:::::RIO DE JANEIRO - 11 DE MAIO DE 2006 :::::

Folha de São Paulo
11/05/06
BNDES pode antecipar US$ 167 mi para Varig
Recursos não serão dados diretamente à companhia, mas a um investidor interessado em repassá-los à aérea

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pode liberar até US$ 167 milhões (cerca de R$ 345 milhões) em um empréstimo-ponte para a Varig.

Os recursos não serão dados diretamente à companhia aérea, e sim a um investidor interessado em repassá-los para a Varig. A companhia aérea precisa de recursos para atravessar os próximos 60 dias, quando será realizado um leilão de venda de parte de seus ativos.

O banco pode financiar até dois terços do valor total do empréstimo-ponte, limitado a US$ 250 milhões (R$ 515 milhões).

"O valor total do empréstimo-ponte deverá ser negociado entre os gestores da Varig e os investidores interessados", informou o banco em comunicado.

A participação do BNDES foi apontada por credores e analistas do setor como o principal sinal de credibilidade da operação de venda de parte da Varig.

Até a assembléia de credores, realizada na terça-feira no Rio, a expectativa era de que esse empréstimo fosse de US$ 100 milhões, mas em nota oficial o banco diz que pode financiar até dois terços de US$ 250 milhões, o equivalente a US$ 167 milhões.

Carta de fiança
Os investidores interessados em oferecer o empréstimo deverão ser pré-qualificados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e atender aos critérios do BNDES. Em razão da urgência da Varig para obter os recursos, o banco vai exigir carta de fiança bancária equivalente ao montante a ser concedido.

Caso mais de um investidor atenda às condições, o valor do financiamento será rateado proporcionalmente às propostas individuais aprovadas para os diferentes investidores. Só serão consideradas propostas formalizadas até a próxima segunda-feira. O empréstimo-ponte vence na data do leilão.

De acordo com a Varig, caso o interessado em oferecer o empréstimo não seja o vencedor do leilão, a companhia deverá remunerá-lo com 200% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que acompanha a taxa básica de juros definida pelo Banco Central). Se vencer o leilão, o investidor que antecipou os recursos só precisará complementar o valor da oferta.

Leilão
Mergulhada em dívidas, a Varig aprovou em assembléia, na terça-feira, uma proposta da companhia e dos funcionários representados pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) de venda de uma parcela da empresa em leilão.

O mercado vai decidir o que quer comprar. No primeiro modelo de venda, o investidor pode comprar a Varig Operações, que reúne linhas domésticas e internacionais e está livre de dívidas. O lance mínimo é de US$ 860 milhões.

Como contrapartida, o investidor precisará assinar uma cláusula de fiança em que assume o pagamento do passivo do Aerus, fundo de pensão dos funcionários, caso a parcela da empresa que continua em recuperação judicial não honre a dívida.

No segundo modelo, será ofertada a Varig Regional, que inclui as linhas domésticas da companhia e que não carrega as dívidas da empresa, estimadas em R$ 7 bilhões.

Para Paulo Sampaio, consultor de aviação, ainda existem dúvidas em relação à realização do leilão, principalmente no que se refere à participação do BNDES e à hipótese de financiamento de até 50% do valor da operação.

Segundo Sampaio, o banco deveria entrar como acionista minoritário nos mesmos moldes do que fez na Brasil Ferrovias. "A posição do BNDES precisa ser esclarecida. Se o BNDESPar capitalizou a Brasil Ferrovias não seria o caso de fazer a mesma coisa na Varig? Isso daria credibilidade ao leilão", afirmou.

Com as duas hipóteses de venda da companhia, a ASM Asset Management, interessada em participar por meio de um consórcio, ainda analisa qual é a melhor opção. "As duas opções são interessantes, mas estamos avaliando o risco jurídico da compra da parte operacional", disse.

O presidente da OceanAir, Carlos Ebner, confirmou o interesse da empresa em participar do leilão, mas disse que ainda não definiu qual é o melhor modelo.


O Estado de São Paulo
11/05/06
BNDES libera US$ 166 milhões para Varig
Financiamento poderá ser concedido a investidores interessados em comprar a companhia aérea em leilão

O financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apoiar a reestruturação da Varig aumentou de US$ 100 milhões para US$ 166 milhões. De acordo com o banco, o empréstimo faz parte dos 'esforços do governo na busca de soluções para a questão da Varig'. Os investidores interessados em obter o apoio oficial para investir na companhia aérea terão de formalizar seu interesse até às 18h do dia 15.

Segundo um comunicado do BNDES, o financiamento corresponde a dois terços do empréstimo-ponte de US$ 250 milhões que a Varig receberá para poder fazer girar seu fluxo de caixa. O restante virá do próprio investidor, que deverá ser pré-qualificado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e 'atender a critérios bancários do BNDES', informa a instituição. Também será solicitada uma carta-fiança na quantia correspondente à financiada pelo banco.

O empréstimo-ponte é importante para a Varig poder continuar a operar até o leilão de venda da companhia, que deverá ocorrer em 60 dias, conforme plano de venda aprovado na terça-feira pelos credores da empresa. Isso porque o grande problema da Varig é que ela não fatura o suficiente para cobrir seus gastos.

O BNDES vai financiar os interessados em participar do leilão. Ao receber o dinheiro, o que deve acontecer antes da venda da empresa, o investidor vai repassá-lo à Varig de imediato para ela recompor seu caixa. Quando houver o leilão, daqui a dois meses, o empréstimo do banco oficial será usado para compor a proposta de aquisição da empresa.

Há duas opções para comprar a Varig. Na primeira, chamada de Varig operacional, o preço mínimo é de US$ 860 milhões, com as rotas nacionais e internacionais. A parte comercial e de serviços (Varig relacionamento), herdará o passivo da empresa e permanecerá em recuperação judicial.

Na segunda alternativa (Varig regional), a operação doméstica vale US$ 700 milhões. A internacional ficará com as dívidas e continuará em recuperação judicial. O passivo total da Varig é de R$ 7 bilhões. Ele será amortizado com parte do dinheiro pago no leilão e as receitas das empresas que herdaram as dívidas. Além disso, a Varig espera que a grande amortização venha do 'acerto de contas' entre os débitos públicos da companhia e o que o governo deve à companhia aérea. A Varig dá como certa o ganho de ações judiciais de indenização por defasagem tarifária, no valor de R$ 4,5 bilhões.

