:::::RIO DE JANEIRO - 13 DE MAIO DE 2006 :::::

Folha de São Paulo
13/05/06
BB também poderá emprestar para a Varig
Ministério da Defesa diz que, além do BNDES, banco faria empréstimo-ponte para que empresa continue voando

Além do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Banco do Brasil também poderá fazer um "empréstimo-ponte" para que a Varig continue funcionando até a venda da empresa em leilão. A informação foi divulgada ontem por meio de nota do Ministério da Defesa.

O empréstimo poderá ser feito ao investidor interessado em comprar a empresa e será necessário que ele tenha "bom conceito com o banco".

O texto da nota diz que "o BB não tem condições de fazer a operação diretamente com a Varig, por impedimento de natureza normativa, em razão da situação de inadimplência da empresa".

Na tarde de ontem, o ministro da Defesa, Waldir Pires, reuniu-se com Adésio de Almeida Lima, vice-presidente da área de crédito do Banco do Brasil, com o juiz encarregado do processo de recuperação judicial da Varig, Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, com o promotor público Gustavo Luiz, com o diretor-geral da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, e com Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, que elaborou o plano de recuperação da aérea.

O juiz, o diretor-geral da Anac e representantes da Varig também estiveram reunidos, antes, no Ministério da Fazenda, para tratar, na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, das dívidas da empresa com o setor público. Estudo preliminar da procuradoria avalia que o comprador da empresa poderá ter de ficar com as dívidas.

Necessidade de US$ 250 mi

A nota enviada pela assessoria do Ministério da Defesa informa que o ministro Waldir Pires "continua considerando viável a preservação da Varig nos termos que o Poder Judiciário está conduzindo" e que "a decisão anunciada pelo Banco do Brasil não elimina a continuidade das conversas com o BNDES, com o mesmo objetivo" -um empréstimo que poderá ser de US$ 167 milhões.

Para continuar operando até que seja vendida, a Varig precisa de aproximadamente US$ 250 milhões para saldar suas despesas correntes. O leilão da empresa só deve acontecer daqui a 60 dias.

O BB esclareceu que o empréstimo poderá ser feito para um interessado em comprar a Varig, desde que ele seja cliente do banco, com cadastro aprovado e limite de crédito já determinado com base nas exigências legais.

Audiência

A BR Distribuidora decidiu acatar a decisão do juiz Ayoub, que proibiu a distribuidora de cobrar o pagamento à vista da Varig pelo fornecimento de combustível até a próxima terça.
Em nota, a BR diz que "repudia veementemente a decisão, que considera uma interferência radical e indevida na relação comercial entre as duas empresas".


O Globo
13/05/06 - Versão Impressa
Varig teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2005


Erica Ribeiro e Geralda Doca

RIO e BRASÍLIA. A Varig fechou 2005 (o ano em que ingressou na nova Lei de Falências) com um prejuízo de R$ 1,5 bilhão, contra R$ 87,1 milhões em 2004, um crescimento de 1.622%. A receita líquida da companhia também registrou queda, passando de R$ 7,476 bilhões em 2004 para em R$ 6,644 bilhões no ano passado. Os dados foram divulgados ontem pela empresa, que atrasou a entrega do balanço alegando problemas técnicos. Segundo o diretor de Relações com Investidores da Varig, Ricardo Bulara, o mau resultado se deve à valorização do real frente ao dólar, já que 60% da receita da companhia são na moeda americana.

Bulara disse que o impacto também foi causado pela redução da frota e pelos custos para manter aeronaves paradas, que em 2005 corresponderam a R$ 32 milhões. O aumento do preço do combustível de aviação (QAV) também pesou nos resultados, disse o diretor da Varig, já que, enquanto em 2004 representava 36% dos custos, em 2005 respondeu por 40%. A Varig gastou R$ 2,1 bilhões com combustível em 2005, contra R$ 1,9 bilhão em 2004.

