::::: RIO DE JANEIRO - 14 DE FEVEREIRO DE 2008 :::::

 

Valor Econômico
14/02/2008
Correios avaliam realizar auditoria na VarigLog
Daniel Rittner e Roberta Campassi
Sergio Zacchi / Valor

O conselho de administração da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) se reúne hoje para avaliar a possibilidade de abrir negociações para a compra da VarigLog. A diretoria executiva da estatal poderá ganhar uma autorização do conselho para fazer "due dilligence" na ex-subsidiária da Varig - análise detalhada de informações e contratos da companhia para mensurar riscos efetivos e potenciais do negócio.

Por enquanto, segundo o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, não há uma idéia precisa do valor de um eventual investimento nem a respeito de quanto pode ser a participação acionária da estatal.



Sousa, presidente da VarigLog: " a solução para o conflito societário está próxima e permitirá a entrada de novos sócios".

O que a ECT quer, conforme esclareceu Custódio, é dar mais agilidade à entrega de encomendas postais e impulsionar a Rede Postal Noturna, serviço que funciona durante a madrugada.

Os Correios gastam R$ 450 milhões por ano com o transporte aéreo de cargas, hoje feito por empresas como Beta e Skymaster. Além de driblar as amarras atuais das licitações, pois os contratos devem ser renovados anualmente, o executivo acha que uma empresa aérea própria torna possível reduzir despesas e aproveitar oportunidades surgidas com o aumento do comércio eletrônico.

O presidente da VarigLog, João Luís Bernes de Sousa, prometeu a Custódio entregar nas próximas semanas o resultado de uma auditoria para mostrar a situação financeira da empresa. "A gente não sabe em que estado ela está", disse o executivo da ECT. No ano passado, ele procurou a TAM, a Gol e a própria VarigLog para propor uma parceria, mas não houve interesse por parte de nenhuma delas. "Ninguém deu bola, mas agora eles (VarigLog) querem arrumar uma saída (para a crise financeira)", comentou.

A aproximação foi feita em janeiro por Bernes, que procurou saber dos Correios se ainda havia interesse em uma parceria. É um momento favorável à prosperidade das negociações, até por causa da dificuldade de Custódio em implementar sua idéia inicial: a de criar uma nova estatal, subsidiária da ECT, que faria uma encomenda de até 19 aviões da Embraer - um volume suficiente para ajudar a alavancar o projeto do novo cargueiro C-390, derivado do jato de passageiros E-190.

Custódio admite que, na quebra da BRA, chegou a pensar na hipótese de propor uma parceria para o uso das aeronaves da empresa aérea no transporte de cargas. Mas o executivo afirmou que isso esbarrou na delicada situação financeira da BRA e em problemas logísticos. Segundo ele, reformar os aviões da companhia, transformando sua configuração para cargueiros, seria muito caro e levaria até um ano.

Para o presidente dos Correios, é essencial verificar se a estatal não corre risco de herdar dívidas da VarigLog que contaminem seu balanço. De qualquer forma, Custódio disse que um processo de compra requer a alterações no estatuto da ECT e, possivelmente, de mudanças na Lei Postal.

A idéia de que os Correios tenham uma empresa aérea própria gera termos nas companhias que hoje prestam serviço à estatal. Algumas delas, como Skymaster, Total e TAF, foram procuradas pelo Valor, mas não quiseram se pronunciar.

Custódio tem pelo menos um grande trunfo nas eventuais negociações com a VarigLog. Chega à mesa de discussões com a estatal em plena saúde financeira, após os escândalos em que ela esteve envolvida em 2005 e 2006, durante a CPI dos Correios. A ECT fechou o ano passado com os melhores números de sua história. Pela primeira vez em seis anos, houve lucro com o negócio postal (atividade-fim): R$ 331 milhões. Se incluídas as receitas financeiras, o ganho da empresa foi recorde: R$ 829 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 36,3% e a receita de vendas aumentou 9,8% - pouco mais de 5% em termos reais.

Todos os indícios, no entanto, são de que os Correios encontrarão uma situação "complicada" na VarigLog - o adjetivo é usado pelo próprio presidente da companhia aérea, João Luís de Sousa. Em entrevista ao Valor, ontem, Sousa disse que a e a capacidade de transporte e a receita da VarigLog caíram à metade no ano passado, como uma das conseqüências do grave conflito judicial que envolve os sócios da companhia - o fundo americano MatlinPatterson e os brasileiros, Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo Gallo.

Em 2006, a receita da VarigLog alcançou R$ 950 milhões, valor que a colocava na posição de terceira maior empresa aérea do país. Mas, em 2007, o faturamento caiu para R$ 500 milhões, segundo Sousa. Ele não confirma nem nega que a empresa tenha registrado prejuízos no ano passado. Já em 2006, as perdas da cargueira somaram R$ 60 milhões e o patrimônio líquido (diferença entre os ativos e os passivos) estava negativo em R$ 67 milhões.