Segundo a consultoria Alvarez&Marsal, responsável pelo plano de recuperação judicial, há mais de dez interessados na Varig. Fontes do mercado relatam que entre eles estão empresas como TAM, Gol, BRA, Oceanair e Webjet.

A TAM informou que não se pronunciará enquanto não houver melhor definição do plano de venda. A Gol, por sua vez, 'ainda não avaliou a proposta'. A BRA e a Webjet não comentaram o assunto.


O Estado de São Paulo
11/05/06
Por pouco a empresa não fica sem combustível


Por muito pouco a Varig não ficou sem combustível para seus aviões hoje. Quem relata a quase paralisação da maioria das aeronaves são duas pessoas ligadas à BR Distribuidora, praticamente a única fornecedora de combustível e que é controlada pela Petrobrás. A companhia aérea tem de pagar com um dia de antecedência em torno de R$ 2,2 milhões pelo querosene de aviação.

"Bateu na trave, o pagamento quase não foi feito. Até esta quinta-feira o fornecimento de combustível está mantido", afirma a fonte da BR Distribuidora, relatando que a estatal chegou até a conferir no Tribunal de Justiça do Rio se havia alguma petição da Varig que garantisse o fornecimento de querosene mesmo havendo inadimplência.

De acordo com outra fonte da BR Distribuidora, a avaliação nos bastidores da estatal é de que a Varig estaria "testando até onde vai a paciência dos credores", após ter o seu plano de venda aprovado por eles.

A Varig possui atualmente 62 aeronaves, das quais 16 não estão voando por falta de manutenção. A dívida da Varig também é grande com a subsidiária da Petrobrás, e já alcança em torno de R$ 57 milhões. Por isso mesmo, a companhia aérea tem pleiteado ao governo mais prazo para pagar pelo seu combustível, ao invés de ter de antecipar o pagamento.


Zero Hora
11/05/06
Empréstimo reforçado para a Varig
BNDES divulgou que vai financiar até US$ 166 milhões aos investidores interessados em comprar a companhia aérea, e o prazo para formalizar a proposta foi estabelecido para até segunda-feira
LÚCIA RITZEL

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ontem que emprestará até US$ 166 milhões para o investidor interessado em capitalizar a Varig.

Acima do esperado, o total do crédito antecipado foi fixado em US$ 250 milhões. O banco financiará dois terços desse valor. O recurso é considerado decisivo para garantir capital de giro à empresa até o leilão judicial, que deverá ocorrer em dois meses.

O valor do empréstimo-ponte foi anunciado em nota divulgada pela instituição no começo da noite. Até então, as estimativas eram de que o valor liberado chegasse a US$ 100 milhões. O banco não informa quando o dinheiro chegará ao caixa da Varig, mas dá uma pista: os investidores terão até às 18h de segunda-feira, dia 15, para formalizar o interesse em participar da operação.

Ainda não foram informados detalhes de como será usado o recurso antecipado. Mas há expectativa de que parte seja destinada ao pagamento dos 1,7 mil funcionários já inscritos nos programas de demissão voluntária e de incentivo à aposentadoria, afirmou Márcio Marsillac, do movimento Trabalhadores do Grupo Varig (TGV).

Edital poderá ser divulgado no prazo de 30 dias

Depois que a assembléia de credores aprovou a proposta costurada pela consultoria Alvarez&Marsal e pela TGV, começou ontem a nova fase do plano de reestruturação da Varig. Pela manhã, o diretor da consultoria, Marcelo Gomes, apresentou a proposta escolhida à área técnica do BNDES. Sem informar nomes, Gomes, disse,que já há 10 investidores interessados em disputar a Varig.

Paralelamente, a consultoria deverá encaminhar à Justiça e ao próprio BNDES os detalhes dos dois modelos de cisão da companhia previstos na proposta aprovada pelos credores. Se forem cumpridos os prazos anunciados, o edital do leilão será divulgado dentro de 30 dias e logo em seguida será aberto o data-room, para que os investidores interessados tenham acesso às informações sobre a reestruturação.

- Primordial, agora, é explicar claramente cada um dos dois modelos aprovados, as ligações entre as duas empresas, em cada uma das opções de venda. Os investidores precisam saber a que financiamentos terão direito e qual empresa estarão comprando - avalia Marsillac.

Para manter as aeronaves no ar, os responsáveis pelo plano de reestruturação encaminharão novamente à BR Distribuidora e à Infraero o pedido de prazo para pagamento de combustíveis e taxas, disse Marsillac.

Como funciona o empréstimo-ponte
> Como a Varig não pode diretamente tomar um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pois não tem certidões negativas de débitos com o governo federal, e precisa de pelo US$ 100 milhões de capital de giro para voar nos próximos 60 dias até o leilão, foi montada uma operação denominada empréstimo-ponte. Na prática, um intermediário toma os recursos com o banco, empresta à Varig e com a realização do leilão, o valor retorna ao BNDES.
> O apoio financeiro do BNDES será de até dois terços do valor do empréstimo-ponte. O valor total do empréstimo será limitado a US$ 250 milhões. Ou seja, a instituição financia até US$ 166 milhões.
> Os investidores terão de atender aos critérios bancários do BNDES. Será exigida como garantia ao financiamento uma carta de fiança bancária equivalente ao montante do crédito a ser concedido.
> Se houver mais de um investidor que atenda às condições, o valor será dividido proprocionalmente às propostas.
> O prazo para formalizar o interesse na obtenção do empréstimo é até as 18h do dia 15 deste mês.
Saiba mais sobre o leilão
> Pré-qualificação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
> Primeiro são abertos os envelopes da opção 1 (inclui rotas nacionais e internacionais), cujo preço mínimo é US$ 860 milhões. Depois os da opção 2 (só as rotas nacionais), com preço mínimo de US$ 700 milhões. Se os valores oferecidos pelas opções 1 e 2 forem iguais, o investidor leva a malha completa - a opção 1 tem preferência no leilão. Caso o interessado queira somente as rotas nacionais terá de oferecer um valor maior.
> Se ninguém oferecer o preço mínimo, haverá um novo leilão. Em caso de nova negativa, no terceiro leilão a Varig sairá pelo preço oferecido.
> Se desejarem, os credores poderão usar parte de sua dívida concursal (contraída até junho de 2005, início da recuperação judicial) para compor o valor de compra, no excedente do valor mínimo.
> Veja as regras (exemplos e valores hipotéticos):
Classe 1 - Trabalhador (valor de face)
Ou seja, se a dívida da Varig com os trabalhadores é de US$ 100 milhões, e eles juntarem US$ 860 milhões, seu lance poderá ser de US$ 960 milhões.
Classe 2 - Principal credor: Aerus (40% de deságio) - Ou seja, se a Varig devesse US$ 100 milhões para o Aerus, o fundo poderia usar US$ 60 milhões na compra, acima do preço mínimo. Por exemplo, se juntou US$ 860 milhões, pode dar um lance de US$ 920 milhões.
Classe 3 - Principais credores: estatais (60% de deságio) - Ou seja, se uma estatal que tem dívidas de US$ 100 milhões deseja comprar a Varig e juntou US$ 860 milhões, pode dar um lance de US$ 900 milhões.
> Valores de dívidas extra-concursais (contraídas depois de junho, durante a recuperação judicial da Varig) podem ser usados integralmente dentro do preço mínimo de uma das opções.