O patrimônio líquido da empresa (que engloba outros passivos, além da dívida) ficou negativo em R$ 7,9 bilhões em 2005, enquanto em 2004 era de R$ 6,4 bilhões. A dívida da Varig renegociada com credores ficou em R$ 5,8 bilhões em 2005, sendo R$ 3,249 bilhões com o Paes, o antigo Refis (a Varig parcelou o débito até julho de 2018); R$ 194 milhões com a Infraero; R$ 57 milhões com a BR; R$ 134 milhões com o Banco do Brasil; R$ 1,086 bilhão com o Aerus; e R$ 1,2 bilhão com outros credores. Em 2004, a dívida estava em R$ 5,683 bilhões.

O resultado da atividade (venda de bilhetes menos o custo das operações de vôo) também sofreu impacto do câmbio e dos custos gerais, passando de R$ 540 milhões positivo em 2004 para R$ 98 milhões negativo em 2005.

Uma das exigências para a criação dos fundos de investimentos e participações (FIP), que fazem parte do processo de recuperação judicial da empresa, é a entrega dos balanços. Bulara afirmou que as demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre deste ano também serão entregues com atraso, mas não prejudicarão a criação dos fundos.

Além do balanço ruim, a Varig não apresentou bons índices de regularidade, pontualidade e eficiência operacional, segundo dados apresentados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em abril, a Varig teve 69% de regularidade (vôos previstos e realizados sem cancelamento) nos vôos domésticos e 80% nos internacionais. Em janeiro, os percentuais eram de 96% e 90%, respectivamente.

Ontem o Banco do Brasil (BB) acertou com o Ministério da Defesa e com o Judiciário do Rio, responsável pelo processo de recuperação da Varig, que poderá financiar investidores que queiram participar do leilão de venda da empresa e tenham limite de crédito aprovado pela instituição. Também foi aberta a possibilidade de o BB voltar a descontar recebíveis da Varig (receita com venda de bilhetes). Mas, neste caso, os investidores terão que assumir os riscos.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, coordenador do processo, que corre na 8 Vara Empresarial do Rio, e promotores e representantes da Alvarez & Marsal, consultoria responsável pela reestruturação da Varig, fizeram ontem um périplo por Brasília. Além do Ministério da Defesa, eles estiveram na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e na Infraero. Um dos objetivos era apagar o incêndio gerado com a divulgação de um parecer da PGFN sobre os riscos de sucessão de dívidas envolvidos na proposta de venda da Varig. Segundo fontes presentes à reunião, ficou acertado que a Procuradoria não se pronunciará sobre o assunto até o leilão.

A BR Distribuidora informou ontem que recorreu da decisão de Ayoub que a obrigou a oferecer combustível à Varig, sem exigir pagamento à vista. A BR também apresentou agravo de instrumento na Tribunal de Justiça do Rio.


Zero Hora
13/05/06

Dívidas fiscais serão cobradas pelo governo

Apesar de garantir que "não criará qualquer obstáculo" à recuperação da Varig, a área econômica do governo deixou claro que as dívidas fiscais da companhia aérea serão cobradas no futuro.

O recado foi dado ontem pelo procurador geral da Fazenda Nacional do Ministério da Fazenda, Manoel Felipe Brandão, ao juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que conduz o processo de recuperação judicial da Varig, Luiz Roberto Ayoub. Neste caso, futuros compradores de uma parte da companhia aérea não ficarão totalmente livres da pesada dívida de R$ 4,5 bilhões.

Na reunião, a Procuradoria, responsável pelas cobranças dos débitos tributários, negou ter elaborado um documento formal defendendo que o novo proprietário da parte da Varig a ser leiloada também assuma o passivo. Mas confirmou o entendimento de que o poder público não pode abrir mão de cobrar o débito.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá de pré-qualificar os interessados no leilão da companhia, que deve ser realizado em 60 dias, e opinar sobre as suas regras.


O Globo
12/05/2006 - 21:36h
Banco do Brasil poderá fazer empréstimo-ponte à Varig
Erica Ribeiro

RIO - O Banco do Brasil está disposto a administrar os recebíveis da Varig e fazer, sem necessidade de fiança bancária, o empréstimo-ponte necessário à manutenção das operações da Varig até a realização do leilão, desde que a operação se faça diretamente com o investidor interessado e que este tenha bom conceito junto ao banco, disse ontem o diretor do banco, Adésio de Almeida Lima, depois de uma reunião com o Ministro da Defesa, Waldir Pires.

