O Estado de São Paulo
14/09/2007
'Blindagem da Varig só
vale no Brasil', diz Ayoub
Para sindicalistas, Gol pode
ter de assumir dívidas trabalhistas da Varig
na Argentina
Alberto Komatsu
Os trabalhadores da Varig na Argentina podem ir à
Justiça cobrar da Gol, nova dona da empresa,
as dívidas trabalhistas de US$ 400 mil deixadas
no país. A avaliação é do
advogado do Sindicato Nacional dos Aeroviários,
Ronaldo Cramer. O argumento é que a blindagem
contra a sucessão de dívidas trabalhistas,
por meio da Lei de Recuperação Judicial
e confirmada por uma decisão da 1ª Vara
Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, só
vale dentro do Brasil. 'A minha decisão se restringe
ao território nacional. Não tem validade
fora do País', afirma o juiz Luiz Roberto Ayoub,
titular da 1ª Vara Empresarial. Procurada, a Gol
não se manifestou sobre o assunto.
'Os trabalhadores da Varig, na Argentina, podem cobrar
da Gol, sem dúvida', diz Cramer. A presidente
do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma
Balbino, tem a mesma avaliação. Ela diz
que a cobrança judicial de passivo trabalhista
ao comprador da Varig, a Gol, pode ser feita em qualquer
país em que o grupo tenha funcionário.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas,
Graziella Baggio, lembra que não só os
trabalhadores da Varig na Argentina, mas também
os brasileiros, podem recorrer à Justiça
para cobrar suas dívidas, independentemente de
a lei de recuperação judicial prever que
não há sucessão de dívidas
para o comprador de uma empresa em reestruturação.
'Se o governo argentino aceitar as regras da Lei de
Recuperação Judicial, perfeito. Quando
outro país aceita a lei, tem de se adequar ao
que está no plano de recuperação',
afirma. Como exemplo, ela cita que o processo de recuperação
da empresa aérea colombiana Avianca foi feito
nos Estados Unidos e todos os países com os quais
a empresa tinha algum credor aceitaram as regras americanas.
A Varig tem 100 empregados na Argentina. Conforme a
imprensa argentina tem publicado, sindicatos argentinos
temem demissões, que terão de ocorrer
porque a Varig, na Argentina, ainda está em fase
de transição da empresa antiga para a
nova. Todos os funcionários terão de ser
demitidos para poderem ser recontratados pela Nova Varig.
Sindicalistas temem, no entanto, que nem todos sejam
aproveitados.
A Varig está proibida de operar na Argentina
desde 9 de agosto. Além dos problemas trabalhistas,
outro motivo para a proibição são
supostas irregularidades em seguros e registros de aviões.
A Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) já fez inspeções, mas não
encontrou problemas. A Varig também estava voando
na Argentina ainda com a licença da Varig antiga,
que está em recuperação.
Segundo uma fonte do setor aéreo, caso os trabalhadores
argentinos da Varig esperem o pagamento por meio do
cronograma da lei de recuperação judicial,
terão de esperar pelo menos até o próximo
mês. Esse é o prazo estimado para que todos
os credores da classe 1 (trabalhadores) da Varig antiga
recebam seus créditos por meio de papéis
de dívida (debêntures). As debêntures
terão de ser emitidas por uma Sociedade de Propósito
Específico (SPE).
Outra esperança para todos os credores da Varig,
incluindo os trabalhadores argentinos, é o acerto
de contas entre o que a Varig antiga deve ao governo
brasileiro e o que a empresa cobra na Justiça
por perdas no período de congelamento de tarifas
entre os anos 80 e 90. A quantia é estimada em
cerca de R$ 5 bilhões. A dívida total
da Varig antiga chega a R$ 7 bilhões.
Folha de São Paulo
14/09/2007
Congonhas passará a ter
áreas de escape
Pista principal do aeroporto
passa de 1.940 metros para 1.640 metros e a auxiliar
de 1.435 metros para 1.195 metros
Com a mudança, que passa a vigorar a partir de
amanhã, pista auxiliar não poderá
mais operar com aviões de grande porte
LEILA SUWWAN DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Defesa anunciou ontem que as
pistas principal e a auxiliar do aeroporto de Congonhas,
em São Paulo, serão reduzidas em 300 e
240 metros, respectivamente, para a criação
de áreas de escape. A mudança entra em
vigor amanhã e restringe os tipos e pesos dos
aviões que poderão pousar no local -afetando
diretamente os principais modelos usados no aeroporto,
como os Airbus e os Boeing.