Valor Econômico
11/05/2006
Persistem dúvidas sobre solução para Varig
Janaina Vilella e Chico Santos


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem que vai liberar até US$ 166,7 milhões (cerca de R$ 350 milhões) ao investidor interessado em fazer um empréstimo-ponte à Varig como parte do pagamento do leilão de venda da empresa aérea previsto para ocorrer em 60 dias. O valor corresponde a dois terços do total do empréstimo-ponte, limitado a US$ 250 milhões (cerca de R$ 525 milhões). A expectativa era de que a participação do banco fosse limitada a US$ 100 milhões.

O financiamento é necessário para compor o capital de giro da Varig durante o período de transição até a transferência de controle. A parcela do BNDES corresponderá a uma primeira parte da participação total do banco no financiamento ao comprador da Varig no leilão anunciado anteontem. O modelo usado pelo banco para socorrer a empresa é semelhante ao que já havia sido utilizado quando foram vendidas a VEM e a VarigLog, ex-subsidiárias da empresa aérea. A nota do BNDES de ontem diz que, "devido à urgência do empréstimo-ponte, conforme solicitado pelos atuais gestores da Varig", somente serão levados em conta os pedidos formalizados até as 18h da próxima segunda-feira, dia 15.

O banco informa ainda que os investidores interessados deverão estar pré-qualificados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além de terem cadastros que atendam os seus critérios de análise bancária. Se mais de um investidor atender as exigências, o empréstimo do BNDES será rateado entre eles, proporcionalmente ao valor dos seus pedidos. O vencimento do empréstimo-ponte "será harmonizado com o prazo do leilão".

O diretor da consultoria Alvarez&Marsal, responsável pela reestruturação da Varig, Marcelo Gomes, disse ao Valor que não há possibilidade de o leilão não ocorrer. Se o comprador não for o mesmo investidor que fizer o empréstimo-ponte, este terá assegurada uma remuneração de 200% do CDI ao mês, além do ágio que porventura aconteça no pregão, proporcional à participação relativa do empréstimo-ponte no preço mínimo do leilão.

A fórmula encontrada pelos credores da Varig para vender a companhia, separando os ativos numa unidade operacional e deixando o passivo em outra empresa, pode ser inviabilizada por desinteresse do mercado. Segundo advogados e analistas de mercado, a tendência é que prevaleça a primeira proposta da Alvarez&Marsal, que previa somente a venda das operações domésticas da Varig, por um preço mínimo de US$ 700 milhões, deixando a "Varig Internacional" com o passivo de R$ 7 bilhões.

Mas a venda apenas das rotas nacionais irá contra a posição defendida pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) - de venda de toda a companhia por um mínimo de US$ 860 milhões. Fontes envolvidas nas negociações contam que representantes do grupo ameaçaram votar contra a proposta da Alvarez&Marsal na assembléia caso a Varig não anexasse a proposta dos trabalhadores como opção para o leilão. Segundo eles, a aérea acatou o modelo do TGV como mais uma alternativa para garantir a aprovação de um modelo de leilão, o que garantiria a continuidade de seu processo de recuperação judicial.

A venda da Varig Operacional, com todas as rotas domésticas e internacionais, na avaliação de especialistas, esbarraria, por exemplo, no artigo de nº 60 da nova Lei de Falências, que prevê a venda de filiais ou unidades produtivas isoladas. Eles argumentam que a venda de toda a empresa poderia suscitar o que eles chamam de sucessão tributária, ou seja, o comprador teria que arcar com o pagamento de tributos não pagos pela companhia original. Sendo assim, um possível comprador, apesar de, a princípio, ter adquirido uma empresa "sem dívidas", correria o risco de sofrer ações de credores da Varig velha no futuro.

O coordenador do TGV, Márcio Marsillac, explicou que os trabalhadores poderão organizar um clube de investimentos para participar do leilão, na tentativa de assegurar o lance mínimo pela parte operacional da companhia. O leilão prevê que os credores podem utilizar créditos concursais - dívida repactuada dentro do plano de recuperação judicial da empresa - e extra-concursais - gastos correntes.

Pelos cálculos de Marsillac, a classe 1 de credores (empregados) tem o equivalente a US$ 100 milhões, em créditos. "Já temos potenciais investidores e estamos fazendo um movimento para garantir a segurança jurídica de quem participar do processo. Vamos mostrar que não haverá sucessão tributária", disse Marsillac.

Para Maurício Levi, da Fama Investimentos, a venda da Varig Operacional também esbarra no risco de o potencial comprador ter que assumir as dívidas do fundo de pensão Aerus, caso a Varig Relacionamentos não tenha fôlego para tal. Essa espécie de fiança valeria até a Varig conseguir receber o pagamento de cerca de R$ 4,5 bilhões, referentes ao congelamento de tarifas nas décadas de 80 e 90.

O vice-presidente da OceanAir, Jorge Alberto Vianna, afirmou que a empresa tem interesse em participar do leilão da Varig. Ressaltou, no entanto, que ainda não há decisão tomada. "Queremos jogar, mas não ficou claro quais serão as regras do jogo", disse Vianna. Segundo o executivo, existe preocupação sobre o que será feito em relação aos passivos bilionários da Varig e à situação dos funcionários da companhia. Segundo ele, também não está totalmente claro o conjunto de ativos colocado à venda.

O Globo
11/05/06 - Versão Impressa
Varig: dívida fica com comprador, diz parecer

Geralda Doca, Mirelle de França, Erica Ribeiro e Ramona Ordoñez


BRASÍLIA e RIO. Um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que ficou pronto ontem — um dia após a aprovação do plano de recuperação da Varig pela assembléia de credores — alerta que há risco de sucessão de dívidas nas duas propostas de venda da companhia a serem submetidas a leilão. Segundo uma alta fonte do órgão, isso significa que o comprador da Varig será responsabilizado por débitos com os cofres públicos no futuro.