Adésio Lima esclareceu, entretanto, que o Banco do Brasil não tem condições de fazer a operação diretamente com a Varig, por impedimento de natureza normativa, em virtude da situação de inadimplência da empresa.

Segundo o ministro, a decisão do BB não elimina a necessidade de manter conversações com o BNDES.Participaram da reunião, além do ministro e do diretor do BB, o juiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que cuida da recuperação judicial da Varig, o Promotor do Ministério Público Estadual do Rio, Gustavo Lunz e, em uma segunda etapa do encontro, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e o diretor da consultoria Alvarez e Marsal, responsável pela reestruturação da Varig, Marcelo Gomes.


O Globo
12/05/2006 - 21:12h
Eficiência da Varig caiu em abril

Reuters


RIO DE JANEIRO - O agravamento da crise financeira da Varig nos últimos meses fez a eficiência operacional da empresa recuar para níveis registrados por pequenas companhias. Em abril, a Varig teve uma eficiência operacional média -índice que indica a pontualidade e a regularidade dos vôos - de 61% contra os 82 % registrados em janeiro, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Enquanto isso, as suas principais concorrentes, TAM e Gol, apresentaram no mês passado índice de eficiência operacional de 92% e 91% respectivamente. No segmento internacional, onde mantém a liderança apesar de perder mês a mês espaço para a TAM, a Varig fechou abril com 69% de eficiência, enquanto a TAM teve 97% e a Gol, com menos participação de mercado, ficou com 95%, segundo a Anac.

Além de perder em pontualidade e a regularidade, a Varig reduziu sua fatia de mercado para 16% em abril, perdendo espaço principalmente para Gol, que teve 33% do mercado. A líder TAM permaneceu praticamente estável, em torno dos 44% do total de passageiros transportados no país.

A Varig vem buscando uma solução junto ao governo para tentar sobreviver e teve esta semana um plano aprovado para separar a dívida da parte operacional da companhia, que será levada a leilão provavelmente em julho. O investidor poderá comprar a companhia inteira ou apenas a parte doméstica.

Na quinta-feira, a companhia ganhou na Justiça o direito de não pagar diariamente pelo abastecimento fornecido pela BR Distribuidora, braço de distribuição de combustíveis da Petrobras, até terça-feira, quando uma reunião como juiz Luiz Roberto Ayoub, que cuida da recuperação judicial da companhia, tentará prorrogar esse prazo até o leilão.


Folha Online
12/05/2006 - 20:44h

BB pode financiar "empréstimo-ponte" para a Varig
IVONE PORTES

O Banco do Brasil anunciou nesta noite que pode financiar o investidor interessado em capitalizar a Varig.

A informação é do diretor do BB, Adésio de Almeida Lima, após longa reunião ocorrida hoje no gabinete do Ministro da Defesa, Waldir Pires. Adésio Lima esclareceu, entretanto, que o banco não tem condições de fazer a operação diretamente com a Varig, por impedimento de natureza normativa, em razão da situação de inadimplência da empresa.

"O Banco do Brasil está disposto a administrar os recebíveis da Varig e fazer, sem necessidade de fiança bancária, o chamado empréstimo-ponte necessário à manutenção das operações da Varig até a realização do leilão, desde que a operação se faça diretamente com o investidor interessado e que este tenha bom conceito junto ao banco", informou o banco.

Esses recursos não serão dados diretamente à companhia aérea, mas a um investidor interessado em repassá-los para a Varig.

O empréstimo-ponte é fundamental para compor o capital de giro da empresa até a realização do leilão judicial para a venda da companhia, previsto para ocorrer em um prazo de 60 dias.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também está analisando interessados obter o recurso para repassá-lo à companhia aérea. O banco deve liberar até US$ 166 milhões para o interessado, mas exige como garantia carta de fiança bancária equivalente ao montante a ser concedido.

