:::::RIO DE JANEIRO - 15 DE MAIO DE 2006 :::::

O Estado de São Paulo
15/05/2006

Varig faz encontro com investidores

Potenciais investidores interessadas em comprar a Varig e em fazer o empréstimo-ponte do BNDES poderão obter esclarecimentos sobre a operação de venda e empréstimo hoje às 14 horas, em reunião marcada num auditório do Tribunal de Justiça do Rio (TJ). Participam do encontro representantes da Varig, BNDES, Banco do Brasil, Anac, Infraero, TJ, Ministério Público e o administrador judicial Deloitte Touche Tohmatsu Auditores.


Valor Econômico
15/05/06
Varig encerra ano fiscal com receita menor e prejuízo de quase R$ 1,5 bi

Janaina Vilella

A Varig pagou para voar em 2005, ano em que entrou em recuperação judicial. O balanço divulgado na sexta-feira mostra que o chamado resultado de vôo (receita líquida menos custos de operação e despesas comerciais e administrativas) foi um prejuízo de R$ 124,3 milhões, comparado a um ganho de R$ 340,2 milhões em 2004.

O motivo foi a queda de 11% na receita líquida, para R$ 6,6 bilhões, acompanhada por um aumento de 2% nos custos dos serviços prestados nas operações de vôos.

O prejuízo líquido chegou a R$ 1,476 bilhão, bem acima de 2004, quando a perda foi de R$ 87,1 milhões.

Ricardo Bullara, diretor de relações com investidores da Varig, disse que o desempenho foi influenciado pela apreciação do real frente ao dólar, uma vez que 60% das receitas da empresa são obtidas na moeda americana, e pela redução da frota. Ele afirmou que a Varig teve um aumento de custos de US$ 32 milhões com o leasing de aeronaves paradas, sem ter a receita correspondente.

O aumento do querosene de aviação também contribuiu para o resultado negativo. Os custos com combustível passaram de R$ 1,8 bilhão em 2004 para R$ 2,1 bilhões em 2005. A participação do combustível nos custos saltou de 36% para 40% entre um ano e outro.

"Já tivemos prejuízos maiores que esse. Para ter melhoria nas aeronaves, menores custos de manutenção, ela precisa se capitalizar. Essa é razão pela qual estamos em recuperação judicial. Sempre alertamos para a necessidade de capitalização da empresa", afirmou Bullara.

Em 2005, o patrimônio líquido da Varig ficou negativo em R$ 7,9 bilhões, contra R$ 6,4 bilhões do ano anterior. Num cálculo que acompanha o balanço, a administração exclui pendências de créditos tributários e da ação movida pela empresa por conta de defasagem tarifária e chega a um valor do patrimônio "ajustado" de R$ 890 milhões negativos.

A empresa encerrou o ano com endividamento de R$ 5,809 bilhões, ligeiramente maior que os R$ 5,683 bilhões apurados no fim de 2004. Só a dívida com o setor estatal - incluindo Receita Federal, INSS, Infraero, Petrobras e Banco do Brasil -, representou 62,5% do total, somando R$ 3,634 bilhões. Já o fundo de pensão Aerus é credor de 18% do endividamento, o equivalente a R$ 1,086 bilhão. A General Electric (fornecedora de aviões e motores) tem a receber créditos de R$ 261 milhões, ou 4% da dívida. Outros credores detêm 14%.

Revista Época
15/05/2006
O hospital voltou?
O BNDES vai ajudar a Varig e as montadoras. Mais uma vez dinheiro público socorre empresas privadas
Isabel Clemente

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já foi chamado de hospital de empresas porque tinha o hábito de socorrer negócios privados com dinheiro público. Na semana passada, os enfermeiros do BNDES foram acionados para dois atendimentos de urgência. O paciente mais necessitado é a Varig, afundada em dívidas com o próprio governo. De tão debilitada, a companhia ameaçava não voar mais. Para socorrer a Varig, o banco oficial ofereceu um empréstimo de US$ 166 milhões ao investidor que tiver interesse em injetar dinheiro na empresa até que ela seja vendida.

A boa vontade se estendeu também ao setor automobilístico. Aborrecidas com a desvalorização do real, que diminui a rentabilidade das exportações, as montadoras ameaçam deflagrar uma onda de demissões. Na semana passada, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o BNDES poderá ampliar as linhas de financiamento para o setor, reduzindo até o custo dos empréstimos. O curioso é que a Volks ameaça demitir 2 mil funcionários, mas tem um empréstimo de R$ 497 milhões aprovado no BNDES desde o mês passado.