Essa é uma das principais preocupações dos potenciais investidores, sobretudo as companhias aéreas concorrentes nacionais. A avaliação da PGFN, que decidiu se antecipar à consulta de prováveis investidores, já foi informada ao juiz da 8 Vara Empresarial do Rio, Luiz Roberto Ayoub, que cuida do processo de recuperação judicial, e poderá inviabilizar o leilão de venda de ativos da Varig, a ser realizado dentro de 60 dias.

Um integrante do órgão explicou que as propostas aprovadas não estão de acordo com a Lei de Falências, que prevê a venda de uma unidade produtiva, uma filial ou mesmo parte dos ativos e não a divisão da empresa em uma parte boa e outra podre, que herdará os passivos.

- O que eles propuseram é vender falsos ativos, como horários de vôo e os espaços em aeroportos, que não pertencem à companhia - explicou a fonte da PGFN.

Segundo essa fonte, empresas que tentaram a mesma saída, como a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), estão sendo derrotadas na Justiça. Mesmo que o plano da Varig vá adiante, a PGFN promete executar os débitos relativos ao Fisco e ao INSS, que correspondem à metade do passivo de R$ 7 bilhões da companhia.

Antes da divulgação desse parecer, o BNDES informou que poderá desembolsar até US$ 166,6 milhões aos investidores interessados em emprestar recursos à Varig até o leilão. O financiamento do BNDES pode cobrir até dois terços do valor de um empréstimo-ponte de US$ 250 milhões: o restante terá de sair do próprio bolso do investidor ou dos interessados em injetar capital de giro na Varig. Se mais de um atender às condições, o financiamento será dividido. O banco vai receber propostas até segunda-feira.

Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, empresa responsável pela reestruturação da Varig, disse ontem que, dentro do cronograma divulgado pelo BNDES, espera-se saber já na terça-feira quantos serão os qualificados.

- Hoje (ontem), enviamos ao BNDES os nomes das empresas interessadas em obter o empréstimo-ponte. São mais de dez e este número poderá ser ainda maior, o que mostra o interesse do mercado na operação - disse Gomes. - A expectativa é que o crédito esteja no caixa da companhia até o fim da próxima semana.

Dilma apóia idéia de obrigar BR a flexibilizar cobranças

Os recursos são necessários para o capital de giro da Varig até o leilão. Ontem, ela correu o risco de não levantar vôo depois de meio-dia, e o problema pode se repetir hoje. Como a companhia não pagou o suficiente para ter combustível durante todo o dia, foi informada pela BR Distribuidora de que o abastecimento seria cortado caso a situação não fosse regularizada. A Varig entregou um cheque para garantir o fornecimento do querosene até o meio-dia de hoje. O restante ainda depende de caixa.

Já a Infraero enviou ontem intimação para que a companhia quite em 24 horas a dívida de R$ 8,5 milhões referente a tarifas de embarque. E o Banco do Brasil avisou que não voltará a descontar recebíveis da companhia (venda de bilhetes).

Ao todo, a Varig deve aos fornecedores públicos R$ 693 milhões em valores atrasados, que foram repactuados no plano de recuperação. De despesas correntes, por dia a Varig tem que pagar só à BR entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões.

Com isso, a Justiça do Rio voltou a cogitar a possibilidade de obrigar a BR, principalmente, a flexibilizar as condições de pagamento para a empresa, o que tem o apoio da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Integrantes do próprio governo e especialistas do setor vêem com descrença os modelos de venda.

- É preciso analisar com cuidado se o modelo é atraente para o mercado. O ônus com a obrigação de contratar funcionários e dar continuidade aos contratos de leasing é enorme - disse o o advogado Geraldo Vieira, especialista em aviação civil.



O Globo
10/05/2006 - 21h30m
BNDES: empréstimo para Varig poderá chegar a US$ 166 milhões
Mirelle de França e Erica Ribeiro - O Globo

RIO - BNDES anunciou que poderá desembolsar até US$ 166,6 milhões aos investidores interessados em emprestar recursos à Varig até o leilão de venda da companhia, que deverá acontecer dentro de 60 dias. O financiamento do BNDES pode cobrir até dois terços do valor de um em préstimo-ponte de US$ 250 milhões: o restante terá de sair do próprio bolso do investidor ou dos investdiros interessados em injetar capital de giro na Varig. Caso haja mais de um investidor que atenda às condições, o financiamento será dividido entre os que tiverem as propostas aprovadas.

Segundo o banco, o empréstimo-ponte é necessário para compor o capital de giro da empresa, conforme previsto pelos atuais gestores da VARIG, até a realização do leilão judicial para a venda de ativos, previsto para ocorrer em um prazo de 60 dias. O vencimento do empréstimo-ponte, de acordo com a nota, "será harmonizado com o prazo do leilão judicial".

O apoio financeiro do BNDES será na forma de um financiamento no montante de até 2/3 (dois terços) do valor do empréstimo-ponte. O valor total do empréstimo-ponte deverá ser negociado entre os gestores da VARIG e o(s) investidor(es) interessado(s), limitado a US$ 250 milhões. Os investidores interessados deverão ser pré-qualificados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e atender aos critérios bancários do BNDES.

A instituição explicou, por meio do comunicado, que em função do prazo para a entrada dos recursos solicitados pelos atuais gestores da VARIG ser exíguo, será exigida, como garantia ao financiamento, carta de fiança bancária, equivalente ao montante de financiamento a ser concedido pelo BNDES.

Segundo o modelo de financiamento, caso haja mais de um investidor que atenda às condições, o valor do financiamento será dividido proporcionalmente às propostas individuais aprovadas para os diferentes investidores. O banco informou que somente será considerado o investidor que formalizar ao BNDES seu interesse na obtenção da colaboração financeira até as 18:00 do dia 15/05/2006.

Segundo o diretor da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela reestruturação da Varig, os recursos decorrentes do empréstimo-ponte deverão entrar no caixa da empresa até o final da semana que vem. "A expectativa é que o crédito no caixa da empresa aconteça na próxima semana", afirmou Gomes. Para ele, a Varig deu um sinal positivo ao mercado aprovando um plano de consenso entre os credores. "Temos dois meses até o leilão para preparar todas as informações para que o mercado entenda o que está a venda", acrescentou o executivo da Alvarez & Marsal.


