IstoÉ
Dinheiro
15/03/2008
Vai decolar?
Rebatizada de Flex, a "velha"
Varig promete voltar a voar este mês. Mas o descrédito
no mercado quanto à sua sobrevivência é
geral
MÁRCIA VAISMAN
ÁS
10 HORAS DO DIA 29 DESTE MÊS, UM Boeing
737-300 pintado com as cores azul e amarela alçará
vôo do Aeroporto Santos Dumont rumo a Salvador.
Rebatizada de Flex, a “antiga” Varig promete
voltar à ativa, depois de cancelar três
vezes o início das operações. Pelo
menos é o que garante seu gestor judicial, Miguel
Dau. Com avião alugado e um passivo de R$ 8 bilhões,
a empresa não tem outros vôos confirmados.
Por isso, no mercado, a descrença é geral.
Há quem diga que este será o primeiro
e último vôo da companhia, pois dessa forma
ela garante sua recuperação judicial.
Fontes do mercado afirmam que, sem ele, a Flex não
cumprirá uma das exigências do plano apresentado
para obter os benefícios da Lei de Recuperação
Empresarial, na qual está inserida. “Não
acredito na Flex. Se a Varig, com 120 aviões,
quebrou, como vai se reerguer sem fluxo de caixa nem
plano estratégico definido?”, indaga o
consultor de transporte aéreo Paulo Sampaio.
|
Dau,
que termina sua gestão em julho e provavelmente
entregará a companhia de volta à
Fundação Rubem Berta, a antiga
controladora, está otimista. Acredita
que a companhia estará operando vôos
regulares até meados do ano. Inicialmente
na rota São Paulo – Salvador –
Recife. “A empresa está certificada
para operar regularmente.” E adianta que
há negociações
a fim de efetuar um leasing operacional de outro
Boeing 737 e de um 767-300 para vôos charters
internacionais. Para Dau, há
dinheiro à vista. Segundo ele, de julho
a dezembro de 2006, a VarigLog operou com o
Cheta (Certificado de Homologação
de Empresas de Transporte Aéreo) da Flex.
“Devemos receber por isso, até
o meio do ano, cerca de R$ 40 milhões,
o que deve ser suficiente para iniciar os vôos
regulares.” É uma aposta arriscada.
A VarigLog está no meio de uma briga
judicial entre os sócios e com as finanças
debilitadas. A Flex também espera receber
duas pendências de créditos contingenciados,
que estão tramitando no Judiciário.
Uma é referente à defasagem tarifária
na época da troca de moedas do governo
Sarney – de cruzeiro para cruzado –,
em torno de R$ 5 bilhões, segundo o juiz
responsável pelo caso, Luiz Roberto Ayoub.
A segunda, na faixa dos R$ 800 milhões,
relativa aos créditos a receber do ICMS.
“Se a companhia ganhar essas pendências,
poucos credores ficarão sem receber”,
diz Dau. Hoje, o fundo de previdência
complementar Aerus é o maior credor da
companhia. O problema é que não
há dinheiro em caixa. Mas Ayoub
acredita que, assim que a Flex começar
a operar os charters, retomará o fôlego.
|
"A
empresa está certificada
para operar regularmente"
|
MIGUEL
DAU, GESTOR
JUDICIAL DA FLEX |
É
verdade que o mercado aéreo brasileiro cresce
e há espaço para novas companhias. Vide
o anúncio da nova empresa de David Neeleman –
o dono da low cost norte-americana Jet Blue –
que deve ser lançada em breve no País.
No entanto, os analistas são unânimes em
dizer que o transporte aéreo comercial exige
capital intensivo, investimento na qualificação
técnica dos profissionais e estratégia
consistente. “Uma companhia que visa expressão
no mercado precisa iniciar a operação
com, no mínimo, cinco aeronaves. Senão,
vai ser engolida pelas grandes e terá de calcular
se vale a pena continuar existindo”, afirma o
professor de transporte aéreo da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Respício Espírito
Santo. “Há um saudosismo pela Varig inconsistente.
