Folha
de São Paulo
12/01/2008
TAP procura comprador para a VEM
Empresa de manutenção,
ex-subsidiária da Varig, tem dívidas tributárias
avaliadas em cerca de R$ 450 milhões
Companhia confirma que busca parceiro estratégico
para a empresa, mas decisão final de vender controle
ainda não foi tomada
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
A
companhia aérea portuguesa TAP se prepara para
vender a VEM, ex-subsidiária da Varig de manutenção
de aviões que comprou em 2005. A empresa possui
atualmente dívidas tributárias avaliadas
em cerca de R$ 450 milhões.
A companhia tem em mãos um relatório sobre
a situação financeira da VEM e se organizou
para começar a receber propostas. De acordo com
o que a Folha apurou junto a fontes do mercado, o banco
de investimentos norte-americano JP Morgan foi contratado
para cuidar da parte financeira das negociações.
A decisão final de vender a empresa, entretanto,
ainda está em suspenso. A intenção
da TAP é manter uma participação
acionária na empresa de manutenção
de aviões.
Procurada pela reportagem, a TAP confirmou em nota enviada
por sua assessoria de imprensa que "efetivamente
está procurando um parceiro estratégico
para a VEM". Afirmou, entretanto, que não
há uma posição fechada quanto à
participação que poderá ser vendida.
"Tudo vai depender das condições,
mas a TAP reservará sempre uma posição
estratégica que lhe permita continuar a ter um
papel decisivo na VEM, dando seqüência ao
trabalho que já vem desenvolvendo."
A companhia afirmou ainda que a empresa de manutenção
vem sendo reestruturada. "Através da unidade
de manutenção e engenharia da TAP, que
tem grande prestígio no mercado internacional,
a VEM vem se reestruturando e ganhando sinergias, participando
nas grandes feiras internacionais e ganhando novos clientes,
que lhe permitem consolidar a idéia de vir a
ser no futuro uma empresa de referência no mercado
de reparação de aviões."
A VEM informou que não havia um executivo disponível
para comentar o caso.
A TAP comprou a VEM com a intenção de
comprar a Varig no futuro. Mas a empresa aérea
acabou sendo vendida para a também ex-subsidiária
VarigLog em julho do ano retrasado, e revendida à
Gol no ano passado. A companhia aérea portuguesa
ficou apenas com a VEM, que tinha uma estrutura considerada
inchada na época e que dependia muito da manutenção
dos aviões da Varig.
Executivos
substituídos
De um ano para cá, a TAP trocou a presidência
da VEM, substituiu diretores e demitiu uma parcela significativa
dos empregados. Antes possuía uma folha de pagamento
que chegava a R$ 18 milhões. Demitiu mais de
1.000 funcionários (hoje tem 3.500 funcionários),
com uma folha de R$ 9 milhões.
A empresa também vem fechando várias bases
no país, já que muitas só tinham
sentido comercial por causa da Varig. A VEM chegou a
ter mais de 20 bases de operações, em
locais como Salvador, Foz do Iguaçu e Campinas,
entre outros. Ela deve manter apenas alguns centros.
O faturamento da empresa de manutenção
no ano passado foi de R$ 375 milhões.
Hoje, TAM e Gol, as grandes companhias aéreas
do mercado, fazem boa parte dos "checks" de
aviões em seus próprios centros de manutenção,
e fazem contratos eventuais com a VEM, que amarga dívidas
de empresas como a VarigLog.
A empresa de manutenção presta serviços
para a aviação militar, para a LanChile
e a própria TAP, Copa Airlines, Trip e Webjet
entre outros, mas busca novos clientes no mercado internacional.
A VEM tem feito diversas apresentações
em parceria com a companhia aérea portuguesa
para atrair clientes da Europa e do Oriente Médio.
De acordo com funcionários da VEM ouvidos pela
Folha, a empresa está perdendo profissionais
para concorrentes em razão dos salários.
Antes da venda, havia uma corrente dentro da empresa
que afirmava que a VEM não crescia mais em razão
das dificuldades da Varig e da necessidade de priorizar
o atendimento à companhia. Logo após a
venda, a empresa teve muitos pedidos de empresas de
leasing que retomavam aviões da Varig e precisavam
realizar a manutenção das aeronaves.
Depois disso, o cenário passou a ser menos atraente
porque as principais companhias aéreas criaram
estrutura própria de manutenção
e reduziram a demanda. De acordo com especialistas,
a empresa chegou a cogitar pedir financiamento para
ampliar as operações no Rio, mas acabou
revendo os planos com o menor número de pedidos.
Folha
de São Paulo
12/01/2008
Anac vê alta de 10% na tarifa
com nova taxa de aeroporto
Estrangeiras estimam aumento
de até 200% no bilhete
DA REPORTAGEM LOCAL DA SUCURSAL DO RIO
A
Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) afirmou ontem que realizou cálculos que
mostram que o aumento previsto de tarifas de permanência
de aviões no aeroporto de Guarulhos, de até
5.126%, implicaria altas nos bilhetes internacionais
abaixo de 10% no caso da maioria das companhias.
Empresas aéreas estrangeiras ouvidas pela reportagem
afirmam que a alta poderia chegar a 200%. A Anac abriu
consulta pública propondo aumento da tarifa cobrada
quando aviões de vôos internacionais permanecem
mais de três horas em Guarulhos (a chamada tarifa
de permanência).
O argumento é que os aviões permanecem
muitas horas estacionados no aeroporto, o que restringe
outras operações.
As estrangeiras, as principais afetadas pela medida,
reagiram e em carta ao presidente Lula afirmaram que
os prejuízos serão grandes. Em carta à
Anac obtida pela Folha, a JAL (Japan Airlines) afirma
que pode até suspender suas operações
no Brasil por conta da medida.
As empresas dizem que a proposta fere acordos bilaterais
do Brasil com outros países. A Anac nega. "A
tarifação será aplicada a companhias
de todos os países, incluindo brasileiras, preservando
o princípio de não-discriminação."
A Anac também negou que o governo americano tenha
informado ao governo brasileiro que iria aumentar na
mesma proporção as tarifas do aeroporto
JFK, de Nova York.
As estrangeiras se reuniram ontem e definiram uma nova
linha de argumentação. A idéia,
segundo representantes que participaram da reunião,
é elevar Guarulhos à categoria de aeroporto
nível três, sinônimo, nesse caso,
de aeroporto de pátio congestionado. Elas defendem
que seja designado um gestor independente para administrar
o aeroporto. Esse gestor, indicado pela Anac, seria
responsável por fazer duas reuniões anuais
para dividir os espaços de acordo com as solicitações
das empresas.
Uma das companhias afirmou que a extensão do
vôo até o Rio (a Anac reduziu as tarifas
do Galeão para estimular o uso do aeroporto)
resultaria em alta de US$ 30 mil por operação.
Outra alternativa é a revisão da capacidade
da área de tráfego do aeroporto. Mudar
a forma como aviões ficariam estacionados é
uma das hipóteses.
Jornal
do Brasil
12/01/2008
TAM e agências em conflito
Flávia Lima Brasília
O
acordo fechado no ano passado entre TAM e Associação
Brasileira de Agências de Viagens (Abav), que
estabeleceu mudanças na remuneração
dos agentes de viagens, começou a valer ontem.
Mas mal entrou em vigor e já causou polêmica.
Representantes do Sindicato das Empresas de Turismo
do Distrito Federal (Sindetur), em nome de 400 agências
de viagens do Distrito Federal, agendaram para segunda-feira
uma reunião com o presidente do Procon, Peniel
Pacheco, para denunciar o aumento do preço das
passagens aéreas da TAM.
Acusação
Segundo
o Sindetur-DF, as passagens amanheceram ontem 10% mais
caras. A TAM estaria repassando todos os custos da remuneração
dos agentes para o consumidor. Segundo o diretor do
sindicato, Eugênio Antinoro, a companhia aérea
distorceu o acordo feito com as agências de viagens.
- A TAM está aumentando o rendimento e passando
os custos para o passageiro. Mas quem fica de vilão
na história é o agente de viagem, que
é quem faz o intermédio entre o passageiro
e a empresa aérea - afirmou Antinoro.
Pelo acordo, a remuneração do agente de
viagem passou a ser cobrada separadamente do bilhete
de passagem. O pagamento, descrito no bilhete como prestação
de serviços, é de 10% do valor da passagem
ou R$ 30,00, optando-se sempre pelo maior valor. Uma
das justificativas da Abav e da TAM é que, dessa
forma, a remuneração dos agentes é
respeitada e cobrada de forma transparente.
Mas, segundo o diretor do Sindetur-DF, o acordo previa
também o compromisso da empresa em não
repassar o valor da remuneração dos agentes
para o consumidor final.
Jornal
do Brasil
12/01/2008
Seis pessoas morrem em acidente
de avião na Namíbia
WINDHOEK - Seis pessoas morreram quando um avião
de carga leve caiu quanto tentava um pouso de emergência
em um subúrbio residencial na capital da Namíbia,
disseram no sábado a polícia e agentes
de investigação.
Acredita-se que cinco dos passageiros do avião
Cessna 210 eram estrangeiros. A sexta vítima
do acidente ocorrido na sexta-feira foi o piloto da
aeronave.
- Estava caminhando até minha casa quando vi
esta avião voando realmente baixo sobre nossa
zona. Logo ele caiu numa casa - disse Tjiruripo Tjeriko.
O avião ficou em chamas após o impacto.
O porta-voz da polícia da Namíbia, Angula
Amalunga, afirmou que seis pessoas morreram e que cindo
delas possivelmente eram turistas estrangeiros que estavam
a caminho da reserva Etosha Pans.
As vítimas não foram identificadas.
Coluna
Claudio Humberto
12/01/2008
Ranking do atraso
A crise área acabou, mas não na Oceanair.
É a companhia que mais atrasa, desrespeitando
seus clientes. Na quinta-feira, 35% dos seus vôos
atrasaram, contra 8% na GOL, 5% na Varig e 3% na TAM.
Revista
Consultor Jurídico
11 de janeiro de 2008
Créditos trabalhistas
TRT-RS diz que Nova Varig responde
ações da Varig
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região
decidiu que a Varig Logística e a VRG Linhas
Aéreas, dona da antiga Varig, devem responder
solidariamente pelos créditos trabalhistas da
empresa arrematada. Contrariando decisão unânime
da 2ª Seção do Superior Tribunal
de Justiça, os juízes decidiram que a
Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar ações oriundas das
relações de trabalho, inclusive quando
se tratar de aquisição de empresa em recuperação
judicial, como é o caso da Varig.
No
final de 2006, a 2ª Seção do STJ
decidiu que a Justiça do Trabalho não
pode intervir no processo de recuperação
judicial da Varig. Os dez ministros afastaram a possibilidade
de a Justiça do Trabalho vir a “atrapalhar”
o processo de recuperação da companhia
aérea impedindo qualquer ação,
principalmente no que tange a bloqueio de bens, ou ato
que comprometa o patrimônio da empresa em recuperação
e suas unidades produtivas. Com esta decisão,
todo o processo de recuperação da Varig
passou a tramitar na 1ª Vara Empresarial do Rio
de Janeiro.
As
empresas que compraram a Varig alegaram que não
poderiam ser consideradas responsáveis solidárias
pelos créditos da antiga Varig, bem como que
a competência para julgar a demanda seria da 1ª
Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
No
entanto, o tribunal manteve sentença da juíza
Valdete Souto Severo, da 5ª Vara do Trabalho de
Porto Alegre, que rejeitou a incompetência material
da Justiça do Trabalho, bem como julgou que a
não declaração da responsabilidade
dos adquirentes sobre os créditos dos empregados
despedidos implicaria a condenação de
um número expressivo de trabalhadores.
Com
base no artigo 114 da Constituição Federal,
o qual institui que é da competência da
Justiça do Trabalho processar e julgar as ações
oriundas da relação de trabalho, o relator
do processo no TRT, Milton Varela Dutra, ressaltou que,
no caso em questão, o julgamento do processo
de conhecimento pela Justiça do Trabalho é
decorrência lógica e expressa do contido
no artigo 114 da Constituição.
Ele
invocou, ainda, os artigos 10 e 448 da Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT, os quais declaram
que a alteração na propriedade ou estrutura
jurídica da empresa não afetará
os direitos adquiridos por seus empregados, nem os respectivos
contratos de trabalho.
Para
o juiz Milton Varela Dutra, entender-se de forma diversa
à responsabilidade solidária é
imputar aos empregados da empresa em recuperação
judicial o ônus decorrente dos riscos do empreendimento
econômico, em flagrante subversão ao ordenamento
trabalhista, privilegiando os interesses dos credores
em prejuízo do sustento dos trabalhadores e de
seus familiares.
“Negar-se
a responsabilidade solidária das empresas é
igualmente privilegiar estritamente o interesse econômico
das sucessoras em detrimento do empobrecimento de todos
os trabalhadores, permitindo-se o chancelamento e a
burla aos direitos trabalhistas e sociais”, conclui
o juiz.
Para
o especialista em recuperação de empresas,
Cristiano Zanin Martins, do escritório Teixeira,
Martins & Advogados, a decisão do TRT gaúcho
colide com entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
Ele cita justamente a decisão no Conflito de
Competência 61.272 pela 2ª Seção,
em que 1ª Vara Empresarial do Rio foi considerada
competente para analisar o processo da Varig.
“A
partir desse precedente, o STJ já proferiu diversas
decisões no mesmo sentido. Sempre se reportando
a ela”, recorda o advogado. Diante do novo conflito
de competência suscitado pelo acórdão
do TRT-RS, a questão deve parar novamente no
STJ.
Processo
00890-2006-005-04-00-3 RO
Valor
Online
11/01/2008 19:21h
Gol fecha parceria com Sul América
para vender seguros de viagem embutidos em passagens
SÃO
PAULO - A companhia aérea Gol e a seguradora
Sul América firmaram hoje acordo para oferecer
serviços de assistência de viagem, com
cobertura para remoções médicas.
De
acordo com as empresas, os interessados poderão
adquirir o serviço ao comprar as passagens. Ele
terá custo de R$ 3 por dia para os dois primeiros
dias de viagem e de R$ 1,50 para cada dia a partir do
terceiro. O serviço só tem validade para
viagens com origem em território brasileiro.
O
seguro permite não apenas a remoção
médica do passageiro, como também cobre
os custos de transporte e acomodação de
acompanhantes em casos de necessidade de internação
prolongada. Na eventualidade de invalidez permanente
ou morte do segurado, há também indenização
de R$ 50 mil às famílias.
Além
da cobertura, o seguro ainda dá direito ao passageiro
concorrer a sorteios de prêmios no valor de R$
5 mil, realizados pela Loteria Federal, e que podem
ser usados para compra de passagens.
"Buscamos
constantemente serviços que agreguem valor e
mais benefícios aos passageiros", disse
o vice-presidente de Marketing e Serviços da
Gol, Tarcísio Gargioni.
"O
objetivo da Sul América com o produto é
oferecer um serviço amplo de baixo custo e de
fácil e rápida contratação,
que tivesse o jeito da Gol", disse o vice-presidente
de Vida e Previdência da seguradora, Renato Russo.
Valor
Online
11/01/2008 11:10h
Varig inicia vôo para a
Cidade do México e começa a retomar vôos
para a América do Norte
José Sergio Osse
SÃO
PAULO - A Varig, subsidiária da Gol, começa
hoje a operar rota diária ligando São
Paulo à Cidade do México. Com isso, a
Varig volta a realizar vôos para a América
do Norte, região que abandonou em meados de 2006
quando parou de operar várias rotas pouco antes
de ser leiloada pela primeira vez.
O
vôo inaugurado hoje terá uma freqüência
diária em cada trecho, saindo às 11 horas
de Guarulhos e às 18h45 do aeroporto Benito Juarez,
na capital mexicana.
"Como
nosso primeiro destino na América do Norte, essa
nova rota para a Cidade do México representa
um passo importante na expansão internacional
da Varig, que já serve várias cidades
na América do Sul e Europa", disse o diretor
comercial da subsidiária da Gol, Lincoln Amano.
Atualmente,
a Varig opera vôos para Frankfurt (Alemanha),
Londres (Inglaterra), Paris (França), Roma (Itália),
Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina),
Caracas (Venezuela) e Santiago (Chile).
A
empresa, que já foi líder absoluta em
vôos internacionais, operava apenas 13,06% dessas
rotas ao final de 2007, de acordo com dados da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac). Em 2006,
ano de sua venda, ela fechou com participação
de 50,43% (considerando as participações
da Varig e da VRG, a "Nova Varig", formada
após o leilão). Em 2005, quando operava
a plena capacidade, a companhia detinha liderança
absoluta desse segmento, com fatia de 76,95% contra
apenas 18,44% da rival TAM - que em 2006 aumentou sua
participação para 37,32% e, no ano passado,
para 67,49%.
De
acordo com dados da Embratur citados pela Varig, o México
foi o 15º país que mais enviou turistas
ao Brasil em 2006. No total, 70 mil mexicanos vieram
ao país naquele período. No fluxo contrário,
43 mil brasileiros viajaram ao México em 2006.