Ninguém diz abertamente, mas entre os analistas financeiros o entendimento é que o governo reativou o hospital para não comprometer seu projeto eleitoral com fatos negativos, como demissões em massa no ABC paulista - o berço do PT - ou a falência da Varig. Além dos 11 mil empregados e dos milhares de dependentes e aposentados, a multidão de passageiros que acumularam milhagens da empresa promete amplificar o mau humor decorrente de uma eventual falência da Varig.

A proposta de salvação da empresa, feita por um escritório de consultoria contratado pelos credores da Varig, o Alvarez&Marsal, prevê que a companhia vá a leilão dentro de dois meses. Ainda não está definido se a Varig seria vendida inteira ou dividida em dois pedaços. O preço mínimo para a parte doméstica foi fixado em US$ 700 milhões. Inteira, a Varig irá a leilão com preço mínimo de US$ 860 milhões. Em qualquer hipótese, a direção da Varig afirma que o programa de milhagem continuará valendo.

A Alvarez&Marsal tem no currículo a salvação de duas grandes companhias aéreas, como AeroMéxico e USAirWays. A consultoria diz que há pelo menos 'dez interessados' na Varig. 'Isso me lembra muito a situação de um ano e meio atrás, quando a Fundação Ruben Berta (dona da Varig) dizia haver vários interessados e ninguém aparecia', diz Graziela Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

O leilão da Varig, no entanto, corre risco. De acordo com um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a nova Lei de Falências não admite a separação da companhia em uma parte podre e outra boa. Portanto, o comprador poderia herdar as dívidas da empresa. Aí fica a pergunta: quem pagaria no mínimo US$ 700 milhões para comprar uma companhia cuja dívida total chega a R$ 7 bilhões?

Empurrão público
De modo indireto, o governo vai injetar dinheiro na endividada Varig
A situação
A Varig será vendida em leilão, mas precisa de dinheiro para sobreviver até lá. Por isso, um dos interessados pode emprestar recursos para que ela não pare
Sistema
O BNDES vai financiar até US$ 166 milhões ao investidor interessado em fazer esse empréstimo à Varig. Se for mais de um, o dinheiro será dividido
Prazo
O investidor que usar o financiamento do BNDES para ajudar a Varig terá de pagar o banco até 48 horas depois do leilão de venda da empresa
Recompensa
Se o investidor que emprestou o dinheiro não vencer o leilão, receberá uma remuneração de 2,5% ao mês sobre o dinheiro que investiu na companhia


Jornal do Senado
15/05/2006
Varig vai a leilão em 60 dias

Reunidos em assembléia, os credores da Varig aprovaram na semana passada proposta com dois modelos para o leilão de venda da companhia. Tanto um como outro prevêem a divisão da companhia em duas e o leilão de uma das partes, dentro de 60 dias. Pelo que foi negociado entre a consultoria Alvarez & Marsal, que atualmente administra a empresa aérea, e o TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), os investidores poderão decidir qual parte preferem comprar da empresa.

A assembléia, originalmente marcada para segunda-feira, foi transferida para terça-feira, causando o cancelamento de uma audiência pública para debater a crise da Varig, organizada por quatro comissões permanentes do Senado.

No leilão, a ser realizado em julho, os interessados poderão apresentar proposta para a compra da Varig Operações (com linhas nacionais e internacionais, mas excluídas dívidas estimadas em R$ 7 bilhões). O preço mínimo é de US$ 860 milhões. Caso esse valor não seja alcançado, os interessados poderão no mesmo dia apresentar propostas de compra da Varig Regional, que engloba somente as rotas domésticas da companhia aérea. As dívidas da empresa permaneceriam com a Varig Internacional e o dinheiro arrecadado com o leilão poderá ser utilizado para pagar parte desses débitos.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pelo menos 27 empresas estão habilitadas a entrar no leilão, inclusive companhias estrangeiras, desde que atendam ao limite de 20% de participação, fixado pela legislação que regulamenta o setor aéreo.

Os credores rejeitaram proposta do consultor Jayme Toscano, que se dizia representante de investidores europeus que ofereceram cerca de US$ 1,9 bilhão pela companhia inteira.

Na aprovação da proposta pelos credores, ficou determinado que o programa Smiles de fidelização de clientes, com 6 milhões de filiados, deverá ser mantido pelos compradores da companhia.