Outras suprirão este mercado”, completa
Sampaio.
Folha
de São Paulo
15/03/2008
Dois aviões fazem pouso
emergencial em Campinas
MAURÍCIO SIMIONATO DA AGÊNCIA
FOLHA, EM CAMPINAS
Duas
aeronaves da TAM fizeram um pouso de emergência
no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas
(95 km de São Paulo), ontem, devido a uma pane
seca -um alerta emitido pelo avião de que o combustível
estava no final. Ninguém ficou ferido.
No total, quatro vôos da TAM foram transferidos
na manhã de ontem para Viracopos devido ao mau
tempo nos aeroportos do Galeão, no Rio, Confins,
em Belo Horizonte, e Dr. Leite Lopes, em Ribeirão
Preto (SP).
De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária), dois desses quatro vôos
transferidos para Campinas tiveram de pousar em "procedimento
de emergência" por pane seca.
Segundo a Infraero, o primeiro pouso em procedimento
de emergência -que fazia a rota Salvador/Confins/Congonhas-
pousou às 8h28.
Já a outra aeronave -que fazia a rota Fortaleza/Recife/Galeão-
pousou às 8h44 no aeroporto de Viracopos.
A TAM negou, em nota oficial, que houve pane seca, e
atribuiu os pousos a "condições meteorológicas
desfavoráveis em Confins (MG), Galeão
(RJ) e Ribeirão Preto (SP)".
De acordo com a Infraero, fizeram procedimento de emergência
os vôos JJ 3317 (Salvador/Confins) e JJ 3159 (Fortaleza/Recife/Galeão).
A TAM informou que os passageiros dos quatro vôos
foram reacomodados em outras aeronaves. Já os
passageiros do vôo JJ 3270 (Congonhas/Ribeirão
Preto) seguiram de ônibus de Campinas para Ribeirão
Preto.
A Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) informou ontem que irá averiguar a razão
pela qual as duas aeronaves tiveram pane seca. Segundo
a Infraero, quando os aviões pousaram, havia
um carro do Corpo de Bombeiros e uma ambulância
nas proximidades da pista.
Folha
de São Paulo
15/03/2008
Má distribuição
de querosene derrubou jato, aponta laudo
Documento mostra que avião
que caiu em SP decolou com a asa direita mais pesada
que a esquerda, o que causou acidente
Combustível migrou de uma asa para outra por
conta do acionamento, acidental ou proposital, da bomba
de abastecimento
KLEBER TOMAZ DA REPORTAGEM LOCAL
A
distribuição desigual da quantidade de
combustível nos tanques das asas dianteiras do
Learjet-35A foi determinante para que a tripulação
do jato perdesse o controle de vôo e caísse
de bico sobre casas, no dia 4 de novembro de 2007, matando
oito pessoas -dois pilotos e seis moradores- na zona
norte de São Paulo.
O laudo do Seripa (Serviço Regional de Investigação
e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
em São Paulo) irá apontar que um dos fatores
contribuintes para a queda da aeronave foi justamente
o fato de a asa direita ter decolado com mais querosene
do que a asa esquerda.
Dez segundos após decolar da pista do Campo de
Marte, o avião se inclinou à direita,
num ângulo de 90 graus, e caiu. Pelo plano de
vôo, o Learjet deveria ter feito uma curva à
esquerda.
Uma asa ficou mais pesada que a outra. "Assim,
os pilotos não tiveram mais controle do avião",
disse o tenente-coronel Ricardo Hein, chefe do Seripa.
A investigação já sabe que o desbalanceamento
ocorreu durante o abastecimento no solo. Não
por erro de quem colocou querosene nos tanques, mas
pelo acionamento no Learjet da bomba da asa esquerda,
responsável pela transferência de combustível
para a asa direita.