Waldir Pires disse que continua considerando viável a preservação da Varig nos termos que o Poder Judiciário está conduzindo e acrescentou que a decisão anunciada pelo BB não elimina a continuidade das conversas com o BNDES.

Além do dirigente do Banco do Brasil, a reunião teve ainda as presenças do Juiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, do Promotor Público Gustavo Luiz e, numa segunda etapa, do presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi e do diretor da consultoria Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes.


JB On Line
12/05/06 20:24h
Infraero recebe da Varig R$ 9 milhões por dívida com taxas

RIO - A assessoria de imprensa da Infraero informou que a Varig efetuou hoje o pagamento de R$ 9 milhões, referentes a taxas de embarque, e deverá fazer novo pagamento de igual valor na segunda-feira (15).

Expirou hoje o prazo dado pela Infraero para que a Varig começasse a pagar as taxas aeroportuárias, no valor de cerca de R$ 900 mil/dia. A dívida acumulada da empresa desde setembro, referente a taxas aeroportuárias, alcança R$ 135 milhões.

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, recebeu hoje o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que comanda o processo de recuperação judicial da Varig. De acordo com informação da assessoria de imprensa da Infraero, Ayoub agradeceu à instituição o apoio dado para a tentativa de solucionar a crise da Varig.

Na segunda-feira, José Carlos Pereira participará de reunião com o ministro da Defesa, Waldir Pires, para dar continuidade à estratégia de negociação da Varig. Para o dia seguinte, está prevista mobilização no Senado, em prol da companhia aérea, com a presença do juiz Ayoub. Segundo a Radiobrás, os encontros foram definidos hoje, em Brasília.


Valor Online
12/05/2006 - 20:14h

Prejuízo da Varig cresceu 15 vezes em 2005, para R$ 1,47 bilhão
Murillo Camarotto

SÃO PAULO - A Varig divulgou somente nesta sexta-feira os resultados referentes ao exercício de 2005, quando registrou prejuízo líquido de R$ 1,47 bilhão, valor 15 vezes superior ao apresentado em 2004. De acordo com nota da companhia, a já conhecida crise financeira foi agravada pelo aumento no preço do combustível de aviação, pela parada de algumas aeronaves para manutenção e pela valorização do real frente ao dólar, que reduziu a receita da companhia com as rotas internacionais, segmento em que possui maior participação de mercado.

A receita líquida da companhia encerrou 2005 em R$ 6,64 bilhões, o que representa uma redução de 5,82% em relação ao exercício anterior, quando obteve R$ 7,05 bilhões. Para tentar compensar as perdas, a companhia apostou na redução dos custos. As despesas comerciais foram baixadas em 21,9%, ficando em R$ 1,05 bilhão em 2005. Os custos administrativos apresentaram recuo de 1,63%, fechando o ano em R$ 178 milhões.

No ano, 40% dos custos da companhia estiveram atrelados ao combustível de aviação, contra 36% observados durante 2004. O arrendamento de aeronaves absorveu 12% das despesas, com crescimento de 1 ponto percentual em relação ao exercício anterior.

Na parte operacional, a Varig apresentou uma modesta melhoria, tanto na quantidade de passageiros transportados, quanto na taxa de ocupação de seus vôos. No ano passado, 12,73 milhões de pessoas embarcaram nos aviões da companhia, sendo 8,74 milhões em vôos domésticos e 3,98 milhões nas rotas internacionais. O resultado é 1,9% superior ao registrado em 2004.

Porém, os vôos domésticos respondem pelo resultado positivo, visto que nas rotas internacionais o movimento caiu. Em 2005, a Varig levou 2,3% menos passageiros ao exterior. Entretanto, 3,9% mais pessoas embarcaram nos aviões da companhia para os vôos domésticos.

Com relação à taxa de ocupação, o desempenho melhorou, mesmo que modestamente. Nas rotas internacionais, a Varig voou com 77% das poltronas ocupadas, contra 76% em 2004. Já nos vôos domésticos, a ocupação ficou em 68%, contra 66% observados no exercício anterior. Em valores consolidados, a taxa passou de 74% para 75% na comparação anual.

