Tribuna da Imprensa
11/05/2007
Governo ameaça reagir se
CPI focar Infraero
BRASÍLIA - Depois de tentar inviabilizar a abertura
da CPI do Apagão Aéreo no Senado, os governistas
mudaram a estratégia: resolveram indicar os integrantes
da comissão e apostar que a concorrência
com a mesma CPI na Câmara vai enfraquecer as investigações.
Os líderes dos partidos da base no Senado prometeram
indicar, na próxima terça-feira, também
os integrantes da CPI das ONGs, que deveria ter iniciado
no fim do ano passado. Mais uma vez, com a expectativa
de que as CPIs vão atrapalhar umas as outras.
Apesar da aposta de naufrágio das CPIs, o líder
do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deixou
claro que haverá reação se a oposição
insistir em investigar denúncias de irregularidades,
como superfaturamento e direcionamento de licitações,
na Infraero, a estatal responsável pelos aeroportos
do País.
A tática será mostrar que a Infraero firmou
convênios e parcerias com os governos estaduais,
inclusive os da oposição. "No caso
da Infraero, os governos são parte da operação.
Governo de Goiás, governo de Pernambuco",
afirmou Jucá ontem.
Até o ano passado, Goiás era administrado
pelo tucano Marconi Perillo e Pernambuco, pelo peemedebista
Jarbas Vasconcelos. Ambos fora eleitos senadores e estão
na linha de frente da oposição no Senado.
O próprio líder do Democratas no Senado,
José Agripino Maia (RN) tem dito que a Infraero
não será o foco inicial das investigações.
Ele diz que as diligências mostrarão uma
opção do governo por investir mais em aeroportos
do que em segurança de vôo e, aí sim,
será a vez da CPI se voltar para os contratos da
estatal. Agripino diz que o governo erra por apostar no
esvaziamento das CPIs.
"Eles desistiram de tentar evitar o inevitável.
Não querem ficar mal na fotografia que já
foi tirada", afirmou o líder do DEM. Segundo
Agripino, a CPI do Apagão Aéreo no Senado
terá mais facilidade para fazer convocações
do que a da Câmara, dominada por parlamentares governistas,
que ocupam a presidência e a relatoria.
No Senado, o mais provável é que o PMDB,
de ampla maioria governista, fique com a presidência
e o DEM com a relatoria da CPI, por serem as duas maiores
bancadas. Para evitar o excesso de CPIs, o DEM poderá
adiar a instalação da CPI das ONGs.
"Não queremos fazer manobra para evitar CPI,
só se fosse por entendimento político",
afirmou Jucá. "No fundo, vai ter disputa entre
as CPIs", previu o líder. O presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terá que decidir,
na próxima semana, o que fazer com um requerimento
do senador em que pede o arquivamento da CPI no Senado,
segundo ele inconstitucional por já existir outra
na Câmara com o mesmo foco.
O mais provável é que Renan Calheiros mande
o caso para a Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ). "Mas a questão de
ordem não tem efeito suspensivo, não impede
o andamento das CPIs", afirmou Jucá.
Jornal do Brasil
11/05/2007
CPI do Apagão pretende ouvir
os pilotos do Legacy
Brasília A CPI do Apagão Aéreo vai
votar a convocação dos dois pilotos americanos
do jato Legacy, que se chocou com o avião da Gol,
para prestarem depoimento na comissão, um dia depois
de a Polícia Federal concluir o inquérito
que aponta a responsabilidade dos estrangeiros no acidente
que matou 154 pessoas.
O relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), fez um apelo ao
plenário da comissão para que aprovasse
os requerimentos pedindo a convocação dos
pilotos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore.
- São requerimentos importantíssimos. Precisamos
tomar os depoimentos dos dois que são talvez os
principais responsáveis pelo acidente - disse.
Como são americanos, os dois pilotos não
são obrigados a comparecer na CPI, embora a comissão
tenha poder de convocar depoentes. O relator disse que
eles podem ser ouvidos nos Estados Unidos ou por carta
rogatória.