O modelo 35A possui dois tanques em cada asa, e cada
uma delas recebeu 500 litros de querosene -28 litros
a mais que o recomendado no manual do jato. Apesar de
a capacidade total do avião ser de 2.777 litros,
por segurança, deve-se abastecer uma asa por
vez com até 472 litros para que nenhuma pese
tanto e sofra fissuras.
A primeira asa a ser abastecida foi a esquerda. Durante
três minutos, 120 litros de querosene foram transferidos
dela para a direita. A asa esquerda decolou com 380
litros e a direita, abastecida com 500 litros, ganhou
cerca de 120 litros e chegou a pelo menos 620 litros.
Os peritos apuram se a bomba continuou a transferir
combustível de uma asa para outra.
Alguns dos sons que aparecem na caixa-preta seriam o
do funcionamento da bomba da asa com o barulho de motores.
Por conta disso, ela foi para o NTSB (National Transportation
Safety Board, agência que investiga acidentes
da aviação civil nos EUA), em Washington,
para outra análise.
O Seripa já sabe, porém, que alguns procedimentos
foram descumpridos. O piloto Paulo Montezuma Firmino,
39, e o co-piloto Alberto Soares Júnior, 24,
não usaram o check-list da aeronave. "Há
indícios de erro de fator humano, mas não
só de pilotos", disse o major Augusto Trindade,
chefe da seção de investigação
do Seripa.
Na transcrição da conversa da cabine com
a torre de controle, após a identificação
de um problema, Firmino assumiu o controle e pediu o
balanceamento do combustível. Neste momento,
o co-piloto nota uma pane e Firmino diz que o jato está
"desbalanceado". Eles ainda tentaram transferir
combustível, mas não houve tempo hábil
e ocorre a queda.
O Seripa ainda apura se o acionamento de dois comandos
que permitiram o funcionamento da bomba da asa esquerda
foi proposital ou acidental. A investigação
trabalha com a hipótese de ter ocorrido alguma
pane na própria bomba.
Frase
"Há
indícios de erro de fator humano, mas não
só de pilotos"
AUGUSTO TRINDADE
major chefe da seção de investigação
do Seripa
Folha
de São Paulo
15/03/2008
Anac culpa as companhias por atrasos
em vôo
DA SUCURSAL DO RIO
A
Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) responsabilizou as companhias aéreas pelos
atrasos registrados nos aeroportos no início
do ano. Segundo a agência, o planejamento das
companhias prevê pouco tempo para a permanência
das aeronaves em solo. Essa foi a conclusão da
Operação Hora Certa, realizada entre os
dias 21 e 29 de janeiro.
Foram investigadas as causas dos atrasos nos vôos
de TAM, Gol, OceanAir e Varig. A Anac afirma que a mudança
da malha, que normalmente ocorre com a entrada da baixa
estação, será calculada de modo
que as aeronaves fiquem mais tempo em solo entre as
operações de pouso e decolagem.
A nova malha começa a ser usada em 24 de março.
A agência afirma também que incluirá
medidas para evitar que as tripulações
trabalhem por mais tempo do que o previsto em lei.
Outro
lado
O presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas
Aeroviárias), José Marcio Mollo, disse
que não comentaria o caso porque não conhecia
o balanço. "Não sei se a agência
inclui nos atrasos os problemas em aeroportos, com controladores
de vôo e o papel de são Pedro", disse.
Segundo a agência, o problema é maior nos
vôos com conexões. A lista de irregularidades
mostra desde a interferência de uma rádio
pirata que afetou a comunicação de um
avião com o comando de tráfego aéreo
em Congonhas até atrasos provocados por funcionários
da Infraero que levam até 20 minutos para informar
mudanças de ponte de embarque.
Em um único dia, a Gol chegou a apresentar atraso
em 51 vôos por problemas na malha aérea
e 13 por manutenção não programada.
No caso da OceanAir, a lista vai de falta de tripulação
para vôo até base operacional considerada
precária.
Folha
de São Paulo
15/03/2008
Combustível requer atenção
de pilotos, diz comandante
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo
especialistas em aviação, decolar um Learjet
com mais combustível numa asa do que na outra
é um procedimento de risco extremo.