A Varig encerrou 2005 com 70 aeronaves, sendo que apenas 58 delas estavam em operação. A dívida consolidada da companhia encerrou o ano em R$ 5,8 bilhões, dividida entre cotistas do fundo de pensão Aerus, empresas estatais, bancos e outros credores.

Está marcado para a primeira semana de julho o leilão de venda da companhia. O preço mínimo definido é de US$ 860 milhões para a parte operacional da companhia, que contempla os vôos domésticos e internacionais. As dívidas ficarão em outra empresa, batizada de " Varig Comercial " .


O Globo
12/05/2006 - 20:10h
Prejuízo da Varig cresce 1600% e chega a R$ 1,476 bilhão
Erica Ribeiro


RIO - O prejuízo da Varig cresceu quase 1600% e chegou a R$ 1,476 bilhão em 2005 contra R$ 87,1 milhões em 2004. A receita líquida da companhia também registrou queda, fechando 2005 em R$ 6.644 bilhões, enquanto em 2004, chegou a R$ 7.476 bilhões.

Segundo o diretor de Relações com Investidores da Varig, Ricardo Bulara, o resultado se deve a apreciação do real frente ao dólar, já que 60% da receita da companhia é em moeda americana. O impacto também foi causado pela redução da frota e os custos para manter aeronaves paradas, que em 2005 foi de R$ 32 milhões.

O aumento do combustível de aviação também influenciou nos resultados, segundo o diretor da Varig. Enquanto em 2004 o combustível representava 36% dos custos, em 2005 respondeu por 40%. O patrrimônio líquido da empresa (que engloba outros passivos, além da dívida) ficou negativo em R$ 7,9 bilhões em 2005, enquanto em 2004 era de R$ 6,4 bilhões.A dívida da Varig renegociada com credores ficou em R$ 5,8 bilhões em 2005, sendo R$ 3,249 bilhões com o governo federal (a Varig parcelou o débito até julho de 2018), R$ 194 milhões com a Infraero, R$ 57 milhões com a BR, R$ 134 milhões com o Banco do Brasil; R$ 1,086 bilhão com o fundo Aerus e R$ 1,2 bilhão com outros credores. Em 2004, a dívida estava em R$ 5,683 bilhões.

O resultado da atividade (venda de bilhetes menos o custo das operações de vôo) também sofreu impacto do câmbio e dos custos gerais, passando de R$ 540 milhões positivo em 2004 para R$ 104 milhões negativo em 2005.

Segundo Bulara, o atraso na entrega do balanço de 2005 foi provocado por problemas técnicos. Uma das exigências para a criação dos fundos de investimentos e participações (FIP) que fazem parte do processo de recuperação judicial da empresa é a entrega dos balanços. Bulara afirmou que as demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre deste ano também serão entregues com atraso, mas não vão prejudicar o andamento da criação dos fundos.


12/05/2006 - 19:39h
Folha Online

Qualidade dos serviços da Varig fica pior em abril, mostra Anac

A qualidade dos serviços da Varig ficou ainda pior em abril, com o agravamento da crise financeira. De acordo com levantamento divulgado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a empresa teve uma das piores avaliações entre as companhias aéreas brasileiras no mês passado.

O índice de eficiência operacional da Varig nos vôos domésticos --média entre regularidade e pontualidade-- despencou de 70% em março para 61% em abril.

No quesito regularidade nas rotas domésticas, que registra o cancelamento de vôos, o indicador da Varig caiu de 77% em março para 69% em abril. O índice de pontualidade dos vôos domésticos passou de 90% para 89% de março para abril.

A deterioração dos indicadores de qualidade operacional da Varig é registrada desde dezembro, quando os números apresentaram queda considerável.

Outras companhias

O índice de eficiência operacional da TAM, líder do mercado aéreo doméstico, permaneceu 92% de março para abril. Neste período, o indicador de regularidade caiu 96% para 95%. A pontualidade ficou estável em 97%.