Folha Online
10/05/2006 - 19:13h

BNDES pode emprestar até US$ 166 milhões para investidor da Varig
IVONE PORTES

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para emprestar até US$ 166,6 milhões para o investidor interessado em capitalizar a Varig.

O banco informou que deve liberar dois terços do valor do chamado empréstimo-ponte, que será limitado a US$ 250 milhões. O empréstimo-ponte é fundamental para compor o capital de giro da Varig até a realização do leilão judicial para a venda da companhia, previsto para ocorrer em um prazo de 60 dias.

Até ontem, as estimativas dos envolvidos no processo de recuperação da Varig era de que o BNDES aprovasse um financiamento de US$ 100 milhões para o potencial comprador da companhia.

Ou seja, como a Varig está endividada e não pode conseguir um empréstimo, o BNDES vai liberar os recursos para um investidor que tiver condições de comprar a companhia. Esse investidor poderá injetar até US$ 250 milhões na Varig, sendo que dois terços serão financiados pelo banco.

Em assembléia realizada ontem, credores e trabalhadores da Varig aprovaram uma proposta que prevê o leilão da companhia em cerca de 60 dias. No leilão, a empresa poderá ser vendida integralmente ou separada --somente operações domésticas. Nos dois modelos de venda estão excluídas as dívidas da companhia, estimadas em R$ 7 bilhões e que ficariam com empresa separada.

O investidor que fizer o empréstimo-ponte para a Varig poderá abater do valor de sua oferta o recurso repassado para a companhia. "O vencimento do empréstimo-ponte será harmonizado com o prazo do leilão judicial", divulgou o BNDES.

Segundo o banco, o financiamento deverá ser negociado entre os gestores da Varig e o investidor.

Os investidores interessados deverão ser pré-qualificados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Em razão do prazo para a entrada dos recursos solicitados pelos atuais gestores da Varig ser curto, será exigida, como garantia ao financiamento, carta de fiança bancária, equivalente ao montante de financiamento a ser concedido pelo BNDES.

Agência Brasil
10/05/06 - 19:11h
BNDES oferece empréstimo a interessados no processo de recuperação da Varig

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Rio - Em comunicado divulgado no início desta noite, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou sua participação no processo de recuperação da Varig e ofereceu a investidores interessados um empréstimo – a ser repassado à empresa – limitado a US$ 250 milhões.

A medida é definida como "parte dos esforços do governo federal na busca de soluções para a questão da Varig, tendo em vista os relevantes aspectos econômicos e sociais envolvendo o processo de recuperação judicial". De acordo com a nota do BNDES, "devido à urgência do empréstimo-ponte, conforme solicitado pelos atuais gestores da Varig", serão considerados somente os investidores que formalizarem seu interesse pelo crédito ao BNDES até as 18 horas do dia 15.

Os investidores deverão se pré-qualificar na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e terão que atender a exigências como a apresentação de carta de fiança de valor igual ao do financiamento a ser concedido. Segundo a assessoria do BNDES, o valor do empréstimo poderá ser dividido proporcionalmente, caso haja mais de um investidor apto a realizar a transação.

Os recursos se destinam a compor o capital de giro da Varig até a realização do leilão judicial, no prazo máximo de 60 dias, quando será vendida a companhia completa, denominada Varig Operações, que engloba as rotas domésticas e internacionais, ou apenas a Varig Nacional.

Ontem (9), em assembléia dos credores, foi aprovado o plano de consenso entre as propostas formuladas anteriormente pela entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que reúne os funcionários da empresa e sindicatos do setor aéreo, e pela consultora norte-americana Alvarez & Marsal, contratada pelos credores para conduzir o processo de reestruturação.


INVERTIA - Aviação
10/05/2006 - 18:44
h
BNDES vai emprestar US$ 166 milhões para salvar Varig
Fonte: INVERTIA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNES) anunciou nesta quarta-feira que irá disponibilizar um financiamento de até US$ 166 milhões para os investidores que quiserem conceder um empréstimo-ponte à Varig.

A expectativa é de que o empréstimo possa chegar a US$ 250 milhões e serão aplicados no fluxo de caixa da companhia aérea até o dia do leilão, que poderá ocorrer em 60 dias. Até o momento, no entanto, o BNDES se comprometeu a fornecer US$ 166 milhões.

"Este empréstimo-ponte é necessário para compor o capital de giro da empresa, conforme previsto pelos atuais gestores da Varig, até a realização do leilão judicial para a alienação de ativos, previsto para ocorrer em um prazo de 60 dias. O vencimento do empréstimo-ponte será harmonizado com o prazo do leilão judicial", afirma comunicado emitido pelo banco.

Segundo a nota, o apoio financeiro do BNDES ocorrerá na forma de um financiamento de até dois terços do valor do empréstimo-ponte. "O valor total do empréstimo-ponte deverá ser negociado entre os gestores da Varig e os investidores interessados, limitado a US$ 250 milhões", completa.

O comunicado afirma ainda que caso haja mais de um investidor, o valor do financiamento será dividido proporcionalmente às propostas de cada um.

"Devido à urgência do empréstimo-ponte, somente será considerado o investidor que formalizar ao BNDES seu interesse na obtenção da colaboração financeira até as 18 horas do dia 15 de maio", conclui o comunicado.


Valor Online
10/05/2006 18:36
BNDES vai financiar até US$ 166 milhões para investidor interessado em socorrer a Varig

Murillo Camarotto

SÃO PAULO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou oficialmente hoje a disponibilização de uma linha de financiamento para os investidores interessados em conceder um empréstimo-ponte à Varig. De acordo com o banco de fomento, os valores envolvidos no empréstimo, que pode chegar a US$ 250 milhões, serão utilizados para compor o fluxo de caixa da aérea até a data de seu leilão, que deve ocorrer na primeira semana de julho. Porém, o BNDES se compromete a financiar até dois terços deste valor, o que representa algo em torno de US$ 166 milhões.

Os investidores interessados em socorrer a Varig deverão ser pré-qualificados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e atender os critérios bancários do BNDES. Além disso, terão de formalizar seu interesse ao BNDES até às 18h do próximo dia 15.

Caso mais de um investidor se interesse pela operação, está prevista a divisão proporcional do valor do financiamento entre as propostas.