A pista auxiliar passará de 1.435 metros para
1.195 metros e será de uso exclusivo de pequenas
aeronaves -aviões de grande porte ficam proibidos.
Na pista principal, as empresas terão de obedecer
novos limites de peso para pousar com segurança.
Terão de reduzir carga, combustível ou
número de passageiros transportados.
Em dias de chuva, o aeroporto ficará fechado
para os aviões comerciais de grande porte. Isto
porque a pista principal, a única em que terão
autorização para operar, não pode
funcionar quando está molhada até que
seja liberada pela Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil). A medida não tem data prevista para acontecer.
Aviso
Segundo o ministro Nelson Jobim, as empresas foram avisadas
sobre a mudança e "não houve protesto".
O Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aéreas)
disse não ter sido consultado. A TAM e a Gol,
as duas maiores empresas do setor, contudo, informaram
que iriam acatar as limitações. Segundo
a TAM, as alterações afetam "pouco"
a sua operação. "De acordo com estimativas
preliminares, apenas 2% dos vôos operados pela
TAM em Congonhas poderão ser afetados com a nova
configuração das pistas", diz nota
da empresa divulgada ontem. A Gol não quis dar
maiores informações. "Nós
não ajustamos os aeroportos às empresas.
Nós ajustamos as empresas ao aeroporto",
disse Jobim ontem.
Ele vinculou a medida à preocupação
de aumentar a segurança e não citou o
acidente do vôo 3054 da TAM de 17 de julho, quando
um Airbus A-320 ultrapassou a pista e colidiu com um
prédio, deixando 199 mortos. O acidente levantou
a discussão sobre a necessidade de uma área
de escape. As áreas de escape não implicam
nenhuma modificação física nas
pistas por enquanto. Serão feitos ajustes nos
ILS (sistema de pouso por instrumento) para que os aviões
sejam guiados para tocar o solo dentro do novo comprimento.
A pista principal passa de 1.940 metros para 1.640 metros.
A auxiliar passa de 1.435 metros para 1.195 metros.
Em cada ponta (cabeceira) ficarão reservados
150 metros e 120 metros, respectivamente, para emergências
-conforme recomenda a OACI (Organização
de Aviação Civil Internacional).
Ainda está sob estudo o uso futuro de materiais
como brita ou asfalto poroso para ajudar a deter aviões
que não consigam frear no limite oficial da pista.
Restrições
A redução da pista auxiliar foi anunciada
com a proibição para aviões categoria
3 e 4 (aeronaves com envergadura de asa de 24 a 52 metros).
Portanto, ficam vetados na pista auxiliar: Airbus-A320
e A319 (TAM), todos os modelos Boeing-737 (Gol, Varig
e BRA), Fokker-100 (TAM e OceanAir), Fokker-50 (OceanAir)
e ATR (Pantanal).
Técnicos da Anac, Aeronáutica e da Infraero
estavam reunidos na noite de ontem para definir as providências
necessárias e o horário amanhã
em que passará a valer o novo comprimento de
pista.
A Anac irá apresentar as tabelas de peso máximo
para cada aeronave dentro do novo tamanho da pista.
Caberá às empresas obedecer as restrições,
calculadas a partir dos manuais dos fabricantes dos
aviões.
O presidente do Sinpac (Sindicato Nacional dos Pilotos
da Aviação Civil), comandante Hugo Stringhini,
diz acreditar que a mudança será positiva
para os pilotos. "Vai ficar melhor, desde que sejam
usados os aviões adequados e no peso certo. Com
certeza será mais seguro", disse ele. Para
ele, a medida é inédita no mundo. "Nunca
vi reduzirem pista", afirmou.