A Gol, segunda maior empresa do mercado doméstico, registrou em abril um índice de eficiência operacional de 91% --inferior aos 93% de março. Essa queda foi acompanhada de piora no indicador de regularidade, de 95% para 93%. A pontualidade ficou estável em 98%.

Estadão
12/05/2006 - 19:35h
BB poderá fazer empréstimo para possível comprador da Varig
A condição é que a operação se faça diretamente com o possível investidor na Varig

Isabel Sobral

BRASÍLIA - O ministério da Defesa divulgou nesta sexta-feira uma nota à imprensa informando que o Banco do Brasil poderá fazer um empréstimo-ponte ao investidor interessado em comprar a Varig "e que tenha bom conceito junto ao banco".

Segundo a nota, a operação seria feita por meio da administração dos créditos a receber (recebíveis) da Varig pelo banco em troca de um empréstimo-ponte que seria usado na manutenção das operações de vôo da companhia até a realização do leilão. A condição é que a operação se faça diretamente com o possível investidor na Varig.

A nota do ministério da Defesa informa que essa possibilidade foi levantada hoje pelo diretor do BB, Adésio de Almeida Lima, após reunião ocorrida hoje no gabinete do ministro da Defesa, Waldir Pires. "Adésio Lima esclareceu, entretanto, que o Banco do Brasil não tem condições de fazer a operação diretamente com a Varig, por impedimento de natureza normativa, em virtude da situação de inadimplência da empresa", diz o texto.

Pires, segundo a nota, disse que continua considerando viável a preservação da Varig nos termos que o Poder Judiciário está conduzindo e acrescentou que a decisão anunciada pelo Banco do Brasil não elimina a continuidade das conversas com o BNDES, com o mesmo objetivo.

Também participaram dessa reunião o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, do Promotor Público Gustavo Luiz e, numa segunda etapa, do Presidente da ANAC, Milton Zuanazzi e do Diretor da empresa Alvarez e Marsal, Marcelo Gomes.


Folha Online
12/05/2006 - 19:02h
Prejuízo da Varig cresce 1.600% e atinge R$ 1,477 bilhão em 2005

IVONE PORTES

A companhia aérea Varig registrou prejuízo líquido de R$ 1,477 bilhão em 2005, o que representa um crescimento nas perdas de quase 1.600% em relação ao ano anterior.

A Varig está atrasada para a divulgação de seus resultados. O prazo para entrega dos balanços referentes a 2005 na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) expirou em 31 de março último.

Segundo informações da companhia, em razão dos resultados insatisfatórios operacionais insatisfatórios e das dificuldades para o equacionamento do equilíbrio econômico-financeiro a sua situação se agravou no ano passado.

"Isto obrigou a companhia a concentrar seus esforços na busca de recursos para a manutenção das atividades operacionais, com redução relevante no número de aeronaves em operação e, consequentemente, da malha e freqüências oferecidas', divulgou.

Em grave crise financeira, a Varig perdeu mercado no ano passado, principalmente para a TAM e a Gol. Mesmo com o crescimento de cerca de 20% nos vôos domésticos em 2005, as receitas da Varig caíram de R$ 7,054 bilhões em 2004 para R$ 6,403 bilhões no ano passado.

Os custos operacionais da companhia aumentaram 14,2% no período, de R$ 180,5 milhões para R$ 124,3 milhões.

A empresa foi obrigada a reduzir a frota e a oferta de vôos por conta das dificuldades financeiras enfrentadas e pela falta de dinheiro para a manutenção das aeronaves.

O total de aeronaves da companhia caiu de 74 para 70 entre 2004 e o final de 2005. Considerando Varig, Rio Sul e Nordeste a redução foi de 85 para 79.

Reestruturação

Para se proteger de eventuais pedidos de falência, a Varig entrou com pedido de recuperação judicial no ano passado, que foi aceito pela Justiça.

A dívida contratada da companhia em 31 de dezembro do ano passado, já refletindo as alterações a partir do plano de recuperação judicial, era de R$ 5,8 bilhões.

Os credores da empresa, no entanto, aprovaram somente nesta semana o projeto para encerrar o processo de recuperação judicial.