"Se encher muito uma asa vai dar um braço
de alavanca [excesso de peso sobre uma asas] enorme.
Isso é extremamente crítico", afirmou
o comandante Flamarion Almeida, que já pilotou
aeronaves comerciais e é consultor de empresas
aéreas.
"O centro de gravidade da asa direita pode ficar
deslocado para fora do eixo longitudinal do avião."
Segundo ele, com o desequilíbrio, o avião
tende a inclinar para o lado mais pesado. "E a
asa que está vazia é alçada para
o alto", disse.
Para que a transferência de combustível
fosse acionada, foi preciso que se ligasse dois comandos,
o da própria bomba e o da válvula de transferência.
"Acho muito difícil ligar esses dois comandos
sem querer."
Segundo o comandante Hugo Stringhini, presidente do
Sinpac (Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação
Civil), os pilotos precisam estar atentos a qualquer
suspeita de eventual problema que pudesse ocorrer. "Era
preciso verificar se o tanque da asa direita estava
mais pesado mesmo que os marcadores indicassem que tudo
estivesse certo. É comum haver bolhas de ar que
enganam o leitor", disse Stringhini.
De acordo com o Seripa, o manual do Learjet não
oferece dados sobre o limite máximo permitido
de desbalanceamento na partida da aeronave. Segundo
a FAB, são oferecidas informações
sobre isso para o momento do pouso do modelo 35A. De
acordo com técnicos, a diferença seria
algo em torno de 160 litros de uma asa para outra. O
Learjet acidentado poderia estar com uma diferença
de 340 litros. (KT)
Folha
de São Paulo
15/03/2008
Congonhas volta a ter conexões
e escalas
Medida fora anunciada pelo
ministro Nelson Jobim em janeiro; liberação
começa a valer a partir de amanhã
DA REDAÇÃO DA SUCURSAL
DO RIO
O
aeroporto de Congonhas (zona sul da capital paulista)
volta amanhã a ser um centro de distribuição
de vôos, com a liberação de conexões
e escalas. Congonhas atenderá ainda vôos
fretados e charters em horários específicos
nos finais de semana, mas manterá o limite de
30 pousos e decolagens por hora (aviação
comercial). Até julho de 2007, eram 44.
A proibição de conexões e escalas
foi anunciada no ano passado como uma resposta às
dificuldades operacionais do aeroporto, que ficaram
visíveis quando o acidente envolvendo um Airbus
da TAM matou 199 pessoas em julho passado.
Na época do anúncio da restrição,
em 18 de agosto, o ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou
que "Congonhas não é e não
voltará a ser, em hipótese alguma, ponto
de distribuição".
O recuo do governo quanto à restrição
ocorreu em janeiro passado. Jobim negou que a volta
das operações seria feita para corrigir
um erro. "Naquele momento, a mudança se
justificava, porque havia um caos e uma falta de ligação
entre os órgãos. Não é questão
de que tenhamos errado, é que reassumimos o controle",
afirmou.
Pressão
por mais vôos
Oficiais da Aeronáutica afirmam que a volta das
operações no aeroporto ocorreu devido
à pressão das companhias aéreas
junto ao Ministério da Defesa e à Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil).
O motivo, de acordo com eles, seria uma maior lucratividade,
já que Congonhas concentra a maior parte dos
passageiros dessas companhias.
Na época do anúncio da liberação,
as empresas negaram ter pressionado o ministério
a rever sua política sobre aeroporto de Congonhas.
Para o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas
Aeroviárias), José Marcio Mollo, o governo
errou ao retirar as escalas e conexões no aeroporto
da zona sul de SP.
Segundo ele, a medida trouxe prejuízos para as
empresas e fez com que os passageiros passassem a fazer
"conexões informais" em Congonhas.