Estadão
10 de maio de 2006 - 18:31h
BNDES financiará até US$ 166 milhões para comprador da Varig
Somente serão considerados os investidores que formalizarem ao BNDES o interesse na obtenção da colaboração financeira até às 18h do dia 15 de maio

Mônica Ciarelli

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou hoje que irá conceder um empréstimo-ponte aos interessados em comprar a Varig no leilão judicial previsto para ocorrer em 60 dias. O valor do empréstimo ponte é de até US$ 250 milhões, mas o BNDES irá financiar apenas dois terços deste valor. Com isso, o valor máximo a ser liberado será de US$ 166 milhões, acima dos US$ 100 milhões informados ontem na assembléia de credores, que aprovou a proposta de venda da companhia aérea em leilão.

Os investidores interessados deverão ser pré-qualificados pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil e atender aos critérios bancários do BNDES. Em função do prazo para a entrada dos recursos solicitados pelos atuais gestores da Varig ser exíguo, será exigida, como garantia ao financiamento, carta de fiança bancária, equivalente ao montante de financiamento a ser concedido pelo BNDES.

Caso haja mais de um investidor que atenda às condições, o valor do financiamento será dividido proporcionalmente às propostas individuais aprovadas para os diferentes investidores. Devido à urgência do empréstimo-ponte, conforme solicitado pelos atuais gestores da Varig, somente serão considerados os investidores que formalizarem ao BNDES o interesse na obtenção da colaboração financeira até às 18h do dia 15 de maio.

Proposta aprovada

No modelo de venda aprovado ontem pelos credores da Varig, o investidor poderá escolher se pretende comprar a Varig operacional, que engloba os ativos totais da empresa (rotas nacionais e internacionais), ou apenas a parte doméstica. Ou seja, foi aprovada a unificação dos dois planos distintos, o elaborado pela consultoria Alvarez & Marsal e o do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV).

A proposta aprovada prevê ainda que a administração da Varig será trocada nos próximos 10 dias, incluindo a presidência e o Conselho. Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, que será a responsável pela mudança, todos os novos integrantes serão "profissionais do mercado".

O prazo para a mudança já estava firmado pelo plano de recuperação da empresa e segue o cronograma de criação da principal estrutura de reorganização societária da empresa, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) - que determina o controle e a conseqüente conversão das ações da Fundação Ruben Berta, acionista majoritária da Varig, com 87% dos papéis, para o FIP controle. Essa estrutura será gerida pelo banco Brascan.

Demissões descartadas

Gomes também disse que a possibilidade de demissões em massa na Varig até o leilão de venda da companhia aérea foi descartada. "Agora, o que se fará é um estudo profundo para se preparar para as duas hipóteses de venda da companhia (a que engloba todos os ativos operacionais e a que oferece apenas a parte doméstica)", explicou ele.

Segundo o executivo, não haverá necessidade de demissões se o investidor optar por adquirir a Varig Operacional - com todos os ativos. Já se a opção for para a parte doméstica, Gomes admite que haverá dispensas. Entretanto, não informa de quanto será o corte de funcionários.


O Dia
10/5/2006 - 18:16h
BNDES oferece financiamento de até US$ 166 milhões para interessados na Varig


RIO - O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta quarta-feira que oferecerá aos investidores interessados na compra da Varig um apoio financeiro na forma de financiamento e limitado a US$ 166 milhões - mais do que os US$ 100 milhões que estava sendo cogitado pelo mercado.

Segundo BNDES, o valor total do empréstimo-ponte deverá ser negociado entre os gestores da Varig e os investidores interessados.

"O apoio financeiro do BNDES será na forma de um financiamento no montante de até  dois terços do valor do empréstimo-ponte. O valor total do empréstimo-ponte deverá ser negociado entre os gestores da Varig e os investidores interessados, limitado a US$ 250 milhões", informou o banco em nota.

De acordo com comunicado divulgado pelo BNDES, o financiamento faz parte dos "esforços do governo federal na busca de soluções para a questão da Varig".

O chamado empréstimo-ponte será usado para compor o capital de giro da empresa, conforme previsto pelos atuais gestores da Varig, até a realização do leilão judicial para a alienação de ativos, previsto para ocorrer em um prazo de 60 dias. O vencimento do empréstimo-ponte será harmonizado com o prazo do leilão judicial.

Os investidores interessados no financiamento deverão ser pré-qualificados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e atender aos critérios bancários do BNDES. Será exigida como garantia carta de fiança bancária, equivalente ao montante de financiamento a ser concedido pelo BNDES.

Caso haja mais de um investidor que atenda às condições, o valor do financiamento será dividido proporcionalmente às propostas individuais aprovadas para os diferentes investidores.

Segundo o BNDES, devido à urgência do empréstimo-ponte, somente serão considerados os investidores que formalizarem o interesse até as 18h de segunda-feira, dia 15.


Agência Brasil
10/05/06 - 17:39h
Agência de aviação civil aguarda documentação para avaliar venda de VarigLog
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil


Rio – A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou hoje (10), por meio de sua assessoria de imprensa, que somente daqui a 15 dias irá se manifestar a respeito da Volo do Brasil, constituída pelo grupo norte-americano Matlin Patterson e empresários brasileiros para adquirir a Varig Logística (VarigLog), ex-subsidiária da Varig.

O prazo foi determinado ontem pela Anac para que a Volo do Brasil envie a documentação que permitirá à agência avaliar o pedido de autorização da venda VarigLog, ocorrida em janeiro deste ano, ao preço de U$ 48,2 milhões. Somente após o exame da documentação completa, a Anac dará a palavra final sobre a venda da VarigLog.

De acordo com a assessoria de imprensa da Volo do Brasil, a companhia já apresentou todos os documentos solicitados pela Anac e não tem conhecimento do novo pedido da entidade.

A transação de compra da VarigLog foi aprovada em abril pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça. Mas deveria ter passado antes pela Anac, responsável pelas concessões a empresas aéreas e a quem está sujeita qualquer operação que envolvam venda de companhias do setor de aviação civil.


Agência Brasil
10/05/2006 17:14h
Trabalhadores da Varig esperam que Justiça anule venda de ex-subsidiárias, diz sindicalista
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Rio – O diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Élnio Borges, voltou a afirmar a categoria espera que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anule a venda da Varig Logística (VarigLog), ex-subsidiária da Varig, à empresa Volo do Brasil.

A operação foi feita em janeiro pelo valor de U$ 48,2 milhões, considerado abaixo do mercado pelos funcionários da Varig e pelos sindicatos do setor aéreo. A Volo do Brasil representa o fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson e três empresários brasileiros.