Folha de São Paulo
14/09/2007
Entidade alerta sobre problema
em transponder
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Ifalpa, a federação internacional dos
pilotos de empresas aéreas, emitiu ontem um boletim
de segurança no qual reforça o risco de
desligamento acidental do transponder dos aviões
da família 145 da Embraer -que inclui o Legacy,
modelo que colidiu com o Boeing da Gol há quase
um ano.
O boletim reforça o aviso de segurança
emitido pela FAA (agência de aviação
americana), no qual explica a possibilidade de o transponder
ser colocado em "standy by" com um esbarrão
do pé, se for utilizado o descanso de pés
instalado no painel desse modelo de avião.
Segundo o boletim da Ifalpa, é possível
ainda mudar as freqüências de rádio
selecionadas no painel da mesma forma.
Não há comprovação de que
isso ocorreu no acidente do vôo 1907 da Gol, mas
a questão está sob investigação
porque o jato ficou com o transponder inoperante. Isso
faz com que o controle de tráfego aéreo
não saiba sua altitude exata e também
impede o funcionamento correto do TCAS, sistema anticolisão
da aeronave.
"Operadores que voam em quaisquer desses modelos
Embraer, assim como os centros de treinamento, devem
informar imediatamente os pilotos deste risco e abordar
a questão no programa de treinamento, especialmente
no treinamento de vôo, nos vôos supervisionados
e na checagem de linha", diz o texto da Ifalpa.
O aviso também repete um conselho emitido pela
Eurocontrol (agência de aviação
européia) de que os pilotos devem checar rotineiramente
os avisos de operação do transponder.
Isso porque o modo "stand by" não aparece
em cores de alerta no painel.
Coluna - Claudio Hmberto
14/09/2007
Encarou legal
Na CPI do Apagão Aéreo da Câmara,
o empresário German Eframovich, dono da Ocean
Air, enfrentou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), insinuando
que ele o hostilizou a serviço de inimigos pessoais
dele.
Aparências
Dilma Rousseff (Casa Civil) e Walfrido Mares Guia (Relações
Institucionais) fingem apoiar a vassourada de Nelson
Jobim (Defesa) na Agência Nacional de Aviação
Civil, mas, na prática, avalizam o presidente
Milton Zuanazzi.
G1 - O Globo
13/09/2007 - 14h09
Deputados querem CPI para investigar
venda da Varig
Integrante da CPI do Apagão
Aéreo disse que vai recolher assinaturas.
'Temos que investigar', disse deputado Vic Pires.
Na reta final da CPI do Apagão Aéreo
da Câmara dos Deputados, integrantes da comissão
querem criar uma outra CPI, com o objetivo de investigar
exclusivamente a venda da Varig para a Gol. Em sessão
nesta quinta-feira (13), o deputado Vic Pires (DEM-PA)
disse que vai recolher assinaturas para permitir que
a comissão seja instalada. "A Varig sempre
foi um exemplo de qualidade. Temos que investigar essa
venda da Varig. Por que foi vendida, como foi vendida,
quem ganhou com isso e quem perdeu", disse.
Segundo ele, são necessárias, no mínimo,
171 assinaturas de parlamentares. O deputado disse esperar
o apoio de funcionários da Varig. "Se não
existe vontade política, temos que criar a vontade
política", disse a uma platéia que
tinha a presença de funcionários e aposentados
da Varig. Vestidos de preto, eles afixaram uma faixa
na sala com a frase "O Brasil de luto, luta".
Depois de colhidas, informou o deputado, as assinaturas
são encaminhadas para a Secretaria-Geral da Mesa
da Câmara, que faz uma checagem e verifica se
há fato determinado para criar a comissão
e se há previsão de orçamento.
A presidência da Câmara dá um prazo
para que os partidos indiquem os integrantes da comissão.
O processo pode levar meses, mas o deputado Gustavo
Fruet (PSDB-PR) demonstrou otimismo. "É
viável e necessário. Mas evidente que
vamos enfrentar resistências. Se o relator não
colocar isso no relatório, vamos apresentar como
uma emenda e como voto", afirmou.
Suspeitas
A iniciativa ocorreu depois que o deputado estadual
Paulo Ramos (PDT-RJ) levantou suspeitas sobre a venda
da Varig. Ele presidiu a CPI da Assembléia Legislativa
do Rio de Janeiro que investigou o negócio.