De acordo com Mollo, a procura dos passageiros mostrou
que havia necessidade de usar Congonhas como um centro
de distribuição de vôos. "A
medida se mostrou necessária pelos próprios
passageiros, que pegavam um vôo para Congonhas,
desembarcavam, faziam check-in novamente e pegavam outro
vôo para seguir viagem", disse. O resultado,
para ele, foi a sobrecarga em áreas como balcões
de check-in de embarque.
A Anac disse que a retomada das operações
não causará problemas de segurança
porque o limite de 30 operações/hora.
Folha
de São Paulo
15/03/2008
Queda do dólar afeta resultado
da Embraer
DA REDAÇÃO
A
desvalorização do dólar ante o
real e o custo de admissão e treinamento de 4.500
funcionários reduziram as margens de lucro e
rentabilidade da Embraer em 2007, apesar do aumento
de 5,7% no lucro líquido (R$ 657 milhões)
sobre o ano anterior.
A empresa, terceira maior fabricante de jatos comerciais
do mundo, teve recorde no número de aeronaves
entregues em um ano (169 jatos) e uma receita líquida
de R$ 9,98 bilhões -alta de 20,8%.
No mesmo comparativo, a margem Ebitda caiu de 11,5%
para 8,9%. Para 2008, a projeção do presidente
da empresa, Frederico Fleury Curado, é aumentar
a receita em 25%, e a margem operacional -5,3% em 2007-,
a 8%.
Sobre a venda de aviões para a JetBlue, que deve
começar a operar neste ano no Brasil, Curado
só confirmou que está em negociação
com o presidente da companhia, David Neeleman. O financiamento
deve ser feito via BNDES.
O
Estado de São Paulo
15/03/2008
BNDES vai financiar exportação
da Embraer
Mariana Barbosa e Beth Moreira
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) voltou a financiar clientes da Embraer
para a aquisição de jatos no exterior.
Segundo a fabricante, o BNDES assinou no início
do ano contratos de financiamento com as companhias
aéreas americanas Republic e JetBlue, no valor
total de US$ 425 milhões. O banco não
financiava as exportações da Embraer desde
2005.
Segundo
o vice-presidente Financeiro e de Relações
com Investidores da Embraer, Antonio Luiz Pizarro Manso,
ainda não há nenhum pedido de empresas
brasileiras no banco. "Tenho certeza, no entanto,
que o BNDES dará apoio para uma nova empresa
que venha a se estabelecer aqui", afirmou, referindo-se
aos planos de David Neeleman, ex-presidente da JetBlue,
de ter uma companhia no País. Além de
Neeleman, a Embraer negocia no Brasil a venda de jatos
para a Trip.
Durante
evento para a divulgação dos resultados
de 2007, o presidente da Embraer, Frederico Curado confirmou
as negociações com Neeleman. "Neeleman,
junto com outros investidores, está buscando
estabelecer uma companhia aérea no Brasil e estamos
em discussão com ele nesse sentido."
A
Embraer registrou lucro líquido de R$ 656,972
milhões em 2007, crescimento de 5,67% sobre 2006.
A receita líquida cresceu 20,79%, para R$ 9,983
bilhões. "Não foi um resultado desejado,
mas certamente em 2008 teremos marcas bem melhores",
disse o vice-presidente financeiro. Manso atribuiu o
desempenho de 2007 ao dólar fraco e ao esforço
de aumento da capacidade de produção -
a empresa contratou 4,5 mil novos funcionários
e aumentou em 30% a entrega de aviões, para 169
unidades. "Temos de enfrentar o desafio do real
forte e aumentar a rentabilidade." As ações
da Embraer subiram 3,89% ontem, uma das maiores altas
da Bovespa.
O
Estado de São Paulo
15/03/2008
Companhia área de Slim
quer decolar
A companhia aérea mexicana de baixo custo Volaris
prevê transportar 4,2 milhões de passageiros
neste ano, quase o dobro do número de 2007. A
empresa, que tem participação do magnata
mexicano Carlos Slim - o segundo homem mais rico do
mundo, segundo a revista Forbes -, foi criada há
apenas dois anos. A Volaris, uma das seis empresas que
concorrem no segmento de baixo custo no país,
aposta na popularidade desse modelo e no aumento do
número de passageiros - em 2007, o crescimento
foi de 27,4%.
