra em vôos que têm como ponto de partida
ou destino os aeroportos internacionais de Guarulhos,
em São Paulo, e Tom Jobim, no Rio de Janeiro. A
vantagem é que a Gol poderá alimentar os
vôos internacionais da VRG com passageiros de sua
malha aérea. "É um benefício
porque alavanca as vendas internacionais da Varig",
disse Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing
e serviços da Gol, em entrevista ao Valor.
Segundo o executivo, de 10% a 15% dos passageiros de
vôos internacionais que saem de São Paulo
e do Rio vêm de outros estados. A Gol pretende transportar
pelo menos uma parte desses clientes de seus locais de
origem às duas capitais para que eles tomem vôos
da VRG. De janeiro a maio, Varig registrou ocupação
de 50% nas rotas ao exterior, número inferior à
média de 66% das companhias aéreas brasileiras.
Por meio do acordo, o Cade determinou que a gestão
e as finanças das companhias aéreas, assim
como suas políticas comerciais e sistemas de vendas,
sejam mantidos separadamente. Com essas medidas, o órgão
quer garantir que a compra da Varig não se transforme
em fato consumado, pois isso dificultaria a dissolução
do negócio se o Cade concluir que ele prejudica
a competição. "Essas premissas corroboram
o que já havia sido definido pela Gol", disse
Gargioni.
O julgamento da compra pelo Cade é a última
etapa para que a Gol se torne, de fato, dona da VRG. As
negociações para a aquisição,
anunciada em 28 de março, foram acompanhadas de
perto pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O presidente
da Gol, Constantino de Oliveira Jr., comunicou a compra
pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Na ocasião, o executivo esteve acompanhado
do advogado Roberto Teixeira, que é amigo pessoal
de Lula e assessorou a companhia.
Há duas semanas, a Gol, atual vice-líder
de mercado, obteve decisão favorável do
juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do
Rio de Janeiro, que permite à empresa assumir as
rotas internacionais da Varig até meados de novembro.
Com isso, não precisará cumprir o prazo
determinado pela Anac, que se encerrava antes, em 18 de
junho. A agência começou a estudar a melhor
estratégia para recorrer da decisão do juiz
e a previsão é de entrar com recurso hoje.
Valor Econômico
15/06/2007
Justiça garante operação
da Sata
De São Paulo
A Justiça prorrogou por 180 dias um mandado de
segurança que permite o funcionamento da Sata,
empresa que presta serviços aeroportuários
para companhias aéreas e pertence à Fundação
Rubem Berta (FRB), ex-controladora da Varig. A empresa
tenta evitar que seus contratos de concessão sejam
cancelados pela Infraero, a estatal que administra os
aeroportos brasileiros.
A Sata teria que paralisar suas operações
a partir de amanhã caso não obtivesse uma
decisão judicial a seu favor. Segundo a decisão
proferida pela juíza Emília Maria Velano,
da 20ª Vara do Tribunal Regional Federal da ª
Região, a interrupção dos serviços
da empresa geraria "graves conseqüências"
que poderiam "comprometer o transporte aéreo
nacional". A Sata atende diversas companhias aéreas,
entre as quais a Varig, Air France-KLM e TAP. Segundo
estimativas, ela detém cerca de 30% do mercado
de serviços aeroportuários, que incluem
o transporte de bagagem e carregamento das aeronaves.
Na manhã de ontem, a Infraero fez uma reunião
no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, para discutir
um plano de contingência com as empresas clientes
e as concorrentes da Sata, caso a companhia interrompesse
os serviços neste fim de semana.
O atrito entre a Infraero e a Sata cresceu no início
deste ano, quando a estatal tentou cancelar concessões
da empresa em algumas de suas bases sob o argumento de
que sua documentação estava irregular. A
Sata então entrou com o mandado de segurança,
que teria validade até amanhã, caso não
tivesse sido alongado pela Justiça.
A Infraero argumenta que a Sata não apresentou
as certidões negativas de débito que garantem
a manutenção de seus contratos de concessão.
As dívidas da empresa com o INSS são estimadas
em R$ 65 milhões. A Sata não atendeu ao
pedido de entrevista feito pelo Valor. Nenhum porta-voz
da Infraero foi localizado pela reportagem.