Em depoimento à CPI, nesta quinta, o deputado
disse acreditar que a venda teria sido feita com uso
de "laranjas" (terceiros). Segundo ele, a
Varig foi arrematada em leilão, em julho de 2006,
pelo Grupo Volo, e depois revendida para a Gol. "Compram
por US$ 20 milhões e vendem por US$ 320 milhões
meses depois. É o que chamam de laranjas",
afirmou.
"Foi um crime de lesa-pátria em sua verdadeira
caracterização. Não houve recuperação
judicial. O que houve foi uma manipulação
para que a Varig fosse aniquilada e os novos controladores
assumiram o nome", disse.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa
da Varig, que disse não ter relação
com a acusação, porque a empresa apenas
foi vendida em leilão. A assessoria de imprensa
da Gol também foi contatada, mas ainda não
respondeu. O G1 procurou o Grupo Volo, mas ainda aguarda
o posicionamento da empresa.
Agência Estado
Quinta, 13 de setembro de 2007, 12h28
Deputado quer que CPI quebre sigilo
de ex-dona da Varig
Deputados do Rio investigam
a compra da Varig pela Gol, em 2006, por R$ 38 milhões
SÃO PAULO - O presidente da CPI da Assembléia
Legislativa do Rio de Janeiro que investigou a venda
da Varig para a Gol, deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ),
sugeriu nesta quinta-feira, 13, que a CPI da Crise Aérea,
na Câmara dos Deputados, quebre os sigilos bancário,
fiscal e telefônico dos sócios da Volo
do Brasil. A empresa arrematou a Varig em leilão
em julho de 2006 e depois a revendeu para a Gol em março
deste ano.
Segundo a Agência Câmara, Ramos alegou
ser fundamental para a investigação da
venda quebrar esses sigilos. Ele lembrou que a CPI do
Rio aprovou a medida, mas os investigados conseguiram
no Tribunal de Justiça do Estado uma liminar
contra a quebra. O deputados relatou ainda que a Volo
comprou a Varig por US$ 20 milhões - cerca de
R$ 38 milhões - e a revendeu por US$ 320 milhões
(mais de R$ 600 milhões). "Os sócios
da Volo podem ser vistos como laranjas. Entraram em
sociedade com recursos de origem duvidosa, participaram
do leilão e depois venderam a empresa por um
preço bem superior", afirmou na CPI da Crise
Aérea.
Na opinião do parlamentar fluminense, a venda
Varig configurou-se como um crime de lesa-pátria.
Para ele, o que houve foi uma manipulação
para que a empresa fosse aniquilada, o que teria contado
até com a participação da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac). "Acreditamos
que haveria uma recuperação judicial e
o que houve foi a estruturação de uma
nova empresa que se apropriou do nome da Varig."
Na reunião, Paulo Ramos disse que o fim da Varig
criou uma deficiência na malha aérea brasileira,
o que pode ter sido uma das causas do caos aéreo.
O deputado lembrou ainda que os trabalhadores da Varig
enfrentam resistências para ter reconhecidos seus
direitos. As informações são da
Agência Câmara.
Agência Brasil
Quinta, 13 de setembro de 2007, 11h23
Ex-funcionários da Varig
protestam em CPI
Cerca de 30 funcionários demitidos da Varig
fizeram hoje na CPI do Apagão Aéreo da
Câmara um protesto contra a venda da empresa.
Vestidos com camisetas pretas com a frase "O Brasil
em Luto. Luta!", eles afixaram nas paredes da sala
duas faixas, uma com o mesmo que está escrito
nas camisetas e outra com "Nós somos Varig".
A manifestação foi durante a audiência
pública com o deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ),
que presidiu a CPI da Assembléia Legislativa
do Rio que investigou a venda da Varig. Os manifestantes
querem que a CPI da Câmara também investigue
o processo.
Para o vice-presidente da Associação
de Pilotos da Varig, Marcelo Duarte Lins "a CPI
da Venda da Varig tem tudo a ver com a CPI do Apagão
Aéreo". Para ele o a chamado apagão
aéreo não teve origem depois dos acidentes
com os aviões da TAM ou da Gol.