O
Estado de São Paulo
15/03/2008
Acidentes aéreos - dilemas
emergentes
*Josef Barat
“O
subdesenvolvimento é construção
de séculos”
Nelson
Rodrigues
Há
algum tempo não é politicamente correto
falar em subdesenvolvimento. Mais simpático é
o País receber o epíteto de emergente.
Mas ele existe e uma de suas características
marcantes é a incapacidade de planejar o longo
prazo e gerir crises complexas. Resultado da exploração
predatória de riquezas naturais, passando tardiamente
pelo estágio civilizador da industrialização,
não é de estranhar a visão imediatista
e autofágica de políticos e administradores
públicos neste país - vá lá
- “emergente”. Já disse em artigo
anterior que “apagões” revelam os
gargalos infra-estruturais que o geraram. As causas
são sempre múltiplas, cumulativas e de
responsabilidade do Estado.
Tratando-se
da crise aérea e suas graves seqüelas, a
primeira constatação é a de que,
ao longo de quase dois anos, o Ministério da
Defesa falhou na coordenação das ações
relacionadas com as infra-estruturas aeroportuária
e aeronáutica, a regulação técnica
e econômica, bem como a prevenção
e investigação de acidentes. Houve, sobretudo,
dificuldade de diálogo entre órgãos
públicos. Não bastasse isso, o conselho
responsável pela formulação de
diretrizes e políticas ficou sem se reunir quase
quatro anos. Portanto, por um bom tempo um setor dessa
complexidade não teve orientações
claras e integração entre as partes. Obviamente,
tal constatação fez o ministro Nelson
Jobim, ao assumir o cargo, restabelecer - de imediato
- o comando e promover a articulação das
ações dos órgãos envolvidos.
Em
seguida, constata-se a falta de planejamento e capacidade
de gestão. A Infraero aparentemente investiu
bastante, porém 1) dispersando recursos entre
aeroportos, sem critérios de prioridade ante
as necessidades da demanda, e 2) distribuindo mal os
investimentos em relação às necessidades
da segurança, em termos de terminais, pátios,
pistas e sistemas de aproximação e proteção
ao vôo. O Decea, por sua vez, se viu às
voltas com carências de pessoal e degradação
de equipamentos, resultantes dos sucessivos contingenciamentos
de recursos. E ainda tem o desafio de substituir, no
longo prazo, o ambiente tecnológico atual pelos
sistemas mais avançados baseados em satélites.
A Anac, pressionada no nascedouro pela crise da Varig,
não conseguiu se viabilizar na regulação
econômica de um setor marcado pela competição
acirrada e, por vezes, predatória, principalmente
em aeroportos aglutinadores.
Nesse
contexto, ao ocorrerem em menos de um ano os dois maiores
acidentes da aviação brasileira, foi natural
que se buscasse “o culpado”. Não
há busca frenética da culpa quando ocorrem
acidentes em embarcações na Amazônia
ou em ônibus nas estradas com vítimas pobres.
Mas na aviação é diferente. O número
de acidentes aéreos tem sido grande e, ao mobilizar
muito a mídia, se tende a buscar a criminalização.
Ocorre que o Brasil é signatário da Convenção
de Chicago de 1944. O seu Anexo 13 estabelece princípios
para a investigação de acidentes aéreos,
destacando-se o da finalidade: “A investigação
deverá ter como objetivo a apuração
da causa do acidente, para impedir a sua repetição.”
Portanto, deverá distanciar-se da pressão
pública e, principalmente, correr em sigilo.
O Anexo veda expressamente a divulgação
de dados da “caixa-preta”, salvo por autorização
judicial.
Se
a finalidade de prevenção deve ser observada
antes de qualquer outra, o Judiciário somente
poderá autorizar a divulgação a
pessoas essenciais à investigação.