Estadão
14/05/2006 - 19:40h
Reunião esclarece a operação de venda da Varig
O encontro será nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro

Nilson Brandão Júnior

RIO - Potenciais investidores interessadas em comprar a Varig e em fazer o empréstimo-ponte com financiamento do BNDES poderão obter esclarecimentos sobre a operação de venda e empréstimo na tarde desta segunda-feira, no Tribunal de Justiça do Rio (TJ).

Uma reunião foi convocada para às 14hs, no sétimo andar do TJ, para tratar de "esclarecimentos sobre o processo de alienação judicial e empréstimo ponte". Participarão deste encontro representantes da Varig, BNDES, Banco do Brasil, Anac, Infraero, TJ, Ministério Público e o administrador judicial da companhia aérea, a Deloitte Touche Tohmatsu Auditores. O auditório será o da Corregedoria Geral do TJ.

A idéia geral é explicar e tirar dúvidas de como funcionará a operação. Há dois projetos de venda da empresa. Um prevê a venda isolada da parte doméstica (ficando a Varig Internacional, com as dívidas, na recuperação judicial. O outro prevê a alienação da Varig Operacional, incluindo as áreas doméstica e internacional (permanecendo uma Varig Relacionamento, responsável pela comercialização e serviços, que com as dívidas em no processo de recuperação).


Agência Estado
14/05/06 - 19:38h
Audiência pretende tirar dúvidas de interessados na Varig


Potenciais investidores interessados em comprar a Varig e em fazer o empréstimo-ponte com financiamento do BNDES poderão obter esclarecimentos sobre a operação de venda e empréstimo amanhã (15) à tarde, num auditório do Tribunal de Justiça do Rio (TJ). Uma reunião foi convocada para as 14hs, no sétimo andar do TJ, para tratar de "esclarecimentos sobre o processo de alienação judicial e empréstimo ponte".

Participarão deste encontro representantes da Varig, BNDES, Banco do Brasil, Anac, Infraero, TJ, Ministério Público e o administrador judicial da companhia aérea, a Deloitte Touche Tohmatsu Auditores. O auditório será o da Corregedoria Geral do TJ. A idéia geral é explicar e tirar dúvidas de como funcionará a operação. Há dois projetos de venda da empresa.

Um prevê a venda isolada da parte doméstica (ficando a Varig Internacional, com as dívidas, na recuperação judicial), O outro prevê a alienação da Varig Operacional, incluindo as áreas doméstica e internacional (permanecendo uma Varig Relacionamento, responsável pela comercialização e serviços, que com as dívidas em no processo de recuperação).


JB On Line
14/05/06 - 13:51h
Varig: Investidores poderão tirar dúvidas sobre empréstimo-ponte do BNDES

(Agência Brasil)

RIO - Os investidores interessados no empréstimo-ponte do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a capitalização da Varig - que deve ir a leilão judicial até o início de julho - poderão tirar dúvidas sobre a operação a partir desta segunda-feira em uma reunião no auditório da Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. No encontro, serão prestados também esclarecimentos sobre a alienação judicial das operações da empresa.

O leilão da companhia aérea foi aprovado no último dia 9 em assembléia de credores. A proposta prevê a oferta ao mercado das rotas domésticas e internacionais, envolvendo a empresa completa, denominada Varig Operacional, ou apenas da parte nacional (Varig Regional). Nas duas opções incluídas na proposta vencedora, o passivo ficará com a companhia remanescente (Varig de Relacionamento ou Varig Internacional), que permanecerá sob recuperação judicial.

Representantes da Varig, dos credores, do Ministério da Defesa e do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro participarão do encontro, além do BNDES, da Agência Nacional de Aviação Civil(Anac) e do Ministério Público do Estado do Rio. O encontro será reservado aos investidores interessados, sendo vedado aos jornalistas, segundo esclareceu hoje a assessoria de imprensa da Varig.

O presidente do BNDES, Demian Fiocca, confirmou na última semana a disposição da instituição de conceder o empréstimo-ponte sob a forma de financiamento no montante de até 2/3 (dois terços) do total ao investidor que queira adquirir os ativos totais ou parte da Varig. O empréstimo está limitado a US$ 250 milhões.

Fiocca admitiu que dada à urgência da operação e desde que os investidores apresentem como garantia do financiamento junto ao banco uma carta de fiança bancária, correspondente ao montante de financiamento a ser concedido pelo BNDES, o prazo para liberação dos recursos será "curtíssimo", entre dois a três dias após a data-limite estabelecida para a formalização do interesse dos investidores, que é nesta segunda-feira, às 18h.