O plano prevê a divisão da Varig em duas e o leilão de uma das partes, que excluirá suas dívidas. Os credores poderão apresentar propostas para comprar somente a parte de vôos domésticos da Varig ou então por toda a parte operacional da companhia. O leilão deve ocorrer em cerca de 60 dias.

Estadão
12/05/2006 - 18:47h
Prejuízo da Varig cresce 1.594% em 2005
O prejuízo passou de R$ 87,167 milhões em 2004 para R$ 1,476 bilhão em 2005

Téo Takar e Fabio Graner

SÃO PAULO - A Varig registrou prejuízo líquido de R$ 1,476 bilhão em 2005, o que representa um aumento de 1.594% sobre o prejuízo de R$ 87,167 milhões apurado em 2004. A receita líquida (montante que a empresa efetivamente recebe pelas vendas de seus produtos) caiu 11,12%, para R$ 6,644 bilhões. O lucro bruto (diferença entre a Receita Líquida e o Custo dos Produtos Vendidos) ficou em R$ 1,133 bilhão, com baixa de 42,83%. O resultado da atividade (ebitda) ficou negativo em R$ 97,928 milhões no ano passado, ante resultado positivo de R$ 453,355 milhões em 2004.

As despesas financeiras líquidas (pagamento de juros) caíram 28,23%, para R$ 393,180 milhões. A Varig contabilizou outros R$ 673,824 milhões como "outras despesas operacionais líquidas". O prejuízo operacional (resultado apenas da atividade primária da empresa) atingiu R$ 1,291 bilhão, com aumento de 1.686%.

Em 31 de dezembro, a companhia tinha um passivo a descoberto de R$ 7,920 bilhões. Os dados são da controladora (não incluem Nordeste e Rio Sul), conforme a legislação societária brasileira.

Endividamento

O endividamento da Varig em 31 de dezembro de 2005 era de R$ 5,809 bilhões. A dívida com o governo soma 64% deste total, incluindo estatais (Receita Federal, INSS, Infraero, Petrobras e Banco do Brasil), somando R$ 3,634 bilhões. O Aerus (fundo de pensão) é credor de 18% do endividamento, o equivalente a R$ 1,086 bilhão; a General Electric (fornecedora de aviões e motores) é credora de 4% da dívida, ou R$ 261 milhões. Outros credores detêm 14% da dívida.

Em relatório que acompanha o balanço financeiro, a Varig informa que tem créditos do ICMS a recuperar no valor de R$ 1,329 bilhão. Menciona também uma ação judicial contra o governo federal que cobra prejuízos por defasagem tarifária no total de R$ 3 bilhões. No fim do ano passado, a Varig tinha 11,9 mil funcionários (308 no Exterior).

Crise da empresa

O procurador-geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe Brandão, reuniu-se hoje com um grupo de autoridades envolvidas nas negociações em torno da recuperação da Varig e disse-lhes que não criará obstáculos ao processo. Participaram do encontro o juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio, Luiz Roberto Ayoub, e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dos ministérios da Casa Civil e da Defesa, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da consultoria Marsal e Alvarez.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, a reunião serviu para "troca de opiniões e conhecimentos". Mas o ministério não informou quais foram as opiniões apresentadas por Brandão. O procurador informou apenas, por meio da assessoria, que disse ao juiz do Rio que "não criará nenhum obstáculo para a condução do processo de recuperação da Varig, porque se trata de um assunto de governo."


Folha de Turismo
12/05/06 18:34h
Zuanazzi faz palestra no Rio na próxima quarta-feira

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, participa na próxima quarta-feira (17/05), no Rio de Janeiro, de almoço-palestra promovido pelo Comitê de Turismo e Entretenimento da Câmara de Comércio Americana (Amcham Brasil). Na ocasião, Zuanazzi abordará o tema "Transporte aéreo e as novas perspectivas para o turismo brasileiro".