Segundo Rogério Aparecido dos Santos, diretor
do Sindicato Nacional dos Aeroviários, a Sata está
devendo metade dos salários de seus funcionários
desde o dia 5 de junho.
Em entrevista ao Valor concedida em março, quando
a Infraero afirmou que entraria com pedido de falência
da Sata, a empresa informou que já estava refinanciando
dívidas no valor aproximado de R$ 100 milhões.
A situação da empresa se agravou desde
que a antiga Varig entrou em recuperação
judicial, em 2005, e começou a perder mercado.
Em meados do ano passado, a companhia demitiu dois mil
funcionários. A Varig era a principal cliente da
Sata, uma vez que ambas pertenciam à FRB.
O Estado de São Paulo
15/06/2007
Di Cavalcanti socorre a Varig
Obra do pintor foi vendida por
R$ 1,1 milhão em leilão que abaterá
dívidas da empresa
Alberto Komatsu
O quadro Baianas, do pintor Di Cavalcanti, foi vendido
ontem pelo lance mínimo de R$ 1,1 milhão
em leilão de obras de arte promovido pela Varig
antiga para arrecadar fundos e amortizar sua dívida,
de cerca de R$ 7 bilhões. O comprador, que não
teve seu nome revelado, foi representado por um procurador,
que fez o lance com um aparelho celular ao ouvido. Depois
do único lance que fez, cerca de duas horas e meia
depois de iniciado o leilão, ele deixou a sede
da empresa sem dar entrevistas.
A pintura de Di Cavalcanti foi a mais valiosa das 292
obras ofertadas, das quais pelo menos 167 foram vendidas.
Entre as que não encontraram comprador está
o retrato de Ruben Berta, ex-presidente da empresa, criador
da fundação que leva seu nome e que controlava
a companhia. A Varig foi desmembrada e vendida no ano
passado, depois de uma grave crise que se arrastou por
quase uma década. O quadro, pintado por Sérgio
Alcanfor, teve lance inicial de apenas R$ 2 mil, mas não
despertou o interesse dos 150 participantes do leilão.
RESULTADO
O leiloeiro Walter Rezende previa uma receita de R$ 2
milhões ao final das vendas, que começaram
pontualmente às 17 horas. O gestor judicial da
Varig antiga, Miguel Dau, porém, estimou em R$
1,5 milhão o total arrecadado. O resultado final
da arrecadaçãoe das obras vendidas será
divulgado somente hoje. Um grupo de cerca de 50 ex-funcionários,
com camisetas com a inscrição 'Aposentados
à míngua - Varig, Vasp e Transbrasil', fez,
antes do evento, uma rápida manifestação
de apoio ao leilão, na porta da empresa, ao lado
do Aeroporto Santos Dumont. 'É uma garantia de
continuidade do pagamento dos nossos benefícios',
comentou o ex-comandante Zoroastro Ferreira Lima Filho,
de 76 anos.
A receita total do leilão será usada para
amortizar a dívida de cerca de R$ 150 milhões
com os trabalhadores da Varig, que têm prioridade
no recebimento dos atrasados, de acordo com o que determina
a Lei de Recuperação Judicial.
Depois do quadro de Di Cavalcanti, a segunda obra mais
valiosa a ser vendida foi um óleo sobre tela da
artista plástica Tomie Ohtake, arrematado por R$
80 mil - ou R$ 10 mil a mais do que o preço inicial.
O comprador, Nelson Silva, estava representando o colecionador
Rodrigo Chaves. Na opinião dele, o quadro foi a
melhor compra da noite pela relação custo-benefício.
O leiloeiro Sérgio Rezende contou que foram realizados
em torno de cem lances prévios por diferentes itens
do acervo. Ele explicou que o lance prévio é
uma forma de garantir a obra desejada caso não
haja lances no leilão. Segundo ele, se um item
não receber uma oferta, a pessoa que fez o lance
antecipadamente pode adquiri-lo pelo lance inicial.
'O acervo da Varig foi montado ao longo de muitos anos',
disse o leiloeiro. 'Tem todos os estilos e é completamente
diversificado. Todas as obras estão em bom estado
de conservação.'