Esta concluída, caberá ao Judiciário
decidir se houve conduta criminosa. A responsabilidade
poderá ser humana, do equipamento, da empresa
aérea ou do gestor da infra-estrutura. No caso
de falha humana, um ambiente de extremo stresse entre
controladores de vôo e pilotos, além da
falta de treinamento adequado e assistência por
parte das empresas, pode indicar caminhos mais complexos
nas investigações. Mas o fato é
que, criado um ambiente de pressão, se desvia
a atenção das verdadeiras responsabilidades
e, ao final, se exime(m) o(s) culpado(s) de eventual
conduta criminosa. Como se não bastasse toda
a complexidade da crise aérea, as quebras de
sigilo e o desvio de finalidade da investigação
põem em risco a credibilidade do Brasil de apurar
as causas de seus acidentes aéreos. Se o País
não consegue realizar investigações
adequadas, não estará apto a impedir a
repetição do acidente e, assim, não
preservará um transporte aéreo seguro.
*Josef
Barat, consultor, membro do Conselho de Economia e Política
da Federação do Comércio do Estado
de São Paulo, é autor do livro Logística,
Transporte e Desenvolvimento Econômico (CLA Editora)
Jornal
do Brasil
15/03/2008
Tarifas reduzidas atraem mais
aviões
Pat Zinger do JB Barra
Os moradores que defendem a redução do
fluxo de vôos no Aeroporto de Jacarepaguá
encontram um obstáculo difícil de ser
combatido. As suas reduzidas tarifas atraem pilotos
e proprietários de aeronaves de pequeno porte.
De acordo com a Infraero, as taxas de serviço
para pouso custam até três vezes menos
do que as co bradas nos aeroportos Santos Dumont e Internacional
Tom Jobim, enquanto que para estadia da aeronave, o
valor é 50% mais barato. A fila de espera para
pequenos aviões ou helicópteros também
é a menor da cidade.
Segundo
as estatísticas da Infraero, de 2003 a 2007 houve
aumento de 23,8 % no número de vôos que
partiram do Aeroporto de Jacarepaguá. Deste percentual,
15,5% aconteceram apenas no período de um ano
(de 2006 a 2007). Já o registro de número
de passageiros aumentou em 48,68% entre 2005 (55.108)
e 2007 (81.938). A taxa para pouso de avião de
pequeno porte custa R$ 26,65 no Aeroporto Internacional
Tom Jobim, R$ 16 no Santos Dumont e R$ 7,91 em Jacarepaguá.
-
Estamos nos movimentado para reivindicar o controle
maior de número de pouso e decolagens. Tememos
pelas nossas vidas, já que algumas aeronaves
voam baixo demais e qualquer falha poderá resultar
em acidentes - desabafa o síndico do condomínio
La Place, Paulo Sérgio Cardoso.
O
superintendente do Aeroporto de Jacarepaguá,
Luís Fernando de Menezes Marques, afirma que
o local tem registrado um aumento do fluxo de aviões;
-
A aviação que mais cresce em Jacarepaguá
são as do tipo offshores com destino às
plataformas de petróleo - garante Luis Fernando.
- Um helicóptero que operava com três passageiros,
atualmente tem capacidade para transportar até
12.
Coluna Claudio Humberto
15/03/2008
Você já sabia
A Folha confirmou ontem o que esta coluna já
informou: o gestor judicial da Flex (ex-Varig) Miguel
Dau deve ser o diretor de Operações da
empresa que o americano David Neeleman (JetBlue) vai
criar no Brasil.
Nas
asas da inflação
Cai o dólar, sobe o preço das passagens
aéreas: Curitiba-São Paulo passou de R$
100, em novembro, para R$ 319, este mês.
Elogio
ao trágico
Após condecorar a ex-diretoria da Agência
Nacional Civil, o comandante da Aeronáutica,
brigadeiro Juniti Saito, homenageou diretores da TAM.