A programação está marcada para 12h30, no Espaço Phoenix do Clube Americano (Av. Rio Branco, 123 / 21º andar – Centro). O investimento éde R$55 para sócios e de R$80 para não sócios. Tel: (21)3213-9200 ou www.amchamrio.com.br


Agencia Brasil
12/05/06 - 18:12h
BR Distribuidora cumpre determinação judicial de não cortar fornecimento de combustível à Varig

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil


Rio – A BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, informou hoje (12), por meio de sua assessoria de imprensa, que vai continuar acatando a decisão do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Ontem, ele concedeu uma liminar para que não seja interrompido o fornecimento de combustível da BR à Varig. O pagamento à vista pela Varig à distribuidora foi suspenso por Ayoub, que é responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia aérea.

Ontem à noite, a estatal apresentou na 8ª Vara um documento questionando as razões que levaram o juiz a interferir na relação comercial entre as duas empresas. A BR também entrou com um recurso para suspende a liminar.

A expectativa é que a decisão de Ayoub seja revertida antes da audiência que deverá ser realizada na terça-feira (16), em caráter de urgência, na 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, da qual Ayoub é titular.

Até lá, a BR está proibida de exigir que a Varig pague à vista o combustível utilizado nos aviões, sob pena de multa diária de R$ 500 mil. O juiz afirma que a BR está dificultando o processo de recuperação da companhia. Na terça-feira (9), a BR votou a favor do plano de recuperação da Varig, bem como os demais credores governamentais.

A Varig diz que o prazo para o pagamento do querosene de aviação, que chegou a ser de 75 dias, passou a ser reduzido de forma progressiva após a divulgação da crise econômica da companhia até chegar ao pagamento antecipado. A empresa aérea informou que, considerando sua disponibilidade financeira, o prazo não poderia ser inferior a 60 dias. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o pagamento realizado à BR é de R$ 1,8 milhão por dia.

JB On Line
12/05/06 - 17:00h
Procurador da Fazenda diz que não vai atrapalhar Varig
Fernando Nakagawa
InvestNews

BRASÍLIA - O procurador-geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe Rêgo Brandão, teve encontro hoje com um grupo de cerca de 20 pessoas envolvidas no processo de recuperação da Varig. Após a reunião, o procurador afirmou, pela assessoria de imprensa do Ministério, que não vai criar problemas para a recuperação da aérea.

Segundo o procurador, "não serão criados obstáculos para o processo de recuperação da Varig". Na visão de Rêgo Brandão, não cabe à Procuradoria Geral da Fazenda interferir no processo. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério, a reunião teve como objetivo a "troca de opiniões e experiências" sobre o caso.

A reunião, que ocorreu no Ministério da Fazenda, teve o juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, do coordenador da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, e o executivo da área de mercado de capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Cláudio Aranha. Também estiveram presentes representantes da Casa Civil e do Ministério da Defesa.

A assessoria de imprensa da Varig não confirmou se havia representantes da Varig ou da consultoria Alvarez & Marsal no encontro.


JB On Line
12/05/06 - 09:45h
Interessados na Varig já negociam com BNDES
Sabrina Lorenzi - InvestNews

RIO - O apetite pela Varig já tem levado empresas a negociar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que ontem apresentou proposta de financiamento aos investidores. Algumas companhias, não reveladas pela instituição, demonstram firmeza em participar do negócio. Tanto que o presidente do banco de fomento, Demian Fiocca, descartou ontem a possibilidade de não haver leilão de venda da companhia aérea. De acordo a consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela reestruturação da Varig, mais de dez empresas têm interesse em participar do leilão.

O empréstimo-ponte detalhado ontem pelo BNDES será destinado ao capital de giro da empresa até a realização do leilão judicial para a alienação de ativos.

O apoio do banco de fomento será na forma de financiamento de até dois terços do valor do empréstimo-ponte num total que deverá ser, portanto de até US$ 166. O valor total deverá ser negociado entre os gestores da empresa e os investidores interessados, limitado a um valor de US$ 250 milhões. O investidor que obtiver este financiamento deverá repassá-lo para a companhia aérea imediatamente. O empréstimo do BNDES poderá ser usado pelo interessado na compra, para compor sua proposta no leilão.