O dinheiro arrecadado no leilão deverá
ser direcionado para uma Sociedade de Propósito
Específico (SPE), criada para administrar toda
a receita obtida pela Varig antiga. A SPE é que
realiza a amortização da dívida,
por meio de uma emissão de papéis de dívida
(debêntures), que são destinadas aos credores.
Miguel Dau, informou, no entanto, que os advogados da
empresa estão preparando uma petição
para ser ajuizada na 1ª Vara Empresarial do Rio,
reivindicando que o dinheiro seja repassado diretamente
aos trabalhadores, sem a necessidade da intermediação
da SPE.
NÚMERO
R$ 1,1 milhão
foi o valor pago no leilão de obras de arte da
Varig pelo
quadro Baianas, de Di Cavalcanti
R$ 80 mil
foi o valor de um óleo sobre tela de Tomie Ohtake,
a
segunda obra mais cara do leilão
R$ 2 mil
era o lance mínimo para o retrato de Ruben Berta,
ex-presidente da Varig, mas não houve interesse
no quadro
Jornal do Brasil
15/06/2007
Sata garante acesso dos funcionários
aos aeroportos na Justiça
BRASÍLIA. Prestadora de serviços aeroportuários,
a Sata obteve na quarta-feira um mandado de segurança
garantindo o acesso de seus funcionários a todos
os aeroportos. A decisão da juíza Emília
Maria Velano, substituta da 15ª Vara Federal do Distrito
Federal, considerou ilegal a tentativa da Infraero de
impedir que os empregados da prestadora entrassem nos
aeroportos devido a débitos anteriores da Sata
com o INSS.
A decisão judicial será publicada hoje
no Diário Oficial. O presidente da Sata, Mário
Mariz, garante que vai continuar suas operações
nos 27 aeroportos em que atua, atendendo os cerca de 200
clientes.
- Cobrimos 27 aeroportos. Se nossos serviços fossem
suspensos, isso afetaria o movimento de passageiros e
cargas no país inteiro - lembra Mariz.
O empresário lamentou a divulgação
de rumores de que a Sata, líder de mercado no setor,
estaria com problemas financeiros. Garantiu que a empresa
é sólida e citou como exemplo o pagamento
em dia dos 3.600 funcionários.
- A Sata não é uma concessionária,
mas uma prestadora de serviços - argumenta Mariz.
- E não tem dívida com a Infraero. Portanto,
não se justifica a tentativa de paralisação.
O empresário disse que a empresa está operando
com tranqüilidade. Lembrou que a Varig tem uma dívida
de R$ 80 milhões com a Sata. Esse montante seria
mais do que suficiente para cobrir a dívida com
a União. O valor do débito com o INSS ainda
não está definido. Isso porque algumas multas
foram lançadas com erro.
- Estamos fazendo um levantamento interno para calcular
o valor. Quero pagar a dívida, mas quero pagar
pelo que é certo.
Na liminar, a juíza comenta que a interrupção
dos serviços da Sata traria graves conseqüências
e poderia até comprometer o transporte aéreo
nacional. (J.R.)
Folha de São Paulo
15/06/2007
Velha Varig vende R$ 1,5 mi em obra
de arte
DA SUCURSAL DO RIO
A velha Varig leiloou ontem cerca de R$ 1,5 milhão
em obras de arte que compunham o acervo da companhia.
O valor definitivo arrecadado só será conhecido
nos próximos dias, após a liquidação
do leilão. A estimativa é do gestor da empresa
em recuperação judicial, Miguel Dau.
Segundo Dau, o montante ficou levemente abaixo das expectativas.
Não houve disputa pelo quadro "Baianas",
de Di Cavalcanti, por exemplo, vendido pelo lance mínimo
de R$ 1,1 milhão. O representante do comprador
preferiu não se identificar, mas comemorou a falta
de disputa pela obra.
Coluna Cláudio Humberto
15/06/2007
Boquinha maldita
A Justiça do Rio suspendeu as eleições
no Sindicato Nacional dos Aeronautas:
descobriu que a presidente, Graziela Baggio, não
é sequer aeronauta aposentada. Havia até
segurança na direção do sindicato.