"Eles já foram conseqüência
dessa crise, do desmonte do setor aéreo, que
passa efetivamente, pelo desmonte da Varig, pela venda
criminosa da Varig, pela entrega desse capital brasileiro
às empresas estrangeiras, praticamente terminando
com a aviação comercial brasileira",
disse.
Segundo o deputado Paulo Ramos, o grupo de investimentos
americano Matlin Petterson, vencedor do leilão
da Varig em junho de 2006, pagou pela empresa cerca
de US$ 20 milhões e, meses depois, a vendeu à
GOL por US$ 320 milhões. Para ele os três
empresários brasileiros que participaram do negócio
podem ser vistos como "laranjas".
"É altissimamente suspeito", afirmou
Ramos, antes de sugerir que a CPI quebre os sigilos
fiscal, bancário e telefônico dos compradores.
Para o deputado, a transação "foi
um crime de lesa-pátria".
O deputado Vic Pires (DEM-PA), integrante da comissão,
disse que vai pedir à assessoria do seu partido
que faça um requerimento para abertura de uma
CPI na Câmara para investigar a venda da Varig.
Ele disse que pretende começar hoje a colher
as assinaturas.
Revista Consultor Jurídico
13 de setembro de 2007
Acusação de improbidade
Funcionários da Infraero
são denunciados pelo MPF
Sete ex-funcionários da Infraero, em Campinas
(SP), são acusados de terem assinado um contrato
para renovar por dez anos a concessão do estacionamento
do aeroporto de Viracopos sem licitação.
A denúncia foi feita pelo Ministério Público
Federal, que ajuizou ação por improbidade
administrativa e para ressarcimento do erário.
A ação foi distribuída para a 4ª
Vara Federal de Campinas.
O grupo era formado por um ex-gerente, três ex-superintendentes
e três ex-executivos da estatal. Segundo o MPF,
eles permitiram que uma empresa controlasse o estacionamento
no aeroporto por 24 anos através de adiantamento
irregulares do contrato.
Em 1981, a empresa começou a operar no estacionamento
que ocupa uma área de 13,6 mil m2. O MPF diz
que ela só deixou de explorar o espaço
em 2005 por sua insistência.
No entanto, esta ação só trata
sobre o contrato de concessão de uma aérea
especifica em que o contrato foi assinado em 1995 e
prorrogado por mais quatro vezes por meio de termos
aditivos. Segundo o MPF, a administração
pública não teve condições
de buscar condições mais vantajosas.
O marco da ação é o ano de 1995,
pois foi neste ano que o Tribunal de Contas da União
julgou um processo sobre a exploração
do estacionamento do aeroporto de Guarulhos. Ficou determinado
que os contratos da Infraero, a partir de então,
tivesse licitação. Nos editais deveriam
contar a vigência e a quantidade máxima
de prorrogações admitidas.
Porém, desde o contrato em 1995, os sete funcionários
da Infraero desrespeitaram essa regra e revalidaram
o contrato sem justificativa coerente. No mérito
da ação, o MPF pede que o contrato seja
declarado nulo e que os réus devolvam aos cofres
públicos a renda bruta ou os lucros obtidos no
período.
Além dessas medidas, o MPF quer a condenação
dos responsáveis de acordo como previsto no artigo
12 da lei de improbidade administrativa: ressarcimento
integral do dano, perda das funções públicas,
cassação dos direitos políticos
por até cinco anos, o pagamento de multa e a
proibição de contratar com o poder público
ou receber incentivos fiscais e de crédito durante
três anos. Por último, o MPF pede que os
réus sejam condenados solidariamente a pagar
uma indenização à sociedade pelos
danos morais sofridos com a má gestão
do aeroporto.
Esta é a segunda ação de improbidade
contra funcionários da Infraero ajuizada este
ano pelo MPF em Campinas. Em abril, outra ação
pediu a restituição de quase R$ 244 mil
aos cofres públicos pagos à construtora
Talude pelas obras do novo sistema viário do
aeroporto de Viracopos.