O sindicato entrou com um processo na Justiça pedindo a anulação da venda da VarigLog, e da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), vendida à AeroLB, representante da companhia aérea portuguesa TAP. "Estamos requerendo que seja declarada nula essa operação, que foi feita sob pressão e a um preço extremamente vil", disse Borges, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo ele, à época, a própria Volo manifestou intenção de pagar U$ 100 milhões pela VarigLog, mas a entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no processo acabou permitindo que as VarigLog e a VEM fossem vendidas por cerca de U$ 69 milhões à Volo do Brasil e à AeroLB, respectivamente. "Os funcionários da Varig têm confiança de que essas vendas serão anuladas, porque esse é um patrimônio dos credores da empresa Varig, que foi destruído ali por U$ 69 milhões".

Borges afirmou que a categoria não é contrária à venda das ex-subsidiárias da Varig, apenas defende que as empresas sejam comercializadas a um preço justo. "Nós temos que defender é que esses ativos sejam comprados por preços justos, de mercado, avaliados corretamente. Essa é a nossa questão".

 

Folha Online
10/05/2006 - 17h01

Dez empresas têm interesse na compra da Varig, diz consultoria
IVONE PORTES

O diretor da Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, afirma que mais de dez empresas já procuraram a consultoria para apresentar propostas de compra. Ele não disse, entretanto, quais são as empresas.

A consultoria Alvarez & Marsal, responsável pelo processo de reestruturação da Varig, apresentou hoje a técnicos BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a proposta aprovada ontem pelo credores, que prevê a divisão da Varig em duas empresas e o leilão de uma das partes em até 60 dias.

A expectativa da consultoria é que o BNDES anuncie até amanhã a liberação de um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões para um dos potenciais compradores da Varig.

De acordo com o executivo, o empréstimo-ponte do BNDES é importante para que a companhia continue operando até o leilão.

Em assembléia realizada ontem, credores e trabalhadores da Varig aprovaram uma proposta que prevê o leilão da companhia em cerca de 60 dias. No leilão, a empresa poderá ser vendida integralmente ou separada --somente operações domésticas. Nos dois modelos de venda estão excluídas as dívidas da companhia, estimadas em R$ 7 bilhões e que ficariam com empresa separada.

 

Jornal de Turismo
10/05/06 - 16:50h
TGV afirma interesse em participar do leilão da Varig
Postado por pratti

A entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que reúne os empregados da companhia aérea e sindicatos do setor, vai montar um clube de investimento para participar do leilão da empresa, previsto para ocorrer no prazo máximo de 60 dias.

A informação foi dada pelo coordenador da TGV, Márcio Marsillac. Ele explicou que a meta é participar de um consórcio, sempre com posição minoritária: os trabalhadores têm hoje crédito no valor de cerca de US$ 100 milhões que poderia vir a ser utilizado. Se o preço mínimo da empresa subir no pregão, esse crédito poderá também ser aumentado proporcionalmente. "Acima dos preços mínimos, deixa de ter limite para uso de créditos, sendo que os únicos créditos que podem ser usados dentro do preço mínimo são os trabalhistas", afirmou Marsillac.

O coordenador da TGV disse que os empregados poderão participar do leilão das duas companhias previstas na proposta de recuperação aprovada pelos credores, seja a Varig Nacional ou a Varig Operacional. E lembrou que há no país muitas empresas com capital suficiente para efetuar uma operação no volume estabelecido pela proposta: preço mínimo de U$ 860 milhões para a Varig Operações e de U$ 700 milhões para a Varig Nacional. "São alguns financiadores, são fundos de investimento e de pensão e, preferencialmente, que tenha algum operador que agregue valor estratégico a essa estrutura", indicou.

Na avaliação de Marsillac, os investidores poderiam ter interesse na participação dos trabalhadores no consórcio: "Quem se associar aos trabalhadores até o preço mínimo terá até US$ 100 milhões e acima desse valor, poderá contar com mais crédito".

Ele disse que é vantajosa para os funcionários a participação em um clube de investimento, recebendo ações da Varig em vez de dinheiro: "Na conversão do débito em crédito, sobram recursos para que a companhia se reestruture mais rapidamente e melhor. Isso valoriza o ativo comprado, que são as ações. E nós acreditamos que depois do segundo ou terceiro exercícios de balanço, a empresa limpa será um bom investimento para os trabalhadores".
Fonte: Agência Brasil


Agência Estado
10/05/06 - 16:49h
Empréstimo para Varig pode ser de até US$ 250 mi

O BNDES confirmou no início desta noite que irá conceder um empréstimo-ponte aos interessados em comprar a Varig no leilão judicial previsto para ocorrer em 60 dias.

O valor do empréstimo ponte é de até US$ 250 milhões. Dois terços deste valor serão financiados pelo BNDES. Com isso, o valor máximo a ser liberado será de US$ 166 milhões, acima dos US$ 100 milhões informados ontem na assembléia de credores, que aprovou a proposta de venda da companhia aérea em leilão.

Estadão
10 de maio de 2006 - 16:22h
Passivos da Varig não ficarão em empresa leiloada
A expectativa é de que sejam arrecadados, no mínimo, US$ 700 milhões no leilão

Mônica Ciarelli

RIO - Com a cisão da Varig em duas, os passivos da companhia aérea permanecerão atrelados à empresa listada na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Já a outra, livre de dívidas, será leiloada daqui a 60 dias. A expectativa é de que sejam arrecadados, no mínimo, US$ 700 milhões no leilão.

O novo modelo de venda da companhia aérea foi aprovado na última terça-feira, em assembléia de credores. Neste modelo de venda, o investidor poderá escolher se pretende comprar a Varig operacional, que engloba os ativos totais da empresa (rotas nacionais e internacionais), ou apenas a parte doméstica. Ou seja, foi aprovada a unificação dos dois planos distintos, o elaborado pela consultoria Alvarez & Marsal e o do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV).

A proposta aprovada prevê ainda que a administração da Varig será trocada nos próximos 10 dias, incluindo a presidência e o Conselho. Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, que será a responsável pela mudança, todos os novos integrantes serão "profissionais do mercado".

O prazo para a mudança já estava firmado pelo plano de recuperação da empresa e segue o cronograma de criação da principal estrutura de reorganização societária da empresa, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) - que determina o controle e a conseqüente conversão das ações da Fundação Ruben Berta, acionista majoritária da Varig, com 87% dos papéis, para o FIP controle. Essa estrutura será gerida pelo banco Brascan.