O Globo Online
14/06/2007 às 22h29m
Varig antiga vende parte do acervo
de 292 obras em leilão
Erica Ribeiro, O Globo
RIO - Quase todo o acervo de 292 obras de arte pertencente
à antiga Varig foi arrematado, nesta quinta-feira, em
leilão realizado na sede da empresa, no Rio. O principal
quadro, um óleo sobre tela de Di Cavalcanti de 1961, chamado
"Baianas", foi arrematado por R$ 1,1 milhão, preço mínimo
estabelecido para venda. O comprador enviou um representante,
que deixou o salão onde acontecia o leilão logo depois
do arremate, sem se identificar ou mesmo informar que
agora é o dono da obra.
De acordo com o gestor judicial da antiga Varig, Miguel
Dau, a estimativa é de que o leilão tenha resultado em
uma arrecadação de R$ 1,5 milhão. A dívida total da empresa
é de R$ 7 bilhões, sendo que somente em débitos trabalhistas
são R$ 150 milhões.
- Esperava uma disputa maior pelo quadro de Di Cavalcanti.
Mas o leilão, de um modo geral, foi muito bom. O valor
arrecadado irá para os trabalhadores - afirmou.
Os advogados da antiga Varig, que permanece em recuperação
judicial, estão preparando petição à Justiça do Rio e
aos administradores judiciais para que a transferência
do dinheiro vá direto para os trabalhadores, sem passar
por exigências do processo de recuperação, como a transferência
dos valores para uma Sociedade de Propósito Específico
(SPE) criada para administrar a receita da Varig antiga
para amortização de débitos.
Cerca de 150 compareceram ao leilão conduzido pelo leiloeiro
Walter Rezende. A segunda peça de maior valor, um óleo
sobre tela de Tomie Ohtake, com lance mínimo de R$ 70
mil foi arrematada por R$ 80 mil. Para o representante
do comprador da peça, o especialista em arte Nelson Silva,
o quadro de Tomie Ohtake foi o melhor negócio do leilão.
Segundo ele, o comprador foi um empresário colecionador
de obras de arte. As obras do acervo que não foram arrematadas
no leilão de ontem serão mantidas em exposição pelo mesmo
valor avaliado e aceito pela Justiça do Rio para venda.
Valor Online
14/06/2007 11:59h
Gol fecha acordo de venda de passagens
com a Delta Air Lines
SÃO PAULO - A companhia aérea Gol anunciou
hoje uma parceria com a norte-americana Delta Air Lines
para venda de passagens e despacho de bagagens. Esse acordo
permitirá, como notou a empresa brasileira, mais
rapidez nas conexões entre vôos das duas
companhias.
Essa parceria entra em vigor em 1º de julho e vai
reduzir significativamente o tempo de processamento das
bagagens e as vendas de passagens nos aeroportos de São
Paulo e Rio de Janeiro, onde a Delta opera vôos.
Segundo a Gol, a parceria com a Delta vai servir para
abrir novos mercados para ambas. "Esse acordo efetivamente
expande os destinos da Delta, facilitando aos passageiros
da companhia desfrutar a viagem com os serviços
da Gol", disse o vice-presidente de vendas para América
Latina e Caribe da Delta, Christophe Didier.
Em alguns itinerários, a viagem poderá
ser realizada em uma das subsidiárias da Delta,
como a Atlantic Southeast Airlines, Chautauqua, Comair,
Freedom Airlines, Shuttle America e SkyWest.
Na última terça-feira, a Gol já
havia comunicado parceria com outra empresa norte-americana,
a Continental Airlines. Nesse acerto, porém, apenas
os passageiros da Continental teriam possibilidade de
emitir bilhetes para trechos operados pela Gol. Na avaliação
da companhia brasileira, essa parceria servirá
para aumentar o tráfego em suas aeronaves e, conseqüentemente,
em sua receita.
CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2007
Aposentados da Varig terão
ajuda de deputados
A Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia
Legislativa do RS criou subcomissão para auxiliar
o fundo de pensão Aerus a pressionar o governo
federal a pagar R$ 6,2 bilhões à Varig.
Os recursos seriam usados para o ressarcimento das perdas
com o congelamento do valor das passagens na década
de 80. A decisão foi tomada ontem de manhã
depois de reunião dos participante da comissão
com centenas de ex-funcionários da empresa.