O conflito societário que dificulta a sobrevivência da VarigLog começou em meados do ano passado. O Matlin Patterson, detentor de 20% das ações ordinárias, entrou com processos judiciais cobrando um total de US$ 190 milhões da própria VarigLog e, indiretamente, dos sócios brasileiros que detêm 80% das ordinárias. O montante teria sido emprestado pelo Matlin para financiar as operações e, segundo o fundo, deveria ter sido devolvido pela VarigLog depois que ela vendeu o controle da Varig para a Gol, em abril de 2007. O fundo também tenta, numa outra ação, desfazer a sociedade sem perder os cerca de US$ 400 milhões que afirma ter investido na VarigLog.

"Eu acredito que os sócios vão sentar e se conciliar no curso deste mês. A solução está próxima", disse Sousa. O desfecho provável, segundo ele, é a saída de uma das partes da sociedade, o que permitiria a entrada de um novo sócio disposto a investir. "Há outros interessados, além dos Correios."

Sousa afirma que as primeiras conversas para uma parceria com a estatal começaram "há mais de um ano". Na época, a empresa aérea elaborou estudo em que os Correios poderiam se transformar em sócios minoritários. Boa parte da frota da empresa seria então usada para fazer o transporte noturno da carga postal. "Nosso plano inicial era ter 22 aeronaves em 2007 e chegar a 40 até 2010", disse. "Mas agora temos apenas oito aeronaves, quatro de grande porte." Entre dezembro e janeiro, a Justiça determinou a devolução de mais de seis aviões Boeings 757-200 à empresa de arrendamento Wells Fargo, por falta de pagamento.

 

 

Valor Econômico
14/02/2008
Synergy compra aviões

O grupo Synergy Aerospace assinou memorando de entendimento para a compra de 10 unidades do modelo A350-800 XWB, produzido pela Airbus, além de dez opções do mesmo modelo. O Synergy, que controla as companhias aéreas OceanAir (Brasil), a equatoriana VIP e as colombianas SAM e Avianca, já possui encomendas de 47 aviões da família A320 e 10 A330-200. O grupo ainda não definiu como as novas aeronaves serão distribuídas entre as companhias aéreas.

 

 

Coluna Claudio Humberto
14/02/2008
Jobim ameaça sair com Gaudenzi


O processo de demissão do presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, parece ter sido suspenso pela forte reação do ministro Nelson Jobim (Defesa) à notícia de sua iminente substituição. Jobim garantiu ao próprio Gaudenzi: "Se você sair, saio junto". Com relação a Dilma Rousseff (Casa Civil), que deseja a substituição, Jobim deu de ombros, em conversa com o presidente da Infraero: "Sou tão ministro quanto ela..."

Sem apego

Sérgio Gaudenzi trabalhou normalmente na Infraero, ontem, presidindo reuniões. Aos amigos ele costuma dizer que não tem "apego a cargos".

E-golpe

A Gol é alvo de novo golpe na internet: confirmação de passagem comprada on-line, que leva a link para surrupiar dados do trouxa.

Eles por eles

Amarga coincidência: 11.150 privilegiados têm cartão corporativo; 11 mil aposentados do fundo Aerus, da Varig, têm cartão verde... de fome.

 

 

O Estado de São Paulo
14/02/2008
Mercado de aviação no País cresce 6,7% em janeiro
TAM aumentou sua liderança com 48,55% de participação de mercado
Alberto Komatsu

O transporte aéreo de passageiros no País registrou crescimento de 6,7% em janeiro. Foi o menor crescimento no número de passageiros transportados em um mês de janeiro mês desde 2003 - quando o movimento não aumentou, mas desabou 7,5%. Já o desempenho das companhias aéreas brasileiras no exterior em janeiro de 2008 foi o melhor em sete anos, ao registrar expansão de 55,1%.

As comparações foram feitas conforme dados de 2008 e 2007 divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mais uma base de dados do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), com informações sobre a atividade da aviação comercial a partir de 2001, época em que esse levantamento era divulgado pelo órgão antecessor da Anac, o Departamento de Aviação Civil (DAC).

LIDERANÇA

A TAM aumentou sua liderança no mercado doméstico com 48,55% no mês passado, expansão de 1,36 ponto porcentual na comparação com janeiro do ano passado. A Gol também ampliou sua participação, que passou de 38,42% para 39,06% na mesma base de comparação. A OceanAir ficou na terceira posição, com 4,64% do fluxo de passageiros e obteve o maior crescimento entre as quatro maiores do setor, de 83,8% em relação a janeiro do ano passado. Já a fatia da Varig encolheu, ao se situar em 4,18% contra 4,54%.

