:::::RIO DE JANEIRO - 15 DE JANEIRO DE 2007 :::::

 

Revista Veja
17/01/2007
Auto-ajuda no Aerus

Erno Brentano, interventor do Aerus, o fundo de pensão da Varig e de outras empresas aéreas, recebe um salário de 18 000 reais mensais. Nada mau. Fora isso, ganha outros 11 000 reais em reembolsos pelos seus deslocamentos de Porto Alegre, onde mora sua família, ao Rio de Janeiro, sede da Aerus. Beleza.

Agora, certamente por zelo, Brentano auto-indicou-se para o conselho de administração do Grupo Kepler Weber, no qual o fundo tem participação. Assim, passa a somar 7 000 reais aos seus vencimentos, totalizando 36 000 reais mensais.

 

 

Site da ABI – www.abi.org.br
12/01/2007
MPT investiga pagamento de indenizações na Varig
José Reinaldo Marques

O Ministério Público do Trabalho (MTP) do Rio de Janeiro está investigando denúncia de que houve um suposto pagamento de indenização por rescisão contratual, com privilégios, para funcionários da antiga Varig nos cargos de Gerência e de Direção. A informação chegou à ABI e foi confirmada pelo Procurador do Trabalho, João Hilário Valentim, um dos procuradores responsáveis pela investigação.

De acordo com o Procurador, o MPT recebeu denúncia anônima e a cópia de documentos que comprovam que 20 funcionários — que já estão trabalhando na Nova Varig — receberam a indenização. Um gerente, inclusive, teria recebido R$145 mil, enquanto 9 mil funcionários continuam sem indenização:
— O MPT está investigando a identidade desses funcionários que teriam sido privilegiados com o pagamento de rescisão. Estamos apurando valores e quando e como os pagamentos foram realizados, para adotar as medidas judiciais cabíveis para o caso — diz João Valentim.

Se forem confirmadas as denúncias, caberá ao MTP pedir ao Juiz Roberto Ayoub, titular da 33ª Vara de Fazenda Pública — responsável pelo processo de reestruturação da Varig —, que seja aberto processo por danos morais e o ressarcimento da verba.

CPI

O Deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ) afirma que o caso já vinha sendo analisado também pela CPI da Varig, que foi instalada na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para apurar a quebra da companhia aérea e será retomada em fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar:
— Tomamos conhecimento dessa denúncia, mas, como nessa primeira fase da CPI o nosso tempo foi curto (40 dias), o caso será novamente levantado em fevereiro, a partir da reabertura da CPI. Há muitas coisas para serem questionadas.

O deputado diz ainda que, pela postura do Governo Federal no caso, ficou claro que o objetivo não era a recuperação da antiga companhia. Segundo ele, criou-se um plano para isso, mas não foi feito o aporte de recursos necessário. Houve, isso sim, a criação de uma outra empresa, com outro certificado — a Nova Varig —, enquanto a Varig manteve o seu e ficou sem linhas e aviões:
— É uma situação anômala, que compromete inclusive o juiz da Vara Empresarial (33ª Vara de Fazenda Pública). Acho que o programa de recuperação da Varig foi uma farsa. O caso foi parte de algum compromisso anterior para extinguir a empresa, no intuito de favorecer a TAM. São problemas políticos graves que envolvem o Governo federal — denuncia Paulo Ramos.