Gomes também disse que a possibilidade de demissões em massa na Varig até o leilão de venda da companhia aérea foi descartada. "Agora, o que se fará é um estudo profundo para se preparar para as duas hipóteses de venda da companhia (a que engloba todos os ativos operacionais e a que oferece apenas a parte doméstica)", explicou ele.

Segundo o executivo, não haverá necessidade de demissões se o investidor optar por adquirir a Varig Operacional - com todos os ativos. Já se a opção for para a parte doméstica, Gomes admite que haverá dispensas. Entretanto, não informa de quanto será o corte de funcionários.


Agência Brasil
10/05/06 - 15:26h
Técnicos do BNDES começam a avaliar proposta aprovada por credores para venda da Varig

Alana Gandra

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social recebeu, na manhã de hoje (10), a proposta aprovada pela assembléia de credores da Varig, que estabelece a venda de toda a empresa, incluindo as rotas domésticas e internacionais, ou somente a parte nacional. O leilão ocorrerá em, no máximo, 60 dias.

Segundo a assessoria de imprensa do BNDES, a equipe técnica do banco encarregada de conduzir o processo Varig vai se dedicar agora a analisar a proposta, aprovada ontem (9), para determinar a viabilidade do projeto.

Assessores do BNDES explicaram que a instituição está disposta a financiar o investidor que queira aplicar recursos na Varig, mas descartaram qualquer ajuda direta à companhia aérea. A assessoria informou que o BNDES poderá divulgar, nas próximas horas, comunicado sobre sua intenção de participar do processo de recuperação da Varig, mas alertou que não existe nenhum compromisso sobre datas ou horários.

O consultor Marcelo Gomes, da Alvarez & Marsal, empresa norte-americana contratada pelos credores da Varig para administrar o processo de reestruturação da companhia, confirmou a reunião hoje no BNDES.

Ontem, durante entrevista coletiva para falar sobre o plano de consenso aprovado pelos credores, Gomes revelou que alguns investidores já teriam procurado a Alvarez & Marsal para fazer consultas e iniciar estudos sobre a possibilidade de financiar a Varig até o leilão, através do empréstimo-ponte no valor de US$ 100 milhões, que deverá ser concedido pelo BNDES. Também ontem, Gomes disse que o BNDES poderá financiar até 50% dos investimentos no leilão da Varig.

As informações do consultor não foram, entretanto, confirmadas pelo banco. A proposta aprovada pelos credores reuniu as ofertas dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e da Alvarez & Marsal, dando ao mercado duas opções de compra dos ativos da Varig. A primeira opção envolve a venda em leilão da Varig Operacional, ao preço mínimo de US$ 860 milhões, enquanto o passivo ficaria com a Varig de Relacionamento, que continuaria sob recuperação judicial.

O outro modelo prevê a venda apenas da Varig Nacional, ou Regional, cujo lance mínimo atinge US$ 700 milhões. A Varig Internacional, por sua vez, arcaria com o passivo e permaneceria sob recuperação, detendo as rotas ao exterior da empresa.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, que responde pela 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, ao qual está subordinado o processo de recuperação judicial da Varig, deu seu aval ontem mesmo ao plano aprovado, através de referendo apresentado na assembléia. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, "está tudo bem encaminhado para o leilão que acontecerá no prazo de 60 dias". Para isso, falta apenas definir como será a participação do BNDES, seja através do empréstimo-ponte para pagamento aos credores correntes, seja no leilão, informou a assessoria do TJRJ.


Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim
10/05/06 - 14:01h
VARIG: DEZ EMPRESAS PRÉ-QUALIFICADAS PARA O LEILÃO

Dez empresas já estão pré-qualificadas para participar do leilão da Varig. A informação é do diretor da empresa Alvarez & Marsal, contratada para conduzir o processo de reestruturação da Varig, Marcelo Gomes.

Em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quarta-feira, ele disse que algumas dessas empresas são operadoras de vôo e outras são investidoras nacionais e internacionais.

O diretor da Avarez & Marsal disse não poder revelar o nome das pré-qualificadas para o leilão, mas adiantou que há várias empresas aéreas brasileiras. Atualmente, o país tem 27 empresas aéreas regulares com operações no transporte de cargas ou passageiros.

Segundo explicou Marcelo Gomes, a dívida líquida da Varig é de R$ 1 bilhão, mas empresa deve ganhar na Justiça um processo referente a congelamento tarifário de R$ 5 bilhões. Ainda não há uma decisão final, mas a companhia já ganhou em primeira e segunda instâncias. A Varig também teria para receber um crédito de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O diretor da Alvarez & Marsal afirmou que não existe a possibilidade de a dívida da Varig vir a ser paga pelo contribuinte. “De jeito nenhum. Essa dívida vai ser paga pela empresa Varig Relacionamento”, afirmou.

Quanto ao Aeros (fundo de pensão dos empregados), que está sob intervenção do governo, Gomes afirmou que há fluxo de caixa suficiente para pagar os funcionários da Varig.

“Os trabalhadores podem ficar tranqüilos que o dinheiro do fundo é deles”, garantiu o diretor. A única ressalva em relação ao fundo, segundo ele, é que haverá fluxo contínuo de recursos para fins de recebimento durante a aposentadoria.

Marcelo Gomes disse acreditar que a Varig se fortalecerá com a aprovação do plano de reestruturação aprovado na assembléia dos credores e que logo a empresa voltará a ter veiculada na mídia sua logomarca que, segundo ele, “é um patrimônio do povo brasileiro”.


Folha Online
10/05/2006 - 11h19

Agência dá 15 dias para comprador da VarigLog apresentar documentos

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) decidiu dar prazo de 15 dias para que a Volo do Brasil apresente documentos complementares para a compra da VarigLog.

A Volo, empresa constituída no Brasil pelo fundo de investimentos americano Mattlin Paterson, apresentou ontem à Anac o pedido formal de aquisição da VarigLog, ex-subsidiária da Varig de transporte de cargas .

Em abril, a Anac chegou a declarar que a venda não poderia ser realizada por falta desta comunicação oficial. Em nota, a Anac informou agora que ainda "faltam informações que esclareçam dados sobre a Volo do Brasil".

Há 20 dias, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, declarou que a venda ainda não havia sido realizada porque um dos sócios da Volo, Marco Antônio Audi, não teria comprovado a quitação de dívidas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A Volo é também alvo de denúncias do Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), que acusa a empresa de ser "laranja" do fundo norte-americano Matlin Patterson. A legislação brasileira impede que estrangeiros detenham mais de 20% da participação em empresas aéreas.