A investigação da PF concluiu que os pilotos
desligaram o transponder, equipamento anticolizão,
já que a análise da fábrica demonstrou
que o aparelho não estava com defeito, bem como
o rádio de comunicação com a torre.
A CPI aprovou requerimento de convocação
do delegado Renato Sayão, da PF, responsável
pelo inquérito. De acordo com a polícia,
a participação dos controladores de vôo
no acidente com o avião da Gol é mostrada
com clareza.
O inquérito, que terminou com o indiciamento dos
pilotos americanos, pode ser usado para enquadrar também
três controladores no Inquérito Policial
Militar (IPM). Apesar de já terem se passado sete
meses desde o acidente, o IPM ainda não foi aberto
formalmente.
No relatório, Renato Sayão apenas sugere
que os militares sejam investigados. A polícia
alega que não tem competência legal para
enquadrar ou pedir que eles sejam processados. O delegado
explica ainda que os erros da torre começaram já
na decolagem do Legacy, em São José dos
Campos, cujo plano de vôo estava incompleto e não
foi contestado pela torre - como era obrigação.
Mesmo sem ter acesso ao inquérito da PF, o procurador
militar Giovanni Rattacaso disse ontem que já vê
elementos para denunciar os controladores que estavam
de plantão no dia do acidente por homicídio
culposo (sem a intenção de matar) duplamente
qualificado - inobservância de ofício e multiplicidade
de vítimas envolvidas.
Pelo relatório da PF, o erro mais brutal ocorreu
na troca dos controladores que cuidavam das mesmas aeronaves.
O que deixava o plantão naquele dia informou errado
a altitude - disse que o Legacy estava a 36 mil pés
quando, na verdade, estava a 37 mil pés. O novo
controlador percebeu a irregularidade no radar, mas também
se omitiu. O Legacy ficou cerca de uma hora sem contato,
mas a torres só suspeitou do acidente quando o
Boeing da Gol, atingido de raspão numa das asas,
já havia se espatifado contra a mata densa na região
de Peixoto de Azevedo (MT), matando todos os 154 ocupantes.
Site da ALERJ
10/05/2007
CPI DA VARIG BUSCARÁ MEIOS
DE REVERTER A LIQUIDAÇÃO DO FUNDO DE PENSÃO
AERUS
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
que investiga o processo que culminou na venda da Varig,
deputado Paulo Ramos (PDT), afirmou nesta quinta-feira
(10/05) que irá lutar para reverter o processo
de liquidação do Fundo de Pensão
Aerus. Segundo o ex-secretário de Previdência
Complementar do Ministério da Previdência
e Assistência Social, Adacir Reis, a lei complementar
diz que diante de um fato novo a liquidação
pode ser suspensa. "O Aerus vivia uma crise porque
o dinheiro deixou de entrar. O ato de liquidação
foi necessário naquela circunstância. Se
houver um fato novo essa situação poderá
ser revertida", ressaltou.
Ao ser questionado se ele foi pressionado pelo Governo
federal para decidir pela liquidação do
Aerus, o ex-secretário disse que nunca foi pressionado
por nenhuma instância superior. "A liquidação
foi um momento dramático em que teve que ser feita
uma opção em função dos aposentados",
concluiu Adacir Reis, acrescentando que no momento em
que a Varig não teve condições de
cumprir o que havia acordado com o Aerus, chegou-se à
conclusão de que seria necessário liquidar
o plano. "Naquele momento, em abril 2006, a liquidação
significou estancar o quadro atual e priorizar, pela legislação,
o quadro de aposentados", explicou. Para Paulo Ramos,
o momento é de buscar o reerguimento do fundo de
pensão, para que os funcionários possam
reaver o dinheiro que investiram. "Vamos receber
mais documentos e analisar uma maneira de intervir neste
processo", afirmou Ramos.