Juntas, TAM, Gol e Varig - que foi comprada pela Gol em abril do ano passado -, respondem por 91,79% do transporte de passageiros no mercado doméstico. Em média, a ocupação dos aviões no País ficou em 72% no mês passado, sendo que no mesmo período do ano passado a taxa era de 74%.

A oferta de assentos, por sua vez, cresceu 10,3%. No exterior, as empresas brasileiras ofereceram 51,9% a mais de poltronas na comparação com janeiro de 2007. Já a taxa de ocupação dos aviões ficou em 73%.

O ranking do desempenho das companhias aéreas nacionais no exterior foi liderado pela TAM, com participação de 67,04%. Sua participação cresceu 76,8% em comparação a janeiro do ano passado.

A Varig vem logo em seguida, com 19,54%, ou um aumento de 6,19 pontos porcentuais em relação ao período anterior. Já a Gol teve participação de 11,14% no mercado internacional, sendo que em janeiro do ano passado ela tinha 16,59%.

NÚMEROS

48,55% foi a participação de mercado da TAM em janeiro, crescimento de 1,36 ponto porcentual em relação a janeiro de 2006

39,06% foi a participação da Gol no mês passado. Em janeiro de 2006, tinha ficado em 38,42%

4,18% foi a fatia de mercado da Varig, menor que os 4,54% de janeiro do ano passado

 

 

O Estado de São Paulo
14/02/2008
Após pane, United cancela mais um vôo para os EUA
Rodrigo Pereira

O vôo 860 da United Airlines que partiria às 23h45 de anteontem de Cumbica para o aeroporto de Dulles, em Washington, foi cancelado após o Boeing 767-300 da companhia, já na pista, apresentar problemas em um dos motores e ter de retornar para reparos. Desde o dia 19 de janeiro, a companhia aérea cancelou ao menos cinco vôos no Brasil por problemas mecânicos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) solicitou à agência de aviação norte-americana (FAA) os relatórios de manutenção dessas aeronaves e informou que reforçaria o pedido em função da reincidência.

A assessoria de imprensa da United lamentou em nota o “inconveniente a seus passageiros”. Alegou que teve de cancelar o vôo porque seus pilotos ultrapassaram as horas de trabalho regulamentadas pela FAA em função do conserto. Os passageiros foram reacomodados para vôo de mesmo horário de ontem, mas “em uma aeronave diferente, enviada dos Estados Unidos”.

Além de atrasar em 24 horas a partida para Washington, os passageiros da United estranharam o fato de ter de ficar na chamada “área estéril”, espaço isolado por bancos e fitas e vigiado por funcionários, até o eventual reembarque. Segundo um passageiro, de início estavam proibidos até de ir ao banheiro. “Mas acabaram liberando, desde que acompanhados desses funcionários”, relatou.

A United nega a área estéril. A Anac explicou que, apesar de não ter legislação para esses casos, é costume destinar uma sala para evitar que os passageiros de vôos internacionais tenham que passar novamente pela revista e pela imigração.

 

 

Folha de São Paulo
14/02/2008
AVIAÇÃO
Número de passageiros em vôos internacionais sobe 55%
DA SUCURSAL DO RIO

O número de passageiros transportados em vôos internacionais em janeiro cresceu 55,1%, segundo dados divulgados ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O resultado mostra uma recuperação em relação ao ano anterior, quando as viagens internacionais em janeiro tiveram queda de 40,5%.

A TAM lidera esse segmento, com participação de mercado de 67,04%. Em segundo aparece a Varig, com uma fatia de 19,54%, e, em terceiro, a Gol, com 11,14%.

Se nos vôos internacionais houve sinais de recuperação, no mercado doméstico o ritmo de crescimento foi inferior ao de anos anteriores. Em janeiro, a indústria transportou um volume 6,7% maior de passageiros do que em igual mês do ano anterior. Em janeiro de 2007, o número de passageiros transportados registrou alta de 12,5%, e, em janeiro de 2006, de 21,4%. O mês de janeiro costuma registrar alta no número de passageiros transportados por se tratar de um mês de férias.

A TAM respondeu por uma fatia de 48,55% do mercado doméstico. A Gol ficou com 39,06% do mercado. Em terceiro lugar, aparece a OceanAir, com 4,64%, seguida pela Varig, com uma fatia de 4,18%. A taxa média de ocupação das aeronaves ficou em 72%, abaixo do patamar registrado em janeiro de 2007, de 74%.

 

 

Revista - Isto É
13/02/2008
Vão ter que me engolir
Por HUGO STUDART

O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, quer demitir Pedro Gilson Azambuja, assessor especial no Aeroporto do Galeão, salário de R$ 13 mil. Ele responde a três processos na Justiça Federal, acusado de proteção a empreiteiras e a cooperativas de taxistas.

Mas Gaudenzi foi avisado que o assessor, ex-sindicalista do PT, já morou com José Dirceu e Gilberto Carvalho (chefe de gabinete de Lula) e está sob a proteção do Palácio do Planalto.