Durante a CPI, também foram ouvidos a diretora
administrativa do Aerus, Andréa Vanzilota, e o
leiloeiro Acir Joaquim da Costa. Ramos quis saber como
ocorreu o processo de eleição no Fundo de
Pensão Aerus em abril de 2006. Segundo Vanzilota,
a ata da reunião em que Ricardo Lodi tomava posse
como presidente do fundo não estava assinada por
ele. Daí a inviabilidade de ele assumir. Ramos
acredita que o depoimento de Vanzilota deixou claro que
houve uma orquestração para que o novo presidente,
Ricardo Lodi, não assumisse. "Lodi não
fazia parte do grupo e poderia investigar e descobrir
os erros que estavam sendo cometidos", afirmou o
deputado.
De acordo com a diretora administrativa, desde 2002 a
Varig já apresentava deficiência financeira
e, por isso, decidiu diminuir a contribuição
para o fundo de pensão Aerus. Porém o que
causou a liquidação do fundo, segundo ela,
foi a incapacidade de cumprir com o acordo estabelecido.
"Ela só depositou o primeiro mês",
explicou.
Acir Joaquim, convidado para participar do primeiro leilão
da Varig, prestou esclarecimentos sobre a maneira como
foi realizado o leilão da Varig. "Na época
foram cadastradas para esse leilão de cinco a sete
empresas, porém o lance ofertado foi abaixo do
valor estabelecido, por isso foi feita a venda condicional,
onde o comprador não assume imediatamente",
explicou. No segundo leilão, o depoente não
foi convidado e não soube responder o porquê.
Na próxima quinta-feira (17/05) serão ouvidos
Marco Antônio Audi e Luiz Eduardo Gallo, os sócios
da Volo, empresa que comprou a Varig em 2006, além
do advogado Roberto Teixeira.
A TARDE ON LINE
10/05/2007 - 15:55
Idosos fazem vigília por
aposentadorias no Aeroporto
Cerca de 50 aposentados fazem uma vigília no Aeroporto
Luiz Eduardo Magalhães desde as 7h desta quinta-feira
(10) em protesto pelo corte de aposentadorias dos pensionistas
da Varig, Transbrasil e Vasp. A manifestação
acontece articulada em todo o país, nos aeroportos
das principais capitais, até as 19 horas. Eles
aproveitam a ocasião da visita de Bento XVI ao
Brasil e pedem para que o Pontífice interceda por
eles perante o Governo Federal.
De acordo com Luiz Torres, integrante do grupo, as pensões
que o Estado pagava aos ex-funcionários das empresas
aéreas foram cortadas pela metade em abril de 2006
e em mais 20% em janeiro de 2007. A promessa para o mês
de junho é que as pensões sejam suspensas
integralmente.
A situação remete à criação
dos planos de previdência pelo governo, em acordo
com as empresas aéreas e seus funcionários,
para garantir recursos de aposentadoria. Os planos, que
variavam de empresa para empresa, sofreram diversas intervenções
judiciárias por parte das companhias ao longo dos
anos. Após as batalhas nas cortes, as empresas
aéreas ganharam o direito de não mais contribuir
com parte de sua receita para a manutenção
do caixa previdenciário privado.
Com a falência das empresas, os aposentados passaram
a receber cada vez menos dinheiro, pois as reservas de
contribuições aos fundos não aumentavam.
Uma determinação do STF, julgada em abril
último, determina a suspensão total das
aposentadorias em junho. "O culpado por esta situação
é o governo, porque além de não cumprir
com a sua função de garantir o pagamento,
ainda aprovou inúmeras ilegalidades nos fundos
de pensão e possibilitou esse corte", reclama
Torres.
Para os idosos, existe a possibilidade de que o Papa
se sensibilize com a situação dos pensionistas
das companhias aéreas. "Este é um movimento
integrado em todo o Brasil e acreditamos que o Papa poderá
fazer algo por nós, pois é como foi dito
em seu discurso na chegada ao Brasil: "Deve haver
respeito à vida". É só o que
